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Incidência de lesões em bailarinos de ballet clássico e dança jazz

Incidencia de lesiones en bailarines de ballet clásico y de danza jazz

 

*Professora Adjunta do Curso de Licenciatura em Dança

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

**Acadêmica do Curso de Licenciatura em Dança

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

***Licenciada em Educação Física pela Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul

(Brasil)

Aline Nogueira Haas*

Martina Bevilacqua**

Bibiana de Mello Lopes***

Juliana Pereira Pizzo***

Paula Cristiane Pruss Caroni***

alinehaas02@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Bailarinos podem ser acometidos por uma série de lesões, devido aos movimentos e posições exigidas pela dança. O objetivo geral desse estudo é analisar a incidência de lesões em bailarinas de Ballet Clássico e Dança Jazz. A amostra de estudo foi dividida em três grupos: o grupo jazz (GJ) composto por 26 bailarinos; o grupo Jazz/Ballet (GJB) composto por 28 bailarinas; e, o grupo ballet (GB) composto por 18 bailarinas. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário semi-aberto, com 24 questões, criado especificamente para esse estudo. O local de maior incidência de lesões foram os membros inferiores no momento em que os bailarinos estavam fazendo aula. As lesões ocorridas foram mais freqüentes nas bailarinas do Grupo Ballet. A maioria dos bailarinos lesionados buscou atendimento médico, tiveram diagnóstico prescrito e realizaram o tratamento recomendado.

          Unitermos: Dança. Lesões. Bailarinos.

 

Abstract

          Dancers may be affected by a series of injuries due to the movements and positions required by dance. The objective of this study is analyze the injuries incidence in ballet and jazz dancers. The study subjects were divided into three groups: jazz group (JG) with 26 female dancers; jazz/ballet group (JBG) with 28 female dancers; and ballet group (BG) with 18 female dancers. For data collection, a questionnaire with 24 questions was used. The body areas with the highest injury incidence were the lower limbs and most of them happened while the dancers were taking class. The Injuries were more frequent in ballet group. Most of the injured dancers sought medical care, were diagnosed and had prescribed and recommended treatment.

          Keywords: Dance. Injuries. Dancers.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A dança é uma das artes mais antigas e, como forma de arte e expressão humana, vem se desenvolvendo dentro da sociedade durante o transcurso de sua história. Com o passar dos tempos essa arte se torna complexa, surgindo diferentes formas de dançá-la e executá-la, tanto em grupos, como individualmente. Entre essas formas, estão o ballet clássico, a dança contemporânea, a dança jazz, a dança de rua, a dança de salão, entre outras.

    Segundo Leal (1998 p. 127): “A dança vem a ser uma das atividades físicas mais completas já existentes. Mexe não só com toda mecânica e fisiologia corporal como envolve a emoção e acende a alma”. Ela pode ter diferentes funções para uma população, podendo ter o objetivo de socialização, de exercitar o corpo e de expressar sentimentos. Assim, com a prática da dança é possível desenvolver diferentes aspectos, tanto corporais quanto sociais, beneficiando, não apenas a saúde física, mas também a saúde mental.

    Dentro do contexto das diferentes práticas de dança, existem movimentos que exigem um treinamento físico e técnico específico que incluem giros; saltos; equilíbrios; quedas; trabalho de flexibilidade e grande amplitude de movimento; movimentos que exigem força dinâmica, estática e explosiva; entre outros. Ou seja, todo tipo de movimento que for necessário para conquistar a técnica e a agilidade necessárias para executar a dança de forma correta e com ótima qualidade. Assim como em qualquer outra atividade corporal, a dança exige um bom condicionamento físico do bailarino, podendo surgir, ao longo de seu treinamento diferentes tipos de lesões.

    Segundo Howley e Franks (2000, apud OLIVEIRA et al, 2004) qualquer tipo de atividade física está associada a lesões; assim deve-se estar atento a certos riscos e tomar providências para controlar os fatores que possam aumentá-los. Durante as práticas da dança, dependendo do professor ou da aula, são exigidas horas de treinamento exaustivo e, durante as aulas, os bailarinos desenvolvem força, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade, resistência muscular e agilidade. Assim, com todas essas exigências e a fim de ter um corpo perfeito, os bailarinos podem provocar resultados de uma ou mais lesões, ocasionadas, muitas vezes, por não terem uma musculatura trabalhada adequadamente ou por falta de conhecimento do professor, o que poderá lhe prejudicar na continuidade de sua formação e de sua carreira artística.

    Também se deve considerar que existem fatores extrínsecos na incidência de lesões em bailarinos, entre estes estão: a importante participação do professor de dança na correção dos movimentos do aluno, a estrutura do local da aula de dança, condições ambientais (calor e frio) intensos. Entre os fatores intrínsecos se pode citar a falta de aquecimento do corpo do bailarino para a prática, a interrupção de um tratamento de fisioterapia, a idade, o sexo, a estrutura corporal, ou uma alimentação inadequada (OLIVEIRA et al, 2004).

    Dessa forma, muitas bailarinas podem ser acometidas por uma série de lesões, devido aos movimentos e posições exigidas pela dança nas suas diferentes manifestações. Havendo, inclusive, influência de erros de treinamento e sobrecarga principalmente em períodos de espetáculos. Certas lesões são características nas bailarinas, devendo ser identificada a etiologia e possíveis fatores causais para que se alcance bons resultados no tratamento curativo e preventivo. Dito isto, este trabalho será norteado pelo seguinte problema de investigação: Qual é a incidência de lesões em bailarinas de Ballet Clássico e Dança Jazz da cidade de Porto Alegre, RS?

    Com o intuito de responder esse questionamento, determinou-se como objetivo geral desse estudo analisar a incidência de lesões em bailarinas de Ballet Clássico e Dança Jazz; e, como objetivos específicos: verificar as lesões de maior freqüência, o local e o momento em que ocorreram; e, identificar se houve atendimento médico, tratamento da lesão e se o mesmo foi realizado pela amostra estudada.

    Assim, esse estudo se justificativa pela busca de um maior conhecimento sobre a área estudada, já que ainda não existem muitas pesquisas realizadas no Brasil e também no Estado do Rio Grande do Sul que destaquem a temática estudada. Através dos resultados obtidos neste estudo o professor de dança poderá aprimorar a metodologia utilizada nas suas aulas e o bailarino poderá aumentar seu rendimento, pois, quando se tem conhecimento da lesão, de suas causas e conseqüências, pode-se desenvolver treinamentos adequados, utilizando exercícios e movimentos apropriados à musculatura exigida.

2.     Metodologia

    Este estudo se caracteriza por ser uma pesquisa direta de campo, do tipo descritiva e com abordagem quantitativa (LAKATOS e MARCONI, 2001).

    Para a seleção da amostra de estudo foi realizado o contato com várias de Escolas de Dança de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que ministram aulas de dança jazz e ballet clássico, visando selecionar e convidar, através do contato pessoal e individual, bailarinos interessados em participar da pesquisa.

    Todos os bailarinos que aceitaram participar da pesquisa tiveram que assinar um termo de consentimento livre e esclarecido que continha as informações necessárias sobre a pesquisa, e também, explicações e esclarecimentos sobre a natureza e características da mesma.

    A amostra de estudo, que se caracterizou por ser do tipo intencional, foi dividida em três grupos: o grupo jazz (GJ) composto por 26 bailarinos com idade média de 21±3 anos, com média de prática semanal de 2±2 vezes por semana e com no mínimo um ano de experiência na dança jazz; o grupo Jazz/Ballet (GJB) composto por 28 bailarinas com idade média de 20±5 anos, com média de pratica semanal 3±1 vezes por semana e com no mínimo um ano de experiência no ballet clássico e na dança jazz; e, o grupo ballet (GB) composto por 18 bailarinas com idade entre 16±3 anos, com média de prática semanal de 3±1 vezes por semana e com no mínimo quatro anos de experiência no ballet clássico. Os critérios de inclusão na amostra foram a participação voluntária, o tempo e o tipo de prática.

    Para a coleta de dados foi utilizado um questionário semi-aberto, com 24 questões, criado especificamente para esse estudo e validado por dois especialistas da área. Durante a coleta de dados os questionários foram entregues aos participantes da amostra pela própria pesquisadora, juntamente com um termo de consentimento livre e esclarecido, em dia e hora marcados. O mesmo foi aplicado nas Escolas de Dança selecionadas ao término das aulas de dança jazz e ballet clássico, sendo recolhido após o seu preenchimento, aproximadamente vinte minutos após sua entrega. Em algumas escolas, alguns alunos não se propuseram a responder o questionário, por falta de tempo ou por não terem interesse em participar da pesquisa.

    Para a análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva (média e desvio padrão) e o cálculo de percentuais de respostas obtidas no questionário. O cálculo dos dados foi efetuado no programa Excel for Windows. Posteriormente, o mesmo programa foi utilizado para a confecção de gráficos e tabelas.

3.     Resultados

    Os resultados aqui apresentados combinam dados dos três grupos estudados. No gráfico 1 vemos a incidência de lesões sob o total de participantes de cada um dos grupos estudados. O grupo que apresentou menor incidência de lesão foi o grupo GJB (43%) e o que teve maior incidência de lesão foi o GB (74%). Segundo Fração (1999) a falta de treinamento físico especifico para bailarinas clássicas possibilita maior incidência de lesões, pela busca continua pela perfeição dos movimentos que alteram a composição e conformação musculoesquelética.

Gráfico 1. Percentual de incidência de lesões

    O gráfico 2 apresenta dados de incidência por local da lesão. Nestes dados os números somados são maiores que o número de bailarinos lesionados, isso acontece porque algumas bailarinas tiveram mais de um tipo de lesão. As maiores incidências se encontram nos membros inferiores, no pé e na virilha (8 incidências em cada um dos locais) nos grupos GB e GJ respectivamente, e, no joelho, ocorrendo 6 incidências no grupo GJB.

    O grupo GB apresentou maior incidência no pé (8 incidências) seguido do joelho (5 incidências), tornozelo (4 incidências), coxa (3 incidências) e coluna (2 incidências); não apresentando incidências na virilha e nos membros superiores.

    O grupo GJ teve uma média de incidências de 2,5±0,5 para pé, joelho, tornozelo e quadril. Nesse grupo ocorreu maior incidência na virilha (8 incidências) e na coxa (5 incidências) e não ocorreu nenhuma incidência na coluna e nos membros superiores.

    O grupo GJB teve média de incidência de 1,6±0,4 para pé, tornozelo, coxa, quadril, virilha e membros superiores, obtendo maior incidência no joelho (6 incidências) e não apresentando incidência no quadril e na coluna.

Gráfico 2. Local de incidência da lesão

    O gráfico 3 apresenta a atividade realizada durante o acontecimento da lesão. O momento de maior incidência para os três grupos foi durante a aula, seguido do ensaio e depois de espetáculos/outros. O grupo que apresentou maior incidência de lesões durante a aula foi o GJB, seguido do GJ e GB.

Gráfico 3. Atividade realizada durante o momento da lesão

    Alguns bailarinos obtiveram diagnóstico profissional, através de médico ou fisioterapeuta. Porém, nem todos realizaram o tratamento recomendado pelo profissional e somente um pequeno percentual destes curaram ou não sentem mais a lesão. A Tabela 1 mostra que no GJ apenas 31% teve diagnóstico profissional e destes, 19% seguiram o tratamento adequadamente. No GB 79% tiveram diagnóstico profissional e destes todos seguiram o tratamento. No GJB 66% tiveram diagnóstico profissional e 75% seguiram o tratamento recomendado. Dentre os grupos avaliados o que apresentou maior percentual de recuperação foi o GJB, seguido do GB e GJ.

Tabela 1. Diagnóstico profissional, efetivação do tratamento e cura da lesão

4.     Discussão

    Segundo os dados apresentados a maior incidência de lesões está no GB, grupo em que 100% da amostra utiliza sapatilhas de ponta para as aulas. Guimarães (2001) coloca que a introdução das sapatilhas de ponta deverá ser realizada após um estudo individual das condições corporais, o que não acontece na maioria das academias.

    Em alguns bailarinos a incidência de lesão é gerada com mais freqüência e gravidade do que em outros e a maioria dessas incidências se deve a erros de técnica e de treinamento tendo como conseqüência dor, incapacidade de articular movimentos, desconforto. Por isso, a lesão deverá ser diagnosticada precocemente e tratada por um fisioterapeuta, para auxiliar na sua recuperação e para não haver um agravo maior ou também ficar semanas ou meses em repouso (GUERRA, 2006).

    Segundo a mesma autora, o professor ao programar uma aula, deveria preparar também um treino de preparação física especial para os bailarinos, para que a mesma fique mais organizada, separando para cada dia uma valência física a ser trabalhada como: coordenação, agilidade, flexibilidade, força e equilíbrio. A participação do professor é muito importante em sala de aula, para corrigir e orientar seus alunos em relação aos movimentos corretos, respeitando os limites físicos, anatômicos e fisiológicos de cada um e contribuindo para um melhor desempenho em sala de aula ou no palco.

    No entanto, quando se observa o funcionamento de uma companhia de dança, seja qual for a sua modalidade e se procura conhecer um pouco mais de sua realidade, é possível encontrar dados surpreendentes. Solomon et al (1995), investigando o Boston Ballet, observaram que em um único ano ocorreram 137 lesões em 70% dos bailarinos do corpo de baile, dentre as quais, 73% se concentram nos membros inferiores. O tratamento destes agravos resultou num gasto de aproximadamente 250 mil dólares. As luxações, tendinites e contusões corresponderam a 73% dos diagnósticos. Destaca-se que esses dados vêm ao encontro desse estudo onde a maioria das lesões ocorreu também nos membros inferiores.

    Outro ponto a ser destacado nesse estudo é que no grupo GJ ocorreu uma menor busca pelo diagnóstico médico, enquanto que nos outros dois grupos (GBJ e GB) a maioria das bailarinas lesionados obteve diagnóstico e preocupou-se em tratar sua lesão.

    Acredita-se, assim, que o professor de dança deve ter contato com o médico especialista da aluna lesionada, desenvolvendo um relacionamento profissional multidisciplinar, buscando a prevenção de futuras lesões. Nesse sentido, Bronner e Brownstein (1997) afirmam que vem aumentando o interesse por pesquisas em medicina da dança. Nesse contexto, mencionam que a definição dos métodos de determinação dos agravos e os conceitos de lesões são aspectos necessários para padronizar e permitir comparações entre estudos epidemiológicos e etiológicos. Da mesma maneira que no esporte se considera lesão quando o atleta é obrigado a se afastar do jogo por determinado período, na dança, seria necessário definir qual é a fração de tempo que o bailarino se afasta do desempenho do palco. Por outro lado, Solomon et al (1995) e Garrick e Requa (1993) argumentam ser importante relacionar gastos médicos com lesões. Em síntese, nesse campo de investigação ainda há muito a ser construído.

    Dentre os três grupos tiveram alunos que se queixaram de ainda sentir a lesão: 35% no GJ, 22% no GB e 17% no GBJ. Monteiro (2003) coloca que o conhecimento do professor sobre os tipos de lesão, tratamentos e sintomas podem ser úteis para o diálogo com o médico, podendo informar sobre os exercícios realizados no momento da lesão.

5.     Considerações finais

    Após análise e discussão dos resultados, verificou-se que o local de maior incidência de lesões foram os membros inferiores no momento em que as bailarinas estavam fazendo aula. A maioria das bailarinas lesionados buscou atendimento médico, tiveram diagnóstico prescrito e realizaram o tratamento recomendado, porém algumas ainda sentiam a lesão após a realização desse tratamento.

    Destaca-se também que as lesões ocorridas foram mais freqüentes nas bailarinas do Grupo Ballet. Logo, acredita-se que esta modalidade deveria ter ajustes na metodologia de ensino, buscando um maior reforço muscular, evitando agravos musculoesqueléticos menos incidentes decorrentes da prática dessa técnica específica.

    Através dos resultados obtidos nesse estudo o professor de dança poderá aprimorar a metodologia utilizada nas suas aulas e o bailarino poderá aumentar seu rendimento, pois, quando se tem conhecimento do tipo de lesão, de suas causas e conseqüências, pode-se desenvolver treinamentos adequados.

Referências

  • BRONNER, S.; BROWNSTEIN, B. Profile of dance injuries in Brodway Show: a discussion of issues in dance medicine epidemiology. JOSPT, v.26, n.2, p.87-94, 1997.

  • FRAÇÃO, V. B. Efeito do treinamento na aptidão física da bailarina clássica. Revista Movimento, ano V, n.11, 1999/2.

  • GARRICK, J. G.; REQUA, R. K. Ballet injuries: an analysis of epidemiology and financial outcome. Am J Sports Med, v.21, n.4, p.586-590, 1993.

  • GUERRA, H. S. Lesões na Dança. Disponível em: http://www.conexaodanca.art.br/imagens/textos/artigos/Les%F5es%20na%20Dan%E7a.htm. Acesso em: 6 Abr. 2006.

  • GUIMARÃES, A. C. de A. Lesões no ballet clássico. Revista de Educação física/UEM. Maringá, v 12, n.2, p. 89-96, 2001/2

  • LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Ed. Atlas, 2001.

  • LEAL, M. A preparação física na dança. Rio de Janeiro: Sprint,1998. 130 p.

  • MONTEIRO, L. H. As lesões na dança: conceitos, sintomas, causa situacional e tratamento. Revista Motriz, v.9, n.2, p.63-70. abr/ago, 2003

  • OLIVEIRA, de M. M. M.l et al. Incidências de lesões na equipes de ginástica rítmica da UNOPAR, Londrina, v. 5/6, n. 1, p. 29-40, out. 2003/2004.

  • SOLOMON, R. et al. The “cost” of injuries in a professional ballet company: anatomy of a season. Medical Problems of Performing Artistis. v.10, n.3, p.3-10, 1995.

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