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Proposta de métodos para o desenvolvimento da força no voleibol

Propuesta de métodos para el desarrollo de la fuerza en el voleibol

 

Programa de Pós-Graduação em Educação Física

UFV/UFJF

(Brasil)

Roberto Andaki Junior

robertoandakijr@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O voleibol é considerado um dos esportes mais explosivos e rápidos disputados atualmente. Suas ações requerem força, potência, agilidade e velocidade, sem mencionar estratégias competitivas elaboradas. A força é a capacidade fundamental para o rendimento esportivo no voleibol. O artigo teve como objetivo propor alguns métodos para o treinamento de força no voleibol. É necessário destacar que os métodos devem ser escolhidos de acordo com o nível da equipe e seguindo um planejamento (periodização) do treinamento e não de forma aleatória.

          Unitermos: Voleibol. Treinamento. Força.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O voleibol é considerado um dos esportes mais explosivos e rápidos disputados atualmente. Suas ações requerem força, potência, agilidade e velocidade, sem mencionar estratégias competitivas elaboradas. Segundo Bompa (2005), o voleibol é um jogo rápido de cortadas potentes, com mergulhos, saltos de bloqueio e mudanças de direção.

    A força é qualidade física essencial para o rendimento de qualquer ser humano e seu desenvolvimento formal, não devendo ser esquecida na preparação de um atleta (FORTEZA & FARTO, 2007). De acordo Platonov (2004) com uma visão mais ampla do conceito, a força humana é a capacidade de superar ou opor-se a uma resistência por meio da atividade muscular. Segundo Badillo e Ayestarán (2001) a força útil no esporte é aquela que somos capazes de aplicar ou manifestar à velocidade em que se realiza o gesto esportivo. Nesse pensamento a força aplicada no esporte esta diretamente ligada à velocidade aplicada ao gesto, a força que não pode ser aplicada realmente não se tem. Podemos concluir que força segundo Harman apud Badillo e Ayestarán (2001) é a habilidade para gerar tensão sob determinadas condições, determinadas pela posição do corpo, pelo movimento no qual se aplica a força, pelo tipo de ativação (concêntrica, excêntrica, isométrica, pliométrica) e pela velocidade do movimento”.

    Este estudo tem como objetivo propor métodos para o treinamento de força para a modalidade voleibol.

Desenvolvimento

    A força é uma capacidade fundamental para o rendimento esportivo no voleibol (KRAEMER & HAKKINEN, 2002). A força segundo Weineck (2005) se manifesta de diversas formas, sob o aspecto da especificidade da modalidade esportiva pode ser dividida em força geral e especial, sob o tipo de trabalho em dinâmica e estática; sob forma de exigência motora envolvida: força máxima, força rápida e resistência de força.

    Platonov (2004) conceitua a força máxima como a capacidade máxima de produção de força do desportista, durante uma contração muscular voluntária. Força Rápida é a capacidade de o sistema neuromuscular mobilizar o potencial funcional com a finalidade de alcançar altos níveis de força no menor tempo possível. Resistência de força é capacidade de manter elevados níveis de força durante o maior tempo possível.

    Segundo Bompa (2005) a força máxima deve ser desenvolvida como base para aumentar o salto e o poder de bloqueio, a força explosiva/rápida para saltar, atacar e deslocar mais rápido e a resistência de força para sustentar a potência de salto e de braço durante o jogo todo. E ainda de acordo com Kraemer e Hakkinen (2002) o treinamento de força deve ser utilizado também como um meio profilático de lesões, e de acordo com os autores supracitados a seleção dos exercícios resistidos devem seguir como critério os movimentos da modalidade e as ações anatômicas como pode ser visto na tabela 1.

Tabela 1. Seleção de exercícios

Força máxima

    A força máxima segundo Platonov (2004) pode ser desenvolvida sobre duas vias independentes. A primeira via pode ser desenvolvida através do aperfeiçoamento dos mecanismos neuro reguladores (aprimoramento da impulsão e da coordenação intra e intermuscular) e o aumento da capacidade da via alática de fornecimento energia para contração muscular. A segunda via pressupõe o desenvolvimento da força através do aumento do diâmetro muscular. Para o voleibol as duas vias são importantes, mas assim como todos os esportes coletivos o aumento do diâmetro muscular deve ser monitorado, já que o aumento excessivo da massa muscular é prejudicial para o desempenho do atleta.

    A força máxima será desenvolvida através dos métodos e meios utilizados na periodização na seguinte proposta:

a.     Exercícios Resistidos (musculação) através dos seguintes métodos a baixo:

Figura 1. Treinamento Complexo: 4r meia flexão dos joelhos + 6 saltos sobre as barreiras (trabalho pliométrico)

Resistência de força

    A Resistência de Força tem um importante papel para o voleibol, em que a sustentação da potência de salto e ataque é determinante para a modalidade (BOMPA, 2005). Platonov (2004) afirma que seu desenvolvimento deve atender a especificidade da modalidade, a resistência de força é determinada pelo nível de potência, da economia dos sistemas de fornecimento de energia, assim como a força máxima. A aplicação de exercícios nesta valência física não tem como finalidade aumentar a capacidade aeróbica ou anaeróbica, mas sim aumentar a capacidade do atleta de executá-los em um trabalho de força correspondente. Segundo Weineck (2000) a resistência de força é melhorada pelo treinamento de força integrado ao jogo, no caso do voleibol pelas variações do treinamento de circuito e por series de saltos de bloqueio e de ataque de forma dinâmica.

b.     Exercícios Resistidos (musculação): Método de repetições 3; Método de pirâmide; Método Complexo 1; Método Isométrico;

c.     Método Pliométricos;

d.     Exercícios Complexos na Quadra

  • Método Complexo 2 - Este método é usado para uma maior potencialização aguda da força e potência musculares através de uma prévia atividade contrátil, geralmente realizados com exercícios intensos contra-resistência (Combinação de Exercícios Pliométricos + Habilidades especificas do voleibol).

Esquema 3. Treinamento complexo

Figura 2. Exercícios Complexos

  • Método de Jogo – Simulação de Jogo, com redução do tempo de pausa inerente na partida. Intensidade aproximada (80 a 100%).

Força Explosiva/Potência/Força Rápida

    A Força Explosiva segundo Platonov (2004) deve ser desenvolvida baseando no aperfeiçoamento dos fatores fundamentais que determinam o nível de qualidade e nas particularidades da sua execução dos gestos específicos da modalidade. A força explosiva é determinada pela velocidade de contração das unidades motoras e a coordenação intramuscular. Podemos considerar que o nível de força rápida esta ligado ao grau de domínio do movimento. No voleibol a força rápida é determinante no desempenho do salto e velocidade do braço no ataque. A força reativa é parte da força explosiva, é caracterizada pela especificidade de cada esporte. Segundo Badillo e Ayestarán (2001) a força reativa consiste em realizar contrações muito rápidas em regime pliométrico, com ciclo de alongamento e estiramento (CAEs) muito curtos.

    A força explosiva será desenvolvida através dos métodos e meios utilizados na periodização na seguinte proposta:

a.     Exercícios Resistidos (musculação) através dos seguintes métodos:

  • Método de intensidade máxima 1

  • Método complexo 1

  • Método de Esforços Dinâmicos - Intensidade aproximada (30 a 70%); repetições por série: 6 a 10; séries 3 a 5; descanso entre séries: 2 a 5 min.; Velocidade: Máxima-explosiva

b.     Método Pliométricos: Intensidade aproximada 30 a 100% de acordo com a altura da queda; repetições por série: 5 a 10; séries 3 a 5; descanso entre séries: 3 a 10 min.; Velocidade: Máxima-explosiva

Figura 3. Exercícios Pliométricos

Considerações

    O treinamento de força é primordial para o desenvolvimento e manutenção do desempenho do atleta. O artigo teve como objetivo propor alguns métodos para o treinamento de força no voleibol. É necessário destacar que os métodos devem ser escolhidos de acordo com o nível da equipe e seguindo um planejamento (periodização) do treinamento e não de forma aleatória. O treinador ou preparador físico responsáveis pelo treinamento devem ter atenção e experiência para escolha dos métodos, para que coerentemente a equipe alcance o pico de performance no momento correto da competição.

Referencias

  • ARRUDA, M., HESPANHOL, J.E. Saltos Verticais. São Paulo, Phorte, 2008

  • BADILLO, J. J. e AYESTARÁN, E. G. Fundamentos do Treinamento de Força - Aplicação ao Alto Rendimento Desportivo. Porto Alegre: Artmed, 2001.

  • BOMPA, T.O. Treinando Atletas de Desporto Coletivo. São Paulo: Phorte, 2005.

  • FLECK, S. J., KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

  • FORTEZA, A., FARTO, E. R. Treinamento desportivo: do ortodoxo ao contemporâneo. São Paulo: Phorte, 2007.

  • PLATONOV, V.N. Teoria geral do Treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 396-433.

  • Weineck J. Biologia do esporte. São Paulo: Editora Manole,2000.

  • _______. Treinamento Ideal. São Paulo: Editora Manole, 1999.

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