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O uso de esteróides anabólicos androgênicos por 

praticantes de musculação de uma academia em Brusque, SC

El uso de esteroides anabólicos androgénicos por parte de practicantes de musculación de un gimnasio en Brusque, SC

 

*Profissional de Educação Física

**Profissional de Educação Física e fisioterapeuta

(Brasil)

Marcelo Loss Picolli*

Marcelo Rocha Soares da Silva**

mlp868@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desta pesquisa foi estimar o consumo e traçar o perfil dos usuários de esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) entre homens praticantes de musculação em uma academia na cidade de Brusque, SC. Foi utilizado um questionário contendo 09 perguntas para ser respondido anonimamente. Os questionários foram respondidos em uma sala da academia onde o aluno respondia sozinho em ambiente reservado e depositava o questionário em uma urna. Responderam os questionários 50 praticantes de musculação (cerca de 25 % do total de alunos homens da academia). A faixa etária dos entrevistados variou entre 15 e 35 anos. Um percentual de 38% dos praticantes possui ensino médio completo. 29% treinam a mais de um ano A incidência de uso dos EAA foi de 22 %. 66% afirmam não pretender usar EAA. O EAA mais citado (68%) foi o Hemogenim (Oximetolona). 73% dos usuários utilizaram buscando desempenho físico. 56% adquiriram o EAA com colega da academia. 39% não sentiram efeito adverso após o uso dos EAA.

          Unitermos: Esteróides Anabolizantes Androgênicos. Academia. Usuários.

 

Abstract

          The objective of this research was to esteem the consumption and to draw the users' of anabolic androgenic steroids profile (EAA) among practicing men of muscular activity in an academy in the city of Brusque/SC/BRAZIL. A questionnaire was used containing 09 questions to be answered anonymously. The questionnaires were answered at a room of the academy where the student answered alone in reserved atmosphere and it deposited the questionnaire in an urn. They answered the questionnaires 50 muscular activity apprentices (about 25% of the students men's of the academy total). The interviewees' age group varied between 15 and 35 years. A percentage of 38% of the apprentices possesses complete medium teaching. 29% train the more than one year the incidence of use of EAA was of 22%. 66% affirm not to intend to use EAA. EAA more mentioned (68%). it was Hemogenim (Oximetolona). 73% of the users used looking for physical acting. 56% acquired EAA with friend of the academy. 39% didn't feel adverse effect after the use of EAA.

          Keywords: Anabolic Androgenic Steroids. Gym. Users.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Esteróides Anabólicos Androgênicos

    Em programas de treinamento que continuam por vários meses ou anos, o limite no aumento de força é determinado pela habilidade do atleta em continuar a responder ao treinamento pelo aumento do tamanho do músculo. À medida que se aproxima do limite superior do aumento da força, aumentos no tamanho do músculo e, conseqüentemente, na força, são muito difíceis de se realizarem. Essa dificuldade mais a falta associada de progresso e a frustração podem explicar a “aventura” de usar esteróides anabólicos para estimular maiores aumentos na hipertrofia muscular e na força. (Simão, 2003. p. 132.)

    A busca de formas alternativas para alcançar vitórias (no esporte) ou um corpo ideal, leva ao indivíduo à procura por métodos, substâncias e equipamentos que promovam ganhos, levando-os a consumir hormônios esteróides e outros com propriedades anabolizantes. (Cabral, Santos. 2009).

    Dentre os recursos ergogênicos, que são definidos como substâncias ou fenômenos que produzem trabalho e que, acredita-se melhoram o desempenho. (Powers; Howley, 2009. p. 562). Os esteróides anabólicos androgênicos (EAA) pertencem a classe dos fármacos, e tem tido um número cada vez maior de adeptos no Brasil, conforme apresentado no II levantamento domiciliar sobre uso de drogas psicotrópicas no Brasil, em 2005, com 7.939 entrevistas validadas, percebeu-se que o uso de EAA subiu de 0,3 para 0,9% da população entrevistada, quando comparado ao mesmo estudo feito em 2001. (CEBRID – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas. p 61. 2005).

    Segundo o I levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras publicado no ano de 2010 com 17.573entrevistas. 3,8 % da população entrevistada fizeram uso de EAA pelo menos uma vez na vida. (OBID, p. 56. 2010)

    Conforme Silva e colaboradores, (2002). Os hormônios esteróides anabólicos androgênicos compreendem a testosterona e seus derivados. Eles são produzidos nos testículos e no córtex adrenal, e promovem as características sexuais secundárias associadas à masculinidade. Na medicina, os EAA são utilizados geralmente no tratamento de sarcopenias, do hipogonadismo, do câncer de mama e da osteoporose.

    Hormônio é uma substância química secretada, em pequenas quantidades, na circulação sangüínea e que, transportada até os tecidos-alvos e produz uma resposta fisiológica. (Cunha et al, 2004).

    A molécula de testosterona sozinha não é eficiente quando injetada ou tomada oralmente, pois é muito susceptível a metabolização (ou inativação) relativamente rápida pelo fígado. Conseqüentemente, a estrutura química da testosterona teve que ser modificada para contornar esse problema. (Carvalho et al. 2007)

    Há dois tipos de EAA, os 17-alfa não alquilados e os 17-alfa alquilados. Os primeiros, que sofrem processo de aromatização, aumentam a produção de estrógeno e testosterona circulante, com conseqüente inibição do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal, provocando grande anabolismo. Também podem causar alterações nas características sexuais masculinizantes, como ginecomastia, atrofia testicular, etc. A maioria dos EAA desse tipo tem administração injetável.

    Já os 17-alfa alquilados não sofrem processo de aromatização e, por isso, inibem em menor proporção o eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal. Tem bom efeito anabolizante com baixo efeito de inibição androgênica. No entanto, por serem metabolizados principalmente no fígado, seus efeitos adversos sistêmicos sobre órgãos e tecidos são mais drásticos, podendo ocasionar e desencadear diversas alterações metabólicas, dermatológicas e hepáticas. (Alves, Santos. 2010 p.359).

    Acredita-se que o mecanismo fisiológico in vivo da ação dos EAA é semelhante aquela da testosterona endógena (difusão do agente EAA pela membrana celular), formando um complexo análogo da testosterona/receptor que então se liga ao núcleo, estimulando a síntese de RNA mensageiro (RNAm) e um aumento na proteína estrutural e contrátil. Outros possíveis mecanismos de ação incluem ligação competitiva a receptores de glicocorticóides, que inibe o efeito catabólico do cortisol, e ação neural direta por meio de ligação a receptores andrógenos de α-motoneurônios e do tecido cerebral. (Garret; Kirkendal, 2003. p. 407)

    O Exercício Físico pode alterar os níveis de reserva de glicogênio, fato evidenciado pelo mecanismo de supercompensação do glicogênio. A testosterona também desempenha papel fundamental no processo de armazenamento deste substrato. Animais castrados apresentam diminuição nas reservas de glicogênio, causada pela redução da função enzimática da glicogênio sintetase e aumento da glicogênio fosforilase. A reposição hormonal com doses fisiológicas de testosterona reverte este quadro, estimulando a glicogênese e inibindo a glicogenólise. Desta forma, o uso de doses supra-fisiológicas de EAA, associado ao treinamento resistido, também poderia estimular este processo, aumentando as reservas de glicogênio e por conseqüência a performance atlética. (Cunha, 2004).

Alguns possíveis efeitos desejados

    Os esteróides anabolizantes apresentam efeitos de manutenção protéica, anticatabolismo e modulação do cálcio, e associados à regeneração muscular, proporcionam um auxílio na velocidade de recuperação de fibras lesadas, além do aumento do diâmetro da fibra. (Tavares et al, 2008)

    Balanço nitrogenado positivo, aumento da massa da musculatura esquelética, aumento do número de hemácias, aumento da concentração de hemoglobina, aumento da deposição de cálcio na matriz óssea, redução do percentual de gordura. (Weineck, 2005. p. 598)

    Os EAA na presença de uma dieta e de um treinamento adequados podem contribuir para os aumentos no peso corporal, o mais das vezes no compartimento da massa magra. (McArdle et al, p.567. 2008).

Alguns possíveis efeitos adversos

    A maioria dos efeitos colaterais esta relacionada as propriedades androgênicas dos EAA. No sistema reprodutor masculino estão descritas diversas alterações como hipogonadismo hipogonadotrófico, oligospermia ou azoospermia, hipertrofia prostática, carcinoma prostático e atrofia testicular. Nas mulheres é comum os aparecimentos de caracteres sexuais secundários masculinos como pilificação acentuada, allterações da voz, atrofia mamária, atrofia uterina, amenorreia e hipertrofia do clitóris. (Araújo, 2003)

    O esteróide anabólico pode inibir a síntese de colágeno tanto em ligamentos quanto em tendões e produzir mudanças no arranjo das fibrilas de colágenos nestes últimos, levando a alterações críticas da plasticidade tendínea, resultando em um desenvolvimento insuficiente destes com relação ao rápido aumento de força do músculo. (Boff. 2008)

    Em nível psicológico são relatados mudanças de humor, comportamento agressivo, depressão, hostilidade, surtos psicóticos e adições. (Santos et al, 2006). Contudo, segundo Weineck (2005. p. 604). Um efeito positivo desta agressividade aumentada é a motivação também aumentada para o treinamento e a competição, um fator que influencia a capacidade de desempenho esportivo de maneira não-desprezível.

    Ou seja, a questão da agressividade torna-se relativa não podendo ser vista somente como fator negativo do uso dos EAA.

    Alguns estudos revelam que os EAA podem causar dependência, eventualmente levando a síndromes de abstinência que podem desencadear crises comportamentais. (Martins et al, 2005)

    Segundo McArdle et al, (p.566. 2005) a possibilidade rara, porém incontestável de efeitos colaterais deletérios induzidos pelos EAA, particularmente aqueles administrados por via oral, supera grandemente qualquer efeito ergogênico potencial.

    O ACSM - American College of Sports Medicine deplora o uso de EAA por atletas.

    Em um estudo recente realizado no Brasil envolvendo 20 usuários de EAA (Venâncio e colaboradores, 2010) considerou que o uso dos esteróides anabolizantes causa efeitos deletérios sobre inúmeras variáveis fisiológicas. Além disso, o uso abusivo dessas substâncias, em específico, pode levar ao comprometimento da função neuroendócrina, com o apareci­mento de efeitos colaterais decorrentes da mudança desse balanço hormonal e prejudicar a capacidade reprodutiva do homem, poten­cializar o aparecimento de câncer na próstata e ginecomastia.

    No presente trabalho, verificou-se que dentre os inúmeros esteróides anabólicos androgênicos existentes, três são utilizados pelos usuários na academia em que foi realizada a pesquisa, são eles o Durateston (decanoato de testosterona, fempropionato de testosterona, isocaproato de testosterona e propionato de testosterona) a Deca Durabolin (17-Decanoato de Nandrolona) e o Hemogenim (Oximetolona). Supõe-se que estes esteróides são os preferidos devido ao baixo preço e a relativa facilidade em conseguí-los.

    Entre os usuários em geral existe uma cultura de caráter não científico sobre a melhor maneira de usar os EAA conforme a finalidade pretendida. Informações podem ser obtidas em manuais ou transmitidas oralmente por outros usuários, que descrevem o resultado conseguido por experiência própria. (Silva. Moreau. 2003).

DECANOATO DE NANDROLONA

  • Nome comercial: DECA DURABOLIN

  • Laboratório: Akzo Nobel Ltda

  • Forma Farmacêutica e apresentação: Caixa com 1 ampola de 1 ml contendo 25 mg/ml. Caixa com 1 ampola de 1 ml contendo 50 mg/ml.

  • Ação esperada do medicamento: Como um adjuvante para terapia específica e medidas dietéticas em condições patológicas caracterizadas por um balanço nitrogenado negativo. (informações da bula)

DECANOATO DE TESTOSTERONA, FEMPROPIONATO DE TESTOSTERONA, ISOCAPROATO DE TESTOSTERONA E PROPIONATO DE TESTOSTERONA.

  • Nome Comercial: DURATESTON

  • Laboratório: Organon do Brasil.

  • Forma Farmacêutica e apresentação: Solução injetável para administração intramuscular. Cartucho com 1 ampola de 1 ml.

  • Ação esperada do medicamento: DURATESTON é usado no tratamento da falta do hormônio masculino testosterona.

  • (informações da bula) L 20585 F 10/2007 V 10/2012

OXIMETOLONA

  • Nome comercial: HEMOGENIM

  • Laboratório: Aventis Pharma Ltda.

  • Forma Farmacêutica e apresentação: Comprimidos. Embalagens com 10 comprimidos.

  • Ação esperada do medicamento: HEMOGENIM contem Oximetolona, potente droga anabolizante androgênica. Está indicado no tratamento de anemias causadas pela deficiente produção de glóbulos vermelhos.

  • (informações da bula) L600498 F 02/2006 V 01/2011

Metodologia

    Esta pesquisa foi realizada para estimar o consumo e traçar o perfil dos usuários de esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) entre homens praticantes de musculação em uma academia na cidade de Brusque, SC. Foi utilizado um questionário contendo 09 perguntas, em formato de fácil resposta, auto aplicável, para ser respondido anonimamente. Os questionários foram respondidos em uma sala da academia onde o aluno respondia sozinho, em ambiente reservado e depositava o questionário em uma urna. O período de coleta de dados foi de 01 a 13 de outubro de 2008. Os dados foram processados em planilha Microsoft Excel.

Questionário

    O presente questionário será usado para coletar dados para produção de artigo científico.

    Após responder, favor depositar na urna que se encontra na entrada da academia.

Você não será identificado.

1)     Qual a sua idade? _____________

2)     Qual seu grau de escolaridade?

( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo

( ) Ensino superior Incompleto ( ) Ensino superior completo

3)     Você treina a quanto tempo?

( ) menos de seis meses ( ) entre seis meses e um ano ( ) mais de um ano

4)     Qual a sua posição em relação ao uso de esteróides anabolizantes?

( ) Nunca pretendo usar,

( ) Nunca usei, mas pretendo usar.

( ) Já usei, mas não pretendo usar novamente

( ) Já usei e pretendo continuar usando

5)     Você já utilizou algum tipo de esteróide anabolizante?

( ) Sim ( ) Não

6)     Em caso afirmativo, quais?

( ) Deca Durabolin (nandrolona)

( ) Deposteron (cipionato de testosterona)

( ) Dianabol (metandrostenolona)

( ) Durateston (propionato, isocaproato e decanoato de testosterona)

( ) Equifort (Boldenona)

( ) Hemogenim (oximetolona)

( ) Winstrol (estanozolol)

( ) Outros. Quais? ______________________________________________________________

7)     Usou o esteróide com qual finalidade?

( ) Estética

( ) Desempenho Físico

( ) Outros? Quais? ______________________________________________________________

8)     Onde comprou o esteróide?

( ) Na Farmácia, com receita médica.

( ) Na Farmácia, sem receita médica.

( ) Com o instrutor da academia.

( ) Com colega da academia.

( ) Em loja de suplementos.

( ) Outros. Onde?______________________________________________________________

9)     Sentiu efeitos adversos com o uso de esteróides?

( ) Não senti nenhum efeito adverso.

( ) Dores de cabeça.

( ) Aumento da libido.

( ) Diminuição da libido.

( ) Atrofia testicular.

( ) Ginecomastia

( ) Estrias

( ) Acne

( ) Agressividade

( ) Outros? Quais? ______________________________________________________________

Grato pela sua colaboração!

População

    A população do estudo constituiu-se de 50 voluntários, homens com idade entre 15 a 35 anos, praticantes de musculação de uma academia situada na cidade de Brusque, Santa Catarina. A academia possui cerca de 400 alunos matriculados, sendo que o presente estudo teve como amostra, 50 alunos selecionados de forma aleatória.

1. Idade dos entrevistados

Mínima – 15 anos

Máxima – 35 anos

Respostas: 50

    Trata-se de uma academia onde a maioria dos clientes é jovem.

    O uso de Esteróides Anabolizantes vem crescendo bastante nos últimos anos, e não apenas por atletas na busca de um bom desempenho, mas particularmente por adolescentes que procuram boa aparência física, muitas vezes influenciados pela mídia e por não estarem satisfeitos com o seu biotipo. (Lima, Santos. 2009).

2. Qual seu grau de escolaridade?

Respostas

%

Ensino fundamental incompleto

3

6%

Ensino fundamental completo

5

10%

Ensino médio incompleto

13

26%

Ensino médio completo

19

38%

Ensino superior incompleto

8

16%

Ensino superior completo

2

4%

Total

50

100

    Percebe-se que a maior parte dos entrevistados possui ensino médio completo.

    O uso indiscriminado de fármacos é prática comum na sociedade, mesmo nas faixas mais intelectualizadas e nas pequenas cidades deste país.( Frizon, Macedo, Yonamine.2005)

3. Você treina a quanto tempo?

Respostas

%

menos de seis meses

5

10%

entre seis meses e um ano

16

32%

mais de um ano

29

58%

Total

50

100

 

4. Qual a sua posição em relação ao uso de esteróides anabolizantes?

Respostas

%

Nunca pretendo usar

33

66%

Nunca usei, mas pretendo usar.

4

8%

Já usei, mas não pretendo usar novamente

9

18%

Já usei e pretendo continuar usando

4

8%

Total

50

100

    Nota-se que a maior parte dos entrevistados não possui interesse em usar EAA.

5. Você já utilizou algum tipo de esteróide anabolizante?

Respostas

%

Sim

11

22%

Não

39

78%

Total

50

100

    Percebe-se um número alto de usuários, levando-se em conta que estamos tratando de substâncias potencialmente ser prejudiciais a saúde. Constatou-se um alto consumo de anabolizantes (11,57%) em um grupo estudado em João Pessoa, Paraíba. Dados semelhantes foram observados em academias nos Estados Unidos (8,53%) e em diversas cidades brasileiras: 9% em Goiânia, Goiás (Araújo et al., 2002), 11,11% em Porto alegre, Rio Grande do Sul (SILVA et al., 2007), e até 14,06%, em três cidades do interior de Minas Gerais (GRANJEIRO et al., 2008). (Cerqueira et al, 2010)

6. Em caso afirmativo, quais?

Respostas

%

Deca Durabolin (nandrolona)

2

13%

Durateston (propionato, isocaproato e decanoato de testosterona)

3

19%

Hemogenim (oximetolona)

11

68%

Total

11

100

    Todos os que responderam já utilizaram Oximetolona (Hemogenim), sendo que somente três usuários utilizaram os EAA injetáveis.

    O fator para o consumo disseminado desta droga é seu fácil acesso e baixo custo. (Maior et al, 2009)

7. Usou o esteróide com qual finalidade?

Respostas

%

Estética

3

27%

Desempenho Físico

8

73%

Total

11

100

    Possivelmente por tratar-se de uma academia onde treinam praticantes de levantamentos básicos a maior parte dos usuários usou os EAA visando desempenho físico.

    Sabe-se que a administração de esteróides aumenta a massa livre de gordura e a força. (Wilmore et al. 2010. p. 378.).

8. Onde comprou o esteróide?

Respostas

%

Na Farmácia, com receita médica.

2

17%

Na Farmácia, sem receita médica.

1

8%

Com colega da academia.

7

56%

Amigo de fora da academia.

2

17%

Total

12

100

    A maior parte dos usuários comprou o EAA com colega da academia, onde se percebe que a influência dos colegas de treino parece ser relevante para a decisão de usar os EAA. Percebemos este fato em um estudo de (Mota e Nunes, 2009), onde se constatou que 57,89% dos voluntários usaram os esteróides anabolizantes aconselhados por amigos, 36,84% usaram por conta própria, e 5,2% foram pelos meios de comunicação.

9. Sentiu efeitos adversos com o uso de esteróides?

Respostas

%

Não senti nenhum efeito adverso

6

39%

Dores de cabeça.

2

13%

Ginecomastia

1

7%

Estrias

1

7%

Acne

1

7%

Agressividade

3

20%

Azia

1

7%

Total

15

100

    A maior parte dos usuários não sentiu nenhum efeito adverso com o uso de esteróides, mesmo sendo utilizados sem critério científico e possivelmente em doses supra fisiológicas. Contudo vale ressaltar que os possíveis afeitos adversos podem ser crônicos, e não apresentar nenhum desconforto imediato.

Considerações finais

    Pode-se concluir que o uso indiscriminado destes fármacos é prática comum na população freqüentadora de academias. Os riscos e efeitos deletérios causados pelo abuso dos EAA estão presentes e mostra a necessidade de trabalhos mais abrangentes e ações educativas quanto a este assunto. O profissional de educação física é figura fundamental no processo conscientização e combate ao uso indiscriminado de EAA.

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Referência complementar

  • DECA DURABOLIN: 17-decanoato de nandrolona. São Paulo, SP. Akzo Nobel Ltda [ 2008 ]. Bula de remédio.

  • DURATESTON: decanoato de testosterona, fempropionato de testosterona, isocaproato de testosterona e propionato de testosterona. São Paulo, SP. Organon do Brasil [ 2007 ]. Bula de remédio.

  • HEMOGENIM: oximetolona. São Paulo, SP. Aventis Pharma Ltda, [ 2006 ]. Bula de remédio.

  • http://www.bulas.med.br. Acessado em 29 set 2008.

  • CEBRID – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas. II Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil  2005. Disponível em: www.obid.senad.gov.br

  • OBID – Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas. I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras. Disponível em: www.obid.senad.gov.br

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 157 | Buenos Aires, Junio de 2011  
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