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Benefícios proporcionados pelo treinamento de força 

aplicado a mulheres com idades entre 60 e 75 anos

Beneficios proporcionados por el entrenamiento de fuerza aplicado a mujeres con edades entre 60 y 75 años

 

Centro Universitário Toledo de Araçatuba

Curso de Educação Física

(Brasil)

Jozielin Cristini Basseto

Evelyn Bianquini Cavallari

Luiz Ricardo Marques Pereira

Prof. Me. Sérgio Tumelero

tumelero.prof@toledo.br

 

 

 

 

Resumo

          Envelhecer trata-se de um processo biológico natural e que todos estão sujeitos. Desta forma, cabe-nos decidir se esse processo ocorrerá de forma saudável com uma boa qualidade de vida, ou se será marcado por problemas físicos conseqüentes de doenças hipocinéticas. O objetivo deste artigo é mostrar por meio de análise comparativa os benefícios proporcionados pelo treinamento de força e as melhoras em algumas qualidades físicas treináveis, tais como: peso corporal, freqüência cardíaca em repouso, flexibilidade, capacidade de coordenação, controle neuromuscular e condicionamento físico. Participaram deste processo 20 mulheres com idades entre 60 e 75 anos que foram divididas em dois grupos: um grupo de mulheres praticante de treinamento de força e um grupo de mulheres sedentárias. Como resultados observaram o quanto o treinamento de força auxilia na manutenção da saúde e na qualidade de vida destas mulheres. Esperamos que este material contribua para a conscientização sobre a importância da prática da atividade física, tanto por fatores ligados a longevidade quanto à qualidade de vida.

          Unitermos: Treinamento de força. Qualidade de vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Dados do IBGE apontam que a expectativa de vida do país aumentou cerca de 3 anos entre 1999 e 2009, sendo agora de 73,1 anos. Entre as mulheres são registradas as menores taxas de mortalidade e atualmente representam 55,8% da população com mais de 60 anos (IBGE 2010).

    O processo biológico é caracterizado por transformações progressivas e irreversíveis em função do tempo, representando uma etapa do desenvolvimento individual, onde o catabolismo é maior que o anabolismo (Meirelles, 2000).

    A velhice não é um processo único, mas a soma de vários outros, distintos entre si. No entanto, a aparição mais marcante é a diminuição das reservas orgânicas do indivíduo, com uma regressão anatômica e funcional de todo o organismo e notoriamente a diminuição do rendimento cardiovascular e respiratório (Simões, 1998).

    Entende-se o processo de envelhecimento pela diminuição das habilidades psicomotoras e anatômicas, perca da densidade óssea, especialmente nas mulheres devido à menopausa que ocorre normalmente dos 45 aos 55 anos devido ao encerramento dos ciclos menstruais e ovulatórios, que provocam alterações hormonais e diminuição das reservas de cálcio do organismo, provocando a osteoporose.

    Com o passar dos anos, os músculos perdem força e tamanho causando uma série de problemas degenerativos. A perda muscular está diretamente ligada às conseqüências relativas no estado de saúde do indivíduo e listadas a seguir:

    Podemos observar que com o treinamento de força há um aumento do ritmo metabólico e por conseqüência um maior gasto energético diário, resultando na perca de peso e diminuição da massa corporal gorda.

    Na freqüência Cardíaca de Repouso, há uma maior eficiência cardíaca com relação ao volume de sangue ejetado pelo coração, devido à vasodilatação e ao aumento da força do miocárdio em conseqüência do treinamento de força.

    Quando trabalhada a flexibilidade, proporciona aumento significativo na amplitude angular máxima de movimento, aumentando a eficiência mecânica e reduzindo o risco de lesões músculo-articulares. Devido ao treinamento de força ocorre aumento da densidade mineral óssea, aumento da velocidade de contração do músculo e hipertrofia muscular por conta do aumento do sarcoplasma das fibras musculares (Ramos, 2002), promovendo assim, força e resistência com relação ao sistema músculo-esquelético, evitando fraturas, lesões e prevenção da osteoporose. Devido ao treinamento de força e ao treinamento de flexibilidade constatam-se adaptações neuro-musculares, que propiciam melhora no equilíbrio. Exercícios de motricidade fina (costurar, escrever, desenhar, bordar) e de motricidade grossa (caminhar, correr, saltar), estimulam o desenvolvimento e aprimoramento da capacidade de coordenação.

    Segundo Ramos (2002) a mulher, quando submetida a treinamento adequado, experimenta bons resultados no tocante ao aumento de força e à hipertrofia; sendo que normalmente a qualidade da melhora nos níveis de força supera o ganho de hipertrofia.

    O treinamento de força promove o aumento da massa magra, porém, não sendo tão significativo em termos de volume quando se trata de mulheres idosas.

    O VO2 Máx declina 5 a 15 % por década após os 25 anos; esse declínio parece ser provocado por uma diminuição no débito cardíaco e na diferença arteriovenosa de oxigênio (Fleg et al., 1995, Ogawa et al., 1992).

    A capacidade de entrada e filtragem de O2 no pulmão é em média cerca de 10 (Dez) vezes maior favorecendo as idosas ativas praticantes de treinamento de força, quando comparadas com idosas sedentárias.

Objetivos

    Demonstrar através de análise comparativa os benefícios do exercício de força (musculação), para mulheres com idade entre 60 e 75 anos.

Metodologia

    Participaram 20 mulheres com idades entre 60 e 75 anos que foram divididos em dois grupos: um grupo de mulheres praticante de treinamento de força e um grupo de mulheres sedentárias. Para tanto foram avaliadas as capacidades de:

Resultados

    Com relação ao peso corporal podemos observar que as mulheres sedentárias apresentaram média de 71,6 kg, já as ativas apresentaram valores médios de 69kg. Desta forma, o gráfico 1 mostra que o peso corporal das sedentárias apresenta uma diferença de 2,6 kg quando comparamos o grupo de mulheres ativas com o grupo de mulheres sedentárias. Esta diferença é de 3,6%.

Gráfico 1. Peso corporal

    No gráfico 2 estão representados os valores para a freqüência cardíaca em repouso, onde observamos que as mulheres sedentárias apresentaram média de 88bpm. As mulheres ativas apresentaram média de 80bpm. Observamos, assim, diferença de 08bpm entre as sedentárias e as ativas, o que representa 9,9%.

Gráfico 2. FC de repouso

    Para a capacidade de flexibilidade podemos observar que as mulheres sedentárias apresentaram média de 18 cm. As mulheres ativas apresentaram valores consideravelmente maiores, média de 29 cm. Desta forma podemos observar diferença de 11 cm favorecendo as mulheres ativas. Este ganho de flexibilidade é da ordem de 37,9% e está representado no gráfico 3.

Gráfico 3. Capacidade de flexibilidade

    Quando avaliamos a capacidade de força de membros superiores pudemos observar que as mulheres sedentárias apresentaram média de 14,1 repetições, sendo que as ativas apresentaram uma média de 21,9. Assim, o gráfico 4 mostra a diferença de 7,8 repetições máximas entre os dois grupos, durante os 30 segundos de duração do teste, isso representa 35,6%.

Gráfico 4. Capacidade de força de membros superiores

    Para as avaliações de força de membros inferiores, observamos que as mulheres sedentárias apresentaram média de 11,5 repetições máximas por minuto, sendo que as ativas apresentaram uma média de 16,9 repetições máximas. Assim, a diferença foi de 5,4 repetições máximas durante os 30 segundos de duração do teste, o que representa uma diferença de 31,9 % e está representada no gráfico 5.

Gráfico 5. Capacidade de força de membros inferiores

    No gráfico 6 estão registrados os valores para a capacidade de equilíbrio, onde podemos observar que as mulheres sedentárias apresentaram média de 8,8 pontos sendo que as mulheres ativas apresentaram média de 9,7 pontos. Desta forma, a diferença entre os dois grupos foi de 0,9 pontos, o que representa um percentual de 9,2.

Gráfico 6. Capacidade de equilíbrio

    Com relação à capacidade de Coordenação motora podemos observar que o tempo gasto em média para a execução da atividade foi de 7,5 segundos para as mulheres sedentárias. Para as mulheres treinadas o tempo de resposta ao teste foi de 5,9 segundos, apresentando uma diferença de 1,6 segundos e em termos percentuais de 21,3%. Estes valores estão apresentados no gráfico 7.

Gráfico 7. Capacidade de coordenação

    Quanto à massa corporal magra, o grupo de idosas sedentárias apresentou durante as avaliações uma quantidade média de 46,1Kg, enquanto o grupo de idosas ativas apresenta uma quantidade média de 46,41Kg de massa corporal magra. O que corresponde a cerca de 0,66% de diferença ou 0,31Kg, como podemos observar no gráfico a seguir.

Gráfico 8. Massa corporal magra

    De acordo com as avaliações, pudemos observar que em relação à quantidade de massa corporal gorda as mulheres sedentárias apresentaram valores médios de 23,7kg. Já as mulheres treinadas apresentaram quantidade de massa corporal gorda de 21,9kg. Desta forma, a diferença entre os dois grupos foi de 1,8Kg, o que representa percentual de 7,59%. Estes valores foram expressos no gráfico 9.

Gráfico 9. Massa corporal gorda

    No gráfico 10 podemos observar que, de acordo com as aferições de dobra cutânea o grupo de idosas sedentárias apresentou uma média de 32,79% de massa corporal gorda contra 32,41% do grupo de idosas ativas. O que representa uma diferença de cerca de 15%no percentual de gordura entre os dois grupos avaliados.

Gráfico 10. Percentual de gordura corporal

    A partir do teste de doze minutos realizado em esteira ergométrica podemos calcular os valores de VO2máx para o grupo de idosas sedentárias que corresponde a uma média de 0,124ml/kg e também para o grupo de idosas ativas que apresentaram valores médios de 11,494ml/kg. Observamos assim que a diferença nos valores correspondentes ao VO2máx entre os dois grupos é de 11,37ml/kg, ou seja, aproximadamente 98,9% favorecendo o grupo de idosas ativas.

Gráfico 11. Capacidade de VO2 máx.

    Os valores de met máximo foram calculados a partir do VO2máx dos grupos de idosas ativas e sedentárias que foram avaliados na esteira ergométrica, onde o grupo de idosas ativas obteve uma média de 0,042mets enquanto o grupo de idosas sedentárias obteve uma média de 3,168mets. Assim podemos observar uma diferença de 3,1 mets que representa cerca de 98% a favor das ativas.

Gráfico 12. Valores de Met máximo

Conclusões

    Como observamos nos grupos avaliados, os benefícios do treinamento de força para a terceira idade são extremamente significativos quando relacionamos a manutenção da saúde e a qualidade de vida.

    Com relação às qualidades físicas treináveis avaliadas neste trabalho, observamos diferença de 0,66% a 68% dependendo da variável avaliada, quando comparado o grupo de idosas ativas com o grupo de idosas sedentárias.

    A variável em que observamos valores mais significantes foi o VO2 máx. onde ocorreu uma diferença de 98% favorecendo o grupo de mulheres ativas, comprovando assim a eficácia do treinamento para a aptidão cardiorrespiratória. Além desta, todas as outras variáveis avaliadas, obtiveram resultados favoráveis ao grupo de idosas ativas.

    Podemos concluir, ainda que, quando se pratica atividade física nesta faixa etária, ocorre uma diminuição dos riscos de lesões músculo esqueléticas, aumenta-se disposição para os afazeres do dia-a-dia, tem uma melhora significativa no aspecto psicossocial no que diz respeito ao convívio em grupo e melhora a visão e aceitação de corpo real o que promovendo a melhora da auto-estima.

Referencias bibliográficas

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