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Análise e desempenho dos velocistas no 

campeonato brasileiro menores durante 10 anos

Análisis del rendimiento de los velocistas en el campeonato brasileño de menores durante 10 años

Analysis and performance of Brazilian championship sprinters in youth athletes during 10 years

 

*Bacharel em Educação Física (UEPG); Membro do Grupo de Estudos

e Pesquisa em Educação Física Escolar e Formação de Professores (UEPG)

Árbitro de atletismo da Federação Paranaense de Atletismo

**Prof. Dr. docente Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

(Brasil)

João Paulo Kaiut*

joaopaulokaiut@hotmail.com

Alberto Inácio da Silva**

albertoinacio@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados obtidos por corredores nas provas de velocidade na categoria menores, durante o campeonato brasileiro no período de 2000 a 2009. Este estudo é classificado como sendo descritivo retrospectivo. Como base de dados foram utilizadas as informações disponíveis no site da Confederação Brasileira de Atletismo, Confederação Sul Americana de Atletismo e no da International Association of Atlhetics Federations, relativa às provas de velocidade na categoria menores, que inclui adolescentes com idade de 13 a 17 anos, do sexo masculino. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com dois critérios, seguido do teste de Tukey para comparações entre os valores médios de desempenho. Para a avaliação do decréscimo do desempenho ao longo dos anos de acompanhamento foi utilizada o coeficiente de declividade da reta pela análise de regressão. Após análise dos dados observa-se que das 90 medalhas (ouro, prata e bronze) distribuídas no período de 10 anos em cada naipe, os atletas de ambos os sexos com 17 anos são os mais premiados, seguido pelos atletas de 16 anos. Apesar da tentativa de massificação desta modalidade desportiva por todo o Brasil, observa-se que são poucos os estados que conseguem se destacar no atletismo. O estado de São Paulo foi o que mais conquistou medalhas 38,33%, sendo seguido pelo estado do Rio de Janeiro com 32,22% das medalhas.

          Unitermos: Atletismo. Velocistas. Campeonato de menores.

 

Abstract

          The aim of this study was to analyze the results obtained by sprinters, in the Youth category races, during the Brazilian championship between of 2000-2009. This study is classified as a descriptive and retrospective. As database we used the information available on the Brazilian Athletics Confederation website, South American Athletics Confederation and the International Association of Federations Athletics on the speed trials in the Youth category, which includes teenagers aged 13-17 years old athletes. Data were subjected to analysis of variance (ANOVA) with two-way, followed by the Tukey test for comparisons between the average performances. To assess the decrease in performance over the years was used for monitoring the slope coefficient of the regression analysis. The analyzing the data shows that of 90 medals (gold, silver and bronze) distributed in 10-year period in each suit, athletes of both genders aged 17 years old are the most awards, followed by athletes of 16 years. Despite attempts to popularization of sport throughout Brazil, it is observed that there are few states that can stand in athletics. The São Paulo state was the most medals won 38.33%, followed by the state of Rio de Janeiro with 32.22% of the medals.

          Keywords: Athletics. Sprinters. Youth championship.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Muitos acreditam que o atletismo é à base de todos os outros esportes, isto porque, seria quase que impossível uma pessoa ir bem em um determinado esporte se não conseguisse correr, saltar e arremessar, ações estas que são aprimoradas com as técnicas de atletismo. Essas ações motoras, na antiguidade, eram essenciais para a sobrevivência do indivíduo.

    O atletismo na moderna definição é um esporte composto por provas de pista, que são as corridas, de campo que são os saltos e lançamentos e as provas combinadas. Somando-se as estas se incluem as provas de corrida de rua, estrada e montanhas (CBAt, 2003).

    Neste trabalho vamos analisar os resultados de atletas da categoria menores nas provas de velocidade, ou seja, nas provas de pista. As provas de velocidades são divididas em dois grupos, sendo duas provas classificadas como velocidade pura, os 100 metros e os 200 metros, e uma prova classificada como velocidade prolongada, os 400 metros rasos, sendo que esta última devido aos aperfeiçoamentos das metodologias de treinamento, é considerada por alguns autores como sendo também de resistência da velocidade (BARROS e DEZEM, 1989).

    Em 1896 foram realizados em Atenas na Grécia, primeiro os Jogos Olímpicos da Era moderna, sob a égide do Barão de Coubertin, nascendo o aforismo de que: “é possível fazer-se uma Olimpíada só com provas de atletismo; porém é impossível com todos os outros desportos, sem o atletismo” (CAMARGO e SILVA, 1978). A primeira participação do atletismo brasileiro nos Jogos Olímpicos foi em 1924, em Paris, sendo que, no ano seguinte, foi disputado pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. A participação do Brasil no Campeonato Sul-Americano de atletismo data de 1931, apesar de esta disputa ter iniciado em 1919 (CBAt, 1989). O Brasil participa dos Jogos Pan-Americanos desde a sua primeira edição em Buenos Aires, em 1951. Como pode ser observado, a organização e participação do atletismo brasileiro em eventos de alto nível é muito recente.

    Grande parte dos estudos publicados encontrados em nossa revisão da literatura, envolviam os atletas das categorias adultas ou eram relacionados ao aperfeiçoamento ou desenvolvimento das técnicas das modalidades deste esporte. Contudo, recentemente foram publicados estudos com atletas, de ambos os sexos, de categorias de base do atletismo, onde foram apresentados dados referente à performance destes atletas no transcorrer de um determinado período (TAKAHASHI et al. 2002; KAIUT e Da SILVA, 2009; KAIUT e Da SILVA, 2010a, 2010b; KAIUT et al. 2010).

    Para Kaiut e Da Silva (2009, 2010a) a análise dos resultados esportivos ao longo de um período servem para as federações, confederações e patrocinadores verificarem se o dinheiro investido nas modalidades de base está alcançando os resultados planejados, podendo com isso se fazer uma análise crítica redirecionando os investimentos para sanar determinadas lacunas. Vieira e Vieira (2000) destacam que o processo de desenvolvimento de um atleta leva muitos anos de formação e, para garantir um bom desenvolvimento de suas potencialidades, torna-se necessário conhecer os seus resultados ao longo de sua carreira.

    Os resultados obtidos em provas oficiais são utilizados pelos técnicos como referencial para o diagnóstico das possibilidades de seu atleta e definição de objetivos. Já a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) utiliza os resultados destas competições para selecionar os atletas que irão representar o país em competições internacionais. Contudo, na iniciação desportiva, os resultados em competições de menores, servirão também como referenciais para a detecção de novos talentos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi analisar e comparar os resultados obtidos por velocistas do sexo masculino, nas provas de 100m; 200m; e 400 metros rasos na categoria menores, durante o campeonato brasileiro de 2000 a 2009.

Metodologia

    Este estudo é classificado como sendo descritivo retrospectivo. Como base de dados foram utilizadas as informações disponíveis no site da Confederação Brasileira de Atletismo (www.cbat.org.br), Confederação Sul Americana de Atletismo (www.consudatle.org) e no da International Association Atlhetic Federation (www.iaaf.org), relativas às provas de 100 metros rasos; 200 metros rasos; e 400 metros rasos. A amostra foi constituída por adolescentes com idade de 13, 14, 15, 16 e 17 anos, do sexo masculino, da categoria menores. Os dados coletados foram organizados e analisados de forma a classificar os três primeiros colocados de cada prova. Também foram levantados neste site, os dados referentes aos dez melhores resultados em cada temporada e os recordes: do campeonato, do campeonato Brasileiro, Sul-Americano e Mundial (o recorde do campeonato se diferencia do recorde brasileiro, porque este último pode ser estabelecido durante uma competição internacional disputada tanto no Brasil como no exterior, ou mediante a disputa de outra competição nacional que o atleta participe na sua categoria, ou categoria acima).

    A categoria de menores até o ano de 2006 era constituída por atletas de 13 a 17 anos. Contudo, a partir do ano de 2007, foi estabelecido que somente atletas de 15 a 17 anos, poderiam participar desta categoria. Assim sendo, os melhores resultados de cada faixa etária que iremos apresentar referente à faixa etária de 13 a 14 anos, será correspondente a dados obtidos até o ano de 2006.

    Os resultados dos testes estão reportados como média e o respectivo desvio padrão e foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com dois critérios, seguido do teste de Tukey para comparações entre os valores médios de desempenho. Para a avaliação do decréscimo do desempenho ao longo dos anos de acompanhamento foi utilizado o coeficiente de declividade da reta pela análise de regressão (CA - Coeficiente Angular). A significância estatística foi considerada para p <0,05.

Resultados e discussão

    A primeira prova a ser analisada no período de 2000 a 2009 foi a correspondente aos 100 metros rasos, o tempo médio alcançados pelos atletas primeiro, segundo e terceiros colocados neste período de 10 anos foram de: 10”83 ± 0,20, 10”90 ± 0,20, 11”02 ± 0,18 segundos respectivamente. Com o agrupamento dos dados foi possível determinar as melhores marcas em cada faixa etária no período de 10 anos. Assim sendo a melhor marca encontrada para um atleta de 14 anos de idade foi de 12”56 segundos no ano de 2004. Já para os atletas de 15, 16 e 17 anos de idade foram encontradas as seguintes marcas: 11”03, 10”75, 10”43 segundos respectivamente. Estas marcas foram obtidas nos anos de 2000, e 2002 (as duas últimas marcas foram obtidas no mesmo ano). Já um atleta de 13 anos de idade, não conseguiu estabelecer uma marca que o coloca-se entre os 10 melhores resultados de uma competição durante o tempo que participou desta categoria. O gráfico 1, demonstra o desempenho dos atletas da prova de 100 metros rasos no período de 2000 a 2009.

    Na tabela 1 observa-se a ausência do sinal negativo na análise de declividade das retas de regressão para os competidores da prova de 100 metros rasos, no período de abrangência deste estudo. Portanto, não ocorreu declínio no desempenho dos atletas neste período de tempo. Entretanto, devido à flutuação dos resultados, todas as declividades foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05).

Tabela 1. Análise do desempenho dos competidores dos 100 metros rasos masculino, entre 

os anos de 2000 a 2009, pela declividade da reta de regressão (CA - Coeficiente Angular).

    O recorde do campeonato menores para esta prova foi obtido no ano de 2002, ou seja, foi estabelecido dentro do período deste estudo. Este foi conquistado pelo atleta Jorge Célio da Rocha Sena com o tempo de 10”43 segundos, sendo esta marca considerada também recorde Brasileiro e Sul-Americano. Já o recorde Mundial pertence ao atleta Rynell Parson dos Estados Unidos, com o tempo de 10”23 segundos, obtido no ano de 2007, na cidade de Indianápolis.

    O número de medalhas colocadas em disputa neste período de 2000 a 2009 foram 10 medalhas para cada colocação, ou seja 10 medalhas de ouro; 10 medalhas de prata; e 10 medalhas de bronze. Com relação ao número de medalhas de ouro conquistadas neste período de 10 anos, os atletas em seu último ano de competição, ou seja, com 17 anos de idade, obtiveram total vantagem, pois conquistaram oito das 10 medalhas de ouro colocadas em disputa (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição das medalhas no período de 2000 a 2009 para os atletas da prova de 100 metros rasos masculino

    Em estudos desenvolvidos por Kaiut e Da Silva (2009) com atletas do sexo masculino referente à prova de salto em distância, também foi verificado supremacia de atletas no seu último ano de competição na categoria, onde estes atletas possuíam 66,7% de medalhas do quadro geral, sendo destacado por estes autores, que devido estes atletas encontrarem-se em um estágio maturacional superior aos atletas mais jovens, isto lhes garantia uma vantagem.

    A segunda prova analisada neste período de 2000 a 2009, foi a prova dos 200 metros rasos masculino. O tempo médio alcançado pelos atletas que obtiveram o primeiro, segundo e terceiros colocados foram de: 21”68±0,26, 21”98±0,28, 22”15±0,26 segundos respectivamente. A única marca encontrada para um atleta de 14 anos de idade foi no ano de 2006 com o tempo de 25”36 segundos, para os atletas com 15,16 e 17 anos de idade foram encontradas as marcas de 22”04, 21”66, e 21”35 segundos, nos seguintes anos respectivamente: 2008, 2001, e 2002. Na prova de 200 metros rasos, como ocorrido na prova de 100 metros rasos, não encontramos marcas obtidas por atletas com 13 anos de idade neste período de 2000 a 2009. Estudos desenvolvidos por Kaiut e Da Silva (2009) com atletas do sexo masculino nas provas de saltos, e Kaiut e Da Silva (2010a) nas provas de lançamentos, também não foi encontrado nenhum resultado referente à atleta na faixa etária dos 13 anos de idade. O gráfico 2, demonstra o desempenho dos atletas na prova de 200 metros rasos masculino neste período de 10 anos.

    Mediante a análise da declividade das retas de regressão, observou-se a ausência do sinal negativo em todas as colocações para os atletas da prova dos 200 metros rasos, portanto, os atletas não sofreram um declínio no desempenho entre os anos de 2000 a 2009. Entretanto, devido à flutuação dos resultados, as declividades para o primeiro, segundo e terceiros colocados foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05). Assim sendo, não há diferença entre os valores obtidos entre os anos de 2000 a 2009 para cada competidor, conforme mostra a tabela 3 a seguir.

Tabela 3. Análise do desempenho dos competidores dos 200 metros rasos masculino, entre 

os anos de 2000 a 2009, pela declividade da reta de regressão (CA - Coeficiente Angular).

    Como ocorrido na prova de 100 metros rasos, também na prova de 200 metros rasos o recorde do campeonato, o recorde Brasileiro, e o recorde Sul-Americano pertence ao atleta Jorge Célio da Rocha Sena, com o tempo de 21”35 segundos para o primeiro recorde do campeonato, 20”92 segundos para os dois último recordes respectivamente, sendo todas estas marcas conquistadas no ano de 2002. Já o recorde Mundial pertence ao atleta Usain Bolt da Jamaica com o tempo de 20”13 segundos, obtida no ano de 2003 na cidade de Bridgetown. Este mesmo atleta atualmente possui o recorde mundial adulto, recorde mundial juvenil (atletas de 16 a 19 anos) e o recorde olímpico.

    Em relação ao número total de medalhas de ouro distribuídas neste período de 10 anos, os atletas no seu último ano de competição na categoria possuem o maior número de medalhas de ouro, assim como ocorreu na prova de 100 metros rasos, com oito medalhas de ouro para os atletas com 17 anos, de um total de 10 medalhas. Tanto nas provas de salto feminino, quanto no salto masculino da categoria de menores, também foi verificado que os atletas em seu último ano de competição na categoria possuem o maior número de medalhas (KAIUT e Da SILVA, 2009, KAIUT e Da SILVA, 2010b). Esta vantagem permanece no quadro geral de medalhas, com os atletas com 17 anos conquistando 63,33% das medalhas conforme mostra a tabela 4.

Tabela 4. Distribuição das medalhas no período de 2000 a 2009 para os atletas da prova de 200 metros rasos masculino

    A última prova analisada neste período de 2000 a 2009, foi o 400 metros rasos, o tempo médio em segundos para o primeiro, segundo e terceiros colocados foram: 48”53 ± 0,64, 48”95 ± 0,60, 49”37 ± 0,46 segundos respectivamente. A melhor marca encontrada para um atleta com 15 anos de idade foi obtida no ano de 2008, com o tempo de 48”75 segundos, com esta marca o atleta em seu primeiro ano de competição alcançou a terceira colocação no campeonato menores. Para um atleta com 16 anos de idade foi encontrado o tempo de 48”16 segundos, obtido no ano de 2009, pelo mesmo atleta citado anteriormente, com este tempo o atleta conquistou a primeira colocação. Para um atleta com 17 anos de idade, foi encontrado o tempo de 47”24 segundos no ano de 2002, sendo recorde do campeonato no atual ano. Não foram encontrados resultados para os atletas com 13 e 14 anos de idade neste período de estudo. O gráfico 3, mostra o desempenho dos atletas na prova de 400 metros rasos masculino no período de 2000 a 2009.

    Na tabela 5 observa-se pelo sinal negativo da declividade das retas de regressão, que todas as colocações sofreram um declínio no desempenho entre os anos de 2000 a 2009, para os atletas dos 400 metros rasos masculino. Devido a resultados como estes, também encontrados nas provas de salto, Kaiut & Da Silva, (2009) comentam que apesar de todos os investimentos feitos nos últimos anos no atletismo pelo governo federal, por meio de patrocínio Caixa Econômica Federal, os resultados obtidos nas competições oficiais de modo geral não estão sendo satisfatórios. Entretanto, devido à flutuação dos resultados, as declividades para o primeiro, segundo e terceiros colocadas foram estatisticamente iguais a zero (teste t; p>0,05). No entanto, não há diferença entre os valores obtidos entre os anos de 2000 a 2009 para cada competidor.

Tabela 5. Análise do desempenho dos competidores dos 400 metros rasos masculino, entre 

os anos de 2000 a 2009, pela declividade da reta de regressão (CA - Coeficiente Angular).

    O recorde do campeonato e o recorde Brasileiro conquistados no ano 2002, pertencem ao atleta Diego Venâncio, sendo as seguintes marcas respectivamentes 47”24 e 46”63 segundos. O recorde Sul Americano pertence ao atleta Andrés Silva do Uruguai com o tempo de 46”23 segundos obtido no ano de 2003. Já o recorde Mundial, pertence ao atleta Obea Moore dos Estados Unidos com o tempo de 45”14 segundos, obtido na cidade de Santiago de Chile em 1995.

    Nos 400 metros rasos a supremacia no número de medalhas de ouro contínua com atletas em seu último ano de competição com 17 anos de idade, onde eles possuem sete das possíveis 10 medalhas de ouro colocadas em disputa. Esta vantagem ainda é maior quando comparado ao quadro geral de medalhas onde os atletas com 17 anos possuem 73,33% das medalhas. Quando comparados com estudos desenvolvidos por Kaiut e Da Silva (2009) com atletas do sexo masculino das provas de saltos, e estudos desenvolvidos por Kaiut e Da Silva (2010a), com atletas do sexo feminino das provas de saltos, estes estudos demonstram 71,6% e 55,5% respectivamente das medalhas conquistadas por atletas com 17 anos de idade no quadro geral de medalhas, sendo o resultado alcançado por atletas com 17 anos de idade na prova dos 400 metros rasos superior quando comparados aos estudos anteriores. A tabela 6 mostra o quadro geral de medalhas no período de 2000 a 2009, por atletas na prova dos 400 metros rasos masculino.

Tabela 6. Distribuição das medalhas no período de 2000 a 2009 para os atletas da prova de 400 metros rasos masculino

Conclusão

    Os atletas com 17 anos de idade em seu último ano de competição são os atletas mais premiados neste período de 2000 a 2009, seguidos pelos atletas de 16 anos de idade no seu penúltimo ano de competição, e posteriormente pelos atletas em com 15 anos de idade. Das 30 medalhas de ouros disputadas neste período de 10 anos, os atletas com 17 anos de idade, possuem 23 medalhas, correspondendo 76,67% das medalhas (Tabela 7).

Tabela 7. Distribuição de medalhas no período de 2000 a 2009 por faixa etária, para os atletas velocistas do sexo masculino

    Ao analisarmos a distribuição de medalhas por estado, para os atletas velocistas, observa-se que as equipes que se destacam a nível nacional encontram-se no estado de São Paulo, pois conquistaram 36,67% do total de medalhas, seguidas pelo estado do Rio de Janeiro com 27,78% do total de medalhas, e na terceira colocação o estado do Paraná com 11,1% das medalhas. Na tabela 8 pode-se observar o quadro geral de medalhas por estado, distribuídas em 10 anos, nas três provas de velocidade analisadas. Este quadro demonstra que a Confederação Brasileira de Atletismo deveria investir mais nos estados que apresentam dificuldade em obter medalhas durante as competições oficiais, sendo que este investimento não deve ser só financeiro ou material, mas proporciona cursos e reciclagem para os treinadores poderem se atualizar e empregarem novas metodologias de treinamento aos atletas das categorias de base.

Tabela 8. Distribuição de medalhas por estados no período de 2000 a 2009 para os atletas velocistas do sexo masculino

    Com isso, baseado nos resultados apresentados neste período de 10 anos, concluímos que no futuro os atletas das provas de velocidade do atletismo brasileiro, terão dificuldades em conquistar um lugar ao pódio em competições internacionais na categoria adulto, com os principais atletas do mundo, já que a cada ano estes atletas da nova geração do atletismo vêm apresentando resultados inferiores ou iguais ao atletas que disputavam esta prova em anos anteriores.

Referências bibliográficas

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