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Parâmetros de aptidão física de futebolistas 

masculinos de campo da categoria infantil

Parámetros de aptitud física de futbolistas de campo masculinos de categoría infantil

Physical fitness parameters of male juvenile category field soccer players

 

*Bacharel em Educação Física

**Professor da ESEF/UFPel

(Brasil)

Pablo Sampietro Vasconcelos*

pablo_dapraia@hotmail.com

Everton Burlamaque Bettin*

tom_bettin@hotmail.com

Micael Rosa do Amaral*

micael.personal@live.com

Nelson Luiz de Lima Iahnke*

niahnke@yahoo.com.br

Volmar Geraldo da Silva Nunes**

volmar@ufpel.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          O estudo teve como objetivo analisar os parâmetros antropométricos e de aptidão física de futebolistas masculinos da categoria infantil. A amostra foi composta de 37 atletas que cursavam entre a 7ª série do Ensino Fundamental até o 2º ano do Ensino Médio, participantes das equipes de Futebol de campo da cidade de Pelotas (RS). As capacidades físicas avaliadas foram: força explosiva de pernas [impulsão vertical (FEPV) e horizontal (FEPH)] e de braços [arremesso do medicine ball (FEB)], resistência muscular localizada de abdômen [abdominal (RMLA)], de pernas [canguru (RMLP)] e aeróbia [teste de corrida de vai-e-vem de 20 metros (RA)], flexibilidade [sentar e alcançar (FLEX)], agilidade [vai e vem com condução de bola (AGIL)] e velocidade de deslocamento [25 metros lançados (VD)]. Os futebolistas masculinos da categoria infantil apresentam valores médios de FEPV de 0,38 m, FEPH de 1,88 m, FEB de 4,37 m, RMLA de 48,76 repetições, RMLP de 13,68 repetições, RA de 46,48 mL/Kg.min, FLEX de 24 cm, AGIL de 12,35 seg. e VD de 3,22 segundos. Concluiu-se que nos parâmetros de aptidão física os futebolistas apresentam-se com pouca força explosiva de pernas e braços, excelente resistência abdominal, boa resistência de perna e aeróbia, fraca condição de flexibilidade, fraca condução de bola e boa de velocidade de deslocamento.

          Unitermos: Aptidão física. Futebol de campo. Categoria infantil.

 

Abstract

          The objective of the study was to analyze the physical aptitude parameters of male juvenile category soccer players. The sample included 37 athletes who form field soccer teams from the city of Pelotas (RS) and who attended between 7th grade and Middle School until the 2nd year of High School. The assessed physical capabilities are as follows: explosive strength of the legs (vertical and horizontal impelling) and arms (throwing the medicine ball), localized muscular resistance of the abdomen (abdominal) and legs (kangaroo), aerobic resistance (maximal multistage 20 m shuttle run test to predict), flexibility (sit and reach), agility (coming and going steering a ball) and movement speed (25 meter throw). The male juvenile soccer players presented average values of EFLV of 0,38 m, EFLH of 1,88 m, FEA of 4,37 m, RMEA of 48,76 repetitions, RMEP of 13,68 repetitions, AR of 46,48 mL/Kg.min, FLEX of 24 cm, AGIL of 12,35 sec. and MS of 3,22 seconds. We reached the conclusion that within the physical aptitude parameters, the soccer players were found to have less arm and leg explosive strength, excellent abdominal resistance, good leg and aerobic resistance, weak flexibility condition, weak ball steering and good movement speed.

          Keywords: Physical aptitude. Soccer players. Male juvenile category.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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I.     Introdução

    O futebol é uma das modalidades desportivas mais populares em todo o mundo, tendo já originado uma grande quantidade de pesquisas sobre diferentes aspectos de análise da modalidade. No entanto, a maioria dos estudos foi baseado na elite masculina (MOHR, KRUSTRUP & BANGSBO, 2005), existindo pouca pesquisa que tenha envolvido jovens futebolistas.

    Com a crescente ênfase conferida ao desenvolvimento de talentos no desporto, existe hoje o consenso entre técnicos e cientistas de que a investigação específica ajuda a definir mais claramente os níveis atuais de aptidão fisiológica e de habilidades específicas para o futebol infanto-juvenil (VANDERFORD, MEYERS, SKELLY, STEWART & HAMILTON, 2004).

    Levando em consideração a condição física, o objetivo de muitos treinadores é selecionar os atletas o mais cedo possível através da detecção de talentos, e nesse processo, os que apresentam melhores resultados são escolhidos por possuírem força, velocidade e resistência notadamente maiores em relação aos outros indivíduos da mesma idade cronológica (WEINECK, 2005; MALINA et al., 2000); sendo que a resistência aeróbia é uma das principais (LEAL JUNIOR et. al., 2006; HELGERUD et. al. 2001), pois permite ao atleta jogar a partida toda e também se recuperar mais rapidamente dos esforços anaeróbios.

    PAIN E HARWOOD (2007) sugerem que o desempenho no futebol é multifacetado e que a planificação e organização dos treinamentos, o desenvolvimento físico, fatores táticos, desenvolvimento filosófico, variáveis psicológicas e sociais, juntamente com o papel do treinador são os pontos mais importantes para o sucesso na modalidade. Portanto, o objetivo desse estudo foi analisar os parâmetros de aptidão física de futebolistas masculinos de campo da categoria infantil.

II.     Material e métodos

    O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, pois procura descrever o problema estudado (KOCHE, 1982).

    A população foram atletas masculinos de Futebol de campo, da categoria infantil, no ano de 2010, que participaram de um programa de treinamento físico durante todo o decorrer da temporada com, normalmente duas sessões de trabalhos físicos por semana, com uma pré temporada básica de trabalhos físicos e, no período competitivo, normalmente apenas um trabalho físico por semana, com treinamentos 5 (cinco) vezes por semana na fase básica e 4 (quatro) vezes por semana durante o decorrer dos campeonatos.

    A amostra foi composta de 37 atletas masculinos de Futebol de campo com idades variando de 14 a 15 anos (categoria infantil), que cursavam entre a 7ª série do Ensino Fundamental até o 2º ano do Ensino Médio, participantes da equipes de Futebol de campo da cidade de Pelotas (RS).

    O pesquisador reuniu-se com o departamento de futebol amador dos clubes Grêmio Atlético Farroupilha, Esporte Clube Pelotas e Grêmio Esportivo Brasil, da cidade de Pelotas (RS), solicitando permissão para a realização do estudo.

    A coleta dos dados foi realizada nas dependências dos clubes envolvidos. Reuniram-se os atletas para explicar o objetivo da pesquisa e solicitou-se o empenho dos mesmos na realização dos testes.

    A ficha de dados individuais foi testada quanto a sua objetividade por três especialistas em Educação Física e a balança foi calibrada a cada 5 sujeitos examinados, durante a coleta de dados. O teste em extensão sem corrida (teste de impulsão horizontal) - JOHNSON & NELSON (1986) obteve coeficiente de fidedignidade de 0,96. O teste de 25 metros lançados tem uma fidedignidade de 0,83 KRUG & NUNES (1991). O teste de sentar e alcançar (banco de Wells) possui uma fidedignidade de 0,94 (JOHNSON & NELSON, 1986). O vai e vem com condução de bola tem uma fidedignidade de 0,88 (NUNES & CAMPOS, 2010). O teste de corrida de vai-e-vem de 20 metros tem uma validade 0,76 (VAN MECHELEN et al., 1986). O arremesso do medicine ball apresenta uma fidedignidade 0,92 (PAULA, 1989). O teste abdominal apresenta um coeficiente de objetividade de 0,94 (JOHNSON & NELSON, 1986). No teste do canguru não foram encontrados os coeficientes de fidedignidade.

    A coleta de dados foi dividida em dois dias, assim no primeiro dia ocorreu na seguinte ordem: primeiramente a medição de peso corporal, estatura, dobra cutânea tricipital e subescapular, determinação do diâmetro ósseo rádioulnar e femoral. Na seqüência foram realizados os testes de força explosiva de pernas I (teste de impulsão vertical), de resistência muscular localizada abdominal (teste abdominal), de flexibilidade (teste de sentar e alcançar) e por fim de força explosiva de pernas II (teste de impulsão horizontal). No segundo dia de testes obedeceu a seguinte ordem: teste de velocidade de deslocamento (teste de 25 m lançados), teste de agilidade (9,14 m com bola de futebol de campo), de resistência muscular localizada de pernas (teste do canguru), de força explosiva de braços (teste do arremesso do medicine ball) e por fim a resistência aeróbia (teste de corrida de vai-e-vem de 20 metros).

    Os testes físicos foram divididos em circuitos, portanto os atletas saiam de um teste e iam para o próximo, sendo dado sempre intervalo suficiente para que os atletas estivessem recuperados para o próximo teste. Ao final, os atletas foram dispensados e receberam após três dias o resultado das suas avaliações com parecer técnico emitido pelos autores do trabalho.

VO2 máx = 31.025 + 3.238 x (velocidade) - 3.248 x (idade) + 0,1536 X (velocidade x idade)

    Para análise dos dados, foram utilizadas técnicas de estatística descritiva (média, desvio padrão). Para a construção dos parâmetros antropométricos e da aptidão física usou-se a Técnica de NUNES (1989).

    A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel), conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, referente à pesquisa envolvendo seres humanos.

    Todos participantes do estudo eram voluntários, sendo menores de idade perante a lei e levaram o termo de consentimento livre e esclarecido para que seu responsável legal lesse, e assinasse a autorização para a participação do menor no estudo.

    Nenhum dos atletas estava sob tratamento médico ou ingerindo algum tipo de medicação e para a participação no teste foi-lhes recomendado que não treinassem na véspera da avaliação nem ingerissem quaisquer alimentos sólidos nas duas horas (almoçar ate às 12 horas e 30 minutos) prévias aos testes.

III.     Resultados e discussão

    Para caracterizar a amostra estudada de atletas futebolistas de campo do sexo masculino da categoria infantil, coletaram-se dados de peso corporal (PC), estatura (EST), índice de massa corpórea (IMC) e idade (ID), apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1. Valores mínimos, máximos, médias e desvios-padrão dos atletas futebolistas

de campo do sexo masculino da categoria infantil, referentes à PC, EST e ID

    Analisando os resultados da Tabela 1, tem-se que aproximadamente 69% ( ± 1 s) da amostra estudada situam-se entre 55,71 Kg e 72,77 Kg com um valor médio de 64,24 Kg, na variável PC; e entre 1,71m e 1,83m com um valor médio de 1,76m, na variável EST.

    Confrontando os resultados médios de PC e EST com os de MARTELO et al (2007), os de VASCONCELLOS et al. (2010), os de BOZZA, MICHELIN & LADEWIG (2009), os de ALVES et al. (2009), os de FELTRIN & MACHADO (2009), os de SALGADO (2009), os de ALVES, SOUTO & FLOREZANO (2009), os de MAZZUCO (2007, os de MOREIRA E BAGANHA (2007) os de ARAUJO et al. (2007), os de QUINTAL (2005) e os de SEABRA, MAIA & GARGANTA (2001), verificou-se que os futebolistas desta pesquisa são mais pesados e mais altos. Com referência aos resultados médios de MANTOVANI et al. (2008) e de MACHADO (2003) estes apresentaram ser mais pesados e mais baixos do que os futebolistas deste estudo.

    Na variável IMC obteve-se o valor médio do índice em 20,62 situando na faixa de normalidade (18,5<IMC<25,0) e de acordo com os critérios dotados por WHO (1997) para a faixa etária de 14 e 15 anos, situam-se entre os percentis 50 e 85 (NUNES & CAMPOS, 2010).

    Comparando os resultados de IMC com os de MARTELO et al. (2007), os de ALVES et al. (2009, observou-se que os futebolistas desta pesquisa apresentaram um IMC inferior, estabelecendo um melhor relação entre PC e EST. O que pode ser comprovando com relação ao estudo realizado por MANTOVANI et al. (2008), VASCONCELLOS et al. (2010) e MAZZUCO (2007), contrariado pelo estudo de FELTRIN & MACHADO (2009), ARAUJO et al. (2007) e MOREIRA & BAGANHA (2007). Contudo os resultados médios de IMC desta pesquisa são semelhantes aos de SALGADO (2009).

    Para a determinação dos parâmetros de aptidão física dos atletas futebolistas de campo da categoria infantil do sexo masculino realizaram-se testes físicos nas capacidades específicas para jogadores de futebol de campo. Na Tabela 2 têm-se os resultados dos índices de força explosiva de pernas vertical (FEPV) e horizontal (FEPH) de braços (FEB), resistência muscular localizada de abdômen (RMLA) e de pernas (RMLP), resistência aeróbia (RA), flexibilidade (FLEX), agilidade (AGIL) e velocidade de deslocamento (VD).

Tabela 2. Valores mínimos, máximos, médias e desvios-padrão dos atletas futebolistas de campo do sexo 

masculino da categoria infantil, referentes à FEPV, FEPH, FEB, RMLA, RMLP, RA, FLEX, AGIL e VD

    O resultado médio da FEPV da amostra estudada é de 0,38 m encontra-se abaixo da média (0,41 a 0,50 cm) para pessoas adultas (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 0,33 m e 0,43 m. Confrontando os resultados médios de FEPV com os de VASCONCELLOS et al. (2010), FELTRIN & MACHADO (2009) e QUINTAL (2005) verificaram-se que os futebolistas obtiveram menos impulsão vertical do que este estudo, embora os futebolista dos estudos de MAZZUCO (2007) e COLEDAM (2007) registraram maior impulsão vertical.

    O resultado médio da FEPH da amostra estudada é de 1,88 m encontra-se classificado como fraco (<2,06 m) para adolescentes entre 14 e 15 anos (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 1,70 m e 2,06 m. Comparando os resultados médios de FEPH com os de BOZZA, MICHELIN & LADEWIG (2009) e QUINTAL (2005) notou-se que os futebolistas apresentaram menor impulsão horizontal do que este estudo; em contrapartida, os de ALVES et al. (2009), MAZZUCO et al. (2007) e SEABRA, MAIA & GARGANTA (2001) alcançaram uma maior impulsão.

    O resultado médio da FEB da amostra estudada é de 4,37 m encontra-se na média (3,67 a 6,10 m) para pessoas adultas (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 3,72 m e 5,02 m. Os futebolistas estudados por ALVES, SOUTO E FLOREZANO (2009) obtiveram resultados médios de FEB maiores do que esta pesquisa, desta forma constatou-se que eles possuíam maior FEB.

    O resultado médio da RMLA da amostra estudada é de 48,76 repetições encontra-se classificado com excelente (48 repetições) para pessoas adultas (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 39,76 repetições e 57,76 repetições. Os futebolistas desta pesquisa na variável RMLA têm maior RML de abdômen do que os futebolistas dos estudos de ALVES, SOUTO & FLOREZANO (2009), QUINTAL (2005) e SEABRA, MAIA & GARGANTA (2001)

    O resultado médio da RMLP da amostra estudada é de 13,68 repetições encontra-se classificado como bom (10 a 20 repetições) para pessoas adultas (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que aproximadamente 69% da amostra estudada possuem resultados entre 11,67 repetições e 15,69 repetições.

    O resultado médio da RA da amostra estudada é de 46,48 mL/Kg.min encontra-se classificado como bom (45,2 a 50,9 mL/Kg.min) pelas tabelas de Cooper (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 43,00 mL/Kg.min e 49,96 mL/Kg.min. Relacionando os resultados médios de RA com os de BOZZA, MICHELIN & LADEWIG (2009) e de MAZZUCO (2007) tem-se que estes foram inferiores aos desta pesquisa; em contrapartida, os de ALVES et al (2009) e os de FELTRIN & MACHADO foram superiores.

    O resultado médio da FLEX da amostra estudada é de 0,24 m encontra-se classificado como fraco (23 a 29 cm) para índice até 20 anos (NUNES & CAMPOS, 2010). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 0,18 m e 0,30 m. Os futebolistas desta pesquisa possuem menor índice médio de FLEX do que os de ALVES, SOUTO & FLOREZANO (2009) e MAZZUCO (2007)

    O resultado médio da AGIL da amostra estudada é de 12,35 segundos encontra-se abaixo da média (12,42 seg) para futebolistas de 14 a 17 anos (FALK & PEREIRA, 2009). Tem-se que a aproximadamente 69% da amostra estudada possui resultados entre 11,58 segundos e 13,12 segundos. Os futebolistas desta pesquisa possuem maior índice médio de AGIL do que os de FALK & PEREIRA (2009) e de SILVA et al. (2006), por conseguinte possuem mais agilidade na condução da bola.

    O resultado médio da VD da amostra estudada é de 3,22 segundos onde se tem que aproximadamente 69% da amostra estudada possuem resultados entre 2,98 segundos e 3,46 segundos.

    Apresentam-se os parâmetros de Aptidão Física (Tabelas 3 e 4) dos atletas futebolistas de campo do sexo masculino da categoria infantil, criado para 95,44% da população estudas ( ± 0,2 s) segundo técnica estatística proposta por Nunes (NUNES & CAMPOS, 2010).

Tabela 3. Parâmetros aptidão física dos atletas futebolistas de campo do sexo masculino da categoria infantil

 

Tabela 4. Parâmetros aptidão física dos atletas futebolistas de campo do sexo masculino da categoria infantil

    Para que se possa compreender a utilização dos parâmetros de aptidão física no dia a dia das equipes esportivas, realizaram-se aplicações práticas dos mesmos.

a.     Prescrição de Exercício Físico:

    “Um preparador físico avaliou os seus atletas da categoria infantil antes da pré-temporada nas capacidades físicas RMLP, RMLA, RA, FEPV, FEB e FLEX, para determinar a condição física básica. Expomos resultados de dois atletas do grupo avaliado.”

  • Atleta 1: RMLP (15 repetições), RMLA (52 repetições), RA (49,5 mL/Kg.min), FEPV (0,33 m), FEB (3,90 m) e FLEX (0,35 m).

  • Atleta 2: RMLP (16 repetições), RMLA (42 repetições), RA (56 mL/Kg.min), FEPV (0,45 m), FEB (4,10 m) e FLEX (0,22 m).

    Classificando os resultados dos Atletas 1 e 2, conforme os parâmetros estabelecidos nas Tabelas 3 e 4, com referência ao percentil, tem-se:

  • Atleta 1: RMLP (P70), RMLA (P60), RA (P70), FEPV (P20), FEB (P30) e FLEX (P90).

  • Atleta 2: RMLP (P80), RMLA (P30), RA (P100), FEPV (P80), FEB (P40) e FLEX (P40).

    Estabelecendo como indicador de bom condicionamento o P50 (o qual indica que 50% dos resultados avaliados encontram acima e abaixo do resultado avaliado). Desta forma, os atletas apresentam >P50 nas capacidades físicas FEPV (P20) e FEB (P30) obtidas pelo Atleta 1 e RMLA (P20), FEB (P40) e FLEX (P40) pelo Atleta 2; sendo que estas capacidades físicas encontram-se baixo do desejável (P50) deverão ser prescritas com um maior percentual de trabalho físico, corrigindo “deficiência” de condicionamento físico perante parâmetros estabelecidos.

b.     Avaliação da Performance:

    Toma-se como exemplo prático o Atleta 1 avaliado em tempo diferentes (antes e após a pré-temporada).

  • Antes: RMLP (P70), RMLA (P60), RA (P70), FEPV (P20), FEB (P30) e FLEX (P90).

  • Após: RMLP (P75), RMLA (P70), RA (P70), FEPV (P45), FEB (P50) e FLEX (P90).

    Nota-se que na avaliação após pré-temporada o atleta melhorou as capacidades físicas RMLP (5%), RMLA (10%), FEPV (25%), FEB (20%) e permaneceu com o mesmo percentil nas capacidades físicas RA e FLEX. Pode-se salientar que este aumento nos menores percentis deve-se ao maior percentual de treinamento utilizado nas capacidades físicas detectadas pelos parâmetros quando da avaliação antes da pré-temporada.

IV.     Conclusões

    Diante dos resultados deste estudo concluiu-se que os parâmetros de aptidão física dos futebolistas masculinos da categoria infantil alcançaram valores médios de FEPV de 0,38 m, FEPH de 1,88 m, FEB de 4,37 m, RMLA de 48,76 repetições, RMLP de 13,68 repetições, RA de 46,48 mL/Kg.min, FLEX de 24 cm, AGIL de 12,35 seg. e VD de 3,22 segundos, os quais encontram-se com pouca força explosiva de pernas e braços, excelente resistência abdominal, boa resistência de perna e aeróbia, fraca condição de flexibilidade, fraca condução de bola e boa de velocidade de deslocamento.

    Conclui-se que os futebolistas apresentaram resultados homogêneos nos teses de aptidão física, embora os escores desta amostra em alguns testes tenham sido baixos segundo a literatura especializada; pode-se inferir que os futebolistas apresentaram rendimento esperado para as idades, sugerindo que os mesmos passam normalmente pelo processo de crescimento e desenvolvimento.

Referências bibliográficas

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