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Avaliação do nível de atividade física de uma pequena 

população adulta do município do Rio de Janeiro por meio do 

IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física) versão curta

Evaluación del nivel de actividad física de una pequeña población adulta del municipio de Río 

de Janeiro por medio del IPAQ (Cuestionario Internacional de Actividad Física) versión corta

 

Licenciatura Plena em Educação Física pelo Centro Universitário Celso Lisboa

Bacharelado em Educação Física pelo Centro Universitário Celso Lisboa

Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Física Escolar

pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá, Rio de Janeiro

Alan Barboza Lima

alanblima@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve o objetivo de verificar o nível de atividade física de uma pequena população adulta a fim de investigar se esta população está ou não ativa fisicamente de forma adequada para que ocorra a promoção da saúde e melhora da qualidade de vida dessas pessoas. Foi selecionada uma determinada população adulta, composta por 40 indivíduos, 20 do sexo masculino e 20 do sexo feminino, com idades entre 20 e 29 anos do bairro de Sepetiba na zona oeste do município do Rio de Janeiro. Como instrumento de coleta de dados, para determinar o nível de atividade física dessa determinada população, utilizou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta. Todos os informantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a sua participação na pesquisa. Foi constatado que, nesta determinada população, no total dos 40 participantes 32,5% é classificada como Ativa; 25% é classificada como Irregularmente Ativa A; 15% é classificada como Muito Ativa; 15% é classificada como Irregularmente Ativa B; e 12,5% é classificada como Sedentária. Com esta pesquisa pode-se constatar que o público analisado está apenas em parte ativo fisicamente de forma adequada para que ocorra a promoção da saúde e melhora da qualidade de vida.

          Unitermos: Atividade física. Promoção da saúde. Qualidade de vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 162, Noviembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos últimos anos a atividade física é considerada como um meio de melhorar a saúde e também de preservá-la, sendo assim um item importante para que ocorra a promoção da saúde e a melhora da qualidade de vida de uma pessoa.

    É importante frisar que os termos atividade física e exercício físico, apesar de estarem interligados e muitas vezes, erroneamente, considerados termos equivalentes, apresentam diferenças em seu significado.

    Segundo Caspersen et al. (1985), atividade física é todo e qualquer movimento feito pelo corpo, produzido pela musculatura esquelética do mesmo, que tem como resultado um gasto energético maior do que os gastos em níveis de repouso, enquanto que o exercício físico é toda e qualquer atividade física de forma planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo principal a melhora e a manutenção da aptidão física de um indivíduo.

    Portanto, atividade física inclui todas as atividades realizadas no cotidiano, seja no trabalho, em casa, nas horas de lazer e nas demais atividades como, por exemplo, se locomover de um lugar para outro.

    A prática de atividade física tem se mostrado benéfica na redução de vários fatores de risco como, por exemplo, o controle do peso corporal, o controle da hipertensão e a melhora no metabolismo de carboidratos e gorduras (BARETTA et al., 2007).

    O sedentarismo tem sido visto, atualmente, como um problema mundial de saúde. Entre as diversas razões que levam a inatividade física, um dos possíveis fatores é o desconhecimento das pessoas sobre como se exercitar, as finalidades de cada exercício, as limitações de alguns grupos na população e percepções erradas e/ou distorcidas em relação aos benefícios que movimento pode trazer (DOMINGUES et al., 2004).

    Estudos mostram que a falta de atividade física regular e o sedentarismo, acompanhados também de maus hábitos alimentares e fumo, são fatores de risco que podem causar várias doenças como hipertensão, obesidade, cardiopatias, diabetes e até câncer (BARA FILHO et al., 2000).

    Dessa forma, a atividade física, além de poder contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas, também gera a economia de recursos financeiros com tratamentos médicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

    O incentivo a prática regular de atividade física vem sendo apontado atualmente como uma importante ação na área da saúde pública, o que vem dando oportunidades a iniciativas de grande abrangência na população, na forma de campanhas e programas a favor de estilos de vida ativos (FERREIRA & NAJAR, 2005).

    Logo, podemos observar que é de extrema importância a prática regular de atividade física para uma melhor qualidade de vida. Diante disso, é muito importante saber qual é o nível de atividade física da população para saber se estão praticando atividades físicas em níveis desejáveis para que ocorra a promoção da saúde e a melhora da qualidade de vida das mesmas.

    Com base nisso, observa-se uma grande necessidade de elaborar estratégias e ações em relação à promoção de saúde coletiva da população que incluam atividades físicas e formas para quantificar essas atividades, já que a atividade física é um importante componente de um estilo de vida saudável, principalmente por trazer diversos benefícios à saúde (BENEDETTI et al., 2007).

    Diante disso, observou-se a necessidade de se ter um indicador para ajudar a avaliar o nível de atividade física de uma determinada população e que ele seja de fácil aplicação. Com os resultados desse indicador em um determinado público alvo podemos, por exemplo, fazer a implantação de um projeto ou programa de atividades físicas para promoção da saúde e melhora da qualidade de vida proporcionando atividades adequadas ao nível de atividade física em que aquele público alvo se encontra.

    Com o objetivo de avaliar os níveis de atividade física de um determinado público alvo, e obter medidas de atividades físicas que fossem internacionalmente comparáveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e o Instituto Karolinska, na Suécia, reuniram seus pesquisadores e os mesmos desenvolveram o Questionário Internacional de Atividade Física (International Physical Activity Questionnaire – IPAQ), validado em 12 países e 14 centros de pesquisa (BENEDETTI et al., 2007).

    O IPAQ atualmente é publicado na versão curta (com 8 perguntas) e na versão longa (com 27 perguntas). As duas versões do IPAQ apresentam o mesmo objetivo a diferença e que a versão longa explora mais campos do que a versão curta.

    No Brasil, o IPAQ (nas versões curta e longa) teve sua validade testada nos estudos feitos por Pardini et al. (1997) e, principalmente, por Matsudo et al. (2001). De uma forma geral, os resultados encontrados com esses estudos demonstraram que o IPAQ é um instrumento de fácil aplicação com uma boa estabilidade de medidas e uma precisão aceitável para ser utilizado em estudos com determinadas populações adultas.

    Mais tarde, o IPAQ também foi testado e utilizado em outras pesquisas, os estudos de Baretta et al. (2007), Benedetti et al. (2007), Glaner (2007) e Guedes et al. (2005) são alguns exemplos de pesquisas que utilizaram o IPAQ para obtenção de seus resultados.

    A partir do exposto, pretende-se verificar o nível de atividade física de uma pequena população adulta de um bairro da zona oeste do município do Rio de Janeiro através do IPAQ versão curta para saber se esta população está ou não ativa fisicamente de forma adequada para que ocorra a promoção da saúde e melhora da qualidade de vida dessas pessoas, de acordo com a classificação estabelecida pelo IPAQ versão curta.

    A realização desta pesquisa contribuirá para saber se esta determinada população está ou não ativa fisicamente de forma adequada e também contribuirá, através dos resultados dos níveis de atividade física dessa população, caso haja interesse, na elaboração de projetos e/ou programas de promoção da saúde e melhora da qualidade de vida que venham a acontecer com essas pessoas, com atividades adequadas ao nível de atividade física em que aquela determinada população se encontra.

Materiais e métodos

    Esta foi uma pesquisa com natureza de pesquisa aplicada; forma de abordagem quantitativa; de nível descritivo; com delineamento de pesquisa de levantamento; com amostra não sistematizada; e com análise dos dados a partir de estatística descritiva.

    A coleta de dados foi feita da seguinte forma:

    Foi analisada uma determinada população adulta, composta por 40 indivíduos, 20 do sexo masculino e 20 do sexo feminino, com idades entre 20 e 29 anos residentes do bairro de Sepetiba na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro selecionados.

    O nível de atividade física dessa população foi determinado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta. Todos os informantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido para a sua participação na pesquisa.

    O IPAQ versão curta consiste em estimar o tempo semanal gasto em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizadas na posição sentada (BENEDETTI et al., 2007).

    A classificação dos níveis de atividade física através do IPAQ versão curta são as seguintes apresentadas abaixo:

Muito Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a.     Atividade VIGOROSA: 5 dias na semana e 30 minutos por sessão; ou

b.     Atividade VIGOROSA: 3 dias na semana e 20 minutos por sessão + Atividade MODERADA e/ou CAMINHADA: 5 dias na semana e 30 minutos por sessão.

Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a.     Atividade VIGOROSA: 3 dias na semana e 20 minutos por sessão; ou

b.     Atividade MODERADA ou CAMINHADA: 5 dias na semana e 30 minutos por sessão; ou

c.     Qualquer atividade somada: 5 dias na semana e 150 minutos na semana (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa).

Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação:

  • Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade:

    • a.     Freqüência: 5 dias na semana; ou

    • b.     Duração: 150 minutos na semana.

  • Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à freqüência nem quanto à duração.

Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

Resultados

    Pode-se constatar que, na população analisada, no total dos 40 participantes (referente aos 20 indivíduos do sexo masculino e aos 20 indivíduos do sexo feminino) 32,5% é classificada como Ativa; 25% é classificada como Irregularmente Ativa A; 15% é classificada como Muito Ativa; 15% é classificada como Irregularmente Ativa B; e 12,5% é classificada como Sedentária. Pode-se observar que na população analisada está dividido de forma bem equilibrada o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira insatisfatória com o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira satisfatória, respectivamente, já que 52,5% (21 pessoas) apresentaram as classificações Irregularmente Ativa A, Irregularmente Ativa B e Sedentário, enquanto 47,5% (19 pessoas) apresentaram as classificações Ativo e Muito Ativo.

    Referente apenas aos 20 indivíduos do sexo feminino, 40% é classificada como Ativa; 25% é classificada como Irregularmente Ativa A; 15% é classificada como Irregularmente Ativa B; 10% é classificada como Muito Ativa; e 10% é classificada como Sedentária. Aqui observamos que está dividido de forma perfeitamente equilibrada o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira insatisfatória com o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira satisfatória, respectivamente, já que 50% (10 pessoas) apresentaram as classificações Irregularmente Ativa A, Irregularmente Ativa B e Sedentário, e os outros 50% (10 pessoas) apresentaram as classificações Ativo e Muito Ativo.

    Referente apenas aos 20 indivíduos do sexo masculino, 25% é classificado como Ativo; 25% é classificado como Irregularmente Ativo A; 20% é classificado como Muito Ativo; 15% é classificado como Irregularmente Ativo B; e 15% é classificado como Sedentário. Aqui observamos que está dividido de forma bem equilibrada o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira insatisfatória com o número total de pessoas ativas fisicamente de maneira satisfatória, respectivamente, já que 55% (11 pessoas) apresentaram as classificações Irregularmente Ativa A, Irregularmente Ativa B e Sedentário, enquanto 45% (9 pessoas) apresentaram as classificações Ativo e Muito Ativo.

Conclusão

    Tendo em vista que o objetivo do presente estudo consistiu em verificar o nível de atividade física de uma pequena população adulta de um bairro da zona oeste do município do Rio de Janeiro através do IPAQ versão curta, foi possível chegar às conclusões apresentadas abaixo.

    Pode-se constatar que, na população analisada, no total dos 40 participantes (referente aos 20 indivíduos do sexo masculino e aos 20 indivíduos do sexo feminino) 32,5% é classificada como Ativa; 25% é classificada como Irregularmente Ativa A; 15% é classificada como Muito Ativa; 15% é classificada como Irregularmente Ativa B; e 12,5% é classificada como Sedentária.

    Pode-se destacar que o maior percentual foi encontrado na classificação Ativo com 32,5%, totalizando 13 pessoas, onde 8 são do sexo feminino e 5 são do sexo masculino. Outro destaque é na classificação Muito Ativo aonde dos 15%, totalizando 6 pessoas, 4 são do sexo masculino e 2 são do sexo feminino. As outras classificações não apresentaram diferenças significativas entre pessoas do sexo masculino e feminino.

    Com esta pesquisa pode-se constatar que o público analisado está apenas, em parte ativo fisicamente de forma adequada para que ocorra a promoção da saúde e melhora da qualidade, já que 47,5% (19 pessoas) apresentaram as classificações Ativo e Muito Ativo do IPAQ.

    Foi um resultado de certa forma positivo, mas ele ainda deve melhorar bastante, pois 52,5% (21 pessoas) do público analisado apresentaram as classificações Irregularmente Ativa A, Irregularmente Ativa B e Sedentário, o que pode apresentar riscos para a saúde das pessoas, logo, recomenda-se que as mesmas acrescentem no seu cotidiano uma maior prática de atividades físicas.

    Sabe-se que a adesão à prática de atividades físicas depende de muitos fatores como, por exemplo, o tipo de trabalho, o nível sócio-econômico e falta de horário livre para prática de atividades, mas como já foi argumentado no início deste artigo tem sido considerada de extrema importância a prática de atividades físicas e os indivíduos devem ter consciência disso e tentar ao máximo fazer esforços para realizar a sua prática.

    Neste sentido, recomenda-se também uma maior implantação de políticas públicas e projetos voltados para a prática regular de atividades físicas para todas as faixas etárias para auxiliar e incentivar a população contribuindo, dessa forma, com a redução dos níveis de inatividade física e sedentarismo.

Referências bibliográficas

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