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Avaliação nutricional de escolares da rede 

pública estadual do município de Tuparendi, RS

Evaluación nutricional de escolares de la red pública estatal del municipio de Tuparendi, RS

 

*Especializando em Educação Física, Desempenho Motor e Saúde, UFSM

**Professor do Instituto Federal de Santa Catarina, Mestre em Treino

de Alto Rendimento UTL/FMH – Portugal

***Mestrando em Geomática, UFSM

****Especializando em Educação Física, Desempenho Motor e Saúde, UFSM

*****Professora da Universidade Federal de Santa Maria

Dra. Ciência do Movimento Humano

(Brasil)

Lucas Rossatto Cancian*

Kenji Fuke**

Jeovani Peripolli***

Daiane Dias****

Silvana Corrêa Matheus*****

Daniela Lopes dos Santos*****

lucascucuia@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A obesidade vem aumentando de forma alarmante, sendo considerada uma verdadeira epidemia mundial que atinge todas as faixas etárias, especialmente a criança. Estudos que envolvem avaliação antropométrica, tem sido a forma mais utilizada para a avaliação do estado nutricional. Um dos métodos mais empregados na identificação da obesidade em populações jovens é o Índice de Massa Corporal (IMC). Dessa forma, o objetivo desse estudo foi traçar um perfil nutricional de alunos de séries iniciais das escolas da rede pública estadual do município de Tuparendi-RS. Foram avaliadas 122 crianças com média de idade de 8,56 ± 1,35 anos e mensuradas a estatura e a massa corporal para o calculo do IMC. Os dados obtidos foram analisados através de estatística descritiva. Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Na comparação das médias das variáveis utilizou-se o teste “t” de Student. O nível de significancia utilizado foi de 5%. Para armazenar e analisar os dados foi utilizado o programa estatístico GraphPad Prisma 4. Os resultados permitem concluir que as crianças têm uma predisposição considerável para o excesso de peso e obesidade uma vez que, observou-se que aproximadamente um terço da população encontra-se acima dos níveis de normalidade para essas variáveis. A média de IMC entre meninos e meninas não apresentou diferença estatisticamente significativa.

          Unitermos: IMC. Obesidade. Crianças.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A obesidade vem aumentando de forma alarmante sendo considerada uma verdadeira epidemia mundial que atinge todas as faixas etárias, especialmente a criança (WHO, 1997). O excesso de gordura corporal está vinculado ao aparecimento de inúmeras disfunções metabólicas, tais como cardiopatias, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia, hiperlipidemia, entre outras (BALL, 2003).

    Estudos que envolvem avaliação antropométrica, especialmente a massa corporal, têm sido a forma mais utilizada para a avaliação do estado nutricional e a regulação do crescimento em crianças e adolescentes, podendo através deste método, ser detectados casos de obesidade precoce (WHO, 2002). Um dos métodos antropométricos mais empregados na identificação da obesidade em populações jovens é o Índice de Massa Corporal (IMC) (COLE et al., 2000). O IMC, também referido como Índice de Quetelet, foi proposto pelo matemático Lambert Adolphe Jacques Quetelet (EKNOYAN et al., 2007), e tem sido recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1985) como um indicador da gordura corporal por ser obtido de forma rápida e praticamente sem custo nenhum e sua validade como indicador de adiposidade em crianças vem sendo demonstrada em vários estudos (PIETROBELI, 1998; MEI, 2002).

    O IMC é obtido pela divisão da massa corporal em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros, com o intuito de classificar os indivíduos em baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade (NIH, 1998; WHO, 2000). Em crianças, este índice é amplamente utilizado para definição, principalmente, de sobrepeso e/ou obesidade, porém com algumas modificações metodológicas e ajustes para idade e sexo (COLE et al., 2000; CONDE & MONTEIRO, 2006).

    Considerando que em torno de 20% da obesidade diagnosticada em indivíduos adultos parece originar-se na infância (FULTON, 2001) e que o monitoramento da quantidade de gordura corporal na população jovem pode ser um importante aliado na prevenção da saúde, o propósito do presente estudo foi traçar um perfil nutricional de alunos de séries iniciais das escolas da rede pública estadual do município de Tuparendi-RS.

Metodologia

Grupo de estudo

    Foram avaliados 122 alunos, com idade média de 8,56 ± 1,35 anos, sendo 62 do sexo masculino e 60 do sexo feminino. Esses alunos representam 62,56% dos estudantes dentro da faixa etária proposta, matriculados em escolas estaduais do município de Tuparendi-RS.

    Os participantes foram informados verbalmente e por escrito, através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a respeito dos procedimentos que seriam adotados na pesquisa e possíveis riscos a saúde.

Materiais e métodos

    Antes das iniciar as coletas de dados, os alunos foram informados, pelos professores, sobre a pesquisa. Após obter a autorização dos responsáveis, os alunos foram avaliados. As coletas foram realizadas em salas de aula da própria escola, estando presentes apenas os alunos avaliados, quatro por vez, e os avaliadores (dois).

    Primeiramente o aluno respondeu um questionário de identificação contendo: nome; data de nascimento; escola; série e sexo. Após foi mensurada a massa corporal (MC), e estatura, utilizando uma balança Welmy com estadiômetro acoplado, capacidade de 150 kg e precisão de 100 g para a massa corporal e régua de 210 cm de altura com resolução de 0,5 cm para mensurar a estatura. Para a obtenção dessas medidas, seguiu-se os procedimentos sugeridos por Petroski (1999).

    Com as medidas obtidas foi calculado o IMC, e o estado nutricional das crianças foi determinado adotando os critérios de classificação sugeridos por Conde e Monteiro (2006).

Estatística

    Os dados obtidos foram analisados através de estatística descritiva. Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Na comparação das médias das variáveis analisadas entre meninos e meninas utilizou-se o teste “t” de Student. O nível de significancia utilizado foi de 5%. Para armazenar e analisar os dados foi utilizado o programa estatístico GraphPad Prisma 4.

Resultados

Tabela 01. Características gerais da amostra

    Para melhor interpretar os dados e para uma melhor visualização das variáveis, os indivíduos foram separados por sexo. A partir dessa separação, podem-se fazer comparações entre os dois grupos, buscando encontrar características particulares em cada grupo. Comparando os resultados encontrados no IMC não se observou diferença significativa (fig. 01).

Figura 01. Valores médios e DP do IMC de meninas (17,06 ± 2,716) e meninos (17,75 ± 2,792)

    Esses resultados também foram classificados conforme tabelas normativas, e a partir de então, expressos em porcentagens para facilitar a compreensão (fig.02, 03).

Figura 02. Gráfico representativo do estado nutricional, de alunos de escolas estaduais do município de Tuparendi.

    Nota-se, a partir do gráfico, que a grande maioria dos indivíduos estudados encontra-se dentro do de valores considerados normais, porém um terço, aproximadamente, demonstra um quadro de excesso de peso ou obesidade, fator esse que deve ser cuidado.

    Também foram divididos por sexo os resultados, gerando um quadro para comparação entre os dados.

Figura 03. Gráficos da classificação nutricional de meninas e meninos

    Conforme se pode notar nos gráficos, a porcentagem de meninas dentro da normalidade para o estado nutricional é maior do que encontrada nos meninos. Os meninos também apresentam uma porcentagem maior de obesidade e excesso de peso, quando comparado com as meninas. Em relação ao baixo peso, apenas dois por cento das meninas apresentam esse quadro.

Discussão

    Observando os dados da figura 1, nota-se que o IMC não difere entre os sexos, o que contradiz o apresentado na literatura, que determina valores menores de IMC aos meninos em comparação com as meninas (ANJOS, 1998); entretanto, pesquisas recentes têm demonstrado aumento considerável do IMC em adolescentes brasileiros do sexo masculino enquanto apresenta estabilidade no sexo feminino (VEIGA, 2004).

Conclusão

    Ao chegar ao final desse estudo podemos concluir que, observando os resultados encontrados no IMC, as crianças têm uma predisposição considerável para o excesso de peso e obesidade uma vez que, classificando dentro de tabelas normativas, aproximadamente um terço da amostra encontra-se acima dos níveis de normalidade para essas variáveis.

    Entretanto, como o IMC não é capaz de identificar a quantidade de gordura corporal ou as diferenças proporcionais entre os diferentes componentes corporais, podendo causar erros de interpretação nos valores limítrofes de classificação (COSTA, 2001; ROOS, 1997), seria interessante a realização de um estudo com outras medidas antropométricas.

Referências bibliográficas

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