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O valor de um programa neuromotor de treinamento 

para a prevenção de lesões em mulheres atletas de voleibol

La importância de um programa neuromotor de entrenamiento para la prevención de lesiones en jugadoras de voleibol

 

*Acadêmica do Curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano

de Ji-Paraná CEULJI/ULBRA, Ji-Paraná, Rondônia

**Pesquisadores do Laboratório de Neuromotricidade Humana

do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná CEULJI/ULBRA

***Professores do Curso de Educação Física do Centro Universitário

Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

(Brasil)

Camila Ribeiro Lima*

Alisson Padilha de Lima**

Dean Marcel da Silva Bianchi**

Glauber Lameira de Oliveira***

Talita Adão Perini***

Fabrício Bruno Cardoso**

alissonpadilha@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi de estabelecer uma reflexão teórica acerca do valor de um programa de treinamento neuromotor para a prevenção de lesões em atletas de voleibol. Para assegurar a consecução do objetivo descrito, foi realizado um estudo exploratório, operacionalizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, por ser esta uma estratégia extremamente adequada para se rever, analisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou paradigmas, e mesmo para criar novas proposições de explicação e de compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas do conhecimento, podendo, inclusive, fundamentar investigações experimentais. Pode-se concluir que freqüentes lesões nos esportes ocorrem devido ao impacto proporcionado durante sua prática, principalmente esportes coletivos onde o índice de impacto é bem relevante para ocasionar algumas lesões. Dentre esses esportes o voleibol é um dos esportes que causam lesões freqüentemente em seus atletas devido o alto índice de repetições no ato motor dos jogadores. Por isso é de fundamental importância o treinamento neuromuscular no dia a dia desses atletas, para ter um controle exato dos tipos de lesões que estejam acontecendo conforme os jogos, o treinamento tem como idéia melhorar a resistência, as fibras musculares, assim o atleta terá mais rendimento na hora da competição.

          Unitermos: Vôlei. Lesões. Programa neuromotor.

 

Abstract

          The aim of this study was to establish a theoretical reflection about the value of a training program for the prevention of neuromotor injuries in volleyball players. To ensure the achievement of the goal described, was conducted an exploratory study, operationalized through a literature search, as this is a highly appropriate strategy to review, analyze, interpret and criticize theoretical considerations or paradigms, and even to create new propositions explanation and understanding of phenomena from all branches of knowledge, and may also support experimental investigations. can be concluded that frequent sports injuries occur due to the proportionate impact during his practice, especially team sports where the rate of impact is quite substantial to cause some injuries. Among these sports volleyball is a sport that often cause injuries in their athletes because of the high number of repetitions in the motor act of the players. It is therefore of fundamental importance neuromuscular training on a daily basis these athletes, to have an accurate control of the injuries that are happening as games, training idea is to improve endurance, muscle fibers, so the athlete will have more income at the time of the competition.

          Keywords: Volleyball. Injuries. Program neuromotor.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As lesões esportivas são acidentes de trabalho que são conseqüências das atividades esportivas. Dessa forma, todas as atividades esportivas competitivas necessitam de varias aptidões físicas como: força, velocidade, resistência, habilidade e agilidade, e todos os traumas ou lesões devem ser considerados parte inevitável da vida do atleta (ROSE, 2006; GANTUS e ASSUMPÇÃO, 2002).

    Uma lesão atlética é resultado de qualquer problema médico que ocorreu durante a prática esportiva, podendo levar o atleta a perder parte ou todo treinamento de competição a limitar sua habilidade atlética no mínimo por um dia após a sua ocorrência (LASMAR et al., 2002). Isso fez com que esse esporte, que antes era recreativo, virasse altamente competitivo e, assim, exigindo uma modernização dos métodos que preparam os atletas (RIZOLA, 2004). A grande incidência de lesões nos esportes é acarretada por excesso de treinamento nos esportes (over training), e pela própria exigência da modalidade esportiva, onde o fato da alta intensidade de treinamento e movimentos repetitivos que contribuem para essas incidências (EJNISMAN et. al, 2001).

    As lesões estão mais susceptíveis a acontecer em esportes que contém fundamentos que exigem impactos, são aqueles cujos praticantes realizam constantemente movimentos repetitivos que podem vim a causar colisões com outros atletas devido ao ato motor realizado (SANTOS et. al, 2007).

    Lesão é definida como sendo um dano causado por traumatismo físico sofrido pelos tecidos do corpo (ANDREOLI et. al, 2003). É importante comentar sobre esse assunto de forma adequada sobre os tipos de tratamentos a serem realizadas no caso de lesão, as diferenças entre os sexos, feminino e masculino, também podem auxiliar na explicação das distribuições das lesões esportivas nos jovens atletas (FARINA, 2006).

    Os índices de lesões em mulheres para determinadas patologias são maiores, especialmente na região dos joelhos, são mais que os índices de lesões encontrados em homens, por motivos multifatoriais, as mulheres apresentaram maior taxa de risco de lesão que os homens, mais ainda os homens ganham das mulheres. As lesões mais freqüentes são: contusão no ombro, problema lombar, joelho, tornozelo. (KUJALA; TAIMELA; ANTTI-POIKA; ORAVA; TUOMINEN & MYLLYNEN, 1995.).

    A partir do comentado anteriormente este estudo teve como objetivo estabelecer uma reflexão teórica acerca do valor de um programa de treinamento neuromotor para a prevenção de lesões em atletas de voleibol.

Metodologia do estudo

    Para assegurar a consecução do objetivo descrito, foi realizado um estudo exploratório, operacionalizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, por ser esta uma estratégia extremamente adequada para se rever, analisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou paradigmas, e mesmo para criar novas proposições de explicação e de compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas do conhecimento, podendo, inclusive, fundamentar investigações experimentais.

    A seleção e localização das referências teóricas, ou seja, livros, dissertações, teses e artigos que fundamentassem o estudo ocorreram no período de março de 2010 até agosto de 2010, a partir de pesquisas em bibliotecas, algumas delas virtuais e, neste caso, vinculadas a bases de dados, o que confere confiabilidade ao estudo em função da natureza dos sites visitados.

As possiveis lesões no joelho de uma atleta de voleibol

    O joelho é muito resistente digamos que é a parte do corpo que mais nos ajuda a se locomover, mais nem sempre o joelho agüenta as pressões provocadas pelos jogadores, os saltos são um dos principais mecanismos causadores de lesões na articulação, e é bom lembrar que a parte que mais tem índice de lesão é o lado direito dos jogadores por eles terem mais facilidade e mais força do lado direito acaba lesionando com mais facilidade, na fase de impulsão exigem um maior esforço da musculatura do atleta, e neste momento é que ocorrem à maioria das lesões dos jogadores, especialmente na cortada. (MARQUES JUNIOR, 2004).

    Para Nyland et al. (1994) os atletas de voleibol se lesionam na passagem da corrida horizontal para a elevação vertical. As lesões no joelho estão também associadas com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão, o que também nos prende a atenção é que as lesões no joelho também são freqüentes após a queda do salto, proveniente do impacto e ocasionado por torção do joelho (MARQUES JUNIOR, 2004). A maioria das contusões acontece em jogadores com 20 a 25 anos ou com 2 a 5 anos de prática no voleibol ou com mais de um turno de treinamento.. A lesão do ligamento cruzado anterior no voleibol é comum no agachamento profundo do contra movimento do bloqueio ou da cortada . Ocorrendo com mais freqüência na zona de ataque (BRINER JUNIOR e KACMAR, 1997; CHIAPPA, 2001).

    Os jogadores de voleibol utilizam um balanço meio que exagerado dos braços no impulso para melhor resultado do corte, quando se movimentam com força para baixo a partir do início do posicionamento hiperextendido e depois para frente e para cima em uma posição de flexão de 180 graus, o movimento inicial para baixo dos braços aumentará a força exercida para baixo pelo cortador contra o solo durante o impulso, aumentando assim o potencial da força de reação que ele receberá do solo no impulso tentando amenizar o impacto que ele terá na descida. O desenrolar explosivo e potente das extremidades inferiores através da extensão seqüencial e cronometrada das articulações do quadril, joelho e tornozelo proporciona, então, o momento vertical necessário para uma altura ótima do salto, mais prejudicando o joelho, por causa dos vários saltos que eles fazem durando o jogo ou da partida, provocando facilmente uma lesão. (CARVALHO, 1992; EITNER, 1989).

As possiveis lesões no tornozelo de uma atleta de voleibol

    Em muitos esportes que envolvem salto e aterrissagem existe um alto índice de lesões na articulação do tornozelo de origem traumática os quais podem ocasionar disfunções severas (OSBORNE E RIZZO, 2003, VERHAGEN; VAN DER BEEK; VAN MECHELEN, 2001, PAPADOPOULOS et. al, 2005)

    Cada jogo exige uma pressão dos atletas e para isso precisam estar preparados para qualquer ocasião, no caso do vôlei os jogadores têm que estar em plena condição para que possam jogar sem sofrer nenhuma alteração no seu mecanismo, pelo ritmo que esses jogadores têm pode se dizer que seria impossível eles deixarem de sofrer qualquer tipo de lesão. As lesões no tornozelo nos atletas de voleibol também ocorrem por causa de instabilidade, ruptura de ligamento, dor no tornozelo e outras (CHIAPPA, 2001).

    Na corrida normal, a face lateral do pé toca o solo primeiro, com a tíbia em rotação externa. À medida que a fase de apoio progride, o peso do corpo é colocado ao longo do pé e a tíbia realiza rotação interna, produzindo uma rápida inversão e pronação do calcâneo, que dissipa as forças de contato, proporcionando uma transição suave adaptando-se, assim, às superfícies, ou seja, a intensidade de mecanismo de lesão influenciará na gravidade da lesão, a alta incidência desse tipo de lesão se deve, principalmente, aos gestos esportivos que são executados nestes esportes, sendo os saltos e corridas e as quedas ao solo, após um salto (PACHECO, 2005; KAPANDJI, 1987; HRELJAC, 2004).

As possiveis lesões na coluna de uma atleta de voleibol

    Cada passe que os jogadores fazem o corpo obedece mais é fácil esse comando, você fala com o corpo e pronto, alguns casos não acontece do jeito planejado pelo jogador, podendo então torcer alguma parte do corpo, a coluna é uma parte bem delicada podendo trincar e prejudicar muito, pois a coluna vertebral é muito sensível, algumas atividades que fazemos podem ser inadequadas, segundo Rasch (1989) as atividades que podem gerar lesões do dorso foram categorizadas como aplicadoras de peso, e ainda ressalta que “as lesões por flexão podem resultar de uma combinação do grau de flexão, velocidade do movimento, contração vigorosa de músculos antagonistas e do número de repetições necessárias na prática da atividade”. As lesões degenerativas da coluna vertebral mais comumente diagnosticadas são hérnias discais espondilolistese, estenose do canal raquidiano, instabilidades definidas, artrose, fraturas vertebrais, entre outras (ACSM, 2004; ACHOUR JÚNIOR, 1997; CAILLIET, 2001).

    As contusões na coluna vertebral podem ser crônicas ou ocasionam o fim da carreira do jogador (GHIROTOCC e GONÇALVES, 1997). A lesão mais comum é a hérnia de disco (BRINER e KACMAR, 1997). Embora observamos poucos estudos sobre as lesões na coluna vertebral. Porém, o excesso de exercício físico, ou o exercício físico realizado inadequadamente, pode originar um processo de artrose e até mesmo acelerar uma lesão degenerativa já instalada na coluna vertebral (NATOUR et. al, 2000; ACSM, 2004).

As possiveis lesões no ombro de uma atleta de voleibol

    Os ombros são usados em um jogo de vôlei, é uma das partes fundamentais que não pode faltar na partida fazendo parte do jogador, grande numero de atletas sofrem com dores no ombro, a dor pode ser temporária e desaparecer em pouco tempo ou pode tornar-se crônica e continuar por tempo indeterminado. A lesão de ombro, na maioria das vezes envolve tecidos moles: músculos, ligamentos e tendões, ao invés de ossos. (ANDRADE et. al, 2004; ANDRADE et. al, 1996).

    É possível entender a razão dessa alta ocorrência de problemas no ombro de atletas do vôlei, pois todos os movimentos como o saque, bloqueio, ataque, defesa, sobrecarregam o ombro, afetando e ultrapassando, algumas vezes, seu limite fisiológico. O resultado dessa sobrecarga de uso é o desenvolvimento de lesões que acometem geralmente os músculos e os tendões. Hall (2000) menciona que grande parte das lesões do ombro no esporte é decorrente do esforço repetitivo (overuse), e ou traumáticos.

    Durante a fase de levantamento, a mão é movimentada o máximo possível para trás do corpo. Isso se consegue com o braço em 90º de abdução e rotação externa. Na fase inicial, o deltóide e o supra-espinhoso ficam ativos durante a abdução do braço. Na parte final do levantamento, a atividade do deltóide diminui, à medida que a musculatura do manguito rotador torna-se mais dominante quando o ombro está abduzido quase em rotação externa máxima. (ANDREWNS et. al, 2000; PERRY, 1990, HAMILL e KNUTZEN, 1999). As contusões nos jogadores geralmente são por over use, resultando em tendinites nos rotadores do ombro ou manguito rotador e no tendão do bíceps braquial (BRINER JUNIOR e KACMAR, 1997). O manguito rotador tem a função de fixar a articulação glenoumeral, contribuindo para a estabilização articular (HALL, 1993; RASCH et. al, 1991). WANG et al. (2000) informam que os voleibolistas são predispostos para se machucarem nos rotadores do ombro. O motivo é que os atletas realizam uma rotação externa e interna do ombro no saque e na cortada por muitas vezes (BRINER JUNIOR e KACMAR, 1997).

    De acordo com Chiappa (2001), os jogadores de ponta atacam mais, merecendo mais atenção no trabalho de força para os ombros. Para Wang e Cochrane (2001) a maneira mais eficaz de prevenirmos as contusões nos músculos rotadores consiste de sessões de fortalecimento e de flexibilidade.

As possiveis lesões lombares de uma atleta de voleibol

    Em algumas vezes os atletas se deparam com quadras que não são adequadas para o nível do jogo que ele irá praticar com isso no decorrer da partida ele poderá ter uma lesão na região lombar, ela têm basicamente a mesma etiologia das lesões do joelho, geralmente, também aparecem quando o atleta se depara com quadras inadequadas e diferentes das quais ele está acostumado a treinar. Conforme citado por Capello apud Abenhain et al. (2000) em uma pesquisa realizada com bombeiros e pessoas comuns, pessoas adaptadas a exercícios de alto-impacto têm menor tendência a ter lombalgias por terem força isométrica e resistência maior que o normal, além de flexibilidade mais bem trabalhada, ao contrário de pessoas acostumadas a impactos menores. Este fato explica as lombalgias apresentadas pelos atletas que costumam treinar em quadras emborrachadas, praias e que durante o Circuito depara-se com quadras montadas sobre gramados e superfícies asfálticas em etapas realizadas em cidades longe do litoral. Nas rotinas de treinamento esportivo, tão importante quanto o desenvolvimento das qualidades específicas para o alto desempenho, deve-se ter cuidado e preocupação com o equilíbrio muscular e a postura, pois estes influenciam no rendimento do atleta e podem minimizar a incidência de lesões desportivas (JÚNIOR, PASTRE e MONTEIRO, 2004).

    Até as crianças do mundo moderno não escapam, em função da associação da inatividade física e o excesso de carga ao transportar mochilas pesadas para a escola. No esporte, a dor lombar está, em sua maioria, ligada à combinação dos movimentos de flexão com rotação do tronco acrescido de carga, além dos excessos de treinamento na busca incessante de resultados. O paciente deve descrever para o médico, com detalhes, todos os movimentos feitos durante o dia, sejam eles laborais ou esportivos. Geralmente a investigação médica começa com a anamnese e com testes de movimentos reflexos das raízes nervosas das vértebras lombares e sacral, assim como a funcionalidade das cadeias musculares diretamente relacionadas com a coluna lombar. Desvios posturais funcionais e ou estruturais são observados em várias posições e movimentos: de pé, sentado, andando, parado e passando de uma posição para outra.

O valor de um programa neuromuscular para a prevenção de lesões em atletas de voleibol

    O primeiro passo para minimizar as lesões seria a prevenção, não somente tratar das lesões quando o atleta machucar, através do treinamento neuromuscular pode-se diminuir essas incidências lesivas. O valor e a importância desse treinamento seriam de grande relevância na prevenção dessas atletas (FARINA e MANSOLDO, 2006).

    Segundo estudo feito em atletas de voleibol Santos, Piucco e Reis (2007) constataram que os fundamentos do voleibol é um dos maiores causadores de incidência de lesões nos atletas, devido o impacto proporcionado, no entanto a prevenção deve ser realizada através de exercícios neuromusculares que visem preservar essas regiões de riscos de lesões.

    A realização de exercícios contínuos pode atuar na prevenção de uma das principais lesões ocorridas no voleibol, que é da região do ombro. O principal sintoma de lesão é a dor, através desse sintoma deve-se realizar o procedimento do treinamento preventivo, onde exercícios neuromusculares interferem no agravamento dessa lesão, proporcionando ao atleta a diminuição desses riscos de se obter uma lesão grave e ficar por um bom tempo sem jogar (EJNISMAN et. al, 2001).

    Além das características de riscos de lesões em que o voleibol possui, as equipes tem poucas atividades destinadas à prevenção de lesões e na melhora do condicionamento físico, haja vista que os próprios atletas não se preocupam com atividades preventivas e nem com atividades complementares na melhora do condicionamento físico, demonstrando assim que estão mais propensos a ter ocorrências de lesões (SANTOS, PIUCCO e REIS, 2007).

    A prevenção das lesões no joelho consiste na redução do número de saltos nas sessões dos voleibolistas, em terrenos suaves devem ser praticados os treinamentos e os jogadores que flexionam o joelho a 45 a 60º e cometem um estalo, indica-se um tratamento adequado por causa da instabilidade fêmur-patelar, não sendo recomendados saltos para esse atleta (CHIAPPA, 2001).

    As centenas de saltos dos voleibolistas deixam o quadríceps mais forte do que os isquiotibiais, proporcionando risco de lesão no joelho. Para reverter este fato recomenda-se um trabalho de compensação através de exercícios de alongamento para o quadríceps e de força para os isquiotibiais. A tendinite patelar melhora rápido se o atleta praticar sessões de alongamento para os músculos anteriores e posteriores da coxa (ACHOUR JUNIOR, 1997; BRINER JUNIOR e BENJAMIN, 1999).

    A maneira eficaz de prevenirmos as contusões nos músculos rotadores consiste de sessões de força e de flexibilidade os jogadores de ponta atacam mais, merecendo mais atenção no trabalho de força para os ombros. (WANG et. al, 2000; WANG e COCHRANE, 2001; CHIAPPA, 2001).

    Conforme Cibrario (1997) é indicado os seguintes movimentos articulares no trabalho de força para prevenir as lesões no manguito rotador: rotação externa do ombro acompanhado da rotação externa da cintura escapular (CE), rotação interna do ombro acompanhado da rotação interna da CE, elevação do ombro acompanhado da rotação externa da CE em seguida acontece elevação da mesma (hiperelevação do ombro), abdução do ombro acompanhado e rotação externa da CE, adução do ombro acompanhado rotação interna da CE, extensão do ombro acompanhado da rotação interna da CE e abdução horizontal do ombro acompanhado da adução da CE.

    Segundo Briner Junior e Benjamin (1999) é recomendados exercícios de força e de flexibilidade para o manguito rotador, no treino de musculação devemos praticar rotação externa do ombro acompanhado da adução da CE, rotação interna do ombro acompanhado da abdução da CE.

Conclusão

    A partir do comentado neste estudo, pode-se concluir que freqüentes lesões nos esportes ocorrem devido ao impacto proporcionado durante sua prática, principalmente esportes coletivos onde o índice de impacto é bem relevante para ocasionar algumas lesões. Dentre esses esportes o voleibol é um dos esportes que causam lesões freqüentemente em seus atletas devido o alto índice de repetições no ato motor dos jogadores. Por isso é de fundamental importância o treinamento neuromuscular no dia a dia desses atletas, para ter um controle exato dos tipos de lesões que estejam acontecendo conforme os jogos, o treinamento tem como idéia melhorar a resistência, as fibras musculares, assim o atleta terá mais rendimento na hora da competição.

    Portanto pode-se considerar que vários são os fatores que contribuem para as freqüentes lesões ocorridas no voleibol, dentre esses estão: o impacto de alguns fundamentos realizados pelos atletas, a repetitividade do ato motor, o excesso de treinamento (over training) e aspectos relacionados à alimentação desses indivíduos, levando em consideração todos esses aspectos o excesso de treinamento é um dos principais causadores lesivos dos atletas de vôlei.

    Recomenda-se que outros estudos através da pesquisa de campo sejam feita para avaliar e constatar as diferentes causas de lesões ocorridas em atletas de voleibol de diferentes gêneros.

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