efdeportes.com

Avaliação do nível de atividade física e 

capacidade funcional em idosos de Jequié, BA

Evaluación del nível de actividad física y capacidad funcional em personas mayores de Jequié, BA

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade

Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB

**Licenciado Pleno em Educação Física pela Universidade Estadual do Sudoeste

da Bahia (UESB) e Pós Graduado em Atividade Física e Saúde para Grupos Especiais 

pela UNIME/FETRAB/PROFIT. Atualmente é Professor Efetivo do Estado da Bahia

Marcio Silveira Wanderley*

marcinho_sw@hotmail.com

Rafael Carlos Lavigne Diniz**

rafaldiniz@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve por objetivo avaliar a capacidade funcional de idosos e sua relação com o nível de atividade física habitual e auto-percepção de saúde. O estudo, de caráter transversal, foi desenvolvido dentro de um modelo de pesquisa descritiva e quantitativa. A composição da amostra foi caracterizada como de conveniência ou não aleatória, compreendendo 43 idosos participantes da AAGRUTI, do sexo feminino, e com idade igual ou superior a 60 anos. Para coleta de dados foi utilizado um instrumento sob a forma de entrevista estruturada, montado a partir de instrumentos já validados. Na análise estatística dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS for Windows versão 11.5. Foi adotado para análise e interpretação dos dados um nível de significância de 5% (p < 0,05), utilizando-se o teste de Qui-quadrado (c2). De acordo com os resultados, 92,9 % (n = 13) das idosas inativas apresentaram auto-percepção de saúde negativa (p < 0,05). Destas, 21,4 % (n=3) apresentaram dependência parcial para realização do banho (p < 0,05) e, 85,7 % (n=12) com relação à categoria viagem. Assim, percebe-se que, uma auto-percepção de saúde negativa remete a um baixo nível de atividade física habitual e até mesmo a inatividade física. Outro aspecto analisado referiu-se a associação entre atividade física e capacidade funcional. Nesse aspecto, observou-se uma maior prevalência de dependência com relação às AVBDs (banho) e AIVDs (viagens) em idosas insuficientemente ativas e inativas.

          Unitermos: Capacidade funcional. Nível de atividade física. Auto-percepção de saúde. Idosos.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    O envelhecimento é um fenômeno universal que teve lugar em todas as épocas, culturas e civilizações. O atual conhecimento a respeito do tema é resultado da acumulação de experiência cultural e científica ao longo da história. (VEGA e BUENO, 1996). Vale ressaltar que a idéia central sobre o envelhecimento na atualidade percebe que o importante não é a longevidade, mas sim a qualidade de vida. Uma das frases criadas recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que enfatiza esta perspectiva afirma que o importante não é dar anos à vida, mas sim vida aos anos.

    A qualidade de vida da população idosa está associada à manutenção da capacidade funcional ou da autonomia. Segundo Rowe (1987), autonomia é a medida pela qual os indivíduos são capazes de tomar decisões em relação à escolha de atividades, métodos, maneiras de participação social, tempo de duração de atividades, dentre outras.

    O conhecimento acerca da capacidade funcional vem se tornando um instrumento particularmente útil para avaliar o estado de saúde dos idosos, porque muitos têm várias doenças simultaneamente, que variam em gravidade e provocam diferentes impactos na vida cotidiana. A Organização Mundial da Saúde definiu incapacidade funcional como a dificuldade, devido a uma deficiência, para realizar atividades típicas e pessoalmente desejadas na sociedade.

    A avaliação da capacidade funcional de idosos possibilita o fornecimento de informações sobre o perfil do idoso no que diz respeito à identificação de possíveis limitações. Neste sentido este trabalho se torna importante, na medida em que verifica como o grau de independência, medido através da capacidade funcional, pode interferir no nível de atividade física habitual de idosos, sendo esta a problemática da pesquisa. Assim, ajuda a estabelecer um julgamento clínico adequado que poderá servir como dado científico para posteriores comparações com outros estudos. A partir deste tipo de conhecimento se pode avaliar a Capacidade Funcional da população geriátrica. A pesquisa vem, desta forma, se somar a outros estudos já realizados nesta área, no intuito de cooperar para um melhor embasamento da avaliação da capacidade funcional de idosos, segundo fatores Sócio demográficos e nível de atividade física habitual.

    Para tanto, esse estudo tem como objetivo: Avaliar o Nível de Atividade Física Habitual e sua relação com a Capacidade funcional de Idosos e Auto-Percepção de saúde.

2.     Revisão bibliográfica

2.1.     Dados e estatísticas do envelhecimento

    Do ponto de vista demográfico, no plano individual, envelhecer significa aumentar o número de anos vividos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a população idosa como aquela a partir dos 60 anos de idade, mas faz uma distinção quanto ao local de residência dos idosos. Este limite é válido para os países em desenvolvimento, subindo para 65 anos de idade quando se trata de países desenvolvidos (IBGE, 2002).

    O crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo em um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase oito milhões de pessoas idosas ao ano. As projeções indicam que em 2050, a população idosa será de 1.900 milhão de pessoas (IBGE, 2002).

    No Brasil, o processo de envelhecimento é um dos mais rápidos do mundo. O número de idosos cresceu na população geral passando de 5% para 14% até 2005, com perspectivas de nas próximas décadas serem a sexta maior população de idosos no mundo. Entre as causas deste aumento está o declínio da natalidade e da mortalidade (IBGE, 2002). A expectativa de vida dos brasileiros que em 1900 não alcançava os 35 anos de idade, em 1950 atingiu 43 anos, em 2000 foi de 68 anos, com previsão de atingir 80 anos em 2025. O declínio na mortalidade e fecundidade modificou a estrutura da pirâmide populacional brasileira, a redução na entrada de recém-nascidos e o aumento na proporção de pessoas atingindo idades avançadas resultaram em uma estrutura demográfica antes só observada em países desenvolvidos (RAMOS, 2003).

    Se persistirem as tendências para as taxas de fecundidade e longevidade da população brasileira, no ano 2020 a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas, chegando a representar quase 13% do total de habitantes (IBGE, 2002). Além disso, a proporção da população “mais idosa”, aquela com 80 anos ou mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo. Ou seja, a população considerada idosa também está envelhecendo. Isso leva a uma heterogeneidade do segmento populacional chamado idoso (CAMARANO, 1999).

    No Brasil, a preocupação com os aspectos demográficos do envelhecimento de sua população é relativamente recente. No final da década de 60 inicia-se um rápido e generalizado declínio da fecundidade no Brasil. Sua Taxa de Fecundidade Total (TFT) passou de 5,8 filhos, em 1970, para algo em torno de 2,3 filhos por mulher em 2000 (CARVALHO, 2001). Como consequência, a população brasileira entrou em um sustentado processo de desestabilização de sua estrutura etária, com conseqüente envelhecimento da população (CARVALHO e GARCIA, 2003).

2.2.     Processo fisiológico do envelhecimento

    O envelhecimento é definido pela Organização Pan-Americana de Saúde e referendado pelo Ministério da Saúde como “um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie de maneira que o tempo torne capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte” (GUIMARÃES, 2004).

    O envelhecimento faz com que o organismo funcione de forma diferenciada e o corpo torna-se menos flexível, os movimentos são mais lentos com conseqüente perda da agilidade, as articulações vão perdendo a mobilidade e elasticidade, os ossos ficam mais fracos, com uma deterioração do aparelho bronco pulmonar, com isso todo o sistema respiratório sofre comprometimento, o aparelho cardiovascular também diminui sua capacidade (MAZO, 2004). É um processo contínuo, durante o qual ocorrem declínios progressivos de todos os processos fisiológicos, modificando a saúde e a vida das pessoas (FRANK, 2007).

    É um processo progressivo no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que vão alterando gradativamente o organismo, tornando-o mais susceptível a agressões. Compreende-se que as mudanças morfológicas, funcionais e bioquímicas que ocorrem no envelhecimento abrangem todo o organismo (DUARTE, 1996). Algumas dessas alterações orgânicas são: a perda de força muscular, resistência e agilidade (MAZO, 2004).

    Essas mudanças morfológicas, funcionais e bioquímicas que ocorrem no envelhecimento, podem aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças crônicas (MATSUDO, 2001). E essas doenças crônicas e degenerativas podem ocasionar para o idoso um maior grau de dependência, relacionado diretamente com a perda de autonomia e dificuldade de realizar as atividades básicas de vida diária, interferindo na qualidade de vida destes indivíduos (DUARTE, 1996). Hoje, já se sabe que ele é um processo multifatorial que sofre influências intrínsecas e extrínsecas, o que faz com que se manifeste de maneira peculiar e individual (ANDEOTTI, 1999).

    No processo natural de envelhecimento ocorre uma diminuição da capacidade funcional de cada sistema, aumentando a probabilidade do aparecimento das doenças crônico-degenerativas. A queda na capacidade funcional dos idosos pode ser acelerada ou retardada de acordo com fatores genéticos bem como do estilo de vida e o ambiente em que se vive (OLIVEIRA, 2005).

    Neste contexto, à medida que a idade aumenta, geralmente as pessoas se tornam menos ativas, suas atividades físicas diminuem e, desta forma, o surgimento de doenças crônicas se torna muito mais frequente. O envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorre um declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável pode-se retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade (RAMOS, 2007).

2.3.     Capacidade funcional do idoso

    O conceito de capacidade funcional abrange a capacidade de o indivíduo manter competência, habilidades físicas e mentais para um viver independente e autônomo. Em outras palavras, capacidade para realização das Atividades da Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) (CANÇADO, 1996).

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) As Atividades Básicas de Vida Diária (AVDs) correspondem aos níveis mais graves de deficiência das aptidões físicas, relevantes, em sua maior parte, aos pacientes frágeis e/ou institucionalizados. As AVDs avaliam funções de sobrevivência, tais como se alimentar, banhar-se, higiene pessoal, vestir-se, transferir-se de um local a outro e outras atividades básicas. As AIVDs estendem o conceito acima, abarcando também problemas um pouco mais complexos da vida cotidiana de um indivíduo menos dependente. Oferecem indicadores de funções sociais que ampliam os temas explorados pelas escalas AVDs como, por exemplo, gerir o orçamento doméstico, utilizar o telefone, sair só, fazer compras, etc. (OLIVEIRA, 2005).

    A avaliação da capacidade funcional vai muito além de um diagnóstico e tratamento de doenças específicas, pois percebe o idoso em seu meio, na sua residência e sua independência em relação aos cuidadores e/ou familiares, tornando um instrumento particularmente útil para avaliar o estado de saúde dos iodos (GUIMARÃES, 2004).

    Com o envelhecimento há diminuição da capacidade funcional, que acaba por comprometer a realização das AVDs e as AIVDs (RAMOS, 1996). A promoção e a manutenção da capacidade funcional em idosos refletem numa melhor qualidade de vida e num envelhecimento bem sucedido, assim como sua recuperação, quando está prejudicada por alguma razão (OLIVEIRA, 2005).

    O conceito “envelhecimento com sucesso” engloba três diferentes domínios multidimensionais: a) evitar as doenças e incapacidades; b) manter uma alta função física e cognitiva; e c) engajar-se de forma sustentada em atividades sociais e produtivas (FRANCHI 2005).

    A capacidade funcional é, atualmente, considerada um novo paradigma de saúde, sendo de valor crucial para prevenção e promoção da saúde do idoso. É através dela que conseguimos diagnosticar, tratar, reabilitar e evitar complicações secundárias das doenças crônico-degenerativas que tão freqüentemente acometem os idosos (CANÇADO, 1996). E a perda dessa capacidade está associada à predição de fragilidade, dependência, institucionalização, trazendo complicações ao longo do tempo e gerando cuidados de longa permanência e alto custo (MIRANDA, 2004).

    Estudos indicam que fatores sócio-demográficos, socioeconômico, culturais e psicossociais podem exercer influência sobre a capacidade funcional do idoso. Como idade, sexo, arranjo familiar, educação e estilo de vida entre outros. (ROSA, 2003). A saúde, dentro de uma ótica da capacidade funcional, passa a ser resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. Qualquer uma dessas dimensões se comprometida, pode afetar a capacidade funcional de um idoso (FREITAS, 2002).

    Portanto, é de fundamental importância conhecer as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento e saber identificar as síndromes geriátricas para a prevenção de prováveis independências do idoso. E a manutenção e a preservação da capacidade para desempenhar as atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar o maior tempo possível a independência, com isso o idoso mantém a sua capacidade funcional (GUIMARÃES, 2004).

    Sendo assim a melhoria dos componentes do condicionamento funcional (força muscular, potência, resistência, flexibilidade e amplitude de movimento), separadamente ou em combinação, são de extrema importância para manter o desempenho de atividades diárias. Pois não se pode pensar hoje em dia em prevenir ou minimizar doenças sem que, além das medidas gerais da saúde, se inclua a atividade física (CAMPOS, 2000).

2.4.     Epidemiologia da atividade física no envelhecimento

    A associação entre a prática de atividade física e melhor padrão de saúde tem sido relatada na literatura há muito tempo e têm aumentado na década atual. Esses estudos evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade física e a diminuição da mortalidade. Com isso a atividade física regular reduz o risco de mortalidade e morbidade, sendo um importante componente de estilo de vida saudável, principalmente pela evidência de diversos benefícios à saúde. (THOMAS e NELSON,2002). A gerontologia revela que os exercícios físicos promovem um estado físico funcional e bem-estar, proporcionando melhoria na qualidade de vida dos idosos (CONN, 2000; ELLINGSON, 2000).

    Aliada ao envelhecimento fisiológico normal observa-se uma tendência à inatividade física, o que compromete as principais capacidades físicas, ocasionando desequilíbrio biológico e restrições para a execução das atividades da vida diária (AVDs) (ANDREOTTI e OKUMA, 1999).

    Autores como Pollock e Feingenbaum (1999), Raso (2000), Matsudo (2001) e Hollandet al. (2002) consideram que as implicações das perdas de força e flexibilidade relacionadas ao envelhecimento influenciam na realização das atividades básicas e instrumentais da vida diária. A inatividade física pela falta de movimento e de exercícios corporais aumenta, expressivamente, a procura por atendimento médico, além disso, parece estar criando, precocemente, nos idosos, dependência de terceiros (CASSEL, 1999).

    Entretanto, é sabido que o exercício físico pode ser usado no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove melhora na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais. Os benefícios provocados pela prática de exercícios físicos pelas pessoas idosas têm sido estudados pela comunidade científica, destacando aqueles que atuam na melhora da capacidade funcional, equilíbrio, força, coordenação e velocidade de movimento, contribuindo para uma maior segurança e prevenção de quedas entre as pessoas idosas (MATSUDO, 2001; SPIRDUSO, 2005).

    Os benefícios da prática de atividade física não se restringem ao campo físico-funcional e mental dos indivíduos, mas repercutem também na dimensão social, melhorando o desempenho funcional, mantendo e promovendo a independência e a autonomia daqueles que envelhecem. Especialmente entre os idosos, é constatado que a prática de atividade física diminui o risco de institucionalização e o uso de serviços de saúde e de medicamentos (SANTOS et al., 2001). Com isso a atividade física vem sendo crescentemente inserida em programas de promoção de hábitos saudáveis de vida, de prevenção e mesmo de controle de doenças.

    Uma das estratégias propostas pela Organização Mundial da Saúde (2005) é o envelhecimento ativo, sendo a atividade física um dos fatores comportamentais determinantes para a adoção de um estilo de vida saudável e a participação ativa no cuidado da própria saúde. Alguns autores elegem o exercício praticado no lazer para estimar a prevalência de ativos ou de fisicamente inativos por considerarem estas informações mais diretas e fáceis de obter que as relativas às atividades realizadas no exercício ocupacional ou no trabalho doméstico (GOMES et al., 2001).

    A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos. Nesse contexto, programas de atividades físicas devem ser controlados para atingir o limiar de sensibilidade orgânica com o intuito de promover melhorias que amenizem o declínio funcional do sistema neuromotor. (HAKKINEN et al., 1997). Além disso, o exercício físico leva o indivíduo a uma maior participação social, resultando em um bom nível de bem-estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a melhoria de sua qualidade de vida (CARDOSO, 1992).

    Não obstante, está suficientemente estabelecido que um adequado programa de atividade física pode retardar a progressão do processo degenerativo que acompanha o envelhecimento, desempenham importante papel na prevenção, conservação e recuperação da capacidade funcional dos indivíduos, repercutindo positivamente em sua saúde. Obviamente a prática dos exercícios físicos não fará parar o processo de envelhecimento, mas, poderão retardar o aparecimento de complicações, interferindo positivamente no seu bem estar (GUEDES, 1995).

2.5.     Auto-percepção de saúde

    O estado de saúde está intimamente relacionado à qualidade de vida, valorizando-se cada vez mais o indicador “qualidade de vida relacionada à saúde”. A auto-percepção de saúde pelo idoso desponta como indicador relevante de seu bem-estar, útil para avaliar seu estado real e suas necessidades de saúde, além de predizer sua sobrevida; podendo ser encarada como uma importante representação das avaliações objetivas (ALVES, 2004).

    A auto-percepção de saúde contempla aspectos da saúde física, cognitiva e emocional. Além disso, é um poderoso indicador de morbi-mortalidade, ou seja: as pessoas que relatam a sua saúde como sendo pobre apresentam maior risco de morbi-mortalidade em comparação com aquelas que relatam ter uma saúde excelente (MARCELLINNI, 2002).

    Com o envelhecimento, observa-se uma tendência a inatividade física. Um fator que contribui para a (in)atividade física está relacionada a auto-percepção de saúde do idoso (BENYAMINI, 1997).

3.     Metodologia

    O presente estudo, de caráter transversal, foi desenvolvido dentro de um modelo de pesquisa descritiva e quantitativa, compreendendo 43 idosos do sexo feminino e com idade igual ou superior a 60 anos, participantes da AAGRUTI (Associação de Amigos, Grupos de Convivência e Universidade Aberta com a Terceira Idade), situada no município de Jequié-Bahia. A composição da amostra seguiu as etapas descritas no quadro 1. Na primeira etapa, caracterizada como de conveniência ou não-aleatória (THOMAS e NELSON, 2002), foi avaliado o grupo De bem com a vida. Na segunda etapa, definido o grupo de forma intencional, foram convidados a responderem a entrevista aqueles idosos que concordaram, após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento de Livre Esclarecimento (TCLE), em participar, de forma voluntária, do estudo.

Quadro 1. Etapas de composição da amostra

    Para coleta de dados foi utilizado um instrumento sob a forma de entrevista estruturada. Esse instrumento foi previamente testado a partir de partes dos seguintes instrumentos já validados: I. Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP, 2008); II. Auto-percepção de Saúde, Atividade Física no Lazer, de acordo com instrumento de Estilo de Vida e Hábitos de Lazer (NAHAS et al., 2004); III. Capacidade Funcional (KATZ et al., 1963 ; LAWTON e BRODY, 1969).

    As partes que compuseram o instrumento foram divididas em blocos e incluídas de acordo com o quadro 2.

    A coleta de dados ocorreu de acordo com as seguintes etapas: a. Autorização prévia dos coordenadores do grupo De bem com a vida; b. Aprovação dos protocolos de intervenção do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB; c. Convite para participação na pesquisa através de cartazes afixados nas unidades escolhidas; d. Aplicação do instrumento no grupo escolhido.

    Para a análise estatística dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS for Windows versão 11.5. Foi adotado para análise e interpretação dos dados um nível de significância de 5% (p < 0,05).

    A análise descritiva dos dados serviu para caracterização da amostra, com distribuição de freqüência, medida de tendência central (média) e de dispersão (amplitude de variação, desvio-padrão).

    Para escolha da análise estatística apropriada foram observadas as seguintes características: natureza dos dados, normalidade e distribuição dos dados, escalas de medidas e linearidade. Portanto, após observações acima citadas, utilizou-se o teste de Qui-quadrado corrigindo os valores pelo teste exato de Fischer's, quando pertinente.

Quadro 2. Estrutura do Instrumento de coleta de dados

4.     Resultados e discussão

    A amostra do estudo foi composta por 43 idosos exclusivamente do sexo feminino, com idade mínima de 60 anos e máxima de 89 anos, sendo a idade média de 71,09 anos.

    Com relação às condições de saúde autorreferida (percepção do nível de saúde atual), observou-se que 37,2% (n=16) dos idosos consideraram sua saúde como sendo boa, 34,9% (n=15) percebem sua saúde atual como regular e 18,6% (n=8) relatam que seu estado de saúde atual esteja ruim (Figura 1).

Figura 1. Auto-percepção do nível de saúde atual

    Quando questionados sobre sua saúde em relação a outros idosos, 53,3% (n=23) acham que sua saúde atual se encontra em um estado melhor em comparação aos seus pares e 23,3% (n = 10) relatam que sua saúde atual esteja em uma condição “pior” que a de seus pares (Figura 2). A auto-percepção de saúde por parte dos idosos surge como um indicador útil, para avaliar as suas necessidades e real estado de saúde (ALVES, 2004).

Figura 2. Auto-percepção de saúde em comparação aos pares

    No que diz respeito ao nível de atividade física realizada no lazer, 67,4 % (n = 29) das idosas responderam que praticam atividade física moderada em seu tempo livre e 32,6 % (n = 14) relatam que não praticam atividade física neste grau de intensidade.

    Da parcela da amostra, 23,3 % (n = 10) das idosas praticam 3 dias/semana de atividade física moderada em seu lazer, de modo que totalizem, ao menos, 30 minutos por dia; 16,3 % (n = 7) das idosas realizam tal atividade durante 5 dias semanais (Figura 3). A participação em atividades físicas regulares e moderadas contribui para retardar os efeitos dos declínios funcionais, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos idosos. (HAKKINEN et al., 1997).

    Para análise da Escala de Avaliação de Atividade Básica da Vida Diária foi utilizado como instrumento o Índice de Katz. Cada item da escala é composto de três valores: I- Independente, A- Necessita assistência e D- Total dependência. As variáveis analisadas para atividades básicas da vida diária (ABVD's) foram: Banho, Vestuário, Higiene pessoal, Transferência, Continência e Alimentação.

Figura 3. Nível de atividade física habitual

    Dentre as ABVD's averiguadas, algumas idosas relataram necessitar de assistência nas respectivas atividades: Banho 7% (n = 3), vestuário 9,3% (n = 4) e continência 11,6% (n = 5). Nas demais ABVD's, as idosas apresentaram total independência (Tabela 1).

    Os idosos capazes de realizarem todas as atividades foram categorizados como de independência total. Aqueles que precisam de ajuda para realizar entre uma ou duas atividades foram considerados como de dependência leve, enquanto que, os que necessitam de ajuda para realizar entre três e quatro atividades, classificados como de dependência média. Já os idosos que precisam de ajuda para realizar entre cinco e seis atividades foram classificados como de dependência grave.

Tabela 1. Atividades básicas da vida diária

    Nesse sentido, 86,04% (n=37) das idosas apresentaram Independência Total, 6,97% (n=3) Dependência Leve e 6,97% (n=3) apresentaram Dependência média (Figura 4).

Figura 4. Grau de dependência dos idosos

    Para avaliar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD’s), foi utilizada a escala de Lawton, que analisa as seguintes variáveis: telefone, viagens, compras, preparo de refeições, trabalho doméstico, medicações e dinheiro. Todas as variáveis podem ser classificadas como dependência total, dependência parcial e independência.

    De acordo com os resultados obtidos (Tabela 2), 51,2% (n = 22) da amostra apresentou dependência parcial para viagens; 23,3% (n = 10) dependência parcial e 13,9% (n = 6) dependência total para compras; 11,6% (n = 5) dependência total e 9,3% (n = 4) dependência parcial para preparo de refeições; 60,5% (n = 26) dependência parcial e 13,9% (n = 6) dependência total para realização de trabalhos domésticos. Também foi verificado que, dentre as variáveis, aquela que apresentou menor grau de dependência se refere a medicações, com 11,6% (n = 5) de dependência parcial.

    Para efeito de análise da auto-percepção de saúde, as categorias relativas ao estado de saúde atual foram agrupadas em “excelente/muita boa” e “boa”, e definida como sendo positiva. Já as categorias “regular” e “ruim” foram definidas como negativa. Em se tratando do nível de atividade física no lazer, o qual refere-se à freqüência da prática de atividades moderadas, pelo menos durante 30 min/dia, e para efeito de análise dos dados, este foi categorizada em três grupos: “inativo no lazer” (0 dia/semana), “insuficientemente ativo no lazer” (1 a 4 dias/semana) e “suficientemente ativo no lazer” (5 ou mais dias/semana).

Tabela 2. Atividades Instrumentais da Vida Diária

    A associação destas variáveis mostra que 75 % (n = 6) da população suficientemente ativa e 61,9 % (n = 13) da população insuficientemente ativa apresentam uma auto-percepção de saúde positiva (Tabela 3). Observa-se ainda que, das 20 idosas que possuem auto-percepção de saúde positiva, 19 realizam atividades moderadas pelo menos durante 30 min/dia. Em contrapartida, 92,9 % (n = 13) das idosas que apresentaram auto-percepção de saúde negativa são inativas. Das idosas com auto-percepção de saúde negativa (n=23), 21 se enquadram entre inativas e insuficientemente ativas (Tabela 3).

    Com o envelhecimento fisiológico normal, geralmente observa-se uma tendência à inatividade física, o que gera um maior risco relativo à população idosa apresentar piora da educação física e incapacidade funcional nas AVDs e, sobretudo, naqueles itens de atividades instrumentais da vida diária (AIVDs). Assim, com o comprometimento de algumas valências físicas, tais como, perdas de força e flexibilidade, relacionadas ao envelhecimento, influenciam na realização das atividades básicas e instrumentais da vida diária (POLLOCK e FEINGENBAUM, 1999).

    Os dados demonstraram (Tabela 4) que das idosas inativas 21,4 % (n = 3) apresentam dependência parcial para realização do banho (p < 0,05). Em contrapartida, as idosas suficientemente ativas são todas independentes com relação a esta AVBD, sendo encontrada associação estatisticamente significativa (p < 0,05).

    Em se tratando da AIVD viagem, observou-se (Tabela 5) que das idosas inativas 85,7 % (n = 12) relatam dependência parcial, e das 22 idosas que apresentam dependência parcial 21 são inativas e insuficientemente ativas. Da parcela da amostra de idosas que se enquadra na categoria independente, 87,5% (n = 7) são suficientemente ativas.

Tabela 3. Associação entre nível de atividade física habitual e auto-percepção de saúde

    Desta forma, observa-se que a prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde seja nas capacidades funcionais (VUORI, 1995).

Tabela 4. Associação entre o nível de atividade física habitual e AVBD (Banho)

 

Tabela 5. Associação entre o nível de atividade física habitual e AIVD (Viagem)

5.     Conclusão

    Nesta pesquisa, observou-se, com base na análise dos resultados, que há uma relação significativa, diretamente proporcional, entre auto-percepção de saúde e atividade física. Ou seja, uma auto-percepção de saúde positiva reflete um maior nível de atividade física habitual, bem como uma auto-percepção de saúde negativa remete a um baixo nível de atividade física habitual e até mesmo a inatividade física.

    Outro aspecto analisado refere-se à associação entre atividade física e capacidade funcional. Nesse aspecto, observou-se uma maior prevalência de dependência com relação às AVBDs (banho) e AIVDs (viagens) em idosas insuficientemente ativas e inativas.

    Portanto, visto a relação existente entre auto-percepção de saúde, capacidade funcional e nível de atividade física habitual, é de se considerar programas que englobem estas três vertentes como medidas preventivas de grande valia, na perspectiva de que estas minimizem a ocorrência de dependência por parte dos idosos.

Referencias bibliográficas

  • ABEP. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil. 2008, 3p.

  • ALVES L. C. Determinantes da auto-percepção de saúde dos idosos do município de São Paulo, 1999/2000. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Belo Horizonte, 2004.

  • ANDEOTTI, R. A. Efeitos de um programa de Educação Física sobre as atividades da vida diária em idosos. Dissertação de Mestrado. Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

  • ANDREOTTI, R. A.; OKUMA, S. S. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. Revista Paulista de Educação Física, v. 13(1), p. 46-66, 1999.

  • CAMARANO, A. A. (Org.). Muito além dos 60: os novos idosos brasileiros. Rio de Janeiro: IPEA, 1999.

  • CAMPOS, M. A. Musculação: diabético, osteoporóticos, idosos, crianças e obesos. Rio Janeiro: Sprint, 2000.

  • CANÇADO, F. Epidemiologia do envelhecimento, pp. 16-43. In: Noções práticas de geriatria. COOPMED, São Paulo, 1996.

  • CARDOSO, J. R. Atividades físicas para a terceira idade. Revista a terceira idade, v.5(4), p.9-21, 1992.

  • CARVALHO, J. A. M. Crescimento Populacional e Estrutura Demográfica no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério do Exterior / Agência Brasileira de Cooperação, 2001.

  • CARVALHO, J. A. M.; GARCIA, R. A. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública, v.19(3), p.725-733, 2003.

  • CASSEL C. The practical guide to aging: what everyone needs to know. 3rd ed. New York: University Press, 1999. 352 p.

  • DUARTE, Y. A. O. Princípios de Assistência de Enfermagem Gerontológica. In: NETTO, M. P. Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 222-229.

  • ELLINGSON, T.; CONN, V. S. Exercise and quality of life in elderly individuals. Journal of Gerontological Nursing, v. 26 (3), p. 17-25, 2000.

  • FRANCHI K. M.B.; JUNIOR R.M.M. Atividade física: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v.18 (3), p.152-156, 2005.

  • FRANK, S.; SANTOS, S. M. A.; ASSMANN, A.; ALVES, K. L.; FERREIRA, N. Avaliação da capacidade funcional: Repensando a assistência ao idoso na saúde comunitária. Estud. interdiscip. envelhec., v.11, p.123-134, 2007.

  • FREITAS, E. V.; PY, L.; CANÇADO, F. A. X.; GORZONI, M. L. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

  • GOMES, V. B; SIQUEIRA, K. S.; SICHIERI, R. Atividade física em uma amostra probabilística da população do município do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, v.17, p.969-76, 2001.

  • GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Exercício na promoção da saúde. Londrina: Midiograf, 1995.

  • GUIMARÃES, L. H. C. T.; GALDINO, D. C. A.; MARTINS, F. L. M.; ABREU, S. R.; LIMA, M.; VITORINO, D. F. M. Avaliação da capacidade funcional de idosos em tratamento fisioterapêutico. Revista Neurociências, v.12(3), 2004.

  • HAKKINEN, K.; KRAEMER, W. J.; NEWTON, R. U. Muscle activation and force production during bilateral and unilateral concentric and isometric contractions of the knee extensors in men and women at different ages. Electroencephalography and Clinical Neurophysiology, v.37(3), p.131-42, 1997.

  • IBGE. Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios no Brasil: 2000. Estudos e Pesquisas: informação demográfica e socioeconômica: IBGE, Rio de Janeiro, n. 9, 2002. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ perfil idoso/perfilidosos2000.pdf. Acesso em: 27 outubro. 2008.

  • IDLER, E. L.; BENYAMINI, Y. Self-rated health and mortality: a review of twenty-seven community studies. J. Health Soc. Behav., v.38(1), p.21–37, 1997.

  • LAWTON, M. P.; BRODY, E. M. Assessment of Older People: Self Maintaining and Instrumental Activities of Daily Living. Gerontologist, v.9, p.179-86, 1969.

  • KATZ S.; FORD, A. B.; MOSKOWITZ, R. W.; JACKSON, B. A.; JAFFE, M. W. Studies of illness in the aged. The index of ADL: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA, v.185(12), p.914-919, 1963.

  • MARCELLINI, F. Health perception of elderly people: the results of a longitudinal study. Arch. Gerontol Geriatr. Suppl, v. 35, p.181-9, 2002.

  • MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso. Concepção gerontológica. 2ed. Porto Alegre: Sulina, 2004.

  • MATSUDO S. M. M. Envelhecimento e atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.

  • MIRANDA, R. D. Geriatria, atividade física e envelhecimento. São Paulo, 1994. Associação Atlética Acadêmica Pereira Barreto- Universidade Federal de São Paulo. Disponível em: http://www.unifesp.br/assoc/aapb/scf/artigo_1_geriatria.htm. Acesso em: 13 de abril de 2009.

  • OMS - Organização Mundial de Saúde. Cid-10 – Centro colaborador da OMS para a classificação de doenças em português. 4a ed. 1: 9-29.

  • OLIVEIRA, B. H. D. Sobre a Saúde e Qualidade de Vida no Envelhecimento. Textos Envelhecimento, v.8(1), 2005.

  • RAMOS, L. R. Fatores Determinantes do Envelhecimento Saudável em Idosos Residentes em Centro Urbano: projeto epidoso, São Paulo. Caderno de Saúde Pública, v.19(3), 2003.

  • ROWE, J. W.; KAHN, R. L. Human Aging: usual and successful. Science, v.237, p.143-149, 1987.

  • SANTOS, L. D.; TEIXEIRA-SALMELA, L. F.; LELIS, F. O.; LOBO, M. B. Eficácia da atividade física na manutenção do desempenho funcional do idoso: uma revisão da literatura. Fisioter. Bras., v.2, p.169-76, 2001.

  • SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. 2a ed. São Paulo: Manole; 2005

  • THOMAS, J. R; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

  • VEGA, J. L.; BUENO, B. Desarrollo adulto y envejecimiento. Madrid, Síntesis, 1996.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 167 | Buenos Aires, Abril de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados