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Brincadeiras praticadas no recreio escolar e nas horas de lazer

Los juegos que se realizan en el recreo escolar y en las horas de recreación

 

*Graduada em Educação Física Licenciatura

pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

**Acadêmica do curso de Educação Física

da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

***Doutora em Educação UPS-Salamanca, Espanha

Doutora em Ciências da Motricidade Humana UTL-Lisboa, Portugal

Coordenadora do Mestrado em Promoção da Saúde

Docente do Curso de Educação Física

da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Daiana Beckemkamp*

Luciana Tornquist**

luciana.tornquist@yahoo.com.br

Miria Suzana Burgos***

mburgos@unisc.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo buscou verificar as atividades lúdicas praticadas por escolares durante o recreio e em seus momentos de lazer. São sujeitos desta pesquisa 104 estudantes de uma escola particular de Santa Cruz do Sul, com idades entre 4 e 10 anos, de ambos os sexos. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário junto aos alunos. Verificamos que as brincadeiras que mais se destacam no recreio são o pega-pega (24,16%), a pracinha (22,14%) e o futebol (20,80%). Em casa, os jogos eletrônicos ganham destaque (37,50%). Os locais mais utilizados para as brincadeiras são a pracinha durante o recreio escolar e o pátio de casa no lazer. Em relação à influência das aulas de Educação Física em suas atividades, apenas 12,50% dos alunos disseram realizar, durante o recreio, atividades que aprenderam durante as aulas de Educação Física e 27,88% nas atividades de lazer em casa. Concluímos que as brincadeiras que predominam durante o recreio dos escolares, são atividades simples, sem muitas regras e que não necessitem de materiais ou grandes espaços. Percebemos que as aulas de Educação Física não influenciam muito na escolha das atividades praticadas pelas crianças, de maneira que devemos repensar os conteúdos trabalhados nestas aulas, visando enriquecer a cultura lúdica dos alunos envolvidos, para que tenham um leque maior de opções no momento de optar por uma atividade. Além disso, idéias como proporcionar materiais aos alunos e estratégias de intervenção durante o recreio seriam ações que poderiam enriquecer as atividades desenvolvidas durante este período.

          Unitermos: Atividades de lazer. Recreação. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A criança é um ser que brinca e, ao brincar, explora e manuseia tudo o que está em sua volta. Os brinquedos são, ao mesmo tempo, os instrumentos das atividades lúdicas e as ferramentas com que ela desenvolve suas habilidades motoras e também sua cognição e afetividade (MARQUES & FERREIRA NETO, 2001).

    Segundo Garcia e Marques (2001), o brincar das crianças é um ato revelador; assim sendo as brincadeiras espontâneas influenciam na construção da personalidade. Para Pimentel (2003), brincar e divertir-se são necessidades básicas do ser humano. Atividades recreativas são todos os jogos que tem regras específicas e buscam sempre um ganhador, enquanto as brincadeiras são motivadas pela motivação e interesse das crianças. É através das brincadeiras, brinquedos e jogos que a criança passa a conhecer o mundo que a cerca, fazendo uso de pequenos objetos que tomam forma e se transformam em personagens conhecidos (AWAD, 2004).

    Brincar é a atividade principal da criança, e é brincando que ela interage com o mundo a sua volta, expressando seus valores, maneiras de pensar e agir. O jogo e a brincadeira, além de educar, satisfazem uma necessidade natural (interior) da criança. É uma atividade física e mental que integra várias dimensões do desenvolvimento humano (cognitiva, afetiva e psicomotora). As atividades lúdicas são formas de expressar a corporeidade, e desta forma a criança está operando sobre objetos, interagindo com colegas e professor, desenvolvendo estruturas mentais, sócio-afetivas e motoras (BURGOS, 1997).

    Brincar faz parte do esforço infantil para entender o mundo. A menina que cuida de sua boneca, imita a mãe; as crianças que brincam de trabalhar com os pais, estão, na verdade, tentando entendê-los, em princípio como pessoas, mas também por suas ocupações, identificando seus atos (GARCIA & MARQUES, 2001).

    Para Soler (2005), através dos jogos e brincadeiras, as crianças se preparam para a vida adulta, e sabemos o quanto é necessário ensinar e aprender a conviver, uns com os outros, na sociedade, pois as brincadeiras têm um grande poder educativo. Para isso, é preciso criar uma pedagogia baseada no respeito, ajuda mútua, cooperação e no amor, os seres humanos precisam de alegria para viver com plenitude.

    Para Pellegrini (1995) a importância do recreio como espaço/tempo de desenvolvimento da criança é reconhecida, pois ele representa uma parte importante do dia escolar. O recreio é o tempo livre (lazer) de que dispõe a criança, dentro da escola, para escolher seus pares e as atividades que deseja realizar, sem interferência direta do adulto. Ele tem impactos positivos na educação, quer cognitiva quer social, através da interação com os outros e com o meio.

    Segundo Pimentel (2003), o lazer vem sendo um indicativo da qualidade de vida, sendo uma prática social relacionada às diferentes dimensões da sociedade e que as atividades praticadas de forma recreativa e espontânea nos momentos de lazer representam ganhos para o nosso bem estar. O lazer é fruto de uma atitude pessoal em que se pode escolher as diferentes atividades de forma crítica e criativa dentro do seu tempo liberado de obrigações de serviços, tendo como características a liberdade de escolha, espontaneidade, busca do prazer com a função de integração, equilíbrio mental, manutenção do bom estado de saúde (AWAD, 2004).

    As escolas necessitam cultivar a espontaneidade, diálogo, convivência em grupo, pois as crianças geralmente não brincam sozinhas, sendo que o jogo proporciona oportunidades para ela pensar e falar, ser ela autenticamente, saber combinar momentos de brincadeiras livres (lazer) e atividades orientadas (escola) (KISHIMOTO, 1998).

    Desta forma, este estudo objetiva verificar quais são as brincadeiras mais realizadas, entre os alunos das séries iniciais do ensino fundamental de uma escola particular do município de Santa Cruz do Sul, durante o recreio escolar e no tempo de lazer em casa.

Método

    São sujeitos desta pesquisa, descritivo-exploratória, 104 crianças com idades entre 4 e 10 anos, sendo 37 do sexo feminino e 57 do sexo masculino, estudantes das séries iniciais do ensino fundamental de uma escola particular do município de Santa Cruz do Sul.

    Para a realização da coleta de dados foi utilizado, como instrumento, um questionário aplicado junto aos alunos. O questionário foi validado por três profissionais da área da Educação Física.

Resultados

    Através dos resultados obtidos neste estudo, constatamos que entre as brincadeiras preferidas pelos alunos, durante o recreio escolar (Figura 1), predominaram o pega-pega (24,16%), a pracinha (22,14%) e o futebol (20,80%). Brincadeiras como: ninja, ping-pong, brinquedos da sala e basquete, somam um total de 6,36% (outros).

    Já, as brincadeiras realizadas em casa (Figura 2), entre as favoritas dos alunos os jogos eletrônicos ganham destaque com 37,50%, seguido pelo brincar de boneca (14,06%) e andar de bicicleta (13,28%). Vôlei, pracinha, basquetebol e bonequinhos somam um total de 16,22% (outros).

    Em relação a com quem brincam no recreio escolar, 67,29% dos escolares disseram não brincar meninos e meninas juntos, já 32,69% dos alunos responderam que brincam juntos (meninos e meninas).

    Verificamos também que se tratando de meninos e meninas brincarem juntos no recreio, os sujeitos da pesquisa que mais brincam juntos, isto é meninos com meninas, foram os de 8 a 10 anos (3ª e 4ª séries); enquanto os menores de 4 a 7 (pré ao 3º ano) anos preferem brincar separados.

    Em relação ao local em que os alunos brincam, durante o recreio escolar (Figura 3), a grande maioria dos alunos demonstrou preferência por brincar na pracinha (64,04%), com uma margem bastante superior às demais opções. Entretanto, a terceira opção mais citada, o campinho (14,84%), poderia ter obtido um percentual mais elevado, caso tivesse uso livre para os alunos. Porém, cada turma dispõe de horários pré-determinados para a sua utilização.

    A figura 4 nos apresenta os locais onde os escolares brincam, quando estão em casa nas suas horas de lazer. O pátio de casa (34,86%) foi à resposta predominante entre os sujeitos da pesquisa, seguido por brincar no seu quarto (30,27%) e, 29,35% preferem brincar na sala de casa.

    Entre os alunos entrevistados, 49,03% dos escolares preferem brincar livremente sem material, em brincadeiras como pega-pega, esconde-esconde e outras; enquanto 39,42% preferem brincar com algum material como bola, corda, bonecos, entre outros. Alguns alunos (11,53%) não têm preferência por brincar livremente ou com material.

    Quando questionados, se teriam alguma brincadeira que realizam no recreio escolar que aprenderam em suas aulas de Educação Física, 87,50% dos alunos responderam que não e 12,50% responderam sim. De mesmo modo, em casa os alunos também demonstraram não brincar, com grande freqüência, com brincadeiras que aprenderam nas aulas de Educação Física (72,11%); apenas 27,88% responderam que brincam com brincadeiras que aprenderam nas aulas de Educação Física.

Discussão

    Através deste estudo verificamos que as brincadeiras que mais se destacam entre os escolares, no recreio escolar, são brincadeiras como brincar de pega-pega, na pracinha, futebol e esconde-esconde. Zinn (2006) encontrou resultados semelhantes, em estudos realizados em Vera Cruz (RS), onde as brincadeiras mais praticadas no recreio escolar foram atividades com bola, jogar futebol, jogar vôlei e também o pega-pega. Em estudo de Cota, Araújo, Martins (2009), realizado na cidade de Piracicaba (SP), com crianças de 9 a 11 anos, as atividades predominantes no recreio escolar foram jogos desportivos como o voleibol e futebol, bem como o pega-pega, o pular corda e o pique-esconde. Em estudos também realizados na cidade de Santa Cruz do Sul (RS), Neuenfeld (2003) constatou, através da observação do recreio escolar, que o futebol é uma das atividades mais praticadas pelos meninos, durante o recreio. Além deste, brincadeiras como pega-pega e polícia e ladrão estão entre as mais praticadas. Em estudos realizados em Florianópolis (SC), Cordazzo e Vieira (2008) constataram através de observação do recreio escolar, que as brincadeiras mais praticadas são, entre as crianças de 1° e 2° série, o pega-pega para ambos os sexos e também o futebol entre os meninos. Já, entre as turmas de 3° e 4° série, o futebol foi à atividade mais observada para ambos os sexos, e também o basquete para o masculino. Entretanto, nesta faixa etária foi observado pouco envolvimento das meninas em alguma atividade. Cislaghi e Neto (2002) apontam que entre os principais motivos para brincadeiras de pega-pega e outras do gênero estarem em destaque no recreio escolar, é o fato de a escola não disponibilizar materiais aos alunos, durante o recreio.

    Verificamos também que as brincadeiras preferidas dos alunos em suas horas de lazer foram os jogos eletrônicos; diferindo dos estudos de Zinn (2006), realizado em Santa cruz do Sul, onde a preferência foi jogar futebol e vôlei. Já, Santos et. al (2005), em seu estudo realizado em Portugal, verificou que as atividades de lazer mais práticas são ouvir música, ver televisão, conversar com os amigos, jogar cartas, jogar vídeo-game e computador e ajudar nas tarefas domésticas. Semelhantemente Burgos et. al (2009) em estudo com escolares de Santa Cruz do Sul, constatou que entre as principais atividades de lazer realizadas em casa estavam o assistir TV, escutar música e conversar/brincar com amigos, e entre as atividades fora de casa estão o conversar/brincar com os amigos e jogar futebol.

    Em relação aos alunos brincarem com colegas do sexo oposto ou não, 63% dos alunos, da pesquisa de Ecke (2006), também realizada em Santa Cruz do Sul, responderam que brincam separados na hora do recreio e 37% dos alunos brincam juntos. Resultados muito próximos aos encontrados no presente trabalho em que 67,29% dos alunos brincam separados e 32,69% dos alunos brincam juntos. Em estudos realizados em Florianópolis, Cordazzo e Vieira (2008), conclui que as crianças fazem a estereotipia dos gêneros em relação às brincadeiras. Em seu estudo, as meninas declaram que brincadeiras como: bola de gude, carrinho, futebol, futebol de botão, pião e algumas brincadeiras de faz-de-conta que imitam alguns heróis, são exclusivas dos meninos e que, amarelinha, bambolê, boneca, cabeleireiro, casinha, e maquiagem são brincadeiras exclusivamente de meninas. Já, os meninos tiveram um maior número de brincadeiras consideradas exclusivas do sexo masculino, tais como: basquete, bola de gude, bonecos de guerra, boxe, caçador, capoeira, carrinho, exército, futebol, futebol de botão, guitarra, Homem Aranha, polícia e ladrão, skate e surfe. Por outro lado, disseram que as brincadeiras de bambolê, boneca, casinha e maquiagem, são exclusivas das crianças de sexo feminino.

    Quanto aos locais de preferência dos alunos para brincar, durante o recreio escolar, a pracinha foi o local de maior destaque. Neuenfeld (2007), em estudos observacionais em Santa Cruz do Sul (RS), concluiu que o espaço das quadras esportivas é o espaço de preferência dos alunos, porém observou que tais espaços eram dominados pelas crianças maiores. Porém, na escola observada, as crianças do estudo não têm acesso à pracinha, sendo esta de uso exclusivo da pré-escola. Já, para as brincadeiras no tempo de lazer fora da escola, os locais predominantes foram o pátio de casa, o próprio quarto e a sala de casa. Teixeira (2009) realizou investigação em duas escolas, na qual uma é pública e atende a crianças de baixo poder aquisitivo e a outra, uma instituição particular que atende crianças com condições financeiras mais elevadas. As respostas das crianças da escola pública assemelham-se às do atual estudo, onde 70,9% dos alunos disseram ser na sua casa, o principal local para as suas brincadeiras. Já, os alunos da instituição particular, em sua maioria, destacaram a escola (55,3%), sendo a casa o segundo mais citado (55,3%).

    Concordamos com Cota, Araújo, Martins (2009) quando afirmam que a escola tem um importante papel ao proporcionar aos alunos ambientes mais amplos para desenvolverem suas brincadeiras e momentos de lazer, pois a criança, geralmente, está condicionada a ambientes menores, para a execução de suas atividades e brincadeiras. Corroborando com esta idéia, Cislaghi e Neto (2002), alertam para a necessidade de haver projetos de construção e reformas de escolas que levem em conta a necessidade de espaço para as vivências sociais dos alunos, uma vez que o espaço escolar cada vez mais vem sendo visto como o local para suprir as necessidades de movimento das crianças em virtude da violência urbana e da diminuição de espaços físicos adequados.

    Estudos realizados em Campo Grande (MS) mostraram que a limitação dos espaços utilizados no lazer, muitas vezes é imposta pelos pais, onde a maioria dos escolares investigados disseram ter permissão para brincar apenas em casa ou no quintal de casa (38,46%) e apenas 17,15% disseram poder brincar aonde desejarem (SILVA E NUNES, 2008). Os resultados encontrados no estudo de Campo Grande podem expressar também a realidade do atual estudo, uma vez que, todos os locais que estão entre os mais citados no presente estudo, para o lazer fora do ambiente escolar, relacionam locais dentro da própria residência do escolar. Estudos de Rodrigues, Pessoa e Silva (2007) apontam para uma possível causa desta limitação geográfica. Segundo este estudo, realizado em Minas Gerias, a pouca idade, os índices de criminalidade, a falta de locais adequados para as atividades das crianças e o excesso de veículos nas ruas foram às principais causas que limitaram o brincar fora da residência.

    Com relação à utilização de materiais para as brincadeiras realizadas durante o recreio escolar, o atual estudo constatou que 49,03% preferem brincadeiras que não utilizam qualquer tipo de material, como o pega-pega e o esconde-esconde. Entretanto, 39,42% preferem atividades que envolvam bolas, cordas, bonecas e outros tipos de materiais. Os demais alunos não declararam preferência entre atividades com ou sem material. Estudos de Neuenfeld (2007), realizados em Santa Cruz do Sul (RS), destacam que a bola é o material que desperta maior interesse dos escolares, durante o recreio, entretanto observou que a grande maioria dos alunos não faz uso de materiais. A escola em estudo não disponibiliza materiais aos alunos, portanto o material para as atividades deveria ser trazido de casa, contudo isto não ocorria com muita freqüência, sendo a bola e os tazos (pequenos discos colecionáveis, que são utilizados em um jogo) o material de maior uso.

    O presente estudo também demonstrou pouca influência das aulas de Educação Física nas atividades realizadas no recreio escolar. Apenas 12,50% dos alunos disseram realizar, durante o recreio, atividades que aprenderam durante as aulas de Educação Física. O mesmo ocorre para as atividades de lazer realizadas fora do ambiente escolar, em que apenas 27,88% disseram realizar atividades que aprenderam durante as aulas de Educação Física. Marques et al. (2010), em estudos comparativos de duas escolas, sendo uma pública e a outra privada no município de Santa Cruz do Sul (RS), concluíram que as crianças da rede privada brincam muito com atividades realizadas durante as aulas de Educação Física; Já, as crianças que freqüentavam a escola pública, brincavam somente na pracinha ou com os brinquedos do pátio.

Conclusão

    Concluímos que as brincadeiras que predominam durante o recreio dos escolares, são atividades simples, sem muitas regras e que não necessitem de materiais ou grandes espaços. A tradicional brincadeira de pega-pega ocupou lugar de destaque entre as preferidas, durante o recreio escolar. Em casa, a atividade mais comum, são os jogos eletrônicos, talvez pelo pouco espaço disponível para a realização das atividades de lazer, já que a os lugares mais destacados pelos escolares, são referentes à própria residência.

    Analisamos também que, durante o recreio, meninas e meninos tem suas preferências na escolha dos companheiros para as atividades, ou seja, as meninas, em sua maioria, preferem brincar com outras meninas, assim como os meninos preferem brincar com outros meninos. Isto ocorre talvez pelo fato de muitas atividades e brincadeiras estarem estereotipadas como sendo brincadeiras exclusivas de meninos ou de meninas.

    Foram preocupantes os baixos percentuais de alunos que disseram realizar atividades aprendidas durante as aulas de Educação Física no recreio e durante o lazer. Fazendo-nos pensar sobre o que estaria sendo proporcionado a estes alunos durante as aulas de Educação Física. As aulas de Educação Física devem proporcionar ao aluno atividades que permitam o seu desenvolvimento de forma integral, promovendo o enriquecimento motor da criança, seu desenvolvimento cognitivo e a socialização entre os alunos. Porém, mais importante a ser levado em conta no planejamento das aulas, é levar aos alunos atividades prazerosas, que lhe proporcionem satisfação ao realizá-las, atividades em que possam obter sucesso durante a execução.

    Deste modo, com um maior enriquecimento de sua cultura lúdica, os alunos teriam um leque maior de atividades a sua disposição durante o recreio escolar. Uma vez que este se mostrou muito limitado no atual estudo, onde os alunos parecem brincar sempre com as mesmas atividades, sem explorar muito o seu potencial motor. Idéias como proporcionar materiais aos alunos e estratégias de intervenção durante o recreio dos escolares seriam ações que poderiam enriquecer as atividades desenvolvidas durante este período.

Referências

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