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A qualidade de vida relacionada à aptidão física e saúde

La calidad de vida relacionada a la aptitud física y la salud

 

Universidade Federal do Paraná

(Brasil)

Raul Roscamp

Maria Gisele dos Santos

mariagisele@yahoo.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo e analisar a qualidade de vida relacionada à aptidão física e saúde. A qualidade de vida é de fundamental importância para se entender as relações do ser humano com a percepção de como está sua saúde. A expressão “qualidade de vida” surgiu em meados dos anos 1960 tendo motivação política pelo discurso do presidente americano na época, Lyndon Johnson, no qual defendeu que o progresso social é avaliado pela qualidade de vida e não pelo balanço dos bancos (CASAGRANDE, 2006).

          Unitermos: Qualidade de vida. Aptidão física. Saúde.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 161, Octubre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A expressão “qualidade de vida” ainda não está bem definida. Não há consenso entre os autores sobre o que é qualidade de vida, o que se tem hoje é uma discussão ampla acerca da sua definição e que segundo vários pesquisadores da área, é um conceito subjetivo e multidimensional (PINTO NETO E CONDE, 2008) compreendendo uma realização harmoniosa e equilibrada em todos os níveis como: saúde, família, trabalho, lazer (RAMOS, 1995; MINAYO ET. AL., 2000; TAKAHASHI, 2004) e não somente correlacionada à existência ou não de morbidades (TOSCANO, 2009). O estudo desta área é de fundamental importância para se entender as relações do ser humano com o meio que o cerca os quais fundamentam as diferenças entre cada um, por exemplo, cultura, expectativas, objetivos e padrões (WHOQOL GROUP,1995). Pesquisadores tanto da área de Educação Física, Medicina Esportiva e do Exercício já provaram em diversos estudos que tanto a inatividade física como a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde portanto diminuem a qualidade de vida (ARAÚJO E ARAÚJO, 2000). Segundo os autores, a população já começa a perceber que o exercício físico melhora a qualidade de vida, mas muitos ainda não têm acesso por questões financeiras, oportunidade ou até mesmo pela cultura familiar. De todas as faixas etárias, a idosa é a que mais se beneficia com a atividade física regular, pois através dela os riscos de muitas doenças comuns nesta fase são diminuídos (NIEMAN, 1999; ACMS, 1999). O objetivo deste estudo foi reunir, através de revisão de literatura, as principais definições existentes acerca de qualidade de vida e a correlação desta com a atividade física e a população idosa.

2.     Qualidade de vida

    A qualidade de vida é de fundamental importância para se entender as relações do ser humano com a percepção de como está sua saúde. A expressão “qualidade de vida” surgiu em meados dos anos 1960 tendo motivação política pelo discurso do presidente americano na época, Lyndon Johnson, no qual defendeu que o progresso social é avaliado pela qualidade de vida e não pelo balanço dos bancos (CASAGRANDE, 2006). De acordo com Ferreira (2008), as discussões sobre qualidade de vida surgiram logo após o final da Segunda Guerra Mundial, quando se interpretava e se discutia principalmente o efeito de posse material na população, após isto numa análise mais aprofundada correlacionou-se educação, saúde, bem-estar entre outros aspectos refletidos também no modo de vida da população. Não há uma definição estabelecida sobre qualidade de vida por ser uma área subjetiva, mas há entre os estudiosos que está deve ser analisada multidimensionalmente, sendo muito influenciada pela educação e questões socioculturais (PINTO-NETO E CONDE, 2008). Ramos (1995) entende qualidade de vida como um conjunto harmonioso e equilibrado de realização em todos os níveis, como: saúde, trabalho, lazer, sexo, família e desenvolvimento espiritual. Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (WHOQOL GROUP, 1995). Berger e Mcinman apud Borguetti et al. (2000) relacionam qualidade de vida à satisfação harmoniosa dos objetivos e desejos de alguém, além de implicar numa idéia de felicidade, ou seja, a ausência de aspectos negativos, morbidades.

    Minayo et al. (2000) definem que esta área de noção eminentemente humana, está cada vez mais correlacionada ao grau de satisfação encontrada na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. É a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade define como padrão de bem-estar. Qualidade de vida representa as sensações subjetivas de sentir-se bem dentro um sistema de valores, com diferenciações de objetivos entre cada indivíduo (VELARDE-JURADO; AVILA-FIQUEROA, 2002). Takahashi (2004), afirma que para haver qualidade de vida deve-se buscar equilíbrio do homem como ser humano com a sociedade e meio em que está inserido. Para Campos (2007) a qualidade de vida é assunto comum hoje por ser produto da interação entre as expectativas e realizações de uma pessoa, podendo ser mais bem compreendida individualmente numa análise subjetiva. Toscano (2009) define que qualidade de vida deve ser compreendida como uma área influenciada por todas as dimensões da vida e assim não deve estar limitada à existência ou não de morbidades.

    Seidl e Zannon (2004) defendem que a qualidade de vida foi definida de forma multidimensional e que, empiricamente, as áreas de estudos dentro dela foram as emergentes: 1) física – relacionada à percepção de saúde pelo indivíduo; 2) psicológica – a percepção sobre afetividade e cognição; 3) relacionamento social – sobre o indivíduo e suas relações sociais e papéis adotados nelas; 4) ambiente – os aspectos diversos encontrados no ambiente em que se vive. Além destas, a dimensão global também é citada, na qual se tem uma visão geral do indivíduo.

    Spilker (1996) refere-se à qualidade de vida em três níveis: 1) avaliação total do bem-estar, 2) domínio global (físico, psicológico, econômico, espiritual e social) e 3) componentes de cada domínio. Sendo o primeiro nível relacionado à satisfação geral do indivíduo com a vida e a percepção do seu bem-estar. Já o segundo nível propõe a análise separada de vários domínios sendo segundo o autor, os domínios psicológicos, social e físico os mais importantes. No terceiro nível para Spilker todos os componentes podem ser avaliados por testes e escalas em conjunto ou isoladamente. Para Toscano (2009) em se tratando de qualidade de vida logo se associa esta com saúde, a dimensão mais impactante segundo o autor para a população em geral, com isto devem ser desenvolvidos cada vez mais estudos buscando compreender as relações da saúde com outros componentes para se ter melhora da manutenção da qualidade de vida destes. A qualidade de vida pode ser vista em dois sentidos, o primeiro sendo geral, ou seja, aplicado ao indivíduo saudável. O segundo trata da qualidade de vida relacionada à saúde, aplicando-se àqueles indivíduos doentes (SILVA, 1999). A qualidade de vida relacionada à saúde é uma área relativamente nova, mas muito popularizada, no cotidiano correlaciona-se qualidade de vida à saúde, ou seja, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados pelos programas ou políticas públicas criadas para promoção de saúde e prevenção de doenças (SEIDL E ZANNON, 2004).

    Buss (2000) defende que é de fundamental importância para que se promova a saúde e a melhor qualidade de vida, enfrentar os determinantes da saúde em toda sua amplitude, ou seja, criar políticas públicas que mobilizem diversos setores tendo uma inter-relação com a população, conscientizando-a da importância do exercício físico. Para Araújo e Araújo (2000), políticas públicas devem ser feitas para estimular a população exercitar-se, mostrando os diversos benefícios disto para a melhora da qualidade de vida em geral. Há cerca de 30 anos a qualidade de vida no Brasil era relacionada com as condições de saneamento básico, situação financeira e o acesso à saúde e educação, hoje com a melhora do acesso a esses aspectos e ao crescente poder de consumo da população brasileira e também da adoção de melhor estilo de vida, adota-se estes itens como avaliadores da qualidade de vida no país (SONATI E VILARTA, 2010)

2.1.     Qualidade de vida e exercício físico

    Atualmente há muitos estudos que associam o estilo de vida saudável à prática de exercício físico tendo-se como conseqüência disso melhores padrões de saúde, portanto qualidade de vida elevada (TOSCANO, 2009). A prática regular de atividade física é fundamental para diminuir o risco das conseqüências do sedentarismo como, por exemplo, o desenvolvimento precoce de doenças crônico-degenerativas, possibilitando uma longevidade com maior qualidade de vida (GLANER, 2003). Para Sharkey (2002) o exercício físico é elemento fundamental para regulação da qualidade de vida do ser humano.

    Quando uma pessoa apresenta algum tipo de limitação ou desconforto físico e mental, significa que esta, sofre por algum motivo, um decréscimo na qualidade de vida (GHORAYEB e BARROS, 1999). Segundo Leite (1990), problemas como: estresse físico e psicológico ou problemas de saúde são bastante comuns quando se percebe que a população em geral das grandes cidades sofre por viver em locais com dificuldades sociais, e assim, diariamente absorvendo em si uma série de angústias e sofrimentos. Macedo et al. (2003) apontam que há muitas evidências recentes que indicam o estilo de vida inativo como fator de risco independente para doenças coronarianas e acidente vascular. Ainda segundo os autores, o exercício proporciona melhora da eficiência do metabolismo com conseqüente redução da gordura corporal e aumento da massa muscular e da força além de causar a melhora da densidade óssea e do fortalecimento do tecido conjuntivo, entre outros aspectos que melhoram a função orgânica geral resultando em melhora na aptidão física e conseqüente na qualidade de vida. De acordo com Araújo e Araújo (2000), pesquisadores tanto da área de Educação Física, Medicina Esportiva e do Exercício já provaram em diversos estudos que tanto a inatividade física como a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde. Ainda para os autores, hoje a população já começa a ver que o exercício físico traz benefícios e auxilia na melhora da qualidade de vida, mas há muitos fatores principalmente sociais, que reduzem o acesso ao exercício como hábito diário, por exemplo, a falta de segurança pública, informação e até mesmo educação que pode estar associada tanto à escola como a cultura familiar, podendo ser apontadas de maneira geral, como intermediadora de uma piora da qualidade de vida dos idosos.

    Nieman (1999); ACMS (1999) citam que de todas as faixas etárias, a idosa é a que mais se beneficia com a atividade física regular, pois com ela os riscos de muitas doenças comuns nesta fase são diminuídos. Com o envelhecimento da população mundial e conseqüente da brasileira nos últimos anos é crescente os estudos relacionando qualidade de vida e idosos sendo de fundamental importância para que sejam cada vez mais populares os programas que promovem o exercício para a população idosa. Há vários estudos que apontam que a adoção de um estilo saudável de vida incrementado da prática de atividade física auxilia na melhora da qualidade de vida e conseqüentemente, minimiza os efeitos deletérios do envelhecimento (Guedes e Guedes, 1995; Nahas, 1997; Lima, 1999; Matsudo e Matsudo 1999, 2000; Matsudo et.al.2001).

3.     Conclusão

    Não existe ainda uma definição estabelecida sobre o que vem a ser qualidade de vida. O que se tem hoje é uma discussão ampla da área e um conceito subjetivo e multidimensional que para muitos autores compreende-se como uma realização harmoniosa e equilibrada em diversos âmbitos como: saúde, família, trabalho, lazer e não somente correlacionada à existência ou não de morbidades, dito saúde. A qualidade de vida relacionada à saúde é uma área relativamente nova, mas muito popular, no dia-a-dia correlaciona-se qualidade de vida à saúde, segundo alguns autores sendo o fator mais impactante para a população. Com isto, estudos indicam o estilo de vida inativo como fator de risco independente para doenças coronarianas, acidente vascular, entre outras morbidades. Já se sabe que de todas as faixas etária a idosa é a que mais se beneficia com a atividade física regular reduzindo riscos de muitas doenças comuns nesta fase. Portanto, com o envelhecimento da população mundial é crescente os estudos relacionando qualidade de vida e idosos sendo de fundamental importância para que sejam cada vez mais populares os programas que promovem o exercício para a população idosa Hoje a população já começa a ver que o exercício físico traz benefícios e auxilia na melhora da qualidade de vida, mas é preciso notar que alguns fatores principalmente sociais como falta de segurança pública, reduzem o acesso ao exercício como hábito diário.

Referências

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