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O nível de estresse dos professores de Educação 

Física da rede estadual de educação de Paranavaí, Paraná

El nivel de estrés de los profesores de Educación Física de la red estatal de educación de Paranavaí, Paraná

 

*Especialização em andamento em Esporte Escolar pela UEPG, Ponta Grossa, PR

Graduado em Educação Física pela FAFIPA, Paranavaí, PR. Projeto de Iniciação

Científica (PIC); Docente na rede municipal de ensino de Ponta Grossa, PR

**Mestranda em Educação pela UEM, Maringá, PR. Psicóloga; Professora

adjunta do Departamento de Educação da FAFIPA, Paranavaí, PR

João Paulo dos Passos-Santos

Alda Penha Andrello Lopes

jopa_passos@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O estresse ou stress é considerado um problema dos tempos modernos, afeta praticamente todas as pessoas, porém, quando não é bem administrado torna os sujeitos mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, em decorrência de um enfraquecimento orgânico. O âmbito escolar é reconhecido como estressante para os profissionais que nele atuam. O docente de Educação Física convive com vários estressores que se não diagnosticados podem influenciar em sua prática pedagógica, e levá-lo a várias outras complicações como problemas cardiovasculares e/ou digestivos, depressão, ansiedade, entre outros, e posteriormente o abandono da profissão. O objetivo desse estudo foi avaliar o nível de estresse dos professores de Educação Física da Rede Estadual de Ensino de Paranavaí–PR. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo descritiva, que envolve 15 professores, sendo 9 (60%) do gênero feminino e 6 (40%) do masculino. Os sujeitos foram submetidos às avaliações de estresse pelo Inventário de Sintomas de Stress em Adultos de Lipp (ISSL). Os dados foram tratados com a estatística descritiva simples por meio de médias, frequências, percentuais e desvio padrão, utilizou-se para análise o programa Microsoft Excel 2007, sendo apresentados em tabelas e gráficos. Foram diagnosticados 8 (53,33%) com estresse, dentre eles 3 (37,5%) em evolução para outras fases; quanto aos sintomas 6 (75%) apresentam psicológicos, 1 (12,5%) físicos e 1 (12,5%) físicos e psicológicos; e as fases foram 6 (75%) na fase de resistência e 2 (25%) na de quase-exaustão. Os professores de Educação Física em sua maioria apresentam estresse psicológico na fase de resistência. Sugere-se um melhor olhar das políticas públicas educacionais, visando melhoria na promoção da saúde e resultando em uma melhoria na atuação profissional.

          Unitermos: Estresse. Docência. Professores de Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estresse é reconhecido como um problema dos tempos modernos. Hoje em dia a vida se resume em um constante corre-corre, horários desrespeitados, perda de horas de sono, má alimentação e falta de tempo para o lazer. O resultado não poderia ser outro: fadiga crônica ou o tão popularizado estresse (MELEIRO, 2002).

    O termo estresse se tornou de uso comum, difundido pelos diferentes meios de comunicação. É usado como a causa ou a explicação para inúmeros acontecimentos que assolam a vida humana moderna. O uso generalizado, sem maiores reflexões, simplifica o problema e camufla os reais significados e suas consequências para a vida humana como um todo (MUROFUSE; ABRANCHES; NAPOLEÃO, 2005).

    De acordo com Meleiro (2002), atualmente ocorreu uma deteriorização das condições da formação e da prática profissional do professorado no Brasil, hoje tão desvalorizado no próprio universo acadêmico, na mídia e na sociedade em geral. Atualmente a função do professor é reconhecida como uma das profissões mais estressantes da atualidade.

    Segundo Martins (2007), o professor da rede pública, tem que lidar com várias situações adversas, como o desrespeito, péssima estrutura física, falta de material didático e até mesmo a violência, devido a falta de segurança nas escolas. Essas situações contribuem para que ocorra um mal-estar docente, podendo então originar o estresse.

    Dentro das escolas, apesar de já ser reconhecida como uma área fundamental, a disciplina de Educação Física ainda é tratada de maneira marginalizada, que, por exemplo, pode ter seu horário deslocado para fora do período em que os alunos estão na escola, ou transferido para horários favoráveis a outras áreas, e não de acordo com suas especificidades. Algumas aulas incidem no último horário da manhã, quando o calor é intenso. Outra situação em que essa marginalidade acontece é no momento de planejamento, discussão e avaliação educacional, quando raramente a Educação Física não está integrada. Muitas vezes, o professor acaba se convencendo da falta de relevância da sua função, afastando-se da equipe pedagógica, trabalhando de maneira isolada (BATISTA, 2008).

    Apesar dos professores de Educação Física apresentarem o sentimento de satisfação, sendo recompensados pela função social de sua atividade, parece existir outro profissional do ensino, que compõe a figura do professor cansado, desiludido com a profissão, sem vontade de ensinar, provocando assim, baixo nível de qualidade de ensino. Por sentir-se frustrado e esgotado, ele encontra-se “internamente” inábil de estabelecer melhores relações com seus alunos (SANTINI, 2004), possibilitando ter um grande desgaste físico e emocional (BATISTA, 2008).

    Meleiro (2002) menciona que, em 1936, Hans Selye apresentou o conceito de stress com uma pesquisa endocrinológica, que se tornou um paradigma utilizado até hoje e popularizou esse fenômeno. Estresse é a palavra portuguesa derivada do termo inglês stress que pode significar tensão, esforço e desgaste (DATTI, 1997).

    Lipp (2003) cita que o estresse é uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos que ocorre quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrita, amedronta, excita, confunda, ou mesmo que faça imensamente feliz.

    Em seus estudos Selye conceituou e dividiu o estresse em três fases, sendo a primeira a reação de alarme, a segunda a fase de resistência e a terceira a fase de exaustão (DATTI, 1997; CALAIS; ANDRADE; LIPP, 2003). Embora inicialmente Selye tenha designado apenas três fases, um estudo desenvolvido por Marilda Novaes Lipp, classifica mais uma, entre a de resistência e exaustão, inserindo a “fase de quase-exaustão” (PAFARO; MARTINO, 2004; CALAIS et al., 2007; MELEIRO, 2002).

    A fase de alarme é basicamente aquela reação natural do organismo quando se leva algum susto, o cérebro decodifica a situação de perigo e aciona a hipófise, que por sua vez sinaliza as glândulas supra-renais e então é liberado o hormônio adrenocorticotrófico (DATTI, 1997; CALAIS et al., 2003).

    Na fase de resistência, o organismo busca o equilíbrio após o desequilíbrio sofrido na fase anterior. Nesta fase o organismo aparentemente consegue a homeostase, porém, continua a trabalhar em regime forçado, desse modo as supra-renais aumentam seu funcionamento acumulando substâncias para um eventual perigo (MALAGRIS; FIORITO, 2006; FERRAREZE et al., 2006).

    Já na fase de quase-exaustão o indivíduo não consegue resistir as tensões e voltar à homeostase, a hipófise estimula as supra-renais a liberarem mais hormônios, o indivíduo fica bastante susceptível a doenças físicas e psiquicas (emocionais) (PAFARO; MARTINO, 2004; CALAIS et al., 2007).

    A fase de exaustão tem características parecidas com as anteriores, porém, ocorre uma baixa nas defesas do organismo, permanecendo por um período longo e poderá se expressar com lesão ou esgotamento de determinados órgãos ou tecidos específicos do corpo, sendo fatal em alguns casos (DATTI, 1997; MELEIRO, 2002).

    A prevenção do estresse é destinada a diminuir suas consequências negativas e evitar que ele atinja níveis comprometedores. É importante em primeiro lugar saber reconhecer seus primeiros sinais e fontes, tanto na mente quanto no corpo. Existem pessoas tão estressadas cronicamente, que não sabem o que não é ter estresse, dessa forma não conseguem reconhecer o que é estar bem (LIPP, 2002; MOTA-CARDOSO et al., 2002).

    Tendo em vista que a função do professor de Educação Física pode ser considerada por muitos como desnecessária no âmbito escolar, proporcionando aos docentes que a lecionam certos desgastes, que se somados aos problemas pessoais, e outras dificuldades da docência, poderão refletir em altos níveis de estresse, levando-os a adoecer e possivelmente abandonar a profissão, este estudo teve por objetivo avaliar o nível de estresse dos professores de Educação Física da Rede Estadual de Ensino de Paranavaí – PR.

Materiais e métodos

Amostra

    O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá sob paracer Nº.210/2011.

    A população estudada foi composta por 30 professores de Educação Física da Rede Estadual de Ensino de Paranavaí – Paraná, lotados no Núcleo Regional de Educação (NRE). A amostra é composta por 15 professores que concordaram participar do estudo.

    Dos participantes do estudo 9 (60%) são do genêro feminino e 6 (40%) do masculino, com idade média de 38,33 (± 12,02) anos, em relação ao grau de escolaridade 5 (33,33%) possuem a graduação em Educação Física e 10 (66,67%) acima da graduação em Educação Física.

Instrumentos

    Para atingir o objetivo proposto foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Este instrumento de pesquisa é utilizado para diagnosticar o estresse em adultos e jovens acima dos 15 anos de idade, avalia se o indivíduo está ou não com estresse através da análise dos sintomas, verifica se esses sintomas são físicos ou psicológicos, em que fase do estresse os sujeitos se encontram e se ele está em evolução.

    Em relação às fases do estresse, os sujeitos podem estar incluídos nas seguintes: fase de alarme, fase de resistência, fase de quase-exaustão e fase de exaustão.

Procedimentos

    Inicialmente foi contatado o NRE de Paranavaí-Pr para obter informações a respeito da quantidade de professores de Educação Física que exercem suas funções nas escolas estaduais do município. Foi enviada à pessoa responsável pela disciplina de Educação Física no NRE de Paranavaí a carta de autorização para que viabilizasse a pesquisa. Aos sujeitos pesquisados foi entregue um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e aplicado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), individualmente. Após a coleta, os dados foram analisados e discutidos.

Análise dos dados

    O tratamento estatístico foi realizado por meio do programa Microsoft Excel 2007, através da estatística descritiva simples, onde os resultados serão demonstrados através de tabelas e gráficos com percentual, média e desvio padrão.

Apresentação e discussão dos resultados

    Hoje em dia, o trabalho é entendido como um dos ambientes mais estressantes na vida das pessoas, por ocupar muito tempo diário, uma vez que são raras as pausas para descanso e/ou refeições ocorrem em lugares desconfortáveis. Em relação à vida pessoal dos professores, podem como no trabalho ser favoráveis como desfavoráveis, isso, em relação ao nível de estresse. O auxílio de recursos financeiros, familiares e sociais é de grande importância para determinar as adaptações aos estressores, uma vez que os professores podem não dispor de um ou mais desses recursos (LIPP, 2002), influenciando em seu nível de estresse, uma vez que o instrumento utilizado nesse estudo o avalia de maneira geral.

    A tabela 1 apresenta se os professores foram diagnosticados com estresse 8 (53,33%) ou não 7 (46,67%), e ainda se ele está em evolução 3 (37,5%) para outras fases. Pode ser identificado que a maioria deles possui estresse, alguns ainda estão com ele em evolução, pois a pontuação está elevada em mais de uma fase.

Tabela 1. Estresse dos professores de Educação Física da rede estadual de ensino de Paranavaí

    Nas últimas décadas, a escola pública no Brasil, passou a receber um número cada vez mais significante de alunos vindos das classes populares. Assim ela se tornou historicamente necessária. Devendo então ser identificado a necessidade sobre o papel do ensino básico no projeto social que se espera para o país (PARANÁ – SEED, 2008). Dessa forma, aumentando as funções do professor na escola, sendo ele o interlocutor dessa transformação.

    Um estudo documental realizado por Gasparini; Barreto; Assunção (2005) teve como texto base o Relatório da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – MG dentre os anos 2001 e 2003, ele foi elaborado juntamente com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE). Além do texto base foi realizada uma análise sobre o assunto, de modo a permitir a verificação de convergências, divergências e possíveis lacunas no conhecimento acumulado, utilizando bases de dados como: Medline, Lilacs, Scielo, Ovid, Prodoc e periódicos Capes, através de palavras-chave usadas isoladas e/ou em cruzamentos com: doenças dos professores, trabalho docente, doenças ocupacionais, estresse e trabalho, e burnout em professores. Observou-se que os docentes têm mais risco de sofrimento psíquico de diferenciados matizes e que a prevalência de transtornos psíquicos menores é maior entre eles, quando comparados a outros grupos, até mesmo no âmbito escolar.

    O estresse pode ser originário de várias fontes presentes no cotidiano das pessoas, porém em professores a literatura trás que na maioria das vezes os estressores estão na escola. Porto et al. (2006) estudaram os distúrbios psíquicos e aspectos psicossociais do trabalho em 1.024 professores da educação infantil e ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Vitória da Conquista – BA. Foi utilizado para avaliar os aspectos psicossociais do trabalho o Job Content Questionnaire (JCQ), ele avalia quatro categorias que são: baixa exigência do trabalho, trabalho ativo, trabalho passivo e alta exigência. Já os distúrbios psíquicos foram avaliados de acordo com o Questionário de auto-resposta (SRQ-20). A prevalência de distúrbios psíquicos foi de 44%, existem evidências que ela está associada com as exigências do trabalho.

    Programas (tanto de prevenção como de intervenção) para diminuição dos níveis de estresse almejam manipular o estressor para controlar seu efeito sobre o indivíduo. No caso do professor seja qual for seu nível de atuação, eles estão presentes, sendo muitas vezes similares suas características (MELEIRO, 2002; WITER, 2003). Assim, o estresse em evolução ocorre quando a pessoa apresenta escores brutos acima dos limites, e mostra-se como um grande risco, pois ele está evoluindo para outra fase.

    Na tabela 2 podem ser observados os tipos de sintomas que os professores que estão experimentando o estresse apresentam, e pode-se constatar que 6 (75%) estão com sintomatologia psicológica, 1 (12,5%) física e 1 (12,5%) física e psicológica. Foi encontrando dentre eles a predominância de fatores psicológicos.

Tabela 2. Sintomas do estresse dos professores de Educação Física da rede estadual do ensino de Paranavaí

    Alguns estudos realizados em território brasileiro também encontraram dentre os sintomas, uma predominância dos psicológicos como Rodrigues et al. (2005) em Uberlândia – MG com professores de educação infantil e ensino fundamental; Martins (2007) avaliou docentes do ensino fundamental de João Pessoa – PB; Albuquerque et al. (2010) que estudaram professores do Ensino Fundamental de Quipapá – PE e Silva et al. (2010) com professores da rede estadual de ensino da região periférica de Paranavaí – PR.

    Batista (2008) investigou os motivos que levam os docentes de Educação Física do município do Rio de Janeiro – RJ a se desanimarem, se desgastarem fisicamente e outros problemas de saúde encontrados de forma geral. Foram realizadas observações participativas e entrevistas semi-estruturadas. A população foi composta por 7 professores de 2 escolas. O dia-a-dia nas escolas foi entendido como motivo de grande preocupação para os docentes, pois: faltam profissionais de apoio, material pedagógico, existe sobrecarga de atribuições, superlotação em sala de aula, ocorre a aprovação automática, existe falta de apoio dos familiares dos alunos e falta tempo para o lazer por consequência da questão financeira. Foi observada íntima relação entre atividades ocupacionais e qualidade de vida dos professores. Certos tipos de doenças como dor de coluna, problemas de garganta e de ouvido e estresse, foram apontados como problemas de saúde, além do local de trabalho ser um comprometedor. A identificação com os alunos foi distinguida como o fator que motiva a realização das funções laborais.

    Santini (2004) pesquisou a Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP), sendo esta considerada uma fase mais avançada do estresse, o autor verificou se ele é um causador pelo abandono da carreira dos docentes de Educação Física da rede municipal de ensino de Porto Alegre – RS. O estudo avaliou 15 professores que no período entre 2000 e 2002 entraram com pedido de afastamento médico (biometria) por motivos de estresse, depressão e ansiedade. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. Foi identificado através dos resultados obtidos sobre a prática pedagógica que: a formação acadêmica é insuficiente para o trabalho realizado nas instituições públicas; existe falta de ciclos de formação por parte da prefeitura; ocorre uma multiplicidade de papéis (pai, substituto de disciplinas, médico, psicólogo e policial); fatores sociais (violência, medo e insegurança); mau relacionamento com colegas de trabalho; falta de respeito na disciplina por parte da comunidade escolar em geral e falta de espaço adequado e material didático. Com surpresa a remuneração salarial foi vista como fator de motivação. Os fatores somatizados acarretam quadros depressivos que levam a SEP.

    Em relação à fase do estresse, pode ser visualizado na figura 1, que nenhum classificou-se na fase de alarme, 6 (75%) estão na fase de resistência, 2 (25%) na fase de quase-exaustão e nenhum na de exaustão. Como pode ser evidenciado, a maioria dos professores entrevistados estão na fase de resistência.

Figura 1. Fases de estresse dos professores de Educação Física

    Outros estudos realizados em diversos níveis de atuação de professores identificaram a fase de resistência como a mais frequente no estresse, pode-se citar Goulart JR; Lipp (2008) no ensino fundamental da rede estadual de ensino em uma cidade do interior do estado de São Paulo onde 80,8% estavam nessa fase; Albuquerque et al. (2010) no ensino fundamental municipal em Quipapá – PE com 54,93%; Soratto; Marcomin (2007) em professores universitários do curso de Enfermagem Araranguá – SC com 50%; Martins (2007) em docentes do ensino fundamental de João Pessoa – PB com 55,3%; Rodrigues et al. (2005) em professores da educação infantil e ensino fundamental com predominância de 92%; Silva et al. (2010) com professores do ensino fundamental e médio da rede estadual de ensino da região periférica de Paranavaí – PR, com 66,6%.

    A fase de resistência é caracterizada segundo Meleiro (2002) como quando surge a ação do estressor, porém ela é prolongada, exigindo novas adaptações do organismo, ao invés da fase de alarme onde a utilização de energia e liberação de hormônios cessa após o evento estressante.

    Felizmente nenhum professor foi classificado na fase de exaustão, pois de acordo com Meleiro (2002); Martins (2007), ela é conhecida como a mais negativa, pois é patológica, ocorre quando o estressor continua por mais tempo ou quando outros estressores ocorrem simultaneamente. É instalado então o esgotamento psicológico, correspondente a depressão. A exaustão física se manifesta em doença, na maioria das vezes graves, como hipertensão, úlceras gástricas, retração da gengiva entre outros. Podendo em alguns casos levar os indivíduos à morte.

    Na literatura existem algumas formas de lidar com o estresse quando esse for percebido, dentre elas estão: as técnicas de relaxamento, técnicas cognitivas e promoção de comportamentos saudáveis (GARROSA-HERNÁNDEZ et al., 2002; MELEIRO, 2006). Seguindo essas práticas a prevenção contra o estresse excessivo e suas complicações para o organismo, estará ocorrendo. Já que o âmbito escolar sem dúvida apresenta inúmeros estressores para quem nele atua, um tempo livre seguindo essas dicas auxiliará a redução dos mesmos.

Conclusão

    Concluí-se com este estudo que a maioria dos professores de Educação Física pesquisados apresentam estresse com sintomas psicológicos, em sua maioria na fase de resistência, e em alguns o estresse está em evolução para outras fases.

    Sugerem-se novos estudos em relação à saúde desses profissionais, visando sempre a melhora da mesma, juntamente com a qualidade de vida, para que assim possa refletir no processo de educação, auxiliando dessa forma no crescimento e melhoria da Educação Física no âmbito escolar.

    Um melhor olhar das políticas públicas educacionais para esses profissionais visando à melhora das condições de trabalho, poderia auxiliar na redução dos níveis de estresse refletindo assim em sua prática pedagógica.

    A partir dos resultados obtidos sugere-se que os professores de Educação Física das instituições Estaduais de Paranavaí – PR analisem os fatores que impossibilitam a tomada de medidas mais saudáveis, como forma preventiva a fatores de risco à saúde. E em seguida elaborarem estratégias pessoais que reduza os níveis de estresse. Dessa forma, como bons profissionais da saúde, estarão tornando-se espelhos para a adoção dos mesmos conceitos por parte dos alunos.

Referencias

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