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As competências emocionais de jovens: um estudo de caso

Las competencias emocionales de los jóvenes: un estudio de caso

 

*Faculdade da Serra Gaúcha – FSG1

Curso de Educação Física – Licenciatura

**Programa de Pós Graduação em Ciências do Movimento Humano

do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte

da Universidade do Estado de Santa Catarina

(PPGCMH/CEFID/UDESC)

Ramona Gadens* | Maria Helena da Silva Ramalho**

Zenite Machado** | Glauber Carvalho Nobre**

João Otacílio Libardoni dos Santos**

glauber_nobre@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo geral deste estudo foi avaliar as competências do quociente emocional de jovens a partir das cinco escalas de auto-avaliação a partir das escalas intencionalidade, criatividade, resiliência, conexões interpessoais e insatisfação construtiva. E como objetivo específico identificar as zonas de performance em que se encontram os jovens de ambos os sexos. Participaram deste estudo, 130 jovens, entre idades de 10 a 12 anos, sendo 61 do sexo feminino e 69 do sexo masculino, todos freqüentadores de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada na zona oeste de Caxias do Sul, RS. Para a coleta das informações foi utilizado o protocolo para avaliação do quociente emocional realizado com agendamento prévio, pela própria pesquisadora onde os jovens através de afirmativas apresentadas assinalam como eles se percebiam nas situações. Os resultados do estudo apontam diferenças entre os meninos e as meninas onde suas opiniões se diferenciam de situação para situação. Chegando numa opinião, o quanto nós somos envolvidos pelas nossas emoções e o que podemos demonstrar quando se referimos as competências emocionais.

          Unitermos: Adolescência. Inteligência motora. Competência emocional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A adolescência caracteriza-se pelo período de transição entre a infância e a vida adulta, marcada por intensas modificações físicas, psicológicas e sociais. Período de mudanças fascinantes e ampliações de interesse onde ocorrem sensíveis transformações psíquicas e orgânicas. O período de tempo que constitui o que conhecemos como “adolescência” é afetada tanto pela biologia como pela cultura. Ele é afetado pela biologia porque o final da infância e o aparecimento da adolescência são marcados pelo início da maturação sexual. E é afetado pela cultura porque o final da adolescência e o início da idade adulta são marcados pela independência financeira e emocional da família (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Ainda para (GALLAHUE; OZMUN, 2005), a adolescência costumava incluir pessoas entre 13 e 18 anos, mas agora começa mais cedo, ás vezes já aos 8 anos, e não termina até aproximadamente a idade de 20 anos ou mais. Alterações tremendas estão ocorrendo na adolescência, o surto de crescimento adolescente, o aparecimento da puberdade e a maturação sexual são marcos biológicos primários da adolescência.

    Já para Kishimoto (1996) ressalta que as crianças e jovens de dez a doze anos têm períodos calmos, seguidos de rápido crescimento em altura e peso, início da puberdade com importantes transformações no aspecto físico e psíquico, onde as características sexuais secundárias começam a desenvolver-se. As meninas amadurecem mais rapidamente e seus interesses divergem dos meninos, começa então a etapa da separação dos sexos podendo existir grandes diferenças de tamanho, de comportamento, de personalidade, de gosto ou preferência, devido a grande variedade de interesses e diferenças individuais. Ainda Kishimoto (1996) enfatiza que as necessidades são maiores, pois, o interesse e necessidade de atividades ao ar livre, em jogos de equipes em atividades que se possa ganhar alguma vantagem no aspecto social e até financeiro são bastante observadas, atividades que possam denotar as mudanças físicas para que sejam aceitas com maior tranqüilidade e atividades específicas para meninos e meninas nesta fase podem ser favoráveis, devido à diferença de interesses e ao amadurecimento. Com isso podemos observar o modelo de inteligência motora, percebendo as diferenças relacionadas ao comportamento motor.

    O modelo de Inteligência Motora proposta por Krebs (2000) foi desenvolvido com a finalidade de dar subsídios para a análise dos múltiplos fatores na efetivação do comportamento motor. Esse modelo multifatorial busca explicar o comportamento motor como uma expressão da inteligência humana e foi baseado numa analogia ao modelo de Vygotsky acerca do pensamento e da linguagem. Krebs (2001) considera a Inteligência motora uma característica do desenvolvimento do indivíduo e que vem em uma das abordagens mais recentes para o estudo da inteligência. Inteligência, que durante muito tempo foi interpretada como uma característica de cognição humana. Inteligência motora, que o autor identifica como um conjunto indissociável de competências humanas, cada qual com suas funções específicas.

    A Inteligência Motora é uma relação de interdependência entre três competências: físico-cinestésica - que está diretamente associada com as variáveis de aptidão física e das habilidades motoras; percepto-cognitiva - inerente aos processos de perceber, comparar e tomar decisões e sócio-emocional - que esta dependente das relações interpessoais e que acontecem dentro de um determinado contexto social (Krebs, 2001).

    A noção de Inteligência Motora, uma vez observada sua natureza, deve levar em consideração que as competências dependem tanto de fatores relacionados aos processos maturacionais como dos fatores ambientais, representados pelas oportunidades e experiências dadas dentro de uma determinada cultura ou contexto social.

    Essa proposição de uma modalidade de inteligência como uma propriedade inerente ao comportamento motor está inspirada nas idéias de Samples (1997), de Gardener (1983, 1985) e de Sternberg (1992) que propõem modelos de inteligências múltiplas. Sendo assim o estímulo interno cria um relacionamento da criança consigo mesma, caracterizando o que seja a consciência corporal, e que o estímulo externo cria o relacionamento da criança com os outros e demais elementos do mundo externo, caracterizando a consciência espácio-temporal. Considerando que a consciência corporal como uma característica da nossa individualidade, e a consciência espacial e temporal como característica de nossas relações dentro do contexto.

    O estudo refere-se em avaliar as competências do quociente emocional de crianças a partir das cinco escalas de auto-avaliação a partir das escalas intencionalidade, criatividade, resiliência, conexões interpessoais e insatisfação construtiva, portanto, ressaltaremos esse aspecto para explicitar e responder nossos questionamentos. Podemos afirmar que em nosso cotidiano as emoções impulsionam os comportamentos humanos, dessa forma a emoção se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a gama de tendências para agir. Refere-se a qualquer agitação ou perturbação da mente, sentimento, paixão; qualquer estado mental veemente ou exercitado (GOLEMAN, 2001). Steiner (1998) ressalta que as emoções são inatas e geradas automaticamente na porção límbica de nosso cérebro, mas são alteradas e moldadas ao longo da vida pelas experiências que vivenciamos em nosso meio.

    Goleman (2001) ressalta que a Competência Emocional é uma capacidade adquirida, baseada na inteligência emocional, que é a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos; de se manter em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar; ser empático e autoconfiante. Goleman, 1996 enfatiza que a Inteligência Emocional (IE) irá determinar o potencial de um indivíduo para aprender as habilidades práticas que estão baseadas nos seguintes aspectos: Autoconhecimento emocional, que envolve o conhecimento que o ser humano tem de si próprio, de seus sentimentos ou intuição; controle emocional, que é a capacidade de gerenciar os próprios sentimentos, automotivação, que faz com que a pessoa coloque suas emoções a serviço de uma meta; empatia, reconhecer emoções nos outros, sabendo se colocar no lugar do outro e habilidade em relacionamentos interpessoais, que é a capacidade que a pessoa deve ter para lidar com as emoções do grupo.

    Atualmente alguns autores, como (SAARNI, 2000 citado por TKAC, 2004) referem-se competências emocionais que, de acordo com a autora é “a demonstração de auto-eficácia em transições sociais que produzem emoção” (p. 65). O termo auto-eficácia utiliza-se com o significado de que o indivíduo acredita ter capacidades e habilidades necessárias para se atingir determinado resultado. Esta competência e seus resultados irão refletir valores e crenças culturais, mas o “EU” transforma esses valores e crenças em significados pessoais. Gardner (1998) reconhece que as competências emocionais e relacionais são cruciais no corpo a corpo da vida. Para ele a inteligência emocional é intrapessoal, é uma aptidão correlata, voltada para dentro; é capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo e poder usá-lo para agir eficazmente na vida; é o contato com nossos próprios sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los para orientar o comportamento ético e moral. Quando as emoções são controladas demais, cria-se um embotamento, e assim nos distanciamos delas, quando descontroladas extremas e persistentes demais, tornam-se patológicas. O objetivo deve ser o equilíbrio, não a eliminação das emoções (FRANCO, 2000 citado por TKAC, 2004).

    A mente racional demora mais para registrar e reagir aos fatos do que a mente emocional, o primeiro impulso, em circunstâncias emotivas não vem da cabeça, mas do coração. Outro tipo de reação emocional é o caminho que leva a eclosão (surgir) de emoções é mais deliberado e, em geral, temos consciência do raciocínio que leva à emoção. Essas duas mentes, a emocional e a racional, na maioria parte do tempo operam em estreita harmonia, entrelaçando seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo. Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional, com a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional refinando e, às vezes, vetando a entrada das emoções (GOLEMAN, 2001).

    Com base no referencial teórico investigado traçamos como objetivo geral avaliar as competências do quociente emocional de jovens a partir das cinco escalas de auto-avaliação a partir das escalas intencionalidade, criatividade, resiliência, conexões interpessoais e insatisfação construtiva. E como objetivo específico identificar as zonas de performance em que se encontram os jovens de ambos os sexos.

Metodologia

    O contexto do estudo é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvê, está situada na Rua Artemin Karan, 1384, no bairro Santa Lúcia, na zona Oeste de Caxias do Sul. A escola é considerada de classe média alta, atende aproximadamente, 600 alunos nos turnos da manhã e tarde.

    Os participantes do estudo são 130 jovens matriculados na Escola Municipal de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvê, entre as idades de 10 e 12 anos, de ambos os sexos, que freqüentam regularmente a escola.

    O instrumento de coleta de dados foi a Escala de Inteligência Emocional contendo cinco escalas para a auto-avaliação. Essas escalas são: intencionalidade, criatividade, resiliência, conexões interpessoais e descontentamento construtivo (Orioli; Cooper, 1997 citado por Tkac, 2004).

    Para a coleta de dados utilizamos o protocolo para avaliação do quociente emocional, aplicado para os jovens em uma sala de aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental Arnaldo Ballvê. Após a explicação do procedimento para o preenchimento do protocolo pelo próprio pesquisador e após o esclarecimento de dúvidas, os sujeitos foram distribuídas de forma que cada uma delas preenchesse os itens solicitados sem comunicação e interferência entre eles. Dessa forma, as respostas dos questionários puderam sejam expressas apresentando a real condição social e emocional do participante.

    Para a análise das competências utilizamos à classificação dos sujeitos e níveis conforme proposta do autor: nível de atenção, nível vulnerabilidade, nível proficiente e nível ótimo. A escala Intencionalidade, o nível de atenção, vulnerabilidade, proficiente e ótimo referem-se à seguinte pontuação: 0-22; 23-28; 29-33 e 34-39 respectivamente. A escala Criatividade, o nível de atenção, vulnerabilidade, proficiente e ótimo referem-se à seguinte pontuação: 0-13; 14-19; 20-24; 25-30 respectivamente. A escala da Resiliência, o nível de atenção, vulnerabilidade, proficiente e ótimo referem-se à seguinte pontuação: 0-24; 25-29; 30-34; 35-42 respectivamente. A escala Conexões Interpessoais, o nível de atenção, vulnerabilidade, proficiente e ótimo referem-se à seguinte pontuação: 0-18; 19-24; 25-28; 29-30 respectivamente. Finalizando a escala Insatisfação construtiva, o nível de atenção, vulnerabilidade, proficiente e ótimo referem-se à seguinte pontuação: 0-15; 16-20; 21-25; 26-30 respectivamente.

    Para a avaliação da competência utilizamos à estatística descritiva: médias, freqüência, percentual e desvio padrão.

Apresentação e discussão dos resultados

    A seguir será mostrado o resultado obtido nesse estudo para as cinco escalas de auto-avaliação do quociente emocional, Intencionalidade, Criatividade, Resiliência, Conexões Interpessoais e Insatisfação Construtiva, sendo suas zonas de performance ótima, proficiente, vulnerável e atenção.

Quadro 1. Classificação dos participantes do estudo, dividido por sexo, nas escalas e zonas de performance do quociente emocional

Escalas

Zonas de Performance

Feminino

Masculino

TOTAL

Intencionalidade

 

Freq

%

Freq

%

Freq

%

Ótimo

2

3,2%

4

5,9%

6

4,6%

Proficiente

20

32,3%

10

14,7%

30

23,1%

Vulnerável

29

46,8%

34

50,0%

63

48,5%

Atenção

11

17,7%

20

29,4%

31

23,8%

Criatividade

  

Freq

%

Freq

%

Freq

%

Ótimo

18

29,0%

13

19,1%

31

23,8%

Proficiente

17

27,4%

17

25,0%

34

26,2%

Vulnerável

21

33,9%

28

41,2%

49

37,7%

Atenção

6

9,7%

10

14,7%

16

12,3%

Resiliência

  

Freq

%

Freq

%

Freq

%

Ótimo

8

12,9%

9

13,2%

17

13,1%

Proficiente

29

46,8%

20

29,4%

49

37,7%

Vulnerável

15

24,2%

22

32,4%

37

28,5%

Atenção

10

16,1%

17

25,0%

27

20,8%

Conexões Interpessoais

  

Freq

%

Freq

%

Freq

%

Ótimo

3

4,8%

2

2,9%

5

3,8%

Proficiente

21

33,9%

6

8,8%

27

20,8%

Vulnerável

29

46,8%

38

55,9%

67

51,5%

Atenção

9

14,5%

22

32,4%

31

23,8%

Insatisfação Construtiva

  

Freq

%

Freq

%

Freq

%

Ótimo

0

0,0%

0

0,0%

0

0,0%

Proficiente

1

1,6%

2

2,9%

3

2,3%

Vulnerável

21

33,9%

23

33,8%

44

33,8%

Atenção

40

64,5%

43

63,2%

83

63,8%

Intencionalidade

    A primeira medida dos atributos do quociente emocional é a intencionalidade que, de acordo com Orioli e Cooper (1997) é a habilidade para agir deliberadamente, de propósito, dizer o que se quer dizer realmente e dar significado ao que se diz.

    Ao analisarmos a escala da intencionalidade, observamos que os sujeitos investigados concentram-se nas zonas de performance vulnerável, atenção e proficiente, sendo que os escolares de ambos os sexos encontram-se vulneráveis. SAARNI (2000) citado por TKAC, 2004 ressalta que competências emocionais, de acordo com a autora são “a demonstração de auto-eficácia em transições sociais que produzem emoção” (p. 65). O termo auto-eficácia utiliza-se com o significado de que o indivíduo acredita ter capacidades e habilidades necessárias para se atingir determinado resultado. Esta competência e seus resultados irão refletir valores e crenças culturais, mas o “EU” transforma esses valores e crenças em significados pessoais.

    Os resultados da medida intencionalidade dos atributos de competência emocional observado nos jovens participantes do estudo são visualizados na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados para a medida de Intencionalidade dos atributos de competência emocional

    Observamos que nessa escala de intencionalidade os participantes apresentaram uma tendência par a zona de performance vulnerável (48,5%).

    Constatamos ainda que ao classificar os sujeitos por sexo, as meninas demonstram estar na zona de performance vulnerável sendo 46,8% e proficiente com 32,3%. E os meninos diferentemente apresentam o quociente de competência emocional nesta escala em zonas de performance vulnerável 50,0% e atenção 29,4%.

    Comparando os resultados obtidos neste estudo e os resultados apresentados por Tkac (2004), percebemos que ambos tem suas maiores forças na zona de performance vulnerável 48,5% e 54,3% respectivamente, seguido atenção 23,8% e 25,8%, proficiente 23,1% e 18,5% respectivamente.

    Podemos observar ainda na tabela 1 que para a escala de intencionalidade as meninas tem suas maiores forças para a vulnerabilidade 22,3% e os meninos diferentemente das meninas se encontram em atenção 15,3.

Criatividade

    A próxima medida que compõe a escala de auto-avaliação do quociente emocional é a criatividade, que é para Orioli e Cooper (1997), a habilidade para recursos não-cognitivos múltiplos que permitem ao sujeito pressentir idéias novas e poderosas, amar soluções alternativas e encontrar novos modos de fazer as coisas.

    Os resultados da medida criatividade dos atributos de competência emocional observado nos jovens participantes do estudo são visualizados na tabela 2.

Tabela 2. Resultados para a medida de criatividade dos atributos de competência emocional

    Observamos que nessa escala de criatividade os participantes apresentaram uma tendência par a zona de performance vulnerável (37,7%).

    Constatamos ainda que ao classificar os sujeitos por sexo, as meninas demonstram estar na zona de performance vulnerável 33,9% e proficiente 27,4% e os meninos também se encontram vulneráveis 41,2% e proficiente 26,2% Os resultados obtidos para a escala da criatividade demonstram que os sujeitos analisados neste estudo de ambos os sexos apresentam suas maiores forças na zona de performance “vulnerável” com 37,7% .

    Comparando os resultados obtidos neste estudo e os resultados apresentados por Tkac (2004), percebemos que ambos tem suas maiores forças na zona de performance vulnerável 37,7% e 34,3% respectivamente, seguido de proficiente 26,2%e 32,8%, ótimo 23,8% e 22,9% respectivamente.

    Podemos observar na tabela 2 que para a escala de criatividade as meninas se encontram vulneráveis 16,1% e os meninos também tem suas maiores forças na zona de performance vulnerável 23,8%.

Resiliência

    A resiliência é para Orioli e Cooper (1997), a habilidade de voltar rapidamente ao estado normal ou inicial, ser flexível, ter senso de curiosidade e ser esperançoso sobre o futuro, até mesmo em face das adversidades.

    Os resultados da medida resiliência dos atributos de competência emocional observado nos jovens participantes do estudo são visualizados na tabela 3.

Tabela 3. Resultados para a medida de resiliência dos atributos de competência emocional

    Observamos que nessa escala de criatividade os participantes apresentaram uma tendência para zona de performance proficiente (37,7%).

    Constatamos ainda que ao classificar os sujeitos por sexo, as meninas demonstram estar nas zonas de performance proficiente 46,8% e vulnerável 24,2%, e os meninos diferentemente das meninas se encontram nas zonas de performance vulnerável 32,4%% e proficiente 29,4%%. Kishimoto (1996) enfatiza que as meninas amadurecem mais rapidamente e seus interesses divergem dos meninos, começa então a etapa da separação dos sexos podendo existir grandes diferenças, de comportamento, de personalidade, de gosto ou preferência, devido a grande variedade de interesses e diferenças individuais.

    Ao comparar os resultados obtidos nesse estudo e os resultados apresentados por Tkac (2004), percebemos que neste estudo os sujeitos investigados apresentam suas maiores forças na zona de performance proficiente 37,7%, seguido de vulnerável 28,5% e atenção 20,8%. Diferentemente dos sujeitos investigados por Tkac (2004) demonstram estar vulnerável 31,4%, seguido de atenção 28,6% e proficiente 24,3%.

    Contatamos ainda que os resultados que podemos observar na tabela 3, para a escala da resiliência as meninas se encontram proficiente 22,3% e os meninos diferentemente delas se encontram vulneráveis 16,9%.

Conexões interpessoais

    Esta medida de acordo com Orioli e Cooper (1997) às habilidades para criar e sustentar uma rede social de pessoas com quem possa ser o que realmente se é; a quem se pode expressar carinho e apreciação; com quem se pode compartilhar suas vulnerabilidades e esperanças. Gardner (1998) ressalta que a Inteligência emocional é intrapessoal, é uma aptidão correlata, voltada para dentro; é capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo e poder usá-lo para agir eficazmente na vida; é o contato com nossos próprios sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los para orientar o comportamento ético e moral.

    Os resultados da medida resiliência dos atributos de competência emocional observado nos jovens participantes do estudo são visualizados na tabela 4.

Tabela 4. Resultados para a medida de conexões interpessoais dos atributos de competência emocional

    Observamos que nessa escala de conexões interpessoais os participantes apresentaram uma tendência para zona de performance vulnerável (51,5%).

    Constatamos ainda que ao separar os sujeitos por sexo, as meninas demonstram estar nas zonas de performance vulnerável 46,8% e proficiente 33,9%. Diferentemente os meninos apresentam as zonas de performance vulnerável 55,9% e atenção 32,4%.

    Comparando os resultados obtidos nesse estudo e os resultados apresentados por Tkac (2004), observamos que os sujeitos investigados neste estudo se encontram vulneráveis 51,5% e os sujeitos investigados por Tkac (2004) demonstram estar na zona de performance atenção 42,8%, seguidos de atenção 23,8% e proficiente 20,8% e proficiente 38,6% e vulnerável 17,2% respectivamente.

    Para a escala conexões interpessoais as meninas e os meninos têm suas maiores forças na zona de performance vulnerável 21,5% e 30,0%, como podemos visualizar na tabela 4.

Insatisfação construtiva

    Esta medida engloba as pessoas, que segundo Orioli e Cooper (1997) exploram a habilidade para ficar tranqüila, enfocada e emocionalmente amadurecida, até mesmo em face à discordância e conflitos. Goleman, 2001 enfatiza que a Competência Emocional é uma capacidade adquirida, baseada na inteligência emocional, que é a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos; de se manter em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar; ser empático e autoconfiante.

    Os resultados da medida insatisfação construtiva dos atributos de competência emocional observado nos jovens participantes do estudo são visualizados na tabela 5.

Tabela 5. Resultados para a medida de insatisfação construtiva dos atributos de competência emocional

    Observamos que nessa escala de insatisfação construtiva os participantes apresentaram uma tendência para zona de performance atenção 63,8%.

    Constatamos ainda que ao separar os sujeitos por sexo, as meninas demonstram estar nas zonas de performance atenção 64,5% e vulnerável 33,9%, e os meninos também tem suas maiores forças nas zonas de performance atenção 63,02% e vulnerável 33,8%.

    Comparando os resultados obtidos neste estudo e os resultados apresentados por Tkac (2004), percebemos que ambos tem suas maiores forças na zona de performance atenção 63,8% e 50% respectivamente, seguido de vulnerável 33,8% e 42,8% e proficiente 2,3% e 7,2% respectivamente.

    Para a insatisfação construtiva os resultados obtidos conforme a tabela 5, as meninas e os meninos se encontram na zona de performance atenção 30,7% e 33,0% respectivamente.

Considerações finais

    Ao avaliar as competências do quociente emocional de jovens a partir das cinco escalas de auto-avaliação intencionalidade, criatividade, resiliência, conexões interpessoais e insatisfação construtiva podemos concluir que os sujeitos entre 10 e 12 anos de idade de ambos os sexos apresentam melhores resultados para a escala de conexões interpessoais, seguidos da escala de criatividade, e intencionalidade. Os meninos apresentam um melhor desempenho na escala de insatisfação construriva, onde podemos perceber que os sujeitos se percebem mais tranqüilos e centrados nos seus objetivos. As meninas apresentam um melhor resultado na escala da intencionalidade, assim mostram-se autenticas e sinceras nas suas decisões. Através desse estudo podemos perceber o quanto somos envolvidos pelas nossas emoções e o que podemos demonstrar quando se referimos as competências emocionais.

Referências bibliográficas

  • FRANCO, G. S. Psicologia no esporte e na atividade física: uma coletânea sobre a prática com qualidade. São Paulo: Manole, 2000.

  • GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Editora: Phorte, São Paulo, 2001.

  • GARDNER, H. Inteligência: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

  • GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

  • KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1996.

  • KREBS, R. J. Desenvolvimento humano: teorias e estudos. Santa Maria: Pallotti, 1995.

  • SAARNI, C. Competência emocional: uma perspectiva evolutiva. In: BAR-ON, R.; PARKER, J.D.A. Manual de Inteligência Emocional: teoria e aplicação em casa, na escola e no trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 65-98.

  • TKAC, C.M. Perfil de inteligência motora de participantes do projeto esporte e escolar no município de Soa José, SC. Florianópolis: 2004.

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