efdeportes.com

O uso do PROESP-BR em uma escola de São Borja-RS 

para identificar talentos esportivos no futebol

El uso del PROESP-BR en una escuela de Sao Borja, RS para identificar talentos deportivos en el fútbol

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Universidade da Região

da Campanha-URCAMP-São Borja. Professor de Educação Física do

Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF-SB) de São Borja-RS

** Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professor efetivo do Instituto Federal Farroupilha São Borja-RS-Brasil.

*** Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Universidade

da Região da Campanha-URCAMP-São Borja. Auxiliar de Preparação

Física da Associação Esportiva São Borja (AESB)

Emerson Gonçalves de Oliveira*

prof.emersonoliveira@hotmail.com

Giancarlo Machado Bazarele Bruno**

gbasket@hotmail.com

José Newton Fragoso Falcão***

newtinho_falcao@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Após a confirmação do Brasil como sede para as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol. A seleção de talentos esportivos visando o esporte de alto rendimento passou a ser pauta de numerosos estudos. O artigo trata-se de pesquisa de campo de cunho descritivo exploratório. Que realizou a seleção de talentos esportivos com uso da bateria de testes somatomotora do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) em uma escola pública de São Borja-RS. Com uma amostra de 26 alunos do sexo masculino com idades de 10 a 14 anos. Baseado em autores como, Silva (2009), Gaya (2009), Platonov (2004) e De Rose Junior (2006), analisou-se a importância dada a questão da seleção de talentos esportivos na escola, bem como o uso de baterias de testes para realização desta seleção. Após a análise dos dados coletados na pesquisa, verificou-se que, dois dos alunos testados podem ser considerados talentos esportivos segundo o PROESP-BR.

          Unitermos: Talento esportivo. Seleção de talento esportivo. PROESP-BR.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O trabalho aborda aspectos, como a aptidão física relacionada ao desempenho motor e a aptidão física relacionada à saúde, que estão relacionados à seleção de talentos, além de abordar definições a respeito desta seleção, bem como, o uso desta aplicada ao futebol. Trazendo um embasamento teórico, no seu capítulo primeiro, com definições de termos embasados nos estudos de, Da Silva (2009), Gaya (2009), Platonov (2004), De Rose Junior (2006), entre outros. Em seu segundo capítulo, aborda-se a metodologia utilizada para a realização do mesmo. E em seu terceiro capítulo trás a análise dos dados coletados, onde se utiliza da estatística para melhor compreensão desses dados.

1.     Talento e talento esportivo: uma visão histórica e conceitual

    De uma forma mais cientifica e correta, o novo dicionário Aurélio (p. 1918), ralata que, “talento” é uma expressão que se originou do latim talentu e do grego tálanton, que se refere a uma medida de peso e a uma moeda corrente na antiguidade.

    Existem autores que, julgam que o surgimento da expressão, usada no sentido de aptidão inata ou adquirida, é atribuído a bíblia. Pois, existem passagens que remetem a tal conclusão.

    Csikszentmihalyi et all apud (GAYA; MARQUES; GO TANI, p. 236), a respeito do significado dessa expressão, salienta o seguinte.

    O seu significado metafórico deriva-se da Parábola dos Talentos (Mateus, 25) do novo testamento, na qual Jesus conta a história de um fazendeiro, o qual, saindo para uma viajem, deu para cada um de seus três empregados alguns talentos, que “todo o homem deve usar de acordo com suas habilidades”, dizendo que deveriam fazer um bom uso dos mesmos. Quando o fazendeiro retorna de sua viajem, ele pede aos empregados que prestem contas dos talentos que haviam recebido. Os dois primeiros dobram as moedas que receberam, enquanto o terceiro, que teve medo de perder a soma recebida, escondeu as mesmas num lugar seguro e devolve as moedas a seu chefe. O fazendeiro elogia dois empregados que utilizaram a maior parte de seus talentos e repreende o que simplesmente guardou os mesmos.

    Com isso, podemos entender que a expressão “talento” é muito antiga. E remete a ideia de que algumas pessoas, em diferentes áreas do conhecimento humano, diferem umas das outras, pois apresentam uma maior facilidade para desenvolver e alcançar a excelência em determinada área. Entre essas áreas o está o esporte.

    Do ponto de vista esportivo, o talento é definido, de acordo com Borms (apud Gaya et all, 2009),

    [...] como um indivíduo que, num determinado estágio de desenvolvimento, dispõem de certas características somáticas, funcionais, psicológicas e de envolvimento social que o capacita, com grande probabilidade de acerto, para altas performances em determinadas disciplinas esportivas.

    Dessa maneira, o esporte busca desde cedo, seus talentos esportivos. Afim de que, possam através de um programa, minuciosamente preparado e adequado, atingir o pleno desenvolvimento deste talento. O qual muitas vezes é encontrado em escolas. Weineck (2003, p. 115), argumenta que “talentoso é aquele que, com disposição, prontidão para o desempenho e possibilidades, apresenta um desempenho acima da média comprovada para aquela faixa etária”.

1.2.     Seleção de talentos esportivos

    A seleção de talentos esportivos torna-se um dos principais fatores à escalada rumo ao pleno desenvolvimento do atleta. É que afirma Bompa (2002, p. 287), ao salientar que

    O processo de identificação dos atletas mais talentosos envolve um programa de treinamento organizado, que é uma das maiores preocupações do esporte contemporâneo. Todos podem aprender a cantar, dançar ou pintar, mas somente alguns atingirão alto nível de maestria. Em desportos como nas artes é importante descobrir os indivíduos mais talentosos e selecioná-los desde a tenra idade, para então monitorá-los continuamente e auxiliá-los na escalada do mais alto nível de desempenho.

    A procura por talentos esportivos visa encontrar possíveis atletas. Pessoas que desde cedo vivam em prol de rotinas de treinamento esportivo específicas para a sua idade e que acompanhem o seu desenvolvimento. Para que estas possam ter um destaque muito significativo em esportes aos quais forem praticar.

    A busca por talentos esportivos é um assunto bastante complicado no que se refere à ação propriamente dita. Partindo do princípio de que, a pessoa que mais está presente com o atleta, o técnico, muitas vezes não tem conhecimento científico necessário para identificar o possível talento esportivo. Por outro lado, as pessoas que apresentam este domínio, os pesquisadores, acabam por ficar devendo na prática. O que acaba por criar um emaranhado de dúvidas no que se refere ao assunto. (GHORAYEB; BARROS NETO, 2004, p. 337); Matsudo (apud LANARO FILHO; BÖHME, 2009).

    Apesar de ser considerado um assunto bastante polêmico, duvidoso, e amplo existem inúmeras pesquisas a respeito do tema. Muitos autores consagrados abordam a temática da seleção de talentos em suas obras, embasadas nessas crescentes, e cada vez mais, aceitáveis pesquisas científicas. Entre esses autores podemos citar: Lanaro Filho e Böhme (2009); Gaya (2009); Bompa (2002); Weineck (2003); Platonov (2004), entre outros.

    Nesta perspectiva Gomes (2002, p. 180), relata que

    A seleção é um sistema de organização metodológica das medidas e também dos métodos de observação pedagógica, sociológica, psicológica, médico-biológica, na base do qual revelam-se as aptidões e as capacidades de crianças e dos adolescentes para a especialização em determinado tipo de desporto.

    A escola torna-se um lugar bastante apropriado à seleção. Nelas estão presentes alunos que de acordo com Ghorayeb e Barros Neto (2004, p. 348), são “crianças e jovens entre 8-18 anos, reconhecidas em suas escolas como portadores de aptidões intelectuais superiores e de estabilidade elevada em níveis diferenciados de performance”.

    Com isso, se da total atenção ao fato da seleção talentos. Uma vez que esta só terá seu real resultado, o alto nível, se ocorrer de forma correta. Para que, através de uma sistematização de treinamento adequada atinja-se tal resultado. Outra característica importante, e que merece consideração na busca pelo talento esportivo, é a distinção dos indicadores presentes no futuro desempenho. Entre eles os fatores fisiológicos, psicológicos e sociais, que recebem igual importância. (GHORAYEB; BARROS NETO, 2004, p. 340).

1.3.     O uso da antropometria na seleção de talentos esportivos no futebol

    Segundo Sobral e Silva (apud Pitanga 2005, p. 74), “Antropometria é o ramo das ciências biológicas direcionado para o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana”.

    A antropometria é considerada a forma mais antiga de medida de avaliação. Presente desde os tempos da Índia (divisão dos corpos em 480 partes), do Egito (surgiu à medida do dedo médio) e da Grécia (utilizada para fins de guerra). Na Grécia, houve a primeira classificação biométrica de classes, desenvolvido por Hipócrates. A classificação era em dois tipos de indivíduos. Os Tísicos (indivíduos delgados, introvertidos e pálidos) e Apopléticos (indivíduos fortes, extrovertidos e corados). (PETROSKI, 2007, p. 14).

    Embora muito antiga, o uso da antropometria encontra-se muito presente em diversos aspectos relacionados ao esporte. E sua importância na seleção de talentos esportivos é muito significante. Existem estudos que concluem que, a seleção de talentos necessita de uma bateria de testes, servindo também para avaliar uma série de jogadores selecionados e expostos a um programa de treinamento.

    Nesta visão os autores Hofmann e Schneider (apud WEINECK 2003, p. 119), afirmam que “a seleção é feita através de uma bateria de testes, cujos resultados devem ser avaliados como um todo”.

    Dessa maneira, na seleção de talentos esportivos não se avalia somente algumas das capacidades que envolvam o futuro desporto. Mas sim, aplicam-se baterias de testes que dão condições de avaliar essas capacidades de uma forma geral.

1.4.     Projeto Esporte Brasil e a detecção de talentos

    O projeto Esporte Brasil (PROESP-BR), partindo do princípio de que a Educação Física escolar cumpre com um papel muito significante no desenvolvimento humano. Esta intimamente relacionado a esta área. Tendo uma preocupação especial no desenvolvimento da cultura esportiva. Além de valorizar diversos outros aspectos, como proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos através do acesso as práticas esportivas qualificadas, desencadear alternativas para a democratização das práticas esportivas, além de oportunizar formas de acesso de crianças e adolescentes às práticas esportivas formais de rendimento. (GAYA, 2009).

    A esta última podemos compreender da seguinte maneira, trata-se da seleção de talentos esportivos. Pois, esta é uma das características desse projeto, a detecção de talentos motores (DTM), aliadas a avaliação da aptidão física relacionada à saúde (ApFS), bem como da aptidão física relacionada ao desempenho motor (ApFDM). (GAYA, 2009).

    A metodologia para a detecção de talentos esportivos no PROESP-BR, compreende um conjunto de estratégias que abrange alguns aspectos, tais como os estudos populacionais para a detecção de talentos (onde são selecionados, através de testes de campo, escolares que apresentam perante seu grupo níveis elevados em determinadas qualidades físicas); os estudos de populações específicas na área das modalidades esportivas; os estudos para prospecção de talentos esportivos no âmbito da Educação Física e esporte escolar e, por fim, os procedimentos para a seleção e desenvolvimento do talento esportivo. (GAYA et all, 2009).

    A bateria de testes somatomotores tem a seguinte caracterização: qualidades morfológicas e de composição corporal e de capacidades funcionais e intervenientes culturais. Sendo que, as capacidades morfológicas e de composição corporal se referem às medidas do corpo (massa ou peso corporal, estatura, envergadura e Índice de Massa Corporal IMC). Enquanto as capacidades funcionais dividem-se em orgânicas, vinculadas as características físicas do indivíduo (resistência geral através do teste de corrida/caminhada de 9 minutos ou teste do “vai-e-vem” de paccer) e motoras, que se referem ao desenvolvimento das qualidades da aptidão física como força, velocidade, agilidade e flexibilidade (Resistência abdominal: repetições em 1minuto; Força explosiva de membros superiores: arremesso de medicineball de 2 kg; Força explosiva de membros inferiores: Salto em extensão; Flexibilidade: Sentar e alcançar; Agilidade: Teste do quadrado e velocidade: Teste dos 20m) (OLIVEIRA, PERIM, 2008, p.284).

Quadro 1. Medidas e Testes de Aptidão Física Utilizados pela Bateria do PROESP-BR

Fonte: GAYA, Adroaldo; SILVA, Gustavo. Projeto Esporte Brasil. Manual de aplicação de medidas e testes, normas e critérios de avaliação. PROESP-BR. Porto Alegre, 2009.

    Do ponto de vista da seleção de talentos esportivos, após a realização da coleta de dados, através da aplicação de testes, é feita a classificação. Segundo Gaya (2009), com o objetivo de, “identificar aqueles escolares que apresentam, perante seu grupo, níveis significativamente superior de desempenho (percentil 98), em pelo menos um dos testes de ApFDM”.

    No PROESP-BR, a detecção do talento motor acompanha a proposta do Programa Nacional de Identificação de talentos Esportivos do Instituto Australiano de Esportes. Identificando como talento motor, os estudantes com idades superiores a 7 anos que situam-se, em um ou mais dos testes referenciados ao desempenho motor, com a classificação em índices igual ou superiores ao percentil 98. Categoria esta que é classificada como EXCELENTE. Ou estudantes que, apresentam índices de desempenho superior a 2 Z, o que representa valores superiores ao percentil 98. (GAYA; 2009. GAYA, SILVA, 2009).

    Porém, os mesmos autores relatam que, para que um programa de seleção de talento seja considerado da forma mais fidedigna possível, torna-se fundamental a utilização de uma avaliação sistemática, contínua e com parâmetros bem definidos e que sejam consistentes. Pois, nada impede que, uma criança que apresente uma condição considerável de aptidão motora, em qualquer momento de seu desenvolvimento natural, possa ser um grande campeão no futuro. Assim como uma criança que, sem apresentar um mesmo grau de aptidão, não possa vir a se desenvolver de maneira mais eficaz e chegar a plenitude do auto nível.

    Na concepção do PROESP-BR, o que se pretende apontar, através de testes físicos e algumas medidas, são aqueles estudantes que se apresentam em níveis superiores. E que, através dessa classificação, possa ser pressuposto que estes tenham sucesso esportivo. (GAYA, 2009).

    Afim de que se compreenda melhor, existem duas formas de classificar os indivíduos em talentos motores segundo o PROESP-BR. Um é o ESCORE Z e a outra é através de PERCENTIS. Embora se possa dizer que estas estejam correlacionadas. É o que afirma Silva (2009), quando relata o seguinte:

    O escore Z é uma medida similar ao desvio padrão. A área compreendida por um desvio padrão da média corresponde a 1 Z...Numa distribuição normal, percentil 98 corresponde aproximadamente a dois desvios padrão da média ou a 2 Z. Dessa forma, o indivíduo que apresentar índices correspondentes ou superiores ao percentil 98 ou a 2 Z pode ser considerado um sujeito de desempenho superior na característica observada.

    De acordo com Prudêncio (2009), a fórmula para o escore Z é a seguinte:

Onde:

  • X= valor obtido em uma determinada variável;

  • M= média da população;

  • s= desvio pardrão.

    Assim, o PROESP-BR classifica os alunos em talentos motores, através da proposta de um programa de identificação de talentos esportivos australiano. Assim, para ser considerado um talento motor, o estudante precisa ter idade superior a 12 anos, e situar-se além de dois desvios padrão da média. Em outras palavras, com índices de desempenho superior ao escore “2 Z”, o que representa valores superiores ao percentil (98) em pelo menos um dos testes de ApFDM.

2.     Material e métodos

    A população alvo foi constituída por alunos do sexo masculino, com a idade entre 10 e 14 anos, estudantes de 5ª a 7ª séries de uma escola da rede pública estadual de ensino do município de São Borja. Que constituíram uma amostra de 26 alunos.

    O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo, de cunho quantitativo exploratório. Tendo como variáveis controladas: as medidas de massa corporal, a estatura, o Índice de Massa Corporal (IMC), a envergadura, a flexibilidade, a resistência-força, a força Explosiva de membros inferiores e superiores, a agilidade, a velocidade de deslocamento e a resistência geral.

    Para a realização da bateria de teste foram utilizados os seguintes instrumentos de medida, todos retirados do livro: Programa Segundo Tempo, de Amauri Bássoli de Oliveira e Gianna Lepre Perim. Maringá: 2008 p. 286 a 290.

  • Teste de exercício abdominal: Com a finalidade de medir a força e resistência abdominal dos alunos.

  • Teste de salto horizontal: Com a finalidade de medir a força explosiva dos membros inferiores dos alunos.

  • Teste de Arremesso de medicineball : Com a finalidade de media a força explosiva de membros superiores.

  • Teste do quadrado: Com a finalidade de medir a agilidade dos alunos.

  • Teste da corrida de 20 metros: Com a finalidade de medir a velocidade de deslocamento dos alunos.

  • Teste dos 9 minutos: Com a finalidade de medir a resistência geral.

    Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e tabelas. Com auxílio do software Excel for Windows e SPSS 17.0 (Statistical Package for Social Sciences). Para a classificação dos resultados foram utilizados as tabelas de classificação do PROESP-BR.

3.     Restados e discussão

    Os resultados da estatística descritiva foram expressos através de percentis. Foram utilizadas as tabelas de classificação do PROESP-BR para variáveis independentes para se verificar a existência ou não de talentos motores entre os alunos pré-selecionados. São apresentados apenas os resultados dos testes de relacionados a ApFDM.

Tabela 1. Classificação do teste de força e resistência

    A tabela (1) demonstra claramente que, em relação à força e resistência, metade dos testados (50%) encontra-se no percentil muito bom. Seguidos dos percentis bom e razoável com (19,2%) em cada um. Além de (7,7%) dos testados no percentil fraco e (3,8%) nos percentil muito fraco. Para fins de seleção, nenhum dos testados pode ser classificado como talento esportivo de acordo com o PROESP-BR, uma vez que nenhum alcançou o percentil de excelência. Embora sejam capacidades físicas indispensáveis aos futebolistas de acordo com De Rose Junior (2006, p.132).

Tabela 2. Classificação do teste de força explosiva de membros inferiores

    A tabela (2) demonstra claramente que, em relação à classificação da força dos membros inferiores, a maior parte dos testados (26,9%) esta presente no percentil fraco, seguido de (23,1%) que estão em um percentil razoável e também (23,1%) que estão em um percentil bom. Dos mesmos (11,5%) está em percentil muito fraco e (15,4%) em um percentil muito bom. De acordo com o PROESP-BR, nenhum dos testados pode ser considerado um talento esportivo nessa variável, pois nenhum alcançou a classificação de excelência.

Tabela 3. Classificação do teste de força explosiva de membros superiores

    A tabela (3) demonstra claramente que, em relação à força explosiva de membros superiores, (23,1%) dos testados está em um percentil razoável. Seguida de uma mesma porcentagem de testados que estão em um percentil bom. Além de (19,2%) dos testados que estão em um percentil muito bom, (15,4%) em um percentil fraco e (11,5%) em um percentil muito fraco. Para fins de seleção de talentos esportivos, pode se afirmar que dois (2) dos testados podem ser classificados como talentos, segundo o PROESP-BR, uma vez que atingiram o percentil de excelência em um teste de relacionado ao desempenho motor.

Tabela 4. Classificação do teste de agilidade

    A tabela (4) demonstra claramente que, em relação à agilidade todos os testados (100%) estão classificados em um percentil muito fraco. O que é considerado um resultado muito ruim, pois segundo Rebelo e Oliveira (2009), diversas ações do jogo, tais como sprintes com ou sem mudanças de direções, exigem além de velocidade e potência muscular, a agilidade do atleta. Para tanto, é uma capacidade muito importante para a performance física do futebolista.

Tabela 5. Classificação do teste de velocidade de deslocamento

    A tabela (5) demonstra claramente que, em relação à velocidade de deslocamento, a maior parte dos testados, representada por (26,9%) está classificada em um percentil fraco. Seguido de testados que se encontram em percentis razoável, bom e muito bom com (19,2%). Além de (15,4%) de testados que estão em um percentil muito fraco. O resultado pode ser interpretado como sendo ruim, pois segundo Rebelo e Oliveira (2009), é uma qualidade que interessa ao futebolista, uma vez que diz respeito à fase de aceleração com ou sem mudanças de direção. Para fins de seleção de talentos esportivos, nenhum dos alunos alcançou a classificação de excelência. Com isso, nenhum pode ser considerado um talento esportivo segundo o PROESP-BR.

Tabela 6. Classificação do teste de resistência geral

    A tabela (6) demonstra claramente que, em relação à resistência geral, a maior parte dos testados está em um percentil muito bom, com (30,8%). Seguido de (26,9%) de testados em um percentil razoável, (23,1%) em um percentil bom e (11,5%) em um percentil fraco. Para fins de seleção de talentos, os dois (2) testados que estão em um percentil de excelência, podem assim ser classificados, devido a este teste ser uma variável de aptidão física relacionado tanto à saúde como ao desempenho motor.

Conclusão

    Ao longo do que foi apresentado pode-se compreender que o uso de métodos adequados é de suma importância para seleção de talentos esportivos. Salientou-se também, a importância da escola nesse processo, onde o professor de Educação Física cumpre com papel primordial neste diagnóstico.

    Com a análise dos dados, pode-se afirmar que, segundo a classificação do PROESP-BR, quatro (4) alunos da amostra podem ser considerados talentos esportivos. Embora dois (2) destes obtiveram grau de excelência, com o teste de força explosiva de membros superiores. Uma capacidade não é tão usada por futebolistas, com exceção do goleiro. Porém os mesmos podem ser direcionados a modalidades que fazem um melhor aproveitamento desta capacidade. Outros dois (2) alunos se classificaram no teste de resistência geral, esta sim de grande valência ao futebol e a todas as outras modalidades.

    Entretanto, não pode se afirmar que estes alunos classificados como talentos serão grandes esportistas no futuro. Bem como, os alunos que não obtiveram resultados expressivos não poderão vir a ser. O trabalho é plurianual e avaliações periódicas se fazem fundamentais com o objetivo de que esse processo seja concluído.

Referências

  • BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2002.

  • FERNANDES FILHO, José; PINHEIRO, Bráulio Ferreira. Atletas talentosos: um processo de seleção e desenvolvimento. Disponível em: http://www.fitmail.com.br/downloads/mat_cientificos/atletas_talentosos.pdf Acesso em: 11/05/2009.

  • FERREIRA, Aurélio; HOLANDA, Buarque de. Novo Aurélio século XXI: O dicionário da língua português. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

  • FERREIRA, Heros R.; FERNANDES FILHO, José. Diagnóstico do potencial genético dos atletas do campeonato sul americano de canoagem através da dermatoglifia. Disponível em: http://cbca.org.br/biblioteca/arquivos/biblioteca_diag%20_genetico_Campeonato_Sul_Americano_Canoagem_Slaloom_2006_heros_FERREIRA.pdf, Acesso em: 14/04/2009.

  • GAYA, Adroaldo et all. Talento esportivo: estudo de indicadores somato-motores na seleção para o desporto de excelência. 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRGS, Programa de Pós Graduação em Ciências do Movimento Humano, Rio Grande do Sul. 2005.

  • GAYA, Adroaldo. PROESPR-BR: Projeto Esporte Brasil, Indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens. Disponível em: www.esef.ufrgs.br/proesp-br/proespbr.htm, Acesso em: 12/03/2009.

  • GAYA, Adroaldo; MARQUES, Antonio, GO TANI. Desporto para crianças e jovens: Razões e finalidades. Porto Alegre: editora da UFRGS, 2004.

  • GAYA, Adroaldo; SILVA, Gustavo. Projeto Esporte Brasil. Manual de aplicação de medidas e testes, normas e critérios de avaliação. Disponível em: http://www.proesp.ufrgs.br/proesp/index.php?option=com_content&view=article&id=11&Itemid=13 Acesso em: 05/05/2009.

  • GHORAYEB, Nabeil; BARROS NETO, Turíbio Leite. O exercício: Preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 2004.

  • GOMES, Antônio Carlos. Treinamento desportivo: Estruturação e Periodização. Porto Alegre: Artmed, 2002.

  • GUISELINI, Mauro. Aptidão Física, Saúde e Bem Estar: Fundamentos Teóricos e Exercícios Práticos. São Paulo: Phorte, 2004.

  • LANARO FILHO, Pedro; BOHME, Maria Tereza Silveira. Detecção, Seleção e Promoção de Talentos Esportivos em Ginástica Rítmica Desportiva: Um estudo de revisão. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 15(2): p.154-168. Jul./dez.2001.

  • OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli de; PERIM, Gianna Lepre. Programa Segundo Tempo. 2.ed. Maringá: Eduem, 2008.

  • PETROSKI, Edio L. Antropometria: Técnicas e padronizações. 3.ed. Blumenau: Nova Letra, 2007.

  • PITANGA, Francisco José Gondim. Testes, medidas e avaliações em Educação Física e esportes. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2005.

  • PLATONOV, V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  • PRUDÊNCIO, Nelson. Salto triplo: O sistema de preparação de desportistas- da detecção à promoção de talento. 2006. 193 f. Tese (Doutorado)-Universidade Federal de Campinas-UNICAMP, Faculdade de Educação Física Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Educação Física, Niterói. 2006.

  • REBELO, Antonio N; OLIVEIRA, José. Relação entre velocidade, agilidade e potência muscular de futebolistas profissionais. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. Porto, v. 6, n. 3, p. 342-348. Outubro, 2006.

  • DE ROSE JUNIOR, Dante de. Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

  • SILVA, Gustavo M. Gonçalves da. Talento esportivo: Um estudo dos indicadores somatomotores na seleção de jovens escolares. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de pós graduação em ciência do movimento humano. Porto Alegre, 2005.

  • SILVA, L. R. R. da. Et al. A utilização de variáveis cineantropométricas no processo de detecção, seleção e promoção de talentos no voleibol. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 11, n. 1, p. 69-76, jan. 2003.

  • SILVA, M. et all. Detecção de possíveis talentos esportivos: um relato de caso. Revista Perfil. Dossiê do projeto esporte para todos. p. 68-721, 2005.

  • VIEIRA, José Luiz Lopes. O processo de abandono de talentos de atletismo do estado do Paraná: um estudo orientado pela teoria dos sistemas ecológicos. 1999. 162 f. Tese (Doutorado)- Universidade Federal de Santa Maria-UFSM. Curso de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano – área de concentração Desenvolvimento Humano, Rio Grande do Sul. 1999.

  • WEINECK, Jürgem. Treinamento ideal: técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9.ed. Manole: [s.l], 2003.

  • ZUCHEN, Denise S. Proposta de ação educativa para prevenção das doenças crônicas não transmissíveis em policiais militares. 2008. 116 f. Dissertação (Mestrado)- Centro Universitário Plínio Leite-UIPLI- Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente, Niterói. 2008.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 161 | Buenos Aires, Octubre de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados