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Contribuições da caminhada para melhor qualidade de vida de idosos

Aportes de la caminata para mejorar la calidad de vida de las personas mayores

 

*Discente da Faculdade de Educação Física

**Orientadora e Docente da Faculdade de Educação Física

Universidade de Santo Amaro – UNISA

(Brasil)

Ivaldo Cavalcante*

Jadeilson Nobre* | Paulo de Paiva*

Profª. Ms. Solange de Oliveira Freitas Borragine**

cordeiro.paulo@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo tem por finalidade verificar as contribuições, para o idoso, da prática regular da caminhada para uma melhor qualidade de vida. Para esta finalidade utilizamos como metodologia a revisão bibliográfica. O sedentarismo está cada vez mais presente na sociedade, acentuando-se este fato principalmente aos indivíduos idosos, o que contribui significativamente para um envelhecimento menos saudável, com declínio na capacidade funcional, perda da autonomia e maior ocorrência de doenças crônico-degenerativas, doenças psicológicas, até invalidez e morte prematura. O envelhecer é algo inevitável nas nossas vidas, mas podemos envelhecer com saúde e conseqüentemente melhor qualidade de vida, e a caminhada pode ser um excelente meio para se atenuar os problemas degenerativos provocados neste processo. A caminhada é uma atividade bastante popular, uma vez que não requer grandes gastos financeiros, nem habilidades específicas; não necessita de local exclusivo, desde que seja um ambiente seguro; pode ser realizada em locais públicos e conseqüentemente de fácil acesso; requer pouco material, pode ser praticada individualmente ou em grupos; além de atender as individualidades, logo permite respeitar os limites e necessidades de cada indivíduo. Estudos comprovam que muitas pessoas que a praticam ficam mais dispostas e felizes, percebem ligeira diminuição do estresse e conseqüente elevação do humor, maior disposição e facilidade para a execução das atividades da vida diária, além de proporcionar maior longevidade com melhor qualidade de vida. Uma vida ativa tem papel importante na prevenção de várias doenças, portanto, a adoção deste estilo de vida é fundamental para um envelhecimento com melhor saúde.

          Unitermos: Idoso. Processo de envelhecimento. Qualidade de vida. Caminhada.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, apesar da ampla divulgação sobre os benefícios da prática regular de atividade física, constata-se que uma grande parte da população ainda vive de forma sedentária. O sedentarismo está muito presente na sociedade, acentuando-se este fato principalmente aos indivíduos idosos, o que contribui significativamente para um envelhecimento menos saudável, com declínio na capacidade funcional, perda da autonomia e maior ocorrência de doenças crônico-degenerativas, doenças psicológicas, até invalidez e morte prematura.

    Em estudos de Matsudo e Matsudo (2000) verificou-se que 38% do público feminino e 50% do público masculino pesquisado, praticavam atividade física apenas por terem recebido orientações médicas, isso reforça como o sedentarismo estava presente na vida desses adultos. Acredita-se que este fato se deve por resistência, vergonha ou dificuldades encontradas pelos idosos em ter acesso ou freqüentar um local para a prática regular de atividade física, logo é importante que esta seja implementada de forma mais efetiva na vida das pessoas.

    Sabemos que o envelhecer é algo inevitável nas nossas vidas, mas podemos envelhecer com saúde e conseqüentemente melhor qualidade de vida, e a caminhada pode ser um excelente meio para se atenuar os problemas degenerativos provocados por este processo.

    Para a redução de possíveis barreiras enfrentadas pelos idosos para a prática de atividade física regular, sugerimos a caminhada, uma vez que ela pode ser considerada um exercício popular, que não requer local especifico, pode ser realizada individualmente ou em grupos e a maioria da população pode praticar, sendo a forma de atividade física aeróbia de mais fácil acesso.

    Consideramos a caminhada orientada por profissional especializado uma prática física recomendada para os indivíduos idosos, resultando em importantes efeitos benéficos nos aspectos físicos, fisiológicos, preventivos, funcionais, psicológicos e sociais.

O Idoso e o processo de envelhecimento

    O envelhecimento é dinâmico, progressivo e fisiológico e acontece por modificações funcionais e morfológicas, como também por modificações bioquímicas e psicológi­cas, resultando na diminuição da reserva funcional dos órgãos e aparelhos (SCALZO, 2007).

    O envelhecimento populacional tem ganhado reco­nhecimento universal, e o Brasil ocupa hoje a sétima colocação mundial em número de idosos; acreditando-se que, em 2025, ocupe a sexta posição (ISHIZUKA, 2003). A faixa etária de 60 anos ou mais representa atualmente cerca de 8% da população brasileira, e as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) corroboram afirmando que, com a mudança na pirâmide populacional, o país será dentro de 25 anos a sexta população no mundo em número de idosos, com 15% de indivíduos neste grupo etário.

    De acordo com Kalache (1996) a projeção é que haja no Brasil um aumento expressivo no número de pessoas idosas, logo, a mudança do perfil demográfico exige uma demanda de estudos e planejamentos, pois o aumento da expectativa de vida da população apresenta desafios de nível social, político e econômico, tornando-se foco da atenção, para que no futuro os problemas sejam minimizados.

    Baseando-se nos autores citados, uma das razões para o aumento do número de idosos são as menores taxas de mortalidade/natalidade nas últimas décadas, resultando em mais idosos e menos crianças, sendo expressivo o número de pessoas em faixas etárias medianas, levando a projeções de um grande número de idosos no futuro. Essas alterações foram ocorrendo paulatinamente.

    As menores taxas de natalidade, como registra Kalache (1996), começaram a surgir na medida em que as mulheres foram alcançando níveis educacionais mais altos. Já as menores taxas de mortalidade seriam uma conseqüência de um controle maior sobre doenças infecto-contagiosas, que atingia muitos indivíduos no passado (MATSUDO; MATSUDO, 1992; VERAS, 1994; KALACHE, 1996), além da melhora de algumas condições como as de saneamento, trabalho e moradia, que foram conquistadas através do progresso (KALACHE, 1996).

    É possível perceber, portanto, que vários fatores têm contribuído para aumentar a expectativa de vida da população brasileira: a descoberta da cura para várias doenças, vacinas, melhoria no saneamento básico, cuidados com a higiene pessoal, alimentação adequada e saudável, além do acesso às informações sobre os cuidados relacionados a saúde. (KALACHE, 1996; CARVALHO; BARBOSA, 2003). É de suma importância também, nesse contexto, as mudanças de atitude em relação à saúde, principalmente ao estilo de vida (MATSUDO et al, 2000).

    Segundo Mazo et al (2004), com o processo natural de envelhecimento se verifica uma diminuição na capacidade funcional de cada sistema e, com o aparecimento das doenças crônico-degenerativas, prevalecem as incapacidades. Conforme os autores, esta baixa na capacidade funcional dos idosos pode ser acelerada ou retardada de acordo com fatores genéticos, bem como estilo de vida e ambiente.

    Com o aumento da idade cronológica as pessoas se tornam menos ativas, já que suas capacidades físicas diminuem e, com as alterações psicológicas e sociais que se acentuam nesta idade, há ainda uma diminuição na prática da atividade física, que por conseqüência facilita o aparecimento de doenças crônicas, contribuindo ainda mais para um processo de envelhecimento de baixa qualidade. (MATSUDO et al, 2000).

    As alterações no processo de envelhecimento ocorrem em vários níveis e Matsudo e Matsudo (1992) apontam mudanças como:

  • Antropométricas - há um aumento do peso, perda da massa livre de gordura, diminuição da altura, aumento da gordura corporal, diminuição da densidade óssea e da massa muscular;

  • Na musculatura – ocorre perda de 10% a 20% na força muscular, diminuindo a habilidade para manter a força estática, aumento do índice de fadiga muscular, diminuição da capacidade para a hipertrofia, diminuição no tamanho e número de fibras musculares, diminuição na capacidade de regeneração, diminuição das enzimas glicólicas e oxidativas, glicogênio e outros;

  • No sistema cárdio-vascular - diminuição do débito cardíaco, diminuição da freqüência cardíaca, diminuição do volume sistólico, diminuição da utilização de oxigênio pelos tecidos, diminuição do VO2 máximo, aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de O2, aumento da concentração de ácido lático, aumento no débito de O2, menor capacidade de adaptação e recuperação do exercício;

  • Pulmonar - diminuição da capacidade vital, aumento do volume residual, aumento da ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede toráxica, diminuição da capacidade de difusão pulmonar de O2;

  • Neural - diminuição de tamanho e número de neurônios, diminuição na velocidade de condução nervosa, aumento do tecido conectivo dos neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade de movimento, diminuição do fluxo sangüíneo cerebral.

    Segundo Barbanti (1990), durante o envelhecimento ocorrem algumas perdas estruturais e funcionais que estão relacionadas nesse processo que progride com o decorrer do tempo. O desempenho das medidas fisiológicas melhora rapidamente durante a infância e alcançam um máximo entre o final da adolescência e os 30 anos.

Qualidade de vida, prática de atividade física e o idoso

    Como apresenta Nobre (1995) a qualidade de vida não é um simples modismo, algo passageiro a preencher o tempo das pessoas para, em seguida, ser descartada. Muito pelo contrário, ela se constitui em um dos objetivos a ser alcançado pela humanidade.

    É possível se constatar que o prolongamento da vida é cada vez menos um desafio técnico para a ciência, uma vez que a cada dia novos recursos são descobertos. No entanto isso não basta, é necessário se pensar além, para que a vida prolongada seja efetivamente bem vivida deve ser de boa qualidade. Diante deste contexto, valoriza-se a qualidade de vida, em detrimento do aumento do tempo de vida, em condição limitada ou incapacitada.

    A qualidade de vida é definida, segundo Conte e Lopes, (2005), como o nível de satisfação com a vida, e depende da inter-relação de uma série de fatores, uma vez que existe grande influência dos hábitos de vida de cada pessoa, da prática regular de ativi­dade física, da dieta, do comportamento preventivo, da percepção de bem-estar, das condições físicas e ambientais, da renda, da percepção subjetiva de saúde, do relacionamento familiar, das amiza­des e dos aspectos espirituais e religiosos.

    De acordo com Lawton citado por Conte e Lopes (2005) um modelo de qualidade de vida na velhice pode englobar quatro dimensões conceituais: a competência comportamental, condições ambientais, qualidade de vida percebida e bem-estar subjetivo.

    A qualidade de vida é influenciada pelo estilo de vida de cada indivíduo, e um estilo de vida saudável inclui a atividade física regular, considerada um componente im­portante. São incluídos ainda bons hábitos alimentares, sono adequado, controle de peso e baixo consumo de álcool e de ta­baco (SANTOS, 2008). Essa constatação é reforçada por evidências científicas de que a atividade física regular pode trazer benefícios para a saúde física e mental (PATE apud CONTE E LOPES, 2005).

    Paschoal (2010) relata que é importante enfatizar que, ao contrário do que muita gente pensa, velhice não está associada a má qualidade de vida. O processo de envelhecimento é bastante heterogêneo e pode levar a duas situações-limite: uma com qualidade de vida muito ruim e outra com excelente qualidade de vida. Entre esses dois extremos, existem inúmeras situações intermediárias.

    A qualidade de vida na velhice segundo Neri (2001) tem relação direta com a existência de condições ambientais que oportunizem aos idosos desempenhar comportamentos biológicos e psicológicos adaptativos. Guardam relação direta com o bem-estar percebido.

    Assim, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) citado por Santos (2008) a qualidade de vida é a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores, nos quais ele vive e conforme seus objetivos, padrões e preocupações.

    Ao se favorecer a prática da atividade física ao idoso, pode-se, igualmente, ajudar a mudar o seu estilo de vida, muitas vezes inativo e sedentário. Logo, evidenciar a impor­tância da atividade física no processo de envelhecimento como meio de promoção de uma vida ativa e conseqüente melhora da qualidade de vida é imprescindível. (MAZO; MOTA; GONÇALVES, 2005).

    A prática da atividade física pode controlar e até evitar alguns sintomas de doenças, ela é um ponto de suma importância na vida do idoso, pois segundo Alves (2002) "a prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso". (p. 01). Essa prática influencia na autonomia do idoso, pois ele começará a realizar atividades que há muito tempo não realizava, tornando-se uma pessoa mais independente.

    Baseando-se nos estudos de Matsudo et al (2000) é possível verificar uma diminuição na incidência das enfermidades quando comportamentos positivos em relação à saúde são adotados, dentre eles, o estilo de vida ativo. Rauchbach (2001) complementa registrando que modos de vida ativos durante toda a vida leva a uma velhice produtiva.

    Com relação às atividades físicas, sabe-se também que a falta de aptidão física e a capacidade funcional pobre são uma das principais causas de baixa qualidade de vida nos idosos. Com o avanço da idade, há uma redução da capacidade cardiovascular, da massa muscular, da força e flexibilidade musculares, sendo que esses efeitos são exacerbados pela falta de exercício (MONTTI, 2005)

A caminhada e sua prática regular pelos idosos

    De acordo com Nahas (2001), as atividades como caminhada são bastante apreciadas pelos idosos, além de ser um ótimo exercício para a melhora do sistema cardiovascular.

    A caminhada é o melhor exercício aeróbio para os idosos por não implicar em riscos maiores à saúde. Ela pode ser adequada a cada caso e sua prática não requer talento especial, habilidades de atleta ou compra de equipamentos. (ALMEIDA, 2009)

    Hoeley apud Sampaio (2007) corroboram apresentando que a caminhada é um exercício de natureza particularmente aeróbio, apontado pelo envolvimento de alguns grupos musculares em atividades dinâmicas que resultam num aumento substancial do gasto energético.

    Na caminhada o movimento básico é a marcha, que se diferencia da corrida, pois na marcha não existe a fase de vôo, momento em que os pés deixam de ter impacto com o solo. Logo, os riscos de lesões ortopédicas e doenças cárdio vasculares são mínimos em comparação com outras atividades físicas que envolvem maior impacto sobre o sistema locomotor passivo. (LIMA, 1998).

    Os exercícios que melhoram o sistema cardiovascular, chamados de aeróbios, conforme registro de Almeida (2009), são aqueles que envolvem um grande grupo muscular com movimentos repetitivos, sem exigir o máximo do corpo e por isso os praticantes conseguem mantê-los por longo período de tempo. Como exemplo podemos citar a caminhada, o ciclismo, a dança, a natação e a hidroginástica.

    Segundo Konrad (2005) a caminhada tem aparecido com destaque dentre os exercícios recomendados para pessoas idosas, devido à praticidade de implementação, custos reduzidos e baixa complexidade de execução. É quase consenso entre os pesquisadores que este tipo de exercício é benéfico aos idosos, e principalmente aos portadores de fibromialgia, problema comum nesta idade. Além da melhora da condição cardiorrespiratória, há evidências que apontam para a melhora de variáveis de qualidade de vida e relatos de melhora dos sintomas advindos dos problemas da idade em geral.

    Almeida (2009) apresenta que a caminhada auxilia na recuperação de enfartado, preserva a elasticidade das artérias, diminui o tônus arterial, restabelece as alterações emocionais, estimula a formação osteoblástica e previne a reabsorção óssea. Vale registrar que os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões onde o tecido ósseo encontra-se em processo de formação e apresentam grande atividade na produção de proteínas, principalmente o colágeno. Dos osteoblastos originam os osteócitos, células ósseas que armazenam cálcio.

    De acordo com Rosito e Schneider (2010) não existe um exercício mais democrático que a caminhada, trata-se de um exercício aberto a qualquer pessoa fisicamente sadia e que não tenha sérios problemas articulares principalmente nos quadris, pés e joelhos. A caminhada não significa, simplesmente, sair andando por aí. Ela possui regras básicas que devem ser observadas para que os benefícios sejam alcançados, e dentre esses, a sua prática regular contribui para a prevenção de doenças, combate a obesidade e melhora a auto-estima, especialmente de pessoas na melhor idade. Para que os efeitos sejam positivos, portanto, a elaboração de um bom plano de caminhada deve ser observado como forma de garantir a execução segura.

    A caminhada deve ser realizada de forma regular três vezes por semana, com intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas. É muito importante que esses exercícios sejam realizados com o idoso suportando o seu próprio peso, em função da força que os músculos exercem sobre os ossos da coluna e dos membros inferiores. (RAVAGLIA, 2005).

    A força muscular sobre os ossos, de acordo com Simões, Carvalho e Morais (2002) constitui o estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea. O que quer dizer que os exercícios na água, como a hidroginástica e a natação, ou mesmo aqueles realizados em bicicleta, não trazem os benefícios observados com exercícios do tipo caminhar.

    Considerando-se a condição de idoso, relatam os autores, o exercício mais indicado para a prevenção da osteoporose é a caminhada, que deve ser realizada por aproximadamente 40 minutos, antecedidos por aquecimento e finalizados com um alongamento muscular, sendo que o local para a prática da caminhada também deve ser levado em consideração, pois é importante que seja realizada em parques, praças e lugares não muito acidentados, para que não haja riscos de quedas, lesões e desconforto.

    Conforme Ravaglia (2005) o idoso precisa estar seguro para que a atividade se realize de forma correta, sem que a mesma venha a lhe prejudicar ou trazer influências negativas, essa que muitas vezes desestimula e atrapalha a continuidade da atividade, fazendo com que abandone a prática esportiva e se torne um sedentário.

    A intensidade do exercício deve ser de 60% a 90% da freqüência cardíaca máxima (própria para a idade), de preferência avaliada por meio de consulta médica, complementada pelo teste de esforço, e acompanhada por profissional de Educação Física. (VIANNA, s/d).

    De acordo com Ramos (1997) apud Sampaio (2007), dentre os benefícios da caminhada para o idoso, registram-se também no âmbito psicológico, pois ajudam na melhoria dos estados de humor como a depressão, raiva e confusão, tensão, vigor e clareza, além de possibilitar acréscimo da vitalidade.

    Sampaio (2007) aponta que a caminhada apresenta vários benefícios individuais em relação a uma melhor qualidade de vida, saúde e bem-estar. E esses se traduzem igualmente em benefícios sociais, particularmente aqueles que se referem a menores custos com cuidados de saúde mediante uma atividade de baixo custo. A prática da caminhada é a terapia de menor custo para a prevenção de doenças e melhor saúde.

    Baseando-se em autores como Rippes e Hess citados por Sampaio (2007) podemos registrar que caminhar é uma prática bastante simples e conveniente para a promoção da atividade física regular, representando atualmente um valioso meio utilizado pelos indivíduos nos tempos livres, de lazer e para a aquisição de melhor qualidade de vida.

Considerações finais

    O envelhecimento é uma conseqüência na vida do ser humano, logo, é importante que se estudem formas para que este período seja vivido com mais saúde e disposição. A prática regular de atividade física pelo idoso vem sendo considerada de grande importância, possibilitando benefícios que contribuem para melhor qualidade de vida.

    Uma vida ativa tem papel importante na prevenção de várias doenças, e a adoção deste estilo de vida é fundamental para um envelhecimento com melhor saúde. A caminhada como prática de atividade física regular pode ser uma boa opção para que esses indivíduos fujam do sedentarismo.

    Esta prática é bastante popular, uma vez que não requer grandes gastos financeiros, nem habilidades específicas; não necessita de local exclusivo, desde que seja um ambiente seguro; pode ser realizada em locais públicos e conseqüentemente de fácil acesso; requer pouco material, pode ser praticada individualmente ou em grupos; além de atender as individualidades, logo permite respeitar os limites e necessidades de cada indivíduo, principalmente do idoso.

    Considerando-se as limitações físicas e psicológicas que costumam surgir no idoso e provocam obstáculos e desafios para a obtenção de uma vida prazerosa, constatamos que a prática regular da caminhada possibilita criar, mais facilmente, hábitos de vida saudáveis além de maior disposição, alegria e independência.

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