efdeportes.com

Inclusão na Educação Física escolar. Revisão de conceitos, 

caracterização de deficiências, benefícios do 

exercício físico e esportes adaptados

La inclusión en la Educación Física escolar. Revisión de conceptos, caracterización 

de discapacidades, beneficios del ejercicio físico y deportes adaptados

Inclusion in School Physical education: A review of concepts, characterization 

of deficiencies and benefits of exercise and sports adapted

 

*Acadêmico de Fisioterapia

UEPA, Campus Santarém, PA

**Pós-graduação em Fisiologia do Exercício

Faculdade de Anicuns, GO

(Brasil)

Luiz Carlos Rabelo Vieira*

luizcrvieira@hotmail.com

Diego Sarmento de Sousa**

diego_uepa@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo da presente revisão foi dispor importantes conteúdos relacionados ao tema inclusão, como conceitos de terminologias utilizadas, caracterização das principais deficiências, apresentação dos benefícios da prática do exercício físico para as pessoas com deficiências e relacionar os principais esportes adaptados. Definiu-se, como tópicos necessários, a educação especial e a deficiência. Foram listadas variações das deficiências visual, física e mental. Quanto aos benefícios da prática do exercício físico às pessoas com deficiência, percebe-se na literatura a ênfase nos aspectos psicomotores e psicossociais. Em relação aos esportes adaptados, são encontrados em torno de dez que podem ser utilizados para o desenvolvimento de habilidades desse público. Eles podem ser perfeitamente desenvolvidos em conjunto, desde que respeitadas as diferenças individuais, com estímulo especial à cooperação em detrimento à competição.

          Unitermos: Inclusão. Educação Física. Exercício físico. Esporte.

 

Abstract

          The purpose of this review have been important topics related to the theme inclusion of concepts such as terminology, characterization of the major deficiencies, presentation of the benefits of physical exercise for people with disabilities and to relate the major sports adapted. Was defined as topics required special education and disability. They listed the variations of visual disability, physical and mental. As for the benefits of physical exercise for people with disabilities, we find in literature the emphasis on psychomotor and psychosocial aspects. In relation to adapted sports, are found in about ten that can be used to develop the abilities of the public. They can be perfectly developed jointly, in compliance with the individual differences, with special stimulus to cooperation rather than competition.

          Keywords: Inclusion. Physical Education. Exercise. Sports.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O termo “educação inclusiva” começou a ser utilizado a partir da Conferência Mundial de Educação Para Todos (1990) e da Declaração de Salamanca (1994), inspirada nos princípios de integração e no reconhecimento da necessidade de ação para conseguir a "escola para todos” (GOFFREDO, 1998).

    Em conseqüência desses marcos históricos, surge a Educação Física Adaptada, a qual tem como objetivo oferecer atendimento especializado aos educandos portadores de necessidades educativas especiais, respeitanto-se as diferenças individuais, visando proporcionar o desenvolvimento global dessas pessoas, tornando possível não só o reconhecimento das suas potencialidades, como também sua interação na sociedade. (JUNGHAHNEL-PEDRINELLl, 1994; DUARTE; WENER, 1995).

    A Educação Física Adaptada caracteriza-se por adequar metodologicamente um conjunto de atividades ou tarefas que envolvam diferentes estímulos, adaptando as capacidades e limitações do aluno com deficiência. Sua proposta não difere dos objetivos da Educação Física regular, pois visa a ampliar as possibilidades da disciplina no ambiente escolar por meio de metodologias que respeitem a diversidade do grupo, as características e as necessiades do aluno com deficiência.

    Embora seja papel da Educação Física escolar contribuir para a construção de culturas de inclusão numa práxis voltada e orientada para a ressignificação do olhar sobre a diversidade (SILVA; SALGADO, 2005), o professor enfrenta várias dificuldades durante esse processo de inclusão. Isto se deve, quando sempre, à falta de informação por parte dos próprios educadores e de recursos materiais existentes na instituição de ensino (FALKENBACH et al., 2007; GORGATTI, DE ROSE JÚNIOR, 2009).

    Frente à necessidade de maiores subsídios por parte dos professores de Educação Física sobre inclusão, o objetivo da presente revisão foi dispor importantes conteúdos relacionados ao tema, como conceitos de terminologias utilizadas e caracterização das principais deficiências. Além disso, apresenta os benefícios da prática do exercício físico para as pessoas com deficiências e lista os principais esportes adaptados a esse público.

Educação Especial

    No Brasil, o direito à educação inclusiva para as pessoas com deficiência se deu com a promulgação da lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (BRASIL, 1997). Em seu Artigo 4º, a LDB determina que deve haver "atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino", e, no seu Artigo 58.º, estabelece, também, que educação especial é "a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais".

    A resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial, em seu Artigo 8º, enfatiza que as escolas da rede regular de ensino devem ser compostas por professores das classes comuns e da educação especial capacitados e especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos (BRASIL, 2001).

    Mazzotta (2003) define a Educação Especial como a modalidade de ensino que se caracteriza por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos educandos que apresentem necessidades educacionais muito diferentes das da maioria das crianças e jovens. Tais educandos, também denominados de "excepcionais", são justamente aqueles que hoje têm sido chamados de "alunos com necessidades educacionais especiais”.

Conceito de Deficiência

    O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a lei nº 7.853, de 24 de dezembro de 1989, e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define deficiência como sendo toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

    No entanto, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é membro, com base na Resolução nº 48 de 1996, definiu deficiência como sendo a perda ou limitação de oportunidades de participar da vida comunitária em condições de igualdade com as demais pessoas.

    Já o termo “portador de deficiência” refere-se à pessoa portadora de deficiência que apresenta, em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social (BRASIL, 1994).

Caracterização das principais deficiências

    Neste tópico serão abordadas as principais deficiências (visual, física e menta) encontradas em estudantes na escola regular. Nesse sentido, cabe ao professor de Educação Física conhecê-las de modo que desenvolva um trabalho especializado conforme a necessidade do educando.

Deficiência visual

    O funcionamento dos olhos é como uma câmera fotográfica: os raios de luz penetram pela córnea, que possui uma grande capacidade de focalização; a luz passa, então, pelo cristalino, que faz o ajuste fino na focalização sobre a retina, que está localizada na parte posterior do olho. A retina transforma a luz em implusos elétricos, que são levados pelo nervo óptico até o cérebro, onde é focalizada a imagem (PARKER, 2007).

    Quando o olho apresenta uma alguma deficiência em refratar os raios de luz, a pessoa pode apresentar dificuldades visuais, tais como: a) miopia, b) astigmatismo e c) hipermetropia. Além delas, a cegueira também será abordada.

    É importante que o professor de Educação Física faça uma diferenciação entre alunos que possuem deficiência visual congênita ou adquirida precocemente daqueles que contraíram a deficiência tardiamente.

    Conforme Alves e Edison Duarte (2005), as barreiras relacionadas ao professor quanto à inclusão do deficiente visual nas aulas de Educação Física escolar são a falta de preparação profissional, currículo escolar e atividades físico-esportivas, ritmo da aula, medo, superproteção e expectativas limitadas. As barreiras relacionadas com o aluno são a superproteção dos pais, a falta de oportunidades e de confiança. As barreiras administrativas são o tempo, a falta de equipamento apropriado e dispensa médica.

Miopia

    A miopia ocorre quando o olho é muito longo em relação à curvatura da córnea. Com isto, os raios de luz que penetram nos olhos focam em um plano anterior à retina, fazendo com que a imagem fique embaçada (borrada). As pessoas míopes podem enxegar muito bem objetos que estejam perto de seus olhos, porém não conseguem enxergar bem os objetos ou pessoas que estejam distantes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA).

Astigmatismo

    No astigmatismo a imagem é projetada sobre uma superfície irregular, sobre a córnea ou o cristalino, quando apresentam meridianos com curvaturas irregularidades. Com isto, ocorre distorção da imagem em função da alteração desigual na inclinação dos raios de luz que incidem nos olhos. Sob estas condições, a visão fica embaçada, desfocada, tanto para perto quanto para longe. Praticamente 50% das pessoas com miopia têm astigmatismo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA).

Hipermetropia

    Quando o olho é muito curto em relação à curvatura da córnea, ocorre um erro refracional em que a projeção da imagem ocorre atrás da retina. Normalmente a pessoa com hipermetropia enxerga melhor de longe que de perto. Este fato, no entanto, até certo ponto é comum em crianças, sendo considerada fisiológica dentro de certos parâmetros visuais e de idade. Isto implica programa de presenção a doenças, com exame oftalmológico antes de a criança ser escolarizada aos seis ou sete anos de idade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA).

Cegueira

    A cegueira pode ser subdividida em segueira total e parcial. A cegueira total ou amaurose é a completa perda da visão. Nela não é possível distinguir nem mesmo a luz. Já na parcial há correção da acuidade visual com óculos ou lente. Importante também distinguir que existe a cegueira infantil e do adulto.

Deficiência física

    O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a lei nº 7.853, de 24 de dezembro de 1989, e dispõe sobre a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define deficiência física como sendo a caracterizada por:

    alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.

    De acordo com Souza (2004), os efeitos psicológicos da deficiência física estariam condicionados à própria concepção sobre a deficiência, à estrutura e à estabilidade emocional da pessoa, ao grau e à abrangência do comprometimento, à concepção e ao posicionamento da família e da sociedade (escola, vizinhança, amigos...) em relação à deficiência, à aparência física ou a visibilidade do comprometimento, ao grau de independência ou de dependência, à capacidade de tomar decisões etc.

    A seguir são apresentadas as principais deficiências físicas, conforme Castelli e Fontes (2006) e Conde, Sobrinho e Senatore (2006). Importante destacar que naquelas cujo nome termina em “paresia”, há perda parcial das funções.

Hemiplegia ou Hemiparesia

    Paralisia em uma metade do corpo (hemicorpo), comprometimento de membros superiores e inferiores do mesmo lado do corpo (mais comum entre os que apresentam paralisia cerebral).

Monoplegia ou Monoparesia

    Paralisia em uma extremidade do corpo, com comprometimento de apenas um membro.

Diplegia ou Diparesia (Paraplegia)

    A diplegia ou diparesia referem-se ao comprometimento de dois membros iguais. Quando é dos membros inferiores, que compromete parcialmente também o tronco, as pernas se tocam na região dos joelhos ou se cruzam. Há flexão permanente dos quadris, além dos joelhos. Os pés apresentam flexão plantar (pé equino).

Triplegia ou Triparesia

    Paralisia em três extremidades do corpo; comprometimento de três membros, algumas vezes chamado de quadriplegia assimétrica. É uma manifestação mais rara.

Quadriplegia

    Refere-se ao comprometimento espástico dos quatro membros do indivíduo

Amputação ou ausência de membro

    A amputação é a perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro.

Paralisia Cerebral

    A Paralisia Cerebral (PC), ou Encefalopatia Crônica, é caracterizada como um grupo não progressivo, mas frequentemente mutável, de distúrbios motores, secundários à lesão do Sistema Nervoso Central em desenvolvimento, ou seja, desde a fase embrionária até os 2 anos de vida extrauterina (SANKAR; MUNDKUR, 2005; MOURA; CAMPOS, 2005).

    As alterações de tônus muscular e postura determinam principalmente o quadro clínico da PC (MOTA; PEREIRA, 2006). A fraqueza muscular e a baixa resistência à atividade física também caracterizam essa deficiência (TEIXEIRA-SALMELA et al., 2005).

Ataxia

    Causa do comprometimento funcional do cerebelo, a ataxia se caracteriza por distúrbios do coordenação motora, do equilíbrio, da percepção espaço-temporal, nistagmo (leve tremor dos olhos), baixo tônus muscular, movimentos oscilatórios do braço e da mão, fala escandida, que se assemelha à fala das pessoas embriagadas.

Atetose

    Causada por lesões nos glânglios basais (principalmente no corpo estriado), a atetose manifesta-se por movimentos involuntários lentos e sinuosos, especialmente dos antebraços e mãos, lembrando um movimento de um verme (MACHADO, 2005).

Coréia

    Também causada por lesões nos glânglios basais, a coréia caracteriza-se por movimentos involuntários rápidos e de grande amplitude, que lembra uma dança (MACHADO, 2005).

Hemibalismo

    Quase sempre resultante de lesão vascular do núcleo subtalâmico, o hemibalismo caracteriza-se por movimentos involuntários violentos de uma das extremidades, que, nos casos mais graves, não desaparecem nem com o sono, podendo levar o doente à exaustão (MACHADO, 2005).

Deficiência mental

    O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a lei nº 7.853, de 24 de dezembro de 1989, e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da pessoa Portadora de Deficiência, define deficiência mental como sendo caracterizada pela incidência siumultânea de dois fatores determinantes:

  • Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos;

  • Limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais etc.

    Portanto, para uma pessoa ser considerada com deficiência mental, ela deve apresentar tanto uma capacidade cognitiva significativamente inferior à média quanto, por exemplo, uma capacidade adaptativa relativa à sua comunicação e ao seu cuidado pessoal ou, num outro exemplo, em relação ao cuidado com sua saúde e com sua segurança.

    As mais importantes manifestações da deficiência mental ocorreriam na síndrome de Down e na paralisia cerebral, embora esta seja encarada como um comprometimento motor.

    A síndrome de Down é um defeito congênito resultante da trissomia do cromossomo 21, que pode ocorrer tanto antes quanto após a formação da célula inicial. Conhecida também como trissomia do cromossomo humano 21, ela pode variar quanto à intensidade e manifestação de fenótipos característicos à síndrome, podendo inclusive, não haver manifestação do mesmo, ou seja, o indivíduo ser portador de trissomia parcial e não manifestar suas principais características físicas (STRATFORD, 1997).

    Essa síndrome é geralmente caracterizada pela combinação de retardo mental e várias malformações físicas (BERTHOLD et al., 2004).

    Além do comprometimento intelectual, outros problemas de saúde podem ocorrer no portador dessa síndrome: cardiopatia congênita (50%); hipotonia (100%); problemas de audição (50-70%); de visão (15-50%); alterações na coluna cervical (1-10%); distúrbios da tireóide (15%); problemas neurológicos (5-10%); obesidade e envelhecimento precoce (COOLEY; GRAHAM, 1991).

Benefícios do exercício físico para pessoas com deficiência

    O exercício físico, quando bem direcionado e praticado regularmente, gera, a qualquer tipo de público, benefícios morfofisiológicos (por exemplo, na composição corporal, condição aeróbica e anaeróica) e psicobiológicos, como ao sono (BOSCOLO et al., 2004), à memória (ANTUNES et al., 2004), aos transtornos do humor - ansiedade e depressão (GODOY, 2002; STELLA et al., 2004) e ao sistema imunológico (COSTA ROSA; VAISBERG, 2004).

    Para a criança, Farinatti (1995) reporta que a atividade física gera respostas benéficas quanto aos aspectos psicomotores e psicossociais, força, flexibilidade, metabolismo aeróbico e anaeróbico.

    Diante disso, não se tem dúvidas que as pessoas com deficiência, independente do tipo que apresente, também apresentam as mesmas melhoras supraditas, mesmo que em menor grau. Benefício maior verificado é quanto à própria qualidade de vida.

    A deficiência visual em crianças, segundo Malta et al. (2006), gera consequências limitantes para o desempenho de atividades de autocuidado, locomoção, compreensão, comunicação e tarefas domésticas. Mesmo assim, as pessoas que apresentam apenas essa deficiência demonstram perfeitas condições de praticar as mais diversas modalidades esportivas. A prática esportiva, conforme Silva e Oliveira (2006), facilita o sujeito com deficiência visual a possuir uma maior autonomia, segurança, potencialidade em seus movimentos, sendo estes mais eficazes e próximos dos movimentos realizados por pessoas que não possuem qualquer problema.

    Às pessoas com deficiência física e mental, as atividades físicas aparecem como uma forma de melhor ocupar o tempo livre e manter o equilíbrio físico e mental do indivíduo. Para esta população, Zuchetto e Castro (2002) enfatizam a prática de atividades que levem em conta a sua capacidade, necessidades e limitações, auxiliando os mesmos no desenvolvimento e aprimoramento de movimentos necessários para a realização de tarefas essenciais no seu cotidiano. Segundo Labronici et al. (2000), o esporte, ao portador de limitação física, melhora a integração social e adaptação da sua condição física.

    Para as pessoas com paralisia cerebral (hemiparesia e diparesia espástica), o treinamento aeróbico pode conduzir a benefícios cardiorrespiratórios (BATISTA et al., 2010). Os jogos, para aqueles com paralisia sem oralidade, mostra-se importante por estilular o uso das diferentes habilidades expressivas, como, por exemplo, uso de gestos representativos, expressões corporais e faciais, vocalizações, assim como as combinações destas e outras habilidades (SAMESHIMA; DELIBERATO, 2009).

    Os benefícios adquiridos pelo aluno com deficiência mediante a prática da atividade física são resumidamente apresentados no quadro 1.

Quadro 1. Benefícios da atividade física ao aluno com deficiência

Nível Motor

Nível Cognitivo

Nível Afetivo

Desenvolve:

  • Velocidade

  • Agilidade

  • Força

  • Equilíbrio

  • Coordenação

  • Ritmo

  • Flexibilidade

  • Condição cardiorrespiratórias (aeróbica e anaeróbica)

Desenvolve:

  • Raciocínio

  • Atenção

  • Melhora a percepção espaço-temporal

  • Aumentar a capacidade de concentração

Favorece:

  • Sociabilização

  • Espírito de luta

  • Controle de ansiedade

  • Auto-estima

Fonte: Teixeira e Ribeiro (2006)

    No âmbito escolar, as aulas de Educação Física possuem uma importância especial para o desenvolvimento motor, social e emocional de crianças com deficiência, já que podem proporcionar estimulações motoras capacitantes, centradas nos potenciais remanescentes e que poderiam compensar alguns atrasos no desenvolvimento, além de proporcionarem uma adequada confrontação com situações de desafio, associadas a vivências de “ser capaz”, que são de fundamental importância para o desenvolvimento emocional destas crianças e de jovens.

Esportes adaptados para as diversas deficiências

    O esporte, considerando-se a definição de deficiência aprovada pela Resolução nº 48 de 1996 da ONU, cumpre os nobres objetivos de detectar e desenvolver os potenciais das pessoas com deficiência e proporcionar a elas oportunidades para que sejam reconhecidas como capazes de participar da vida comunitária em condições de igualdade com as demais pessoas.

    Há de se enfatizar, porém, que existem vários desafios do esporte adaptado no Brasil frente à inclusão escolar (FERREIRA, 2010).

    De acordo com o exposto, as informações sobre os esportes listados doravante foram retiradas dos manuais do Comitê Paraolímpico Brasileiro para orientação dos professores de Educação Física, com complementação das contribuições de Melo e Lopez (2002).

    Os manuais foram desenvolvidas de modo a melhor capacitar o docente para o trabalho especializado ao aluno com deficiência, contemplando o esporte como uma importante ferramenta de integração.

Basquetebol em cadeira de rodas

    Esse esporte foi criado nos Estados Unidos pelos veteranos da II Guerra Mundial em 1945. Seu surgimento, no Brasil, deu-se por intermédio de Sérgio Del Grande e Robson Sampaio que trouxeram esta modalidade para São Paulo e Rio de Janeiro na década de 60 (TEIXEIRA; RIBEIRO, 2006).

    As atividades a serem desenvolvidas nesse esporte são similares às do esporte tradicional. No entanto, atenção especial deve ser dada tanto à cadeira de rodas quanto às condições do ambiente (adequado conforto térmico, boa iluminação e ventilação, com piso plano sem saliências), de modo a garantir a integridade física do aluno por evitar qualquer risco de acidentes.

Tênis em cadeiras de rodas

    Esse esporte foi criado nos Estados Unidos, em 1976, pelo norte-americano Brad Parks, que foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento das primeiras cadeiras de rodas adequadas à prática da modalidade em seu país.

    No Brasil, esse esporte começou a ser praticado em 1985, na cidade de Niterói-RJ (POMME; CAVALCANTE, 2006).

    As regras desse esporte pouco difere ao convencional. Assim como no Basquetebol em cadeira de rodas, deve-se dispor de atenção quanto à cadeira, de forma a evitar acidentes.

Tênis de mesa

    As primeiras competicões no Brasil de tênis de mesa para portadores de deficiência foram promovidas na década de 70 pela Associação Nacional de Deporto para Deficientes (NAKASHIMA; NAKASHIMA, 2006).

    Esse esporte pode ser praticado tanto por andantes quanto cadeirantes, portadores de paralisia cerebral, amputados ou deficientes físico-motores e mentais. O jogo pode ser desenvolvido individualmente, por dupla ou por equipe, sendo os mesmos movimentos do convencional.

Bocha

    Representa um dos esportes mais desafiadores e de significativo crescimento em todo o mundo, principalmente, por ser uma modalidade direcionada a pessoas que apresentam um quadro severo de disfunção motora, propiciando uma verdadeira condição de inclusão e igualdade de participação com outros alunos sem deficiência (CAMPEÃO, 2003; CAMPEÃO; OLIVEIRA, 2006).

    O jogo de bocha pode ser praticado individualmente, em duplas ou em equipes. A partida é realizada com um conjunto de bolas de bocha que consiste em seis bolas azuis, seis bolas vermelhas e uma bola branca, em uma quadra especialmente marcada de superfície plana e lisa. A sua finalidade principal é a mesma da bocha convencional, ou seja, encostar o maior número de bolas na bola-alvo (CAMPEÃO; OLIVEIRA, 2006).

Natação

    Para a pessoa com deficiência, a natação gera vários benefícios físicos, proporciona a integração social, a independência e o aumento da auto-estima nos alunos.

    As regras gerais da natação para pessoas com deficiência são as mesmas da natação convencional com algumas adaptações, principalmente quanto às saídas, viradas e chegadas e à orientação dos deficientes visuais (ABRANTES; LUZ; BARRETO, 2006).

Atletismo

    O atletismo para deficientes visuais é constituído basicamente por todas as provas que compõem as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo, com exceção de salto com vara, lançamento do martelo, corrida com barreira e obstáculos.

    Para o deficiente físico (com paralisia cerebral, amutados, lesados medulares etc.), o atletismo pode ser realizado, dependendo do caso, em pé ou em cadeira de rodas (VERÍSSIMO; RAVACHE, 2006).

Artes marciais

    O Comitê Paraolímpico Brasileiro enfatiza o trabalho do Judô para pessoas com deficiência. Porém, na escola existe a possibilidade de serem trabalhadas outras artes, como o Karatê, o Taekwondo e a Capoeira.

    O Judô mostra-se interessante para pessoas com cegueira parcial ou total assim como para pessoas com problemas auditivos (VIEIRA; SOUZA JÚNIOR, 2006).

Goolball

    O goolball, criado na Alemanha por Hanz Lorenzer em 1946, é uma modalidade esportiva desenvolvida especificamente para pessoas com deficiência visual. É baseado nas percepções auditivas e táteis, como também na orientação espacial. Caracteriza-se como uma atividade dinâmica. São três jogadores em cada equipe, que lançam a bola, rolando no piso da quadra, para tentar fazer o gol. A outra equipe tenta impedir o gol com os três jogadores deitando-se no piso para realizar a defesa da bola lançada pelo adversário e, assim, a disputa segue em duas etapas; vence o jogo a equipe que consegue o maior número de gols (NASCIMENTO; MORATO, 2006).

Futebol de cinco para cegos

    Esse esporte pode ser desenvolvido por pessoas com deficiência visual total ou até, no máximo, a percepção luminosa sem a distinção de objeitos, assim como por pessoas com deficiência visual parcial.

    As regras são adaptadas do esporte tradicional sendo a bola com guizos em seu interior. Para manter a igualdade de condições dos jogodores, desde 1984 passou-se a vendar os olhos dos mesmos durante a partida (FONTES, 2006).

Futebol de sete para paralisado cerebral

    Esse esporte apresenta também regras adaptadas do futebol convencional (CASTELLI, 2006).

Considerações finais

    Em função do acentuado destaque que vem ganhando o tema inclusão, cabe ao professor obter conhecimentos inovadores e especializados para desenvolver com propriedade um bom processo de ensino-aprendizagem do aluno. Quando o educando apresenta alguma deficiência, a busca de informações deve ser ainda maior.

    Mesmo tendo adequado conhecimento em termos metodológicos para o trabalho com o aluno com deficiência, o docente esbarra na dificuldade de desenvolver suas atividades em função da estrutura curricular e física da escola. Muitas destas instituições, sequer, estão preparadas para receber esses alunos.

    Nesse sentido, o professor de Educação Física também vivencia inúmeras dificuldades para o desenvolvimento de seu trabalho. Muitas das vezes, a solução para não excluir alunos com deficiência é solicitar o atestado médico. Porém, vê-se que a disciplina, ao contrário, tem papel importante no processo de inclusão desses sujeitos, além de possibilitar o seu melhor desenvolvimento motor e psicológico.

    Os esportes, complexos ou não, podem ser perfeitamente desenvolvidos em conjunto, desde que respeitadas as diferenças individuais, com estímulo especial à cooperação em detrimento à competição.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 155 | Buenos Aires, Abril de 2011
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