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Estudo comparativo do volume de treinamento 

prescrito e executado por praticantes de musculação

Estudio comparativo del entrenamiento prescrito y el ejecutado por practicantes de musculación

 

*Licenciado em Educação Física Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal

dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM – Minas Gerais)

**Acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade Federal

dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM – Minas Gerais)

Fernando Gripp*

Dionata Soares Ribeiro**

Rúbio Sabino Bruzzi**

fernando.gripp@ufvjm.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A adequada prescrição e execução das variáveis do treinamento de força são essências para que seus benefícios relatados na literatura sejam conquistados. Este estudo teve como objetivo comparar o volume de treinamento prescrito e executado pelos praticantes de musculação em uma academia. Quinze praticantes tiveram suas fichas de treino analisadas e comparadas com o volume executado durante uma sessão de treinamento. Os resultados indicam que o volume total executado é semelhante ao volume prescrito. Porém, os voluntários alteraram o número de repetições e aumentaram a duração das pausas prescritas entre as séries. Conclui-se que há a necessidade de maior orientação e supervisão por parte do profissional de Educação Física sobre a correta execução das cargas de treinamento de força em academias para garantir os seus reais benefícios.

          Unitermos: Musculação. Volume de treinamento. Treinamento de força.

 

Resumen

          La correcta prescripción y la ejecución de las variables del entrenamiento de fuerza son esenciales para que los beneficios reportados en la literatura se puedan conseguir. Este estudio tuvo como objetivo comparar la cantidad de entrenamiento prescrito y el realizado por los culturistas en el gimnasio. Quince profesionales tenían sus registros de entrenamiento analizados y comparados con el volumen ejecutado durante una sesión de entrenamiento. Los resultados indican que el total de ejecución es similar al volumen prescrito. Sin embargo, los voluntarios habían cambiado el número de repeticiones y habían aumentado la duración de las pausas entre las series prescritas. Llegamos a la conclusión de que existe una necesidad de mayor orientación y supervisión del profesional de la Educación Física para la correcta ejecución de las cargas de entrenamiento en los gimnasios para garantizar sus beneficios reales.

          Palabras clave: Musculación, volumen del entrenamiento, entrenamiento de fuerza.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Para que o treinamento de musculação tenha efeitos positivos é necessário planejar um programa específico para responder às necessidades de cada indivíduo, onde as variáveis básicas sejam definidas de acordo com os princípios do treinamento esportivo. Diferentes fatores como a intensidade, volume freqüência, velocidade de execução, amplitude de movimento, ordem de realização dos exercícios e intervalo de recuperação entre as séries são envolvidos nessa prescrição (FLECK e KRAEMER, 2006; BARROS, RIBEIRO, 2009; BOMPA 2002). Para que os reais benefícios da musculação sejam assegurados precisamos de uma adequada prescrição profissional e da correta execução pelos praticantes. Porém, de forma empírica, temos visto que muitos alunos não cumprem o volume prescrito, o que pode comprometer os benefícios esperados ou mesmo acarretar danos para a saúde do praticante. Diante disso, o objetivo desse estudo foi analisar e comparar o volume de treinamento prescrito e executado pelos praticantes de musculação em uma academia.

Materiais e métodos

Amostra

    Este trabalho foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (protocolo 020/11).

    A amostra foi composta por quinze voluntários de ambos os sexos (24±5anos; 68,59±8,63kg; 1,74±0,81m; 15,78±8,57% de gordura corporal e 7,3±5,6 meses de treinamento) que atendiam aos seguintes critérios: estar faixa etária entre 18 a 35 anos; ter feito a avaliação física antes do treinamento; ter uma ficha de treinamento prescrita por um profissional de Educação Física; ser assíduo ao treino nos último trinta dias, no mínimo três vezes por semana; demonstrar autonomia na execução dos exercícios; estar matriculado na academia a pelo menos dois meses.

    Os pesquisadores compararam os dados da ficha do programa prescrito com o volume de treinamento executado pelo praticante durante uma sessão de treino. Os voluntários não sabiam que estavam sendo observados enquanto realizavam os exercícios e depois foram abordados para a autorização de utilização dos seus dados na pesquisa.

    Os dados foram analisados pela estatística descritiva e as possíveis diferenças do volume de treinamento prescrito e executado foram verificadas pelo teste t-student, sendo adotado um nível de significância de p<0,05.

Resultados e discussão

    A Tabela 1 abaixo apresentamos o comparativo entre o número de exercícios, séries, repetições e duração das pausas prescritas e executadas para os membros superiores e inferiores dos praticantes de musculação.

Tabela 1. Número de exercícios séries prescritas e executadas pelos praticantes de musculação (n=15)

    Aparentemente, exceto o tempo de pausa entre as séries, os voluntários seguiram fielmente o volume de treinamento prescrito. Entretanto, ao realizarmos uma análise do individualizada do número de repetições de cada voluntário podemos notar que nenhum deles seguiu fielmente o volume prescrito. Isto é, os indivíduos alteraram tanto para mais, quanto para menos o número de repetições executado, promovendo desse modo, uma compensação no valor total.

    Salles et al (2006); Lima et al. (2006); Chagas e Lima (2008) afirmam que a pausa é uma variável crucial na elaboração do programa de treinamento que exerce influência direta nos diferentes componentes da carga de treino de força e, conseqüentemente, nas adaptações fisiológicas e no desempenho do indivíduo. Segundo Fleck e Kraemer (2006) o intervalo de recuperação entre as séries de um exercício é um fator fundamental para o sucesso de um programa de treinamento, influenciando diretamente na determinação do nível do estímulo das cargas de treino, na recuperação e na concentração de lactato sangüíneo. Lima e Chagas (2008) afirmam que as pausas podem ser prescritas de forma qualitativa (“quando você se sentir recuperado, realize a próxima série”) ou quantitativa (tempo padronizado). De acordo com a observação empírica, as possíveis causas que podem ter levado ao grande aumento no tempo de pausa no presente estudo seriam a distração (conversa) entre os praticantes e o número insuficiente de aparelhos.

Considerações finais

    Em princípio, os dados do presente estudo indicam que o volume total executado pelos praticantes de musculação é semelhante ao volume prescrito. Porém, verificou-se que todos os voluntários alteraram, para mais ou para menos, o número de repetições prescritas e também alteraram, para mais, as pausas prescritas entre as séries. Em termos práticos, isso indica a necessidade de maior supervisão e orientação por parte do profissional de educação física sobre a correta prescrição, execução e supervisão das cargas de treinamento de força em academias visando garantir seus reais benefícios. Sugerimos novos estudos relacionando essas alterações com a intensidade dos exercícios.

Referências bibliográficas

  • BARROS, C. L. M.; RIBEIRO, D. C.; ROCHA, W. C. Efeitos de diferentes intervalos de recuperação no número de repetições máximas. Revista Mineira de Ciências da Saúde. Patos de Minas: UNIPAM, (1): 32-41, ano 1, n. 1, 2009.

  • BOMPA, T. O. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. 4ª ed. São Paulo: Phorte, p. 423 2002.

  • CHAGAS, M. H.; LIMA, F.V.. Musculação: variáveis estruturais. Belo Horizonte: Casa da Educação Física. 2008.

  • FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos de treinamento de força muscular. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

  • LIMA, F. V; CHAGAS, M. H.; CORRADI, E. F. F.; SILVA, G. F.; SOUZA, B. B.; MOREIRA JÚNIOR, L. A. Análise de dois treinamentos com diferentes durações de pausa entre séries baseadas em normativas previstas para a hipertrofia muscular em indivíduos treinados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 12, n. 4, ago. 2006.

  • RIBEIRO, J. R. C. Modelo didático para prescrição e controle das atividades. Belo Horizonte- MG: Casa da Educação Física, 2009.

  • SALLES, B. F.; RIBEIRO, F. M.; SILVA, J. P. M. R.; NOVAES, J. S. A Influência de 2 minutos de recuperação entre séries sobre o número de repetições máximas em exercícios mono e biarticulares. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.2, n.2, julho/dezembro, 2006.

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