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Análise histórica do pensamento pedagógico brasileiro 

da Educação e Educação Física ao longo do século XX

Análisis histórico del pensamiento pedagógico brasileño de la Educación y la Educación Física a lo largo del siglo XX

Historical analysis of the Brazilian educational thought in Education and Physical Education in the twentieth century

 

*Acadêmico de Pedagogia e Educação Física

**Bacharelado e Licenciado em Educação Física

***Mestre em Educação Física

(Brasil)

Pietrine Paiva Barbosa*

Vinícius Tiago da Silva**

Liliana Borges***

viniciustiago@fundacaotorino.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Tendo em vista o amálgama de tendências pedagógicas encontrados nas escolas atualmente, nos perguntamos: Como se construiu o pensamento pedagógico da Educação e Educação Física atual? O que estes defendem? Eles se relacionam? Há influência de um sobre o outro? Para isso, analisamos a história do pensamento pedagógico da Educação e Educação Física brasileira ao longo do século XX, o que irá ajudar na escolha de qual pensamento seguir e, posteriormente, traçar uma especificidade para Educação Física na escola. Para realizar este trabalho foram utilizados mecanismos de busca avançados dentre vários indexadores de produção científica, incluindo-se artigos com classificação superior a B2 entre os anos de 1999 a 2010, além de alguns livros, tendo em vista a influência do autor na área. Como resultado, percebemos que o pensamento pedagógico atual é fruto de um processo histórico, tendo fortes traços desde o início do século XX. Cada um defende uma visão de homem e de mundo, sendo que o marco divisor entre os diferentes pensamentos é a tentativa de provar que não existe a neutralidade pedagógica, estando toda teoria educacional a serviço de uma classe. Vimos também que o pensamento pedagógico da Educação Física se fundiu ao da Educação com as pedagogias críticas dos anos 80, tendo grande influência na sua construção atual. Concluímos o trabalho compartilhando com os ideais das pedagogias críticas de formar indivíduos autônomos e capazes de reger sua própria vida, sem serem controlados pelo interesse do Estado, do comércio e da ciência, visando assim, à transformação social.

          Unitermos: História da Educação. História da Educação Física. Pensamento pedagógico.

 

Abstract

          In view of the amalgamation of pedagogical trends found in schools today, we wonder: How they built the pedagogical thinking of education and physical education today? What they advocate? They relate? No influence of one over the other? For this look at the history of pedagogical ideas of education and physical education in Brazil over the twentieth century, which will help in choosing which thoughts to follow and then draw a specificity for PE in school. We use the advanced search engine of the various indexes of scientific literature, including articles rated B1 and B2 between the years 1999 to 2010, and some books in order to influence the author in the area. As a result, we realized that the current pedagogical thinking is the result of a historical process, with strong features from the early twentieth century. Each defends a vision of man and world, and the watershed between the different thoughts is to attempt to prove that there is no neutral teaching, being all educational theory in the service of a class. We also saw that the thought of teaching Physical Education to the Education merged with the critical pedagogy of the 80s, having great influence on its current construction. We conclude by sharing the work with the ideals of critical pedagogy to form autonomous people capable of governing their own lives without being controlled by the state's interest, trade and science, in order thus to social transformation.

          Keywords: History of Education. History of Physical Education. Pedagogical thought.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Ninguém escapa da educação, pois ela está em todo lugar: em casa, na rua, no trabalho, na Igreja, na escola, etc. Ela é puramente prática e desprovida de reflexão, se enquadrando em uma determinada cultura e funcionando a partir dos costumes e valores, que são passados pela tradição e gerando sociabilidade. O que existe são exigências de tipos concretos de pessoas “na” e “para” a sociedade. Modos próprios de educar, necessários à vida e à reprodução da ordem de cada tipo de sociedade, em cada momento da sua história que, por meio da inculcação de tipos de saber, reproduz tipos de sujeitos sociais. ¹

    A pedagogia é a teoria que gera as regras da educação, sendo justificada, no século XX, pelas reflexões vindas das ciências da educação. São destes instrumentos, o papel de teorizar a educação, de pensar ², não sendo diferente quando se trata das pedagogias que educam pelo movimento, logo, o pensamento pedagógico da Educação Física.

    Na pedagogia é visada a educação intencional, já que indicam fins desejáveis ao processo de formação, o que implica objetivos sociopolíticos do educador, além de suas escolhas, seus valores, seus compromissos éticos, sua concepção de homem e de mundo, a partir dos quais se definem formas metodológicas e organizativas de transmissão de saberes e modos de ação. ³ No entanto, quando buscamos compreender a realidade da prática educativa de hoje, encontramos diversas pedagogias instauradas, um amálgama de ideologias representadas em tendências pedagógicas 4, diversas metodologias, diversas formas de fazer educação. Assim, nos perguntamos: Como se construiu o pensamento pedagógico da Educação e Educação Física atual? O que estes defendem? Eles se relacionam? Há influência de um sobre o outro? Essas perguntas são fundamentais para escolher qual pensamento pedagógico seguir e, posteriormente, traçar uma especificidade para Educação Física escolar, já que é preciso conhecer qual é o papel da escola para traçarmos a função dessa disciplina dentro dela. Assim, é necessário compreender o contexto histórico da criação destes pensamentos, seus interesses e suas idéias para que o professor seja crítico nas aulas de Educação Física e dentro da escola de uma maneira geral, que ele se Identifique ideologicamente e se posicione coerentemente em sua atuação profissional.

    Sendo assim, este trabalho tem como objetivo analisar a história do pensamento pedagógico da Educação e Educação Física brasileira ao longo do século XX.

2.     Metodologia

    Para o presente estudo foi realizada uma seleção de trabalhos utilizando os mecanismos de busca avançada que permitem a combinação de termos e delimitação do assunto proposto nos vários indexadores de produção científica. Utilizando essa estratégia de busca como forma de coleta de dados, foram direcionados os seguintes termos descritivos para a pesquisa: História, Educação, Educação Física, Pedagogia e as possíveis combinações destes termos. Logo acrescentamos palavras-chave de cada época estudada como: Primeira República, Estado Novo, Era Vargas, Escola Nova, Tecnicismo, Militarismo e Pedagogias críticas. Assim, unimos duas linhas de pesquisa diferentes, conectando-as cronologicamente (História da Educação e História da Educação Física) e abordando o pensamento pedagógico das duas vertentes.

    Como critérios de inclusão, foram atribuídos artigos publicados em revistas de classificação (CAPES) igual ou superior a B2, promovendo com isso, maior veracidade aos fatos do conteúdo abordado. Foram citados também trabalhos de livros, dissertações e teses, tendo em vista a influência do autor na área (Consideramos como autor influente, aquele que publicou acima de três artigos com classificação igual ou superior a B2, entre os anos de 1999 a 2010). Assim, utilizamos 32 referências, representando 4 de classificação A2, 2 de classificação B1, 10 de classificação B2, 2 artigos em Anais, 3 capítulos de livro, 8 de livros e 3 Teses/Dissertações. Sendo que, incluídos na pesquisa somente artigos, livros, dissertações e teses que estavam compreendidos entre anos de 1999 a 2010.

3.     Predomínio da pedagogia tradicional e introdução a gymnastica: final dos oitocentos até 1930

    A evolução das idéias pedagógicas na Primeira República pode ser representada pela junção dos movimentos ideológicos de “entusiasmo pela educação” e o “otimismo pedagógico”. O primeiro, de caráter quantitativo, em que se pretendia a expansão da rede escolar para a tarefa de desanalfabetização. O segundo, insistindo na otimização do ensino, ou seja, na melhoria das condições didático pedagógicas da rede escolar. Tendo em vista a modernização do país, o “entusiasmo na educação” se iniciou pela transição do Império para a República, por volta de 1887, devido às profundas transformações na sociedade brasileira 5, sendo uma dessas principais transformações, a transição de um modelo rural-agrícola a um modelo urbano-comercial. 6 Neste cenário iniciaram-se as reformas escolares, primeiramente em São Paulo e depois em todo país, inspirando-se em países como Alemanha, Suíça e Estados Unidos e considerando que era necessário estudar a maneira de ensinar desses países para adaptar seus métodos à realidade brasileira. 7

    Os ideais semeados pela República eram carregados de positivismo e laicismo, sendo representados, inclusive, na arquitetura das escolas (os próprios espaços educativos eram criados sob os símbolos de predomínio da Ciência em relação à fé, da organização racional do espaço físico e social, da vitória da ordem e do progresso sobre as forças caóticas, do poder e do otimismo trazidos nos novos tempos de modernização com a república). 8,9 Os valores de civismo e moralismo patriótico eram os que carregavam maior destaque. 10

    As ideias do alemão Friedrich Herbart foram originárias da concepção mais tarde nomeada como Tradicional. O pensamento Herbatiano introduziu a tendência de “psicologizar a educação” com o intuito de transformá-la em Ciência, traçando graus de desenvolvimento do caráter do indivíduo. A escola era concebida como um ambiente de preparação para a vida, um local onde os alunos receberiam a “educação intelectual e preparo moral”. Preocupava-se com a memorização de grandes obras literárias, científicas e artísticas para quando adulto, o aluno recorresse a elas para guiar a sua vida. Essa concepção centrava o ensino no professor acoplando o culto ao rigor e à disciplina, sendo que através do método expositivo, o professor lecionava os conteúdos. 4

    Mesmo não conseguindo hegemonia, a pedagogia Racional Libertária marcou presença sendo impulsionada pela imigração italiana e recebendo contribuições de intelectuais brasileiros, imigrantes espanhóis e portugueses. Era oriunda de projetos dos movimentos sociais populares ligados à linha anarquista e pretendia a mudança de consciência, buscando ações que pudessem discutir valores tradicionais da sociedade para promover a transformação da mesma. 11 Contudo, todas as pedagogias que se organizaram na república tiveram de enfrentar ou assimilar a herança deixada pela pedagogia jesuítica no país, cujas linhas pedagógicas eram dirigidas pelos princípios gerais do Ratio studiorum. 5

    A Educação Física por sua vez, foi entendida como um elemento de extrema importância para forjar indivíduos fortes e saudáveis, indispensáveis para o desenvolvimento do país. Essa visão foi construída pelos militares e médicos, os quais desempenhavam o papel de construtores de um novo modelo de família brasileira, calcado por ideais de higienização. O corpo deveria ser sadio e limpo, o espaço deveria ser arejado, enfim, estas constituíam as novas leis morais essenciais à família brasileira. Também propagavam a ideia de eugenia de raça, em que mulheres fortes geravam filhos fortes e capazes de defender a pátria. Tudo isso serviu de base para o discurso que introduziu a ginástica na escola. 6,9

    Em Minas Gerais, na ultima década do século XIX, a ginástica foi introduzida na formação dos professores sob o primado da correção e “endireitamento dos corpos”. Pretendia-se com isso atingir os professores, os quais levariam à prática da Gymnastica as escolas. Criou-se um Compendio Pratico de Gymnastica, que continha exercícios de base anato-fisiológica, porém, foi afastada por um longo período de tempo, retornando na formação do professorado apenas no ano de 1910. 12 Nesse momento, o “entusiasmo pela educação” começava a atingir seu auge, movido pelo nacionalismo gerado na Primeira Guerra Mundial e pelo grande número de analfabetos no país, 5 sendo o programa de “Gymnastica” ampliado com a inclusão de outras práticas como jogos, esportes e danças. 13 Em 1928, na reforma do ensino normal passa a ser chamada de “Educação Physica” e fortalece o programa de escolarização de jogos, abrindo possibilidades para inserção de esportes como o vôlei, handebol, basquetebol, além das danças. Assim, se no início de sua implantação a Gymnastica estava limitada aos exercícios de corpo livre, cerca de trinta e cinco anos depois o programa já estabelecia práticas corporais diversas, como exercícios de ginástica, danças, jogos, entre outros, com a escolarização gradativa de esportes, porém, ainda calcada na ideologia que fora base de sua inclusão nas escolas. 12

4.     Equilíbrio entre a Pedagogia Tradicional e Nova / militarização da Educação Física e corpo produtivo (1930-1945)

    Nos anos 20, devido à dificuldade enfrentada pela Inglaterra após a Primeira Guerra Mundial, o Brasil diversifica suas relações comerciais e financeiras intensificando seu relacionamento com os EUA. Acoplado a esse relacionamento, vieram as transformações culturais por meio de filmes, imprensa, literatura, etc., chegando ao campo pedagógico com as idéias de John Dewey, o qual influenciou o movimento que, mais tarde seria denominado de Escola Nova. 14 O ideário escolanovista deu sustentação ao que chamamos de “otimismo pedagógico”, que centrava suas preocupações na reorganização interna das escolas e no redirecionamento dos padrões didáticos e pedagógicos.

    Com a revolução de 1930 no Brasil, Vargas assume o poder e promove uma reforma educacional, porém, educadores mais atuantes não a consideraram eficiente e lançaram um documento intitulado de Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. A revolução de 30 deixou o clima ideal para o lançamento deste, o qual trazia uma concepção de educação natural e integral do indivíduo, acima de classes, o direito de todos, a igualdade para os dois sexos e colocava a educação no topo da hierarquia dos problemas nacionais. 14 Assim, a pedagogia nova sugeria que a escola deveria imitar a vida: ser viva, alegre e cheia de desafios e estímulos característicos da vida real. Preocupava-se prioritariamente com a maneira que os alunos aprenderiam os conteúdos, acreditando que o verdadeiro conteúdo escolar seria o “aprender a aprender”. Para isso, utilizariam a “dinâmica”, o “debate” e a “pesquisa” como métodos educativos e colocariam o aluno como centro do processo educativo. 4

    Com a divulgação das do Manifesto, um grupo de educadores católicos retirou-se ainda nas primeiras redações deste documento, já que discordavam que a educação fosse prioridade do Estado, que o ensino fosse leigo, entre outras ideias presentes no mesmo. Esse debate se aprofundou, levando os católicos, e a própria Igreja, a defenderem a pedagogia tradicional de vertente religiosa (pedagogia católica) e educadores liberais seguir e difundir as linhas da pedagogia nova. 15 A primeira constituiu a manifestação mais vigorosa da pedagogia tradicional no Brasil. Defendia o primado da família e da Igreja sobre o Estado, entendendo que somente a Igreja teria condições de educar. Denominava-se uma pedagogia integral por unir o âmbito natural ao sobrenatural e desenvolver o caráter físico, intelectual e religioso do aluno, o qual seria submetido a uma “filosofia verdadeiramente católica de vida”. 15 As ponderações levantadas pelos católicos traziam aproximações com o a “trindade governamental” composta por Francisco Campos (um dos mais importantes ideólogos da Direita brasileira), Gustavo Capanema e Getúlio Vargas. Estes compartilhavam, dentre muitos outros pontos de vista, a condução da sociedade por uma elite moralizante, o emprego do conservadorismo e a defesa da ordem junto à segurança.15 Os ideais deles se cruzaram devido às necessidades de uma política interna no país, à transição de uma sociedade agro-exportadora para uma sociedade urbano-industrial e à crise internacional gerada a partir da grande depressão de 29. 16 Com estes pressupostos foram realizadas as reformas de Francisco Campos e Gustavo Capanema, qual, criou as Leis Orgânicas de Ensino, pretendendo direcionar a formação educacional da classe trabalhadora ao ensino profissionalizante industrial, comercial e agrícola. As correntes contra-hegemônicas, oriundas do movimento operário, haviam perdido bastante força, o que fez com que esse período fosse marcado pelo equilíbrio constante entre o movimento renovador e o movimento dos educadores católicos. 15

    Na Educação Física houve um incremento de sua função: atenderia naquele momento a segurança nacional, contra perigos internos e externos relacionados ao contexto internacional de um possível conflito bélico, e a economia, assegurando uma mão de obra fisicamente adestrada para o processo de industrialização. Sustentaria a ideologia do cidadão-soldado, difundindo princípios de ordem, disciplina e nacionalização. 6

    Os princípios eugênicos também continuavam a propagar a “Bella doutrina do aperfeiçoamento physio-psychico da espécie humana”, sugerindo o aprimoramento das qualidades e a redução das imperfeições humanas, o que promovia parâmetros de ordem física e mental. O corpo foi exposto a uma forma de dualidade entre o que seria bom e mau, transferindo a ele, traços políticos do projeto idealizado para o organismo social. 17

5.     Predominância da Pedagogia Nova e Educação Física desportiva generalizada (1945-1964)

    A sociedade brasileira sofria nessa época, fortes impactos em suas estruturas políticas, econômicas e administrativas, gerando novas atitudes sustentadas no ideário nacional-desenvolvimentista e ações de planejamento governamental. A educação era considerada como ponto de partida para o desenvolvimento social. 18 Nessa época, a pensadora francesa Lubienska, encaixou perfeitamente com os ideais católicos, pois mantinha preocupações explicitamente religiosas e, ao mesmo tempo, se inseria no movimento europeu de Escola Nova, surgindo assim uma espécie de “escola nova católica”. 15 A pedagogia escolanovista se tornara hegemônica neste período e a maioria da comissão que elaboraria o projeto da LDB da Educação Nacional, era formado, por pensadores liberais. Contudo, no final da década de 1950, intensifica-se o processo de mobilização popular, sendo o movimento Paulo Freire um dos mais significativos, inspirando-se no personalismo cristão e na fenomenologia existencial. 18 Porém, o ideal filosófico desse movimento apenas expressava outra linha da concepção humanista moderna de filosofia, o que acabou gerando uma espécie de “pedagogia nova popular”. Posteriormente, difundiu-se como uma “opção preferencial pelos pobres”, desenvolvendo uma intensa experimentação educativa de predominância renovadora. 15

    No final da década de 1960, assinala-se um esgotamento do modelo renovador, que se evidencia com o encerramento das experiências relacionadas a essa vertente e também com o fechamento do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e os centros regionais a ele ligados. Articula, assim, uma tendência tecnicista, de base produtivista, que se tornará dominante na década seguinte, assumindo a orientação dos militares e tecnocratas. 15

    Retornando o olhar para Educação Física, pode-se dizer que a partir de 1945, a prática esportiva se tornou conteúdo hegemônico nas escolas de primeiro e segundo graus, cujo método objetivava a iniciação dos alunos em diferentes esportes. A pedagogia da Educação Física incorporou, não mudando seus princípios fundamentais, a “nova” técnica corporal chamada de esporte. 19 Foram agregados novos sentidos e significados, em virtudes dos objetivos políticos, principalmente: o papel da Educação Física, por exemplo, foi de preparação das novas gerações para representar o país no campo esportivo internacional. 20

6.     Ditadura militar (1964-1984)

    A articulação entre os empresários e os militares desencadeou o golpe militar de 1964 promovendo a desnacionalização da economia que, por sua vez, desencadeou o ajuste do sistema de ensino, baseado agora na “teoria do capital humano”, que colocou a educação como bem de produção e como algo decisivo do ponto de vista do desenvolvimento econômico do país. Essa tendência educacional vigora até os dias atuais, sendo denominada de concepção produtivista da educação. 15,21

    Também conhecida como Pedagogia Tecnicista, a concepção produtivista da educação entende a escola como uma organização capaz de produzir elementos adaptáveis ao mercado de trabalho, empenhando-se para fornecer o indivíduo correto para o local correto no sistema capitalista. Sendo assim, ela não esta interessada na discussão dos modelos nem na aprendizagem do processo de apreensão, mas sim na possibilidade de fornecer ao aluno informações objetivas e rápidas para o bom desempenho no trabalho, em testes ou exames, colocando o material didático como centro do processo educativo. 4

    Este foi um período em que se fez apologia à técnica e à ciência em nome de um desenvolvimento tido como “indiscutível”. A “modernização” havia chegado para ficar. Assim, a Educação Física era pensada com uma perspectiva de controle social, assumindo, pesquisadores e professores, um tom de moralismo absoluto que invadia o campo da formação moral do indivíduo. O esporte foi a coroação de um mundo de competição, concorrência, liberdade, vitória e consagração, instaurando-se assim, o movimento de esportivização das aulas de Educação Física, as quais carregavam consigo a ideologia de lutadores e vencedores. Por outro lado, a influência humanista não deixara de aparecer, apresentando debates sobre o tempo livre, o lazer, a formação integral da criança, a formação moral de um mundo em crise com a técnica e a ciência. A Educação Física sofria por um sincretismo entre controle e liberdade, “humanismo” e “tecnicismo”. 22

    Da mesma maneira, a tentativa de esportivização da sociedade era feita pela propaganda. Circulavam exemplares da revista Dedinho que colocava a prática esportiva como sinônimo de saúde, ordem social e progresso, devendo ser incentivada em todos os espaços possíveis. A prática esportiva também deveria ter múltiplas funções, como a melhoria da condição física da população, a preparação dos alunos para o cumprimento do serviço militar, minimizar os efeitos maléficos da vida moderna e aumentar o número de atletas. 23 Assim, por mais de 50 anos, o esporte competitivo, a cientificidade biomédica e a disciplina militar constituíram a formação dos professores de Educação Física. 19

7.     Pedagogias críticas: dos anos 80 para a atualidade

    Na década de 1970, houve movimentos sociais que contestavam a distribuição de renda, reivindicavam o direito de todos na participação das riquezas produzidas e questionavam a disciplina reinante nas empresas. 24 No setor educacional, sob influência da teoria crítico-reprodutivista, tentou-se empreender crítica à concepção produtivista da educação, evidenciando a subordinação da mesma ao desenvolvimento econômico, o que a tornava funcional ao sistema capitalista e a serviço do interesse das classes dominantes. Apontava-se a escola como um aparelho ideológico do Estado e responsável por perpetuar as relações de exploração. 15

    Já na década de 1980, com a lenta e complexa abertura do regime de ditadura militar, as críticas à educação se intensificaram. 15 O discurso pedagógico se deu de forma plural, contrapondo o pessimismo reprodutivista com o espírito de esperança na vitória sobre a injustiça social. 25 Para superação da ingenuidade das pedagogias Tradicional, Nova e tecnicista que tentavam resolver o problema da marginalidade através da escola pela reprodução dos ideais burgueses, surge uma onda contra-hegemônica estabelecida pelas pedagogias Libertadora, Libertária e Crítico-Social dos Conteúdos, exercendo influência no campo acadêmico até os dias atuais. 26 A primeira (influenciada pelo movimento Paulo Freire) e a segunda (influenciada pelo movimento anarquista) possuem uma visão negativa do papel da escola historicamente existente, optando por educar em círculos de cultura e grupos de conscientização do que na própria instituição escolar formal. A pedagogia Libertadora acredita que os conteúdos devem ser relativos à prática cotidiana dos alunos e que a educação deve ser feita “do povo e pelo povo, para o povo e com o povo”, valorizando sempre o diálogo. Já a pedagogia Libertária, dá importância aos conteúdos racionais científicos e se preocupa mais com a forma de apreensão dos conteúdos do que com os mesmos propriamente, abolindo todo o sistema punitivo de notas, exames e frequência. Ambas as pedagogias possuem uma relação de “horizontalidade” entre o professor e o aluno, de forma a diminuir a relação “dominador-dominado”. 4

    A pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, enxerga estes, como única fonte de contato das massas com o saber cientifico, combatendo a dominação e levando à busca da verdade histórica. 4,26 Optam por temas “vivos” e “concretos”, que se relacionam com os problemas dos homens e os conflitos sociais. Além do mais, acredita que a escola precisa estar em consonância com as necessidades do mercado sem reduzir sua função de formadora de cidadãos críticos e aptos a lidar com todas as situações que possam surgir em sua vida.

    Pelo exposto, pode-se dizer que as pedagogias consideradas não-dominantes, tentam provar que não existe a propalada “neutralidade pedagógica”, sendo que toda teoria educacional está a serviço de uma classe. Estas teorias pretendem a transformação social. 4

    A Educação Física, devido ao incentivo à pesquisa promovido pelo início dos cursos de pós-graduação na década de 70, aproximou diretamente das ideias pedagógicas não-hegemônicas e as incorporou. Assim, os professores que se formaram nessa época passaram a rejeitar a influência do modelo biomédico, a hegemonia do esporte de competição e a docilização dos corpos, cabendo a escola, ensinar a multiplicidade de elementos da cultura corporal de movimentos. 19

    Houve críticas ao paradigma da aptidão física e esportiva que surgiram pela análise da função social da educação física escolar, considerando-a como elemento constituinte da sociedade capitalista e sendo responsável pela perpetuação da dominação e das diferenças injustas de classe. 20 O Jargão “Educação Física e Saúde” usado já na Primeira República para afirmar, com bases higiênicas, a Educação Física dentro da escola, também foi alvo de críticas, já que alimentava um mercado de medicamentos, bebidas “diet”, comercialização de massagens, cirurgias plásticas e diversos pacotes de turismo. Manipulava “promoção da saúde” por meio de um padrão de beleza e estética que se confundia com a boa forma. Consequentemente boa saúde. 19

    Nesse contexto, foram estruturadas as concepções pedagógicas da Educação Física que se abarcaram nos anos 90 e vigoram até os dias atuais. Em consonância com a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, surge a Pedagogia Crítico-Superadora, defendendo que o objeto dessa disciplina escolar é a cultura corporal, devendo ser tratada de forma histórica, evidenciando os movimentos contraditórios. Enfoca também a reflexão sobre o significado/sentido do “fazer corporal”. 20,27

    A pedagogia Libertadora exerceu influencia sobre a pedagogia Crítico-Emancipatória. Esta concepção acredita que o movimentar-se humano seja uma forma de comunicação, entendendo o sujeito como capaz de atuação crítica e autônoma sobre o mundo. Também aponta como proposta metodológica a tematização de elementos da cultura do movimento. 27 Essas duas propostas, consideram o esporte de auto-rendimento um agente reprodutor da sociedade capitalista, sugerindo procedimentos didático-metodológicos que possibilitem esclarecimento crítico a este respeito. 20

    Na Educação Física, também surgiram concepções pedagógicas que não se vincularam a teoria crítica da educação. A abordagem desenvolvimentista não se coloca como solucionadora dos problemas sociais do país, mas tenta dar especificidade à área através da habilidade motora. Pretende dar oportunidades de experiência do movimento adequadas a cada nível de crescimento e desenvolvimento, de modo a garantir o desenvolvimento “normal” do indivíduo e, com isso, estipula padrões corretos de se movimentar. Outra abordagem não-crítica é a Psicomotricidade, que possui grande influência da Psicologia, considerando como tarefa da Educação Física o desenvolvimento integral da criança. Correlaciona processos cognitivos, afetivos e psicomotores, considerando que, a ação educativa ocorre através de movimentos espontâneos que favoreçam a gênese da imagem corporal, núcleo central da personalidade. 20,27

    O movimento de atualização ou renovação do paradigma da aptidão física também não pode ser deixado de lado. Os avanços do conhecimento biológico acerca das repercussões da atividade física sobre a saúde dos indivíduos e as novas condições urbanas de vida que tendem ao sedentarismo, revitalizam a ideia de promoção da saúde desenvolvida pela abordagem de saúde renovada. Essa vertente ganha força nos anos 90 pela busca de um consenso com a concepção biológica que superasse os modelos higiênicos e eugênicos presentes em toda história. 20,27

    Através da rica pluralidade do pensamento pedagógico iniciado nos anos 80, desenvolve-se outras abordagens na Educação Física neste final de século. Pode-se citar a abordagem Construtivista-Interacionista, com base na Psicomotricidade; a Abordagem Cultural, carregando o conceito de alteridade vindo da Antropologia; a Abordagem Sistêmica, com grande influência de estudos filosóficos e sociológicos, a Abordagem dos Jogos Cooperativos, contrapondo competição versus cooperação e, finalmente, o ecletismo desenvolvido pela abordagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Essa última, incluindo a dimensão crítica, os benefícios à saúde e os processos de aprendizagem, articula o aprender a fazer, saber por que se está fazendo e o como se relacionar nesse fazer. 27

8.     Conclusão

    O processo de construção do pensamento pedagógico atual sofreu grande influência e contribuição das pedagogias críticas nos anos 80. Porém, tanto a Educação Física quanto a Educação trazem fortes traços construídos em sua história desde o início do século XX. O perfil desta última ainda sofre repercussões de sua herança biologizada e esportivizada. 27 Segundo a investigação de dissertações e teses publicadas na área, pesquisas empírico-analíticas (preceitos das Ciências Naturais) representaram, na década de 90, o predomínio (56,5%) das pesquisas na área da Educação Física. 28 Na Educação ainda vigora a concepção produtivista, sendo entendida como investimento no capital humano individual que habilita o indivíduo à competição pelos empregos disponíveis. Porém não garante condições de empregabilidade do mesmo já que, no atual desenvolvimento capitalista, não há emprego para todos. A concepção produtivista é revitalizada pelos prefixos “neo” e “pós”, dando origem à expressões como neoconstrutivismo, neo-escolanovismo, neotecnicismo, pós-construtivismo e expressões como “pedagogia da qualidade total”, “pedagogia das competências” dentre outras. 15 No entanto, dados analisados sobre pesquisa na área de Educação Física sugerem uma gradativa incorporação dos discursos de cunho social, filosófico e pedagógico, 28 fazendo com que a Educação Física saia da “zona de conforto”, em busca de sua identidade como disciplina e de sua auto-afirmação na escola. 29,30 Assim, consideramos fundamental para qualquer educador, independentemente da disciplina que este ministra na instituição escolar, fazer uma reflexão sobre qual é o interesse da mesma, domesticar as classes populares, transformando o ambiente escolar num grande laboratório civilizador? Tirar os jovens pobres da delinquência, instrumentalizando-os para o mercado de trabalho? Docilizar corpos e garantir a manutenção do sistema social e econômico? Educar a partir de qual concepção? Quais valores devem ser reafirmados? Em que sociedade? Somente com essas e outras perguntas o ato de educar se torna mais crítico, consciente e intencional.,31,32

    Incorporando o discurso das pedagogias críticas, acreditamos na ideia de que a escola, ao mesmo tempo que reproduz as estruturas de dominação existentes na sociedade, constitui-se em um espaço onde se pode lutar pelas transformações sociais. Apontamos a necessidade de a educação e a Educação Física Escolar não se tornarem laboratórios civilizadores com objetivos de gerar homens gregários, movidos pelo instinto de rebanho e alimentados pelo interesse do Estado, comércio e ciência. É necessário formar homens que desenvolvam a cultura, assim como também é necessário não permitir que a escola seja apenas veículo transmissor, mas um espaço de crítica aos valores herdados e àqueles que estão sendo propostos, com isso, será possível a reflexão crítica da sociedade e da cultura. 29,32

Referências

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