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Vida Ativa

    As manifestações corporais nas práticas pedagógicas foram influenciadas ao longo do tempo pela visão dualista e racional que acabaram fundamentando todo o pensamento moderno, principalmente, a instituição escolar. Esse pensamento, que na modernidade assumiu a forma do dualismo cartesiano, separou o sujeito do seu corpo, privilegiando as experiências cognitivas e desconsiderando o corpo como elemento fundamental do processo de produção de conhecimento.

    Assim, todas as manifestações ligadas ao físico e sua expressão por meio do movimento tornaram-se inconvenientes, passando a ser reprimidas ou somente orientadas em uma razão instrumental, que tenta tornar o movimento humano mais econômico e eficiente para atingir determinados objetivos, atrelando-se somente a resultados técnicos. Segundo Santin (2001), todo movimento era considerado como distração e desvio das funções da mente.

    Contrariamente a essa visão, acreditamos que o corpo adquire um papel fundamental, principalmente na infância, pois este é um modo de expressão e de vinculação da criança com o mundo. O corpo não pode ser pensado como experiência desvinculada da inteligência ou ser considerado apenas como uma forma mecânica de movimento, incapaz de produzir novos saberes.

    Cada vez mais estudiosos mostram a influencia do bem estar físico para um melhor funcionamento dos neurônios e da vida em sociedade. Como nos afirma Santin (1987) “o movimento humano pode ser compreendido como uma linguagem, ou seja, como capacidade expressiva na vida”, o que vai muito além desta concepção mecanicista.

    Nesse contexto observamos o trabalho da Educação Física com grande influência na alfabetização, pois nas séries iniciais do Ensino Fundamental possibilita aos alunos desenvolver as habilidades da cultura corporal, onde o conteúdo das aulas está relacionado ao incentivo do senso crítico e visão de mundo. Revelando de forma prática, as consequencias das ações realizadas, o trabalho em equipe, como também a reflexão de situações e problemas reais.

    Além disso, consideramos, dentre outras metodologias, o jogo como fator importantissimo no desenvolvimento da criança, ampliando a sua capacidade de interagir e de se comunicar. Estimulando as capacidades de pensamento e criatividade; além de ser fator de desenvolvimento da força, do controle muscular, do equilíbrio orgânico, estimular a coordenação motora, a saúde esquelética, à cooperação social e psicológica da criança, entre outros fatores.

    Segundo Soares (1992), quando a criança joga, opera com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo torna-se consciente das suas escolhas e decisões na sociedade.

    Não podemos esquecer que:

• A prática de atividade física na infância constitui-se um importante fator de proteção contra o desenvolvimento da obesidade infantil, que podem estar associadas a doenças como diabetes e hipertensão.

• A participação em atividades esportivas é fundamental para o processo de crescimento e desenvolvimento de todas as crianças, oferecendo oportunidades para o lazer e integração social, promovendo também o bem-estar, e o desenvolvimento de uma maior autoestima, confiança, valores éticos e morais.

• No esporte ainda podemos, estabelecer regras e limites de convivência coletiva, respeitando as diferenças e valorizando as qualidades dos outros.

• Os pequenos podem aprender a reconhecer que a saúde (hábitos alimentares saudáveis, práticas esportivas, amizades...), são indispensáveis para o sucesso e a alegria de viver.

Bibliografia

• BASEI, A.P. O movimentar-se humano na Educação Infantil: contribuições da Educação Física para o desenvolvimento da criança. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 125, octubre 2008. http://www.efdeportes.com/efd125/contribuicoes-da-educacao-fisica-para-o-desenvolvimento-da-crianca.htm

• SANTIN, Silvino. Educação Física: Uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí: Unijuí, 1987.

• SANTIN, Silvino. Temas Pedagógicos. Porto Alegre: EST edições, 2ª ed., 2001.

• SOARES C. L. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 160 | Buenos Aires, Septiembre de 2011 © 1997-2011 Derechos reservados