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Os benefícios da pratica da natação em crianças com hemiplegia

Los beneficios de la práctica de la natación en niños hemipléjicos

 

*Mestranda em Saúde Coletiva

Instituto Luterano de Ensino Superior de Porto Velho/ILES

ULBRA. Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física

**Mestre em Educação Ambiental

Instituto Luterano de Ensino Superior de Porto Velho/ ILES

ULBRA. Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física.

***Mestre em Educação Física, lotada no DEF/UNIR

Grupo de Estudo do desenvolvimento e da Cultura Corporal

Eliane Elicker*

Adriane Corrêa da Silva**

Silvia Teixeira de Pinho***

elielicker@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo verificou os benefícios da natação em crianças com hemiplegia. Foi realizada uma pesquisa experimental com abordagem comparativa e quantitativa. A população foi composta de 04 crianças do sexo masculino com idade de 7 anos, em um clube de Porto Velho, Rondônia. Os alunos foram submetidos a um pré-teste no qual foi utilizado: preensão manual, medicinebol e teste de flexibilidade na água. Foram realizadas 36 aulas de natação que duraram de 45 a 50 minutos, cinco vezes por semana. Após o término das aulas foi realizado o pós-teste. Para análise e a interpretação dos dados foi utilizada a estatística descritiva. Concluiu-se que ocorreram melhoras na força e na flexibilidade das crianças hemiplégicas.

          Unitermos: Hemiplegia. Natação. Criança.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A hemiplegia é uma paralisia do sistema nervoso central, pouco conhecida entre os acadêmicos e profissionais de Educação Fisica.

    A hemiplegia ocorre quando há comprometimento motor de um lado corporal, podendo haver prejuízo mais acentuado no membro superior. Caso se apresente nos quatro membros, chamamos dupla hemeplegia ou tetraplegia (FRUG, 2001).

    Segundo Lianza (1985) a hemiplegia não é uma doença, é uma seqüela neurológica grave devida a um comprometimento circulatório no cérebro com conseqüências e comprometimento em vários níveis, a paralisia compromete uma determinada área do cérebro que por algum motivo sofreu uma lesão cerebral, essa área é responsável por determinadas funções no corpo humano.

    Outra definição que se pode ter nas literaturas recomendadas em relação à hemiplegia é que se trata de: “uma paralisa de uma metade corporal, ou seja, os membros superiores, inferiores e hemifaces, decorrente de derrame ou disfunções neurológicas” (MATTOS, 2005).

    Os problemas que afetam a criança hemiplégica requerem vários cuidados especiais, relacionados com a saúde e a educação. Esses problemas podem ser minimizados com a prática da natação. O coração e o aparelho circulatório apresentem melhor eficiência, através das aulas de natação a criança hemiplégica podera vivenciar situações totalmente diferentes de sua rotina diaria.

    A criança tem necessidade de estar constantemente trabalhando o seu desenvolvimento geral, sendo essa uma característica desenvolvida pela prática da natação. São descritos como processo de desenvolvimento importante para a vida de qualquer ser humano: “Desenvolvimento físico, que inclui fatores genéticos; crescimento físico de todos os componentes do corpo; mudanças no desenvolvimento motor, nas sensações no sistema sensorial” (WINNICK, 2004).

    Na natação, os efeitos da água diminuem o tônus muscular favorecendo um relaxamento importante para a criança com hemiplegia que possui um hemicorpo comprometido.

    O presente estudo objetiva verificar os benefícios da natação em crianças com hemiplegia.

Metodologia

    A população foi composta de 04 meninos de sete anos portadores de Hemiplegia.

    A pesquisa ocorreu em três momentos, no pré teste, onde aplicou-se: o teste flexibilidade adaptado (CASE ,1998), o teste de preensão manual protocolo de Corbin (1978) e o teste de força explosiva de extremidades superiores (medicinebol). Na intervenção, onde foram ministradas 30 aulas de natação de 45 a 50 minutos. E no pós-teste, ao final da intervenção, onde se realizou os testes do pré-teste novamente, a fim de compará-los.

    A coleta de dados se deu por meio de aplicação de instrumentos específicos de coleta de dados (anamnese) com as crianças com hemiplegia. Foram feitos contato com as mães através de uma clinica de fisioterapia onde foi explicado o procedimento da pesquisa e que a mesma teria o direito de se retirar da sem qualquer constrangimento para si e a criança. Assinaram e então assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foi feito contato com o clube onde ocorreu a liberação do espaço para as aulas de natação. As mães receberam e Foram feitas fichas de anamnese onde se avaliou as condições físicas da criança hemiplégica.

    Este método de avaliações e testes buscou respostas para a evolução do desempenho motor da criança hemiplégica submetidas à natação, utilizando pré e pós-testes motores verificou-se as mudanças ocorridas a nível motor da criança de acordo com sua individualidade biológica e maturacional.

    Foi utilizado o programa SPSS 12 para análise dos dados, onde descreveu-se de forma descritiva.

Resultados e discussão

    Os resultados da média do pré e pós-teste, dos testes realizados podem ser visualizados na Tabela 1.

Tabela 1. Escores de preensão manual, medicinebol e flexibilidade de membros superiores e inferiores

Teste

Média

Desvio Padrão

Teste “t”Student

Pré

Pós

Preensão manual (PM)

9,28

10,03

0,92

1,36

Medicinebol

0,80

0,91

0,14

1,36

Flexibilidade

Membros Superiores

14,60

20,85

12,03

0,90

Flexibilidade

Membros Inferiores

35,92

37,87

1,62

2,08

Média Geral

15,15

17,41

 

 

    Todos testes mostraram aumento nos escores, no entanto, este aumento não foi estatisticamente significativo.

    Nos três primeiros testes onde se exigia força e flexibilidade o aluno 1 não teve êxito devido ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ao nascer. Isto faz com que o hemicorpo esquerdo não responda ao movimento motor devido a paralisia que afeta a área motora correspondente a movimentos de força e flexibilidade.

    De acordo com Brandão (2002), a lesão no tracto piramidal resulta na hemiplegia onde faltam os movimentos de precisão e o ajuste motor fino. Após um período de paralisia flácida, a paralisia é espástica, havendo hipertonia muscular, reflexos tendinosos hiperativos e diminuição ou abolição dos reflexos cutâneos.

    Aliada a um AVC as chances de movimentos são mínimas, pois perde-se a tonicidade muscular que seria responsável pelo relaxamento do músculo onde seriam realizados os movimentos de contração residual ou sensação de firmeza.

    Diante do exposto, os resultados apontam para uma melhora nos escores, o que é satisfatório mediante a situação apresentada.

Considerações finais

    O presente estudo constatou que ocorreram melhoras nos aspectos motores da criança hemiplégica, devido ao aumento nos escores dos testes realizados.

    Tais alterações podem estar relacionadas à metodologia que foi utilizada, visto que a natação diante do ambiente aquático proporciona uma relação afetiva e motivadora.

    Pelo fato da amostra ser composta por crianças com hemiplegia, algumas chegaram com muitas dificuldades para a realização do pré-teste, sendo que este quadro mudou com a realização do pós-teste.

    Conclui-se que a natação melhora a força e a flexibilidade da criança hemiplégica, apesar destes resultados não serem estatisticamente significativos, para uma criança hemiplégica podem representar grandes avanços em seu desenvolvimento motor e em sua qualidade de vida.

Referências

  • BRANDÃO, Marcus Lira. Psicofisiologia: as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2002.

  • CASE, Lee Anne, Condicionamento Físico na Água. São Paulo, Manole. (1998).

  • CORBIN, C. B. Concepts in physical educacion. Dubuque IA: Brown 1978.

  • FRUG, Chrystianne Simões. Educação Motora em Portadores de Deficiência. São Paulo – SP: Plexus, 2001.

  • LIANZA, Sérgio. Medicina de Reabilitação. Rio de Janeiro, RJ: ed. Guanabara Koogan, 1985.

  • MATOS, Daniel Corrêa de. Dicionário de Educação Física, Desporto e Saúde. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Rubio, 2005.

  • WINNICK, Joseph. Educação Física e Esportes Adaptados. Barueri, SP: Manole, 2004.

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