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Desenvolvimento de capacidades físicas em praticantes

 das modalidades ginástica artística e natação com idade 

de 8 a 10 anos do sexo feminino: uma análise comparativa

Desarrollo de las capacidades físicas en practicantes de las modalidades de gimnasia 

artística y natación con edad de 8 a 10 años del sexo femenino: un análisis comparativo

The improvement of physical capacities in artistic gymnastics and swimming girls from 8 to 10 years of age: a comparative analysis

 

*Professor do Departamento de Educação Física

da Universidade Federal de Lavras

Membro do Comitê Técnico da Ginástica Aeróbica

na Confederação Brasileira de Ginástica

(Brasil)

Luiz Henrique Rezende Maciel*

lhrmaciel@hotmail.com

Lívia Corrêa Pacheco

liviapachecoef@yahoo.com.br

Daniele Cristina Rodrigues Maciel

danielecrmaciel@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo avaliou 20 alunas de iniciação das escolinhas de Ginástica Artística e Natação, com idade entre 8 e 10 anos, na cidade de Lavras. As alunas foram avaliadas em relação às capacidades físicas: força, coordenação, agilidade (velocidade de movimento cíclico), flexibilidade e resistência aeróbica (componente cardiorrespiratório) a partir de seis testes. Com o resultado dos testes foi feita uma comparação entre as alunas das modalidades, para identificar as diferenças entre os praticantes de ginástica olímpica e natação, a fim de destacar uma modalidade mais completa. Os resultados dos testes de flexibilidade, coordenação geral, força de membro superior as alunas da ginástica olímpica tiveram desempenho melhor, no teste de agilidade não houve diferença significativa entre as modalidades e no teste de componente cardiorrespiratório as alunas da natação se saíram melhor.

          Unitermos: Ginástica artística. Natação. Avaliação. Capacidades físicas.

 

Abstract

          The present research evaluated 20 beginning female athletes of artistic gymnastics and swimming, with age between 8 to 10, from Lavras. Those girls were evaluated in the physical capacities: strength, general coordination, speed, flexibility and endurance through 6 tests. After the protocols, the results were compared between both sports with the goal of identify the differences of the practitioners and to show up the most complete modality. The results showed that the physical capacities flexibility, general coordination and arm strength was better in gymnastic girls then in the swimmers, in the speed test it was no significant difference, and in the endurance test the swimmers got the best results.

          Keywords: Artistic gymnastics. Swimming. Evaluation. Physical capacities.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A Ginástica Artística, tem origens muito antigas. Segundo a Confederação Brasileira de Ginástica (2007), a Ginástica Artística é um conjunto de exercícios corporais sistematizados, aplicados com fins competitivos, em que se conjugam a força, a agilidade e a elasticidade. O termo ginástica origina-se do grego gymnádzein, que significa “treinar” e, em sentido literal, “exercitar-se nu”, a forma como os gregos praticavam os exercícios. É um esporte individual, porém sua pratica ocorre em grupo. Esta modalidade inicia-se no solo para inibir o medo, evitar acidentes e familiarizar o aluno aos movimentos (Severgnini e Busto 2002). A iniciação nesta modalidade pode ser aos quatro anos de idade (PÚBLIO, 1998).

    A Natação é basicamente o ato de nadar, isto é, locomover-se na água, sendo assim, um ato natural, instintivo e espontâneo, característico dos animais que vivem na água. O habitat do ser humano não é a água. Portanto, a Natação é, para o homem, um ato que precisa ser aprendido e aperfeiçoado (Vasconcelos, 1986). De acordo com (FREIRE, 2004 apud TAHARA e SANTIAGO, 2006) evidencia que as experiências vivenciadas em meio liquido devem ocorrer o mais cedo possível, ou seja, a partir do momento em que a criança nasce ela já pode vivenciar algumas experiências em meio liquido.

    Segundo o modelo de desenvolvimento motor de (GALLAHUE, 1982 apud MANOEL, KOKUBUN, TANI e PROENÇA, 1988) quando a criança chega à idade de 7 a 10 anos ela está no estágio de transição da fase dos movimentos fundamentais para a fase dos movimentos especializados, onde serão executados os movimentos relacionados ao desporto. Nesta fase, os movimentos fundamentais vão servir de base para as combinações em habilidades desportivas.

    No campo da Educação Física e dos Esportes, “Capacidade” refere-se mais às qualidades inatas de uma pessoa como um talento, um potencial. São exemplos de capacidades, de acordo com (BARBANTI, 1996), a força, a resistência, e a flexibilidade. De acordo com o mesmo autor, o termo “capacidade” indica uma medida de potencial e por isso tem um valor amplamente modelável ou treinável. Neste estudo foram avaliadas as capacidades força, coordenação, agilidade (velocidade de movimento cíclico), flexibilidade e resistência aeróbica (componente cardiorrespiratório).

    Força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo fatores mecânicos e fisiológicos, que determinam a força em algum movimento particular (Barbanti, 1979 apud Marins e Giannichi, 1996). De maneira geral, força é a característica humana com a qual se move uma massa (seu próprio corpo, ou em implemento esportivo), sua habilidade em dominar ou reagir a uma resistência pela ação muscular (Meusel, 1969 apud Barbanti, 1996).

    Coordenação geral é a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a execução, levando a uma integração progressiva de aquisição e favorecendo uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de uma seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia (Tubino, 1979 apud MARINS e Giannichi, 1996). Segundo Carvalho (1988) existem várias capacidades coordenativas: capacidade de diferenciação sensorial; capacidade de observação; capacidade de representação; capacidade de antecipação; capacidade de ritmo; capacidade de coordenação motora; capacidade de controle motor; capacidade de reação motora; capacidade de expressão motora. Tubino (1979 apud MARINS e Giannichi, 1996) diz que a coordenação motora é “pré-requisito para qualquer atleta atingir o alto nível”.

    Velocidade é a capacidade de realizar um movimento no menor espaço de tempo (BARBANTI, 1979 apud MARINS e Giannichi, 1996). Entende-se a velocidade motora como uma qualidade física no movimento humano, a capacidade de exercer, num espaço de tempo mínimo, as ações motoras sob exigência dadas (Zaciorsky, 1972). Velocidade de movimentos acíclicos é a rapidez de movimentos com mudança de direção. A velocidade de movimentos acíclicos é conhecida como agilidade (BARBANTI, 1996). A agilidade é conhecida também por velocidade de movimentos acíclicos, ela depende do mecanismo biomecânico da musculatura, do corte transversal do músculo, da elasticidade muscular, da flexibilidade articular, da coordenação e do perfeito domínio da técnica do movimento (CROSSER, 1972 apud Junior, 2002).

    Flexibilidade é a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites máximos sem causar danos nas articulações e nos músculos envolvidos (Johnson e Nelson, 1969, apud MARINS E GIANNICHI, 1996). No uso do vocabulário esportivo, entende-se por flexibilidade a qualidade de flexível, a capacidade de elasticidade, a facilidade de ser manejado, a maleabilidade, a agilidade, a vivacidade, além de certas adaptações psicológicas (GROSSER, 1972 apud BARBANTI, 1996).

    Resistência motora é a capacidade de executar um movimento durante um longo tempo, sem perda aparente da efetividade do movimento (Marins e Giannichi, 1996). A qualidade resistência é determinada pelo sistema cardiorrespiratório, pelo metabolismo, pelo sistema nervoso, pelo sistema orgânico, pela coordenação doa movimentos e pelos componentes psíquicos (CROSSER, 1972). Ela é entendida como a capacidade de resistir ao cansaço em função de uma determinada atividade (ZACIORSKY, 1972 apud BARBANTI, 1996).

1.1.     Justificativa

    Este estudo se justifica pela necessidade de identificar as diferenças entre os praticantes de ginástica olímpica e natação de um mesmo gênero e faixa etária, a fim de destacar uma modalidade mais completa.

2.     Objetivo

    Avaliar e esclarecer se há diferença no desenvolvimento das capacidades físicas avaliadas entre as duas modalidades, Ginástica Artística e Natação a partir de seis testes.

3.     Referencial teórico

    Foi escolhida a idade de 8 a 10 anos para executar a pesquisa justamente por ser a fase da iniciação desportiva, procurando saber assim, a influencia dos diferentes desportos em relação ao desenvolvimento de capacidades físicas nas praticantes. A partir do modelo de desenvolvimento motor de Gallhue (1982 apud MANOEL, KOKUBUN, TANI e PROENÇA, 1988) onde diz que a idade de 7 a 10 anos está no estágio de transição da fase dos movimentos fundamentais para a fase dos movimentos especializados, onde serão executados os movimentos relacionados ao desporto. Procurando saber assim, a influencia dos diferentes desportos em relação ao desenvolvimento de capacidades físicas nas praticantes.

    A ginástica olímpica iniciada desde cedo, estimula favoravelmente a evolução do aluno, a mesma põe a criança em relação com seu próprio corpo, permitindo-a descobrir os diversos seguimentos e articulações. Além de levar o aluno a desafiar certos limites, desenvolver a autoconfiança e auto-estima, bem como desenvolver força, coordenação, equilíbrio corporal, promove integração social e oferece estimulação intelectual. Permite melhorias nas qualidades físicas e psíquicas e partir da aprendizagem do gesto o qual pode ser repetido para otimizar o movimento (SEVERGNINI e BUSTO, 2002).

    A natação por ser um desporto praticado no meio líquido, segundo Corrêa (1999) trás os seguintes benefícios: com o corpo submerso na água até a altura do pescoço este pesa apenas 10% do peso que tem fora da água; a resistência da água é muito maior do que a do ar, fortalecendo a musculatura; quando nosso corpo esta submerso até o pescoço e em repouso coração bombeio 32% mais sangue; a pressão da imersão também aumenta o trabalho respiratório em 60%, melhorando a capacidade respiratória do corpo.

    Na área da Educação Física e dos Esportes, “capacidade” refere-se mais às qualidades inatas de uma pessoa como um talento, um potencial. Exemplos de capacidades seriam a força, a resistência, a flexibilidade, etc (BARBANTI, 1996). Para que qualquer atividade motora possa ser executada com êxito necessita-se das capacidades motoras, e no esporte o desenvolvimento do rendimento está intimamente ligado ao desenvolvimento das diferentes capacidades motoras ou capacidades físicas (BARBANTI, 1996). As capacidades avaliadas foram; força de membro superior, força abdominal, coordenação geral, flexibilidade, avaliação do componente cardiorrespiratório e agilidade. Através de testes não evasivos.

4.     Material e métodos

    Foi realizado um estudo de comparação direta, com uma análise de forma qualitativa. Segundo Bogdan e Bicklen (1994) a pesquisa qualitativa permite coletar dados ricos em pormenores descritivos sobre as pessoas, cujas questões objetivam estimar o fenômeno em toda sua complexidade e em contexto natural. Além disso, privilegiando a compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação.

    Godoy (1995) aborda a pesquisa qualitativa de forma semelhante, enfatizando também a perspectiva integrada, em que o pesquisador vai a campo objetivando captar o fenômeno a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas.

    De forma complementar, Alencar (1999) ressalta que na pesquisa qualitativa, o pesquisador inicia o trabalho de campo com pressuposições sobre o problema da pesquisa, originadas do paradigma teórico que orienta o estudo.

4.1.     Amostra

    Os números foram definidos por amostra não probabilística por julgamento, não sendo feito um calculo amostral.

    10 crianças, do sexo feminino, que praticam ginástica olímpica na escolinha de iniciação do Instituto Presbiteriano Gammon, sendo duas com 8 anos de idade, seis com 9 anos e duas com 10anos, e com 10 crianças, também do sexo feminino, que praticam natação na iniciação da Academia Corpo e Água, sendo uma com 8 anos de idade, cinco com 9 anos e três com 10 anos. Na cidade de Lavras MG.

4.2.     Coleta de dados

    A coleta foi feita em setembro e outubro de 2007, no Instituto Presbiteriano Gammon 4 alunas fizeram os testes na parte da manhã e 6 na parte da tarde, na Academia Corpo e Água no horário das aulas, na parte da manhã.

4.3.     Cuidados éticos

    Foi enviado aos pais um termo de livre consentimento e esclarecimento, para esclarecer como seriam feitos os testes, explicando um pouco do conteúdo do trabalho. Sendo os testes voluntários e autorizados pelos pais.

4.4.     Material

  • 5 bancos de Balke com alturas de: 10cm, 20cm, 30cm, 40cm e 50cm;

  • 2 freqüêncímetros da marca Polar;

  • Uma fita métrica de 20m da marca Starrett;

  • Fita crepe branca;

  • Caneta e papel, para anotar os resultados;

  • Mapa de avaliação do flexiteste;

  • 2 toquinhos de madeira com tamanho de 10cm x 5cm x 5cm.

4.3.     Testes

    Foram escolhidas estas capacidades para fazer os testes pois, consideravam que apareceriam maiores diferenças de desempenhos entre as modalidades, entre as capacidades os testes escolhidos foi em relação ao material conseguido e de fácil locomoção para a utilização da pesquisa.

  • Teste de força de membro superior (MARINS e Giannichi, 1996)

    O avaliado assumiu a posição de decúbito ventral, apoiando-se nos joelhos e mãos, executando o movimento de flexão de braço chegando à face perto do solo, o avaliador com um cronômetro, contou o numero máximo de repetições executadas pelo avaliado no tempo de 30 segundos.

  • Teste de força abdominal (AAHPER, 1976 apud MARINS e Giannichi, 1996)

    O testando assumiu a posição em decúbito dorsal, joelhos flexionados formando um ângulo de 90 graus. As plantas dos pés em pleno contato com o solo. O testando cruzou os braços à frente do tronco. O testador segurou os tornozelos do testando assegurando que os pés fiquem em contato com o solo durante a movimentação. O testando elevou o tronco até que este tocou os joelhos e voltou à posição inicial. Cada toque no joelho constitui uma flexão. O testando tem 30 segundos para realizar o máximo de movimentos completos que conseguir.

  • Teste de coordenação geral de Burpee (JOHNSON e NELSON, 1979 apud MARINS e Giannichi, 1996)

    Partindo da posição em pé, flexionar os joelhos e tronco, apoiando as mãos no chão, lançar as pernas para trás assumindo a posição de apoio facial com os braços estendidos, retornar com as pernas assumindo novamente a posição agachada e voltar à posição em pé. Ao sinal, o testando repetiu a movimentação o mais rápido possível em 10 segundos. O resultado foi dado pelos números de partes executadas.

  • Teste de agilidade, corrida de vai-e-vem de Shuttle Run (JOHNSON e NELSON, 1979 apud MARINS e Giannichi, 1996).

    Foi marcado no chão a distancia de 9,14cm, o testando iniciou o teste atrás da linha de partida marcada no chão, ao comando, ele percorreu a distancia marcada indo em direção a dois toquinhos que estavam do outro lado, pegou um dos toquinhos levou até após a linha de partida e correu para pegar o outro e colocar também atrás da linha de partida, sem lançar os toquinhos. Foram dadas duas tentativas, com um intervalo de descanso entre elas, o percurso foi cronometrado, sendo computado o melhor tempo das duas tentativas.

  • Teste de flexibilidade – flexiteste (ARAÚJO, 1987 apud MARINS e Giannichi, 1996).

    O Flexiteste constitui um método de avaliação passiva máxima de vinte movimentos articulares corporais (trinta e seis se considerados bilateralmente). O método estuda o movimento das articulações do tornozelo, quadril, tronco, punho, cotovelo e ombro. Oito movimentos são feitos em membros inferiores, três no tronco, sendo os nove restantes nos membros superiores.

    Cada um dos movimentos foi medido em uma escala crescente de números inteiros que varia de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores possíveis. A medida foi feita através de comparação entre os mapas de avaliação e a amplitude do movimento articular obtido pelo avaliador, no testando.Para a realização da medida, comparou-se a amplitude passiva máxima obtida com as figuras dos mapas de avaliação do flexiteste.

    As atribuições dos valores numéricos se deram sempre que a amplitude alcançada se igualo à existente no mapa de avaliação. Amplitudes menores do que as do valor 1 foram medidas como 0 (zero), e aqueles movimentos cuja amplitude excederam o valor 4, foram medidas como 4. Deve-se enfatizar que posições intermediarias entre dois valores quaisquer foram medidas pelo menor resultado. Os resultados obtidos nos vinte movimentos isolados, ao serem somados,resultaram no índice global da flexibilidade, denominado flexíndice, cuja escala de classificação está contida na tabela a seguir.

Classificação do Flexíndice

  • Teste do componente cardiorrespiratório (MARINS e Giannichi, 1996)

    Teste do banco de Balke: os bancos utilizados no teste possuem 5 alturas diferentes correspondendo a 10, 20, 30, 40 e 50cm. Foi colocada um som com uma batida de 30bpm, a cada batida o testando com um freqüêncimetro subiu e desceu o banco, a cada 3minutos houve a troca para um banco mais alto, ao chegar a 85% de sua Freqüência cardíaca máxima o testando parou o teste. Assim, foi observado pelo testador a altura do banco em que o testando parou. A partir daí foi aplicada a formula de VO2 máximo = (H x N x 1,33 x 1,78) + 10,5.

Sendo:

  • H = altura do ultimo banco completada em metros;

  • N = numero de descidas e subidas por minuto;

  • 1,33 = trabalho positivo(ascendente) e mais 1/3 para o trabalho negativo (descida);

  • 1,78 = ml de O2 necessário para 1kg.m de trabalho;

  • 10,5 = trabalho horizontal adicionado ao movimento vertical.

    A formula utilizada para calcular a FC Max foi a formula ideal de Sheffied:

FCmáx = 205 – (0,42 x idade)

5.     Resultados

    Todos os testes foram analisados de forma descritiva, ou seja, sem a necessidade da utilização de procedimentos estatísticos (AGRESTI, 1999).

Teste de força abdominal, força de membro superior e coordenação geral.

Gráfico 1

    Em relação ao teste de força abdominal percebeu-se uma diferença significativa nos resultados, em quanto à média de abdominais feitas pelas alunas de ginástica foi de 18,9 repetições a da natação foi 10,1 ,ou seja, houve uma diferença de 8,8 repetições. Na força de membro superior a diferença foi um pouco maior (9,4), sendo que a média de repetições da ginástica foi de 23,4 enquanto da natação foi de 14 repetições. Onde aconteceu uma menor diferença foi em relação da coordenação geral, a media da ginástica foi de 19,5 repetições e a média da natação 13,8 , com uma diferença de 5,7 entre elas.

    Dentre cada modalidade é possível observar que na ginástica em relação aos três testes nenhuma aluna fez de 0 a 10 repetições. No teste de força abdominal todas as 10 crianças fizeram de 11 a 20 repetições. No de força de membro superior 4 fizeram de 11 a 20 repetições e 6 a cima de 21 repetições. E no teste de coordenação geral 9 executaram de 11 a 20 e 1 fez a cima de 21 repetições.

    As alunas de natação, no teste de força abdominal, 4 executaram de 0 a 10 repetições e 6 alunas fizeram de 11 a 20. No de força de membro superior 3 de 0 a 10 repetições, 6 de 11 a 20 e uma fez a cima de 21 repetições igualmente no teste de coordenação geral.

Teste de Agilidade

Gráfico 2

    A média dos resultados da ginástica olímpica foi de 12 segundos e 33 centésimos, a velocidade mínima foi de 11segundos e 07 centésimos e a máxima de 13 segundos 81centésimos. E na natação a média foi de 12 segundos e 38 centésimos sendo o tempo mínimo 11 segundos e 31 centésimos e a máxima 13 segundos e 70 centésimos.

Teste de flexibilidade

Gráfico 3

 

    Das 10 alunas de ginástica olímpica que fizeram o teste de flexibilidade nenhuma teve resultado a baixo de 49pontos, 10% ,ou seja, uma aluna fez 49 pontos ficando no nível médio (+) de flexibilidade, 50% (5 alunas) computaram de 51 a 60pontos alcançando o nível bom e 40% (4alunas) ficaram a cima de 60 pontos no nível excelente do teste.

    Na natação das 10 alunas 30% (3 alunas) tiveram o somatório dos pontos de 41 a 50 sendo que o mínimo alcançado foi de 46 pontos e 70% (7 alunas) alcançaram o nível bom com 51 a 60pontos.

Teste do componente cardiorrespiratório.

Gráfico 4

    No teste do banco de Balke ao chegarem a 85% da freqüência cardíaca, que segundo a formula de FC Max de Sheffied e calculando os 85% desta FC máxima chegamos à 170bpm para as crianças de 10 anos e 171bpm para as de 9 e 8 anos de idade, pararam o teste. Foi observado em qual dos 5 bancos elas pararam. O resultado foi que no 1º e 2º banco nenhuma das alunas parou, no 3º banco parou uma criança da ginástica, no 4º banco 3 da ginástica e 6 da natação e no 5º banco e que terminaram o teste sem chegarem a 85% da FC máxima foram 2 da ginástica e 3 da natação.

6.     Discussão

    Em revisão de literatura, foram encontrados poucos trabalhos que correlacionassem as capacidades físicas com a Ginástica Olímpica e a Natação. Não foi encontrada comparação entre as modalidades. Em relação ao teste de força abdominal onde as alunas da ginástica fizeram uma média de 18,9 repetições e na natação 10, 1 com a diferença de 8,8 repetições. Entende-se que as alunas de ginástica olímpica possuem uma maior força abdominal em relação às alunas da natação. Na comparação de força de membro superior as alunas da ginástica com a média de 23,4 e as da natação com 14 repetições percebeu-se uma diferença maior que na força abdominal, destacando um pouco mais a força de membro superior das alunas de ginástica em relação às da natação. E no teste de coordenação geral a diferença entre as alunas das diferentes modalidades, diminuiu bastante em relação à força abdominal e de membro superior. Com uma diferença de 5,7 repetições, tendo as alunas da ginástica feito uma média de 19,5 repetições e as alunas da natação 13,8.

    No teste de agilidade percebeu-se que as alunas da natação tiveram um resultado mais homogêneo entre 11 segundos e 31 centésimos e 13 segundos e 70 centésimos, enquanto as alunas da ginástica tiveram uma variação maior entre as alunas entre 11 segundos e 07 centésimos e 13 segundos e 81 centésimos. A diferença entre as médias adquiridas pelas alunas das diferentes modalidades foi mínima, 0,05 centésimos o que não foi considerada uma diferença significativa a ponto de favorecer qualquer modalidade.

    Em relação à capacidade física flexibilidade, 30% das alunas da natação tiveram um nível médio(+) e o restante 70% tiveram um nível bom de flexibilidade, enquanto as alunas da ginástica olímpica tiveram nível médio(+) de flexibilidade e metade, 50%, tiveram nível bom enquanto 40% chegaram ao nível excelente. Percebeu-se então que houve uma grande diferença entre as alunas das modalidades, sendo que as alunas da ginástica olímpica tem uma diferença significante em relação à flexibilidade. Alem disso notou-se que a flexibilidade membro inferior das ginastas mostrou uma grande diferença à das alunas da natação, enquanto o nível de flexibilidade de membro superior foi praticamente o mesmo.

    No teste do componente cardiorrespiratório notou-se que a maioria das alunas da ginástica ( 6 ) pararam no 4º banco enquanto as da natação tiveram uma distribuição maior entre seus resultados, sendo que 3 pararam no 4º , 3 no 5º, e 3 que terminaram o teste sem alcançar os 85% da freqüência cardíaca máxima, notando assim uma vantagem nas alunas da natação em relação às alunas da ginástica no componente cardiorrespiratório.

7.     Conclusões

    Com a análise dos dados, concluiu-se que a partir dos testes feitos, nos componentes avaliados a ginástica olímpica levou uma certa vantagem sobre a natação. Mas não há certeza se é possível identificar uma modalidade mais completa que a outra com as capacidades físicas escolhidas para os testes e com o numero de amostra recolhida. Concluindo assim, que quaisquer das modalidades trazem benefícios aos praticantes e cada modalidade possui sua característica individual e suas vantagens.

Referências bibliográficas

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