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Efeito do consumo de isotônico no desempenho físico 

e desidratação de basquetebolistas em bateria de testes

Efecto del consumo isotónico en el rendimiento físico y la deshidratación de jugadores de baloncesto durante la batería de tests

 

Graduando em Educação Física - UNICAMP
Doutorando em Alimentos e Nutrição - UNICAMP
Professor da Faculdade de Educação Física – UNICAMP

(Brasil)

Luiz Henrique Medeiros Vital*

Pablo Christiano Barboza Lollo**

Paulo Cesar Montagner***

luiz.fef06@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Sendo atualmente a hidratação reconhecida como fator que pode afetar o desempenho físico do atleta e o Basquetebol, destacadamente para controle da temperatura corporal, e um desporto coletivo com característica de muitas variações nas intensidades, durações e repetições das ações motoras. Objetivo: verificar se há diferenças na desidratação e desempenho de atletas basquetebolistas quando há consumo de duas diferentes bebidas: água saborizada (placebo) e bebida isotônica. Método: foi realizada aplicação de testes de desempenho descritos na literatura e elaborados por treinadores e pesquisadores, em jovens divididos em dois grupos segundo a bebida consumida durante o protocolo de testes aplicado: a)isotônico; b)placebo. Resultados: Após a primeira e a segunda bateria de testes, puderam-se observar, para ambas as bebidas, diminuição da massa corporal de 0,9kg e 0,8kg; 0,6kg e 0,7kg para isotônico e placebo, respectivamente. Após o jogo coletivo, quando tiveram acesso ao líquido, foi notável o aumento da massa corporal para as duas bebidas, obtendo variação positiva de 1,1kg e 1,3kg para isotônico e placebo, respectivamente. Nos testes físicos realizados, não houveram variações estatísticas significativas (p>0,05) Conclusões: a restrição de líquidos aliada a testes físicos máximos e conseqüente desidratação pode influenciar negativamente no desempenho físico de alguns testes. O consumo de isotônico não parece oferecer vantagem nos testes de desempenho aplicados em relação ao grupo que consumiu placebo.

          Unitermos: Consumo de isotônico. Desempenho físico. Desidratação. Basquetebolistas.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 159, Agosto de 2011. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Sabe-se que a perda de líquido na forma de suor pode ser de até 2L no basquetebol, dependendo do nível de hidratação anterior à prática, e tendo outras pesquisas indicado até 3L (STOFAN, J. R. et al, 2005) de perda de líquidos em atividades físicas de características intermitentes (do ponto de vista da intensidade de exercício e variação de movimentos), durante uma partida o atleta ainda pode recuperar 40% do líquido eliminado. Até o final da partida esse déficit pode variar de 1% até 3% a massa corporal do atleta, considerando a perda, a ingestão e a reabsorção de água durante a partida (OSTERBERG, K. L.; HORSWILL, C. A.; BAKER, L. B, 2009; STOFAN, J. R. et al, 2005). A desidratação também pode afetar o nível de atenção do atleta (BAKER, L. B; CONROY, D. E.; KENNEY, W. L., 2007), o que pode influenciar negativamente o aproveitamento de arremessos, sabendo que o bom desempenho dessa tarefa depende mais de fatores visuais do alvo e fatores técnicos (OUDEJANS, R. R.; LANGENBERG, R. W. Van; HUTTER, R., 2002). No entanto, assim como a desidratação, a ingestão excessiva de líquidos também prejudica o rendimento competitivo a partir do momento em que causa desconforto gástrico para o atleta. Segundo Weineck (1999), a alimentação deve suprir a demanda energética assim como garantir o balanço hídrico, de nutrientes, vitamínico e mineral. Para atletas de rendimento a alimentação é ainda mais importante, pois só com um treinamento bem planejado, e estruturado, e uma alimentação adequada se atingirá o alto desempenho desejado. Desta forma, bebidas isotônicas são alternativas para evitar-se desidratação, contendo carboidratos (6%) e NaCl (WILK, B.; KRIEMLER, S.; BAR-OR, O., 1998; RIVERA-BROWN, A. M.; GUTIERREZ, R.; GUTIERREZ, J. C., 1999).

2.     Objetivos

Objetivo Geral

  • Verificar se há diferenças na desidratação e desempenho de atletas basquetebolistas quando há consumo de duas diferentes bebidas: água saborizada (placebo) e bebida isotônica.

Objetivos Específicos

  • Verificação do desempenho e da influência dos diferentes tipos de bebida quando da realização de bateria de testes físicos e técnicos específicos à modalidade em questão.

  • Verificar a variação de massa corporal dos atletas durante a bateria de testes.

3.     Materiais e métodos

3.1.     Caracterização da pesquisa

    O estudo caracterizou-se como uma intervenção do tipo duplo cego, sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, sob o protocolo Nº 156/2010.

3.2.     Desenho experimental

    Os voluntários (n=9) foram submetidos a duas sessões de treino (oito atletas na primeira e cinco na segunda, sendo que foram as duas). As rotinas de realização dos testes eram iguais em conteúdo, conforme a figura a seguir:

Figura 1. “Protocolo de testes”

    Os testes foram realizados ambos em quartas-feiras (19/5 e 9/6, assim sendo no outono de 2010), a partir das 19 horas. Os atletas tiveram acesso à bebida testada apenas após o término da primeira bateria de testes e após terem aferido sua massa corporal (quatro pesagens foram realizadas antes e após a realização de cada bateria de testes) e durante os intervalos do coletivo. Ao término do coletivo, enquanto os atletas realizavam a medição da massa corporal, foi feita contagem do volume ingerido por cada um, através de contagem das garrafas identificadas referentes à bebida de cada atleta e subtração do volume encontrado na última garrafa em proveta graduada em mL. Os testes foram realizados no ginásio da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas e Laboratório de Fisiologia do Exercício da mesma faculdade.

    Os testes desse estudo foram assim realizados: em forma de circuito de 40’ (baterias 1 e 2), que, por sua vez, possuía 10 testes distintos. Foi realizado um teste a cada 2 minutos, sendo cinco testes a cada período de 10’ (de acordo com uma partida oficial prevista pela FIBA). Um mesmo teste era realizado duas vezes em cada uma das baterias. Os testes são assim descritos e nomeados para a devida ordem de realização:

  1. O jogador teve um minuto para acertar o maior número de tentativas de arremessos do “cotovelo” do garrafão (limites laterais da linha do lance-livre), onde ele deveria pegar seu próprio rebote e se dirigir ao lado oposto da linha para realizar o próximo arremesso.

  2. Melhor tempo obtido em uma tentativa única de tiro longo, onde ele deveria sair de uma linha de fundo, tocar a linha do lance-livre mais próxima, linha do meio da quadra, linha do lance-livre mais distante e linha de fundo oposta, sempre voltando à linha de início do teste para tocá-la.

  3. Estando de frente para uma tabela, o jogador deveria jogar dez vezes a bola até a tabela e saltar para recuperá-la, o melhor tempo foi computado.

  4. Teste realizado com bolas e cinco cones; quatro cones delimitam um quadrado de 3m de lado e o outro cone é colocado no centro do quadrado. Partindo de um canto do quadrado, o atleta deve contornar (de acordo com trajeto previamente estabelecido) os cones voltando até o cone inicial, foi medido o melhor tempo em tentativa única.

  5. O atleta teve 10 tentativas para acertar o maior número de arremessos de lance-livre.

  6. A partir de sete pontos eqüidistantes da linha de três pontos, o atleta tinha um minuto para acertar o maior número de arremessos realizando uma tentativa em cada ponto partindo para o próximo em seguida.

  7. A partir da linha lateral de uma quadra, foi realizado um tiro em tentativa única de linha lateral a linha lateral dez vezes seguidas para obtenção do melhor tempo.

  8. Teste de impulsão vertical com três tentativas.

  9. Foi delimitada uma linha de 3,6m de comprimento, onde o atleta deveria ultrapassar essa medida 20 vezes em passada lateral, sempre passando seu corpo e pés completamente além do limite da linha, para obtenção do melhor tempo.

  10. A partir da linha de fundo da quadra, na intersecção desta linha com a do garrafão, o atleta se moveria até o canto da linha do lance-livre de frente para ele, depois voltaria na diagonal para trás e para o lado oposto até junção da linha de fundo e garrafão, então se moveria até o canto da linha do lance-livre a frente e então de volta ao ponto inicial em passada lateral na diagonal para trás. Cinco vezes realizadas esse percurso, o tempo seria computado.

Figura 2. Mapa de localização dos testes

3.3.     Análise estatística

    Além da estatística descritiva, os resultados foram submetidos a teste de estatística para normalidade KOLMOGOROV-SMIRNOV e diferença entre médias por KRUSKAL-WALLIS e Test t de Student no Software SPSS 11.5 (considerando significante valores de p<0,05).

4.     Resultados e discussão

Tabela 1. Valores médios e desvio padrão obtidos em cada teste da bateria, divididos entre grupo de voluntários hidratados com isotônico (n=5) e placebo (n=8). 

Estão discriminados os valores médios dos grupos de diferentes fontes hídricas em cada passagem dentro das baterias. Diferença entre médias p>0.05 (KRUSKAL-WALLIS)

    Alguns indicadores da pesquisa apontam para a análise de que a restrição de líquidos aliada a testes físicos máximos e conseqüente desidratação podem influenciar negativamente na realização de algumas ações físicas como o salto vertical ou tiros longos de velocidade (ver: quadro 1 e 2; tabela 1), causando queda no desempenho, motivadas, possivelmente, pela demanda energética imposta pelo protocolo.

    Observando-se os quadros 1 e 2 e tabela 1, podemos afirmar que, na aplicação do protocolo de pesquisa, o jogo de 30’ não foi tão intenso quanto as baterias de testes executadas, uma vez que não houve queda significativa de desempenho para o grupo que ingeriu isotônico e para os indivíduos hidratados com placebo ocorreu aumento após a realização do jogo quando comparados os resultados obtidos em cada bateria.

Quadro 1. “Valores obtidos de impulsão vertical”

 

Quadro 1. Variação da impulsão (cm) e desvio padrão obtidos na realização de teste de impulsão vertical. Onde: 1, 2, 3 e 4 representam a qual

 passagem dentro das baterias o valor se refere. Adaptado de Efeitos do consumo de isotônico no Desempenho Físico, Desidratação Freqüência

 Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 14.

 

Quadro 2. “Tempo obtido no teste de Burke (‘suicídio’)”

Quadro 2. Valores médios (s) e desvio padrão obtidos durante a realização do teste de “suicídio”. Onde: 1, 2, 3 e 4 representam a qual 

passagem dentro das baterias o valor se refere. Adaptado de Efeitos do consumo de isotônico no Desempenho Físico, Desidratação 

Freqüência Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 13.

    Também foi evidente a variação da massa corporal dos atletas (quadros 3 e 4).

Quadro 3. “Valores obtidos de massa corporal durante o protocolo”

 

Quadro 3. Valores médios (kg) e desvio padrão obtidos em cada uma das pesagens realizadas. Onde: 1, 2, 3 e 4 representam a qual

 pesagem os valores dizem respeito. Adaptado de Efeitos do consumo de isotônico no Desempenho Físico, Desidratação 

Freqüência Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 12.

 

Quadro 4. “Variação da massa corporal entre as pesagens”

Quadro 4. Variação da massa corporal (kg) dos atletas entre as quatro pesagens realizadas. Adaptado de Efeitos do consumo de 

isotônico no Desempenho Físico, Desidratação Freqüência Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 12.

    Devemos observar essa variação após a realização da primeira bateria, onde os atletas hidratados com isotônico perderam 0,9kg em média e os indivíduos pertencentes ao grupo do placebo perderam 0,8kg. Com isso podemos inferir que o protocolo de testes utilizados foi suficientemente intenso a ponto de causar variação negativa da massa corporal do indivíduo.

    Após esse primeiro momento onde foram realizadas as duas primeiras pesagens (antes e após a primeira bateria de testes) e tendo os atletas realizado o jogo coletivo onde puderam se hidratar com a bebida testada nos intervalos, devemos observar a variação positiva da massa corporal. Esses dados evidenciam o fato da reposição de líquido ter sido adequada para a relação existente entre perda, absorção e reabsorção de líquido pelo organismo, e o conforto gástrico para o devido aproveitamento dos nutrientes foi respeitado.

Quadro 5. “Variação da massa corporal entre as pesagens”

Quadro 5. Variação da massa corporal (kg) dos atletas entre as quatro pesagens realizadas. Adaptado de Efeitos do consumo de 

isotônico no Desempenho Físico, Desidratação Freqüência Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 12.

    Então, em relação à última variação de massa corporal apresentada, podemos observar novamente variação negativa, da ordem de 0,6kg e 0,8kg (isotônico e placebo). É evidente que após a ingestão de líquido durante o jogo coletivo, os atletas iniciaram a segunda bateria de testes em um estado de hidratação melhor do que anteriormente, ao início da primeira bateria, visto que embora eles já tivessem realizado ações motoras de alta intensidade (testes máximos), ações táticas e técnicas durante o jogo que geraram dispêndio energético e produção considerável de calor metabólico, ainda assim a diminuição da massa corporal imposta pelo protocolo aplicado na segunda parte dos testes não se mostrou ser da mesma grandeza da primeira variação observada. Isso corrobora com informações encontradas na literatura, onde o estado anterior de hidratação teria influência direta sobre a dinâmica da perda e ingestão de líquido durante a prática.

    De acordo com os resultados alcançados não foi possível avaliar a prevalência do isotônico perante o placebo, visto que os dados não permitiram análise concreta de acordo com o tratamento estatístico aplicado. Assim, embora o grupo hidratado com isotônico tenha aumentado de massa em menor proporção após o jogo e perdido menos massa corporal após a segunda parte dos testes em relação ao grupo do placebo (quadro 5), não se permite a formulação de uma resposta concreta e definitiva ao assunto.

    Também são consideráveis os valores encontrados em aproveitamento de arremessos de lance-livre, que, por sua vez, encontramos em pesquisas que esse tipo de arremesso depende mais de fatores técnicos e visuais (OUDEJANS, R. R.; LANGENBERG, R. W. Van; HUTTER, R., 2002) do que de fatores físicos, uma vez que nossa pesquisa demonstrou que os atletas, mesmo após a realização de todos os testes e jogos coletivos, ainda assim conseguiram manter um aumento progressivo na contagem de arremessos certos (ver quadro 6).

Quadro 6. “Variação do aproveitamento de arremessos de lances-livres”

Quadro 6. Aproveitamento de lances-livres em número de acertos e desvio padrão obtidos em 10 tentativas. Onde: PRÉ - primeira 

passagem na primeira bateria; PÓS - segunda passagem na segunda bateria). Adaptado de Efeitos do consumo de isotônico no 

Desempenho Físico, Desidratação Freqüência Cardíaca e Temperatura Corporal de Basquetebolistas. Vital, 2010, p 13.

    Tendo em mente que o protocolo foi aplicado em uma quadra incomum aos atletas, afinal não têm contato com a mesma diariamente e realizam seus treinamentos diários em outro local, um dos pressupostos é de que o aumento no aproveitamento de lances-livres se deu pela familiarização dos atletas com os pontos de referência, dentre algumas, distância e dimensões da quadra e tabelas utilizadas. No caso do teste de arremessos de 3 pontos (F), os dados coletados apresentaram grande variação, possivelmente devido a maior dificuldade encontrada pelos sujeitos em se ambientarem a essas variáveis que podem influenciar no arremesso, já que esse tipo de ação passa a depender também de força nos membros superior e inferior aliada às questões visuais e técnicas.

    Portanto, o ambiente deve ser especificamente aquele em que o indivíduo realiza diariamente suas sessões de treinamento e conhece os referenciais visuais, está habituado a freqüentar e se sente à vontade, afinal qualquer intervenção de natureza investigativa por si só já impõe seu caráter extraordinário à sessão de treinamento, e qualquer outra alteração pode inibir ou desconcentrar o jovem jogador, causando prejuízo no desempenho e na pesquisa.

    No protocolo aqui aplicado, os atletas mantiveram seus horários normais de treinamento e não houve nenhum tipo de exercício anterior ou orientação a respeito de hidratação, alimentação, mantendo-se assim, um caráter realista em relação aos momentos que precedem normalmente um treino por parte dos indivíduos voluntários. Vale lembrar que os atletas começaram a sessão de testes após aquecimento e alongamento a que estão acostumados a realizar em qualquer sessão de treinamento.

    Essas ações permitem inferir, ainda introdutoriamente e com cautela científica, que a discrepância entre o controle rígido feito anteriormente aos testes pelas pesquisas encontradas na literatura e o cotidiano dos atletas aqui testados, pode ter nos levado a essa variabilidade encontrada nos resultados obtidos, ou, ainda, identificar se a aplicabilidade do protocolo utilizado em outras pesquisas permite revelar resultados definitivos sobre o assunto, dada a falta de especificidade no que concerne à preparação anterior ao protocolo.

    Embora não tenhamos obtido a dinâmica esperada na variação de dados obtidos em outros testes realizados a partir dos quais nos baseamos, ressalta-se que os testes das pesquisas encontradas demonstram terem sido efetuados com controle rígido de algumas variáveis. Isso posto, ressaltamos que seguimos com fidelidade e rigor as propostas dos métodos e protocolos, executando nossa coleta com os mesmos rigores metodológicos das pesquisas orientadoras. Portanto, ainda existem algumas possibilidades de pesquisa futuras considerando-se métodos dessa natureza.

    Vale ressaltar que estes resultados são limitados pelo baixo número de voluntários, principalmente no grupo que consumiu isotônico e o protocolo foi realizado após o início da competição alvo da equipe em questão, o que pode ter influenciado nos dados da pesquisa uma vez que alguns atletas estavam lesionados ou se lesionaram entre as datas das coletas, tendo o período de recuperação não permitido que os mesmos participassem da intervenção.

    Ainda assim o assunto carece de investigações, visto que não foi possível identificar e/ou afirmar clara e especificamente, de acordo com o protocolo aqui aplicado, o momento em que a desidratação passa a alterar o desempenho dentro da especificidade da modalidade no que diz respeito à demanda física e técnica imposta pela competição, embora os dados obtidos revelem alterações de massa corporal, aumento da sudorese, variação do desempenho. No entanto a pesquisa buscou ter o caráter mais específico possível de acordo com os problemas enfrentados e poderá contribuir significativamente para a compreensão dos efeitos da desidratação em basquetebol mesmo que introdutoriamente.

5.     Conclusão

    Os dados obtidos sugerem que o consumo de isotônico não conferiu vantagem no desempenho físico, especificamente na situação testada, em relação ao grupo que ingeriu placebo. Também não foram observadas vantagens na manutenção ou mesmo minimização da perda de massa corporal pelos atletas que consumiram isotônico.

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