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Intervenções em crianças com sobrepeso e obesidade 

na estratégia de saúde da família: uma revisão sistematizada

Intervenciones en niños con sobrepeso y obesidad en estrategia de salud de familia: una revisión sistematizada

 

*Autor. Especialista em Saúde da Família

pela Universidade Federal de Santa Catarina.

**Orientadora. Professora Adjunta do departamento de Saúde Pública

da Universidade Federal da Santa Catarina
(Brasil)

Mauricio Camaroto*

mcamaroto@gmail.com

Karen Glazer Peres**

karengp@ccs.ufsc.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo foi realizar uma revisão sistematizada sobre pesquisas e estudos a respeito de práticas de intervenção na obesidade infantil no Brasil. Esta revisão sistemática avaliou artigos sobre ações realizadas pela estratégia de saúde da família com relação à obesidade na infância publicados nas bases de dados PubMed e SciELO sem limitação temporal e nas línguas inglês português e espanhol, conforma a base da dados correspondente. Os uni termos utilizados foram: Brasil; criança; epidemiologia e saúde pública; obesidade, sobrepeso e peso corporal; estratégia de saúde da família, promoção de saúde, atenção básica e serviço. Sendo que todos os termos formaram imbricações nas três línguas pesquisadas. As referências bibliográficas dos artigos selecionados também foram utilizadas para a base literária do artigo. O limite de idade foi dado por seres crianças, designadas como pessoas entre 6 e 12 anos, segundo o DeCS. Na primeira busca obtivemos a quantidade de 213 artigos. Foram aceitos e revisados pelos pesquisadores seis desses estudos. Concluí-seque há existem poucos estudos de intervenção no combate ao sobrepeso e obesidade em crianças. Ao se considerara e estratégia de saúde da família a escassez de experiência a respeito é ainda maior.

          Unitermos: Obesidade. Criança. Epidemiologia. Estratégia de Saúde da Família. Brasil.

 

Abstract

          The aim of this systematic review was to analyse research of practical interventions for obesity in Brazil. For this, we analysed papers related to the action of the Health of Family Strategy in children obesity published at PubMed and SciELO Baselines with no temporal limitation. Articles written in Spanish, English and Portuguese were taken to discussion. The key words used were: Brazil, child, epidemiology, public health, obesity, overweight and body weight, healthy of family strategy, healthy promotion, basic care and service. All keys words were translated to the three languages. The references of the articles were used as literature basis as well. The age limit for childhood was taken as 6 to 12 years old (DeCS). At the first search we acquired 213 articles. Moreover, six articles were accepted and reviewed. It was concluded that few studies aimed to analyse the interventions against overweight and obesity in children and mainly regarding healthy of family strategy.

          Keywords: Obesity. Child. Epidemiology. Family health program. Brazil.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A obesidade se caracteriza pela porcentagem de gordura corporal acima de 25% para homens e acima de 30% para mulheres (GUEDES & GUEDES, 1998). Para crianças esta curva varia pelas diferenças nos períodos de crescimento, apresentando, assim, características particulares. GUEDES & GUEDES (1998), ao pesquisar os índices de obesidade na população, constataram um aumento da obesidade entre as crianças. Tal fato está sendo motivo de preocupação por parte de todos os profissionais da área da saúde, pois o excesso de peso e gordura corporal em crianças e jovens aumenta o risco de se tornarem adultos com sobrepeso e/ou obesidade, sendo esta uma tendência do mundo ocidental industrializado.

    Dentre as várias teorias a este respeito, acredita-se que a causa da obesidade se relaciona à adaptação do homem à vida moderna, o que repercute na criança em termos de diminuição da atividade física, aumento da ingestão alimentar e transtornos de comportamento cada vez mais precoces (ZAMBON et al, 2008).

    A necessidade da mudança do modo de vida por tempo indeterminado para se obter bons resultados é, provavelmente, o que dificulta o tratamento e faz com que os pacientes abandonem o acompanhamento (ZAMBON et al, 2008).

    Apesar de estimativas, segundo Mello e colaboradores, apresentarem o Brasil com taxas de prevalência de sobrepeso menores que em outros países como EUA, é consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e que ela determina várias complicações na infância e na idade adulta. Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade (MELLO, et al, 2004).

    No Brasil, em 1989, existiam cerca de um milhão e meio de crianças obesas, sendo que a prevalência era maior entre meninas do que em meninos (FISBERG, 1995). A obesidade deixou de ser vista apenas como uma característica que se dissocia dos padrões estéticos atuais, para ser tratada como uma doença do tipo crônica (GUEDES & GUEDES, 1998).

    Longe de ser apenas uma questão de estética, a obesidade agora é tratada como uma patologia, com certo nível de gravidade, pois representa um fator de risco para muitas doenças, como o diabetes, a hipertensão e doenças cardíacas (FISBERG, 1995). O excesso de peso e, em maior escala, a obesidade têm sido alvo de amplos estudos, haja vista que ambos têm sido apontados, estatisticamente, como as principais causas de mortes por doenças cardiovasculares em todo o mundo (BLAIR e MEREDITH, 1994). A questão é tão preocupante, que a obesidade pode ser vista como uma epidemia, superando até o número de subnutridos no planeta (800 mil subnutridos para 1 bilhão de obesos) (GUEDES e GUEDES, 1998).

    A literatura ainda é controversa em como considerar positivo o resultado do tratamento da obesidade, independente da faixa etária. Em adultos, acredita-se que a perda de 10% do peso pode acarretar melhora das comorbidades. Em relação às crianças e aos adolescentes, um consenso internacional de especialistas sugere que as expectativas devam ser individualizadas. Mas, qualquer diminuição no escore Z do IMC deve ser considerada como um bom resultado terapêutico, enquanto as metas ideais a serem atingidas não forem determinadas (ZAMBON et al, 2008).

    Com isso, observa-se a importância do presente estudo, pela carência na literatura de pesquisas relacionando crianças obesas e com sobrepeso e a atenção dada nos centro de saúde e mesmo para que uma revisão sistematizada como essa possa vir a agrupar estudos a fim de criarmos ainda mais pensamentos imbricados direcionados aos cuidados com essa realidade;

    Para Mello e colaboradores (2004) em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde pública, que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira. É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas.

    Segundo Rinaldi e colaboradores (2008), numa visão histórica e evolucionista o homem desenvolveu-se com reservas nos momentos de fartura e mecanis­mos adaptativos que o auxiliavam a sobreviver durante os períodos de escassez. Esta grande capacidade de armazenar energia do alimento pode ser considerada uma característica genética negativa para o homem contemporâneo, pois o desenvolvimento tecnológico e a mecanização da produção favoreceram o aumento exponen­cial da disponibilidade de alimentos e, paralelamente, o gasto energético com as atividades laborais e de lazer diminuiu de forma significativa, podendo ser mais um indício do aumento de incidência e prevalência de obesidade, também na idade infantil.

    Esta patologia está relacionada ao desequilíbrio entre consumo e gasto de energia. Todo um sistema de vida inadequado favorece este tipo de acontecimento: sedentarismo, hábitos familiares inadequados, alimentação insatisfatória, excesso de carboidratos na dieta, a velocidade na refeição, os lanches desequilibrados e o consumo de doces e guloseimas (FISBERG, 1995).

    Existem vários métodos diagnósticos para classificar o indivíduo em obeso e sobrepeso. O índice de massa corporal (IMC, peso/estatura²) e a medida da dobra cutânea do tríceps (DCT) são bastante utilizados em estudos clínicos e epidemiológicos. Os percentis 85 e 95 do IMC e da DCT são comumente utilizados para detectar sobrepeso e obesidade, respectivamente. Mais recentemente, tem-se a tabela de Cole et al., com padrões mundiais para sobrepeso e obesidade infantil. Outro índice bastante útil é o índice de obesidade (IO, peso atual/peso no percentil 50/estatura atual/estatura no percentil 50 x 100), que nos indica quanto do peso do paciente excede seu peso esperado, corrigido para a estatura. De acordo com esse índice, a obesidade é considerada leve quando o IO é de 120 a 130%, moderada quando é de 130 a 150%, e grave quando excede 150%. Um grande problema deste método é pressupor que qualquer aumento de peso acima do peso corpóreo padrão represente aumento de gordura. Assim, nem todas as crianças com IO superior a 120% são, de fato, obesas. Mas, de qualquer forma, este método pode ser valioso na triagem de crianças obesas (MELLO et al, 2004).

    Segundo Mello e colaboradores (2004) podemos incluir entre as complicações da obesidade infantil: a quantidade total de gordura, o excesso de gordura em tronco ou região abdominal e o excesso de gordura visceral são três aspectos da composição corporal associados à ocorrência de doenças crônico-degenerativas. O aumento do colesterol sérico é um fator de risco para doença coronariana, e esse risco é ainda maior quando associado à obesidade. O sobrepeso triplica o risco de desenvolvimento de diabetes melito. Assim como a obesidade, o nível de colesterol aumentado, o hábito de fumar e a presença de hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito e sedentarismo são fatores de risco independentes para doença coronariana. A obesidade é fator de risco para dislipidemia, promovendo aumento de colesterol, triglicerídeos e redução da fração HDL colesterol. A perda de peso melhora o perfil lipídico e diminui o risco de doenças cardiovasculares.

Tabela 1. Complicações da obesidade

Articulares

Maior predisposição a artroses, osteartrite, Epifisiólise da cabeça femoral, Genu valgum, coxa vara

Cardiovasculares

Hipertensão arterial sistêmica, Hipertrofia cardíaca

Cirúrgicas

Aumento do risco cirúrgico

Crescimento

Idade óssea avançada, aumento da altura, Menarca precoce

Cutâneas

Maior predisposição a micoses, dermatites e piodermites

Endócrino-metabólicas

Resistência à insulina e maior predisposição ao diabetes

Hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia

Gastrointestinais

Aumento da freqüência de litíase biliar, Esteatose hepática e esteatohepatite

Mortalidade

Aumento do risco de mortalidade

Neoplásicas

Maior freqüência de câncer de endométrio, mama, vesícula biliar, cólon/reto, próstata

Psicossociais

Discriminação social e isolamento, Afastamento de atividades sociais, Dificuldade de expressar seus sentimentos

Respiratórias

Tendência à hipóxia, devido a aumento da demanda ventilatória, aumento do esforço respiratório, diminuição da eficiência muscular, diminuição da reserva funcional, microectasias, apnéia do sono, síndrome de Pickwicky,

Infecções, Asma

Fonte: Mello et al, 2004.

    Com relação à inatividade, é fundamental compreender a importância da atividade física (AF) nos estudos referentes às causas da obesidade, pois a AF representa de 15 a 40% do gasto energético total. Além disso, indivíduos que praticam esporte ou algum tipo de exercício físico, adquirem hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente com relação à dieta, contribuindo com a prevenção e o controle da obesidade (SICHIERI, 1998). Além disso, com a obesidade também poderão surgir outros problemas, principalmente na vida escolar das crianças. Poderão aparecer discriminações por parte dos colegas de classe ao participar das aulas de Educação Física, ou até mesmo em brincadeiras na hora do recreio, levando a criança obesa ao isolamento e conseqüente inatividade (CREFF e HERSCHBERG, 1983).

    Isto é confirmado quando ANDRADE (1995) coloca que a compreensão dos aspectos psicogênicos e psicodinâmicos do processo evolutivo da obesidade não são uma tarefa simples, mas que pode se tornar bastante interessante, a partir do momento em que os pais forem se envolvendo na prevenção e no tratamento da obesidade de seu filho, com a evolução do crescimento, na puberdade e também com a manutenção do peso na vida adulta. Outro fator de importância deste estudo é a própria facilidade de detecção precoce, estudando-se as variações ponderais desde o seu início, analisados antecedentes neonatais, familiares e alimentares.

    As principais ações relacionadas as duas mais íntimas mudanças de estilo de vida estão postas nos diagramas abaixo, itens retirados de Mello et al (2004).

    Torna-se então importante e a linha norteadora da pesquisa a busca por publicações mostrando ações e serviços realizados pela estratégia de saúde da família em prol da promoção e prevenção de saúde bem como do tratamento as crianças acometidas pelo mal da obesidade.

    Sendo que a partir destas constatações todas fica definida a seguinte questão para este estudo: O que a Saúde e mais especificamente a Estratégia de Saúde da Família vem produzindo de publicações das ações e serviços com relação ao cuidado e tratamento dessa patologia?

    O presente trabalho tem como objetivo geral realizar uma revisão sistematizada sobre pesquisas e estudos a respeito de práticas de intervenção na obesidade infantil no Brasil. E como objetivos específicos a) Verificar estudos de intervenção relacionando a obesidade infantil no Brasil; b) Verificar estudos de intervenção relacionando a obesidade infantil na Estratégia de Saúde da Família; c) Verificar a existência de projetos, medidas, cuidados, atenção e práticas das ESF em benefício a esses indivíduos; d) Analisar os resultados encontrados nas pesquisas e estudos.

Métodos

    Esta revisão de literatura está fundamentada na consulta eletrônica a duas bases de dados bibliográficas, quais sejam PubMed e SciELO (Scientific Electronic Library). Cada uma das bases bibliográficas mencionadas foi checada quanto à presença e utilização de vocabulário controlado para indexação das publicações, mediante o uso de tesauros hierarquicamente definidos e periodicamente atualizados. Isto possibilitou, em ambas, a construção de chaves de busca específicas, levando em consideração os termos de interesse e as estruturas hierárquicas nas quais os mesmos se inseriam. As consultas foram realizadas com a restrição de língua sendo inglês para a base de dados PubMed além de espanhol e português para o Scielo.

    Quando possível, as chaves de busca seguiram uma estrutura previamente planejada. Tendo o termo “Brasil” como base da busca no que diz respeito ao país de origem das publicações. Finalmente, o último conjunto de expressões deveria abranger as exposições de interesse da presente revisão: idade (crianças), dados de saúde (epidemiologia e saúde pública), situação do indivíduo (obesidade, sobrepeso e peso corporal), ações (estratégia de saúde da família, promoção de saúde, atenção básica e serviço). Todas as bases de dados consultadas, as chaves de busca empregadas, a data em que as buscas foram realizadas, o emprego de termos controlados e o total de publicações resultantes em cada uma delas estão descritos na Tabela 1. O uso de terminologia genérica se justifica pela escassez de estudos brasileiros sobre o tema.

    Foram adotados os seguintes critérios para a seleção dos artigos potencialmente elegíveis: (a) os estudos deveriam ser epidemiológicos ou de saúde pública, sem restrição a qualquer delineamento adotado; (b) os sujeitos investigados deveriam ser crianças sendo elas obesas ou com sobrepeso; e (c) os trabalhos deveriam examinar ações de saúde realizadas com essas crianças; focando, se possível, em ações da estratégia de saúde da família.

    Os resultados das buscas realizadas em cada uma das bases bibliográficas foram armazenados e gerenciados em Word 2007 para Windows®. De posse desta busca, os autores da revisão procederam a leitura dos títulos e, quando necessário, dos resumos dos trabalhos identificados, com vistas à exclusão dos estudos não elegíveis. Quando a leitura de um título indicava que o estudo seria potencialmente relevante para a revisão, o resumo era lido, prosseguindo na relevância o texto completo era resgatado e posteriormente checado quanto à sua pertinência. Divergências nesta etapa do processo foram dirimidas por meio de consenso entre pesquisador e orientador.

    Além da identificação dos trabalhos nas bases de dados, todas as listas de referências dos artigos resgatados em texto completo foram checadas quanto à possibilidade de inclusão. Dissensos foram discutidos para tomadas de decisões. Os trabalhos que preencheram os critérios para exame do texto completo foram submetidos à extração independente e não-cega de dados. As informações provenientes desta coleta de dados também foram checadas, sendo as inconsistências eliminadas por meio de novas consultas às obras originais, seguidas de discussão e consenso. Não foram calculadas medidas de concordância entre os autores para as informações extraídas com a ficha.

    Para cada um dos artigos incluídos, foram extraídas informações referentes ao periódico e ano de publicação, filiação institucional do primeiro autor, tipo de pesquisa, local de ação da publicação.

Resultados

    Após a busca nas referidas bases de dados e das combinações dos descritores eleitos nas três línguas adotadas no critério de inclusão, obtivemos o número de artigos apresentados na tabela 1:

Tabela 1. Descritores de busca integrada de artigos

Descritores

Inglês

Espanhol

Português

BRAZIL, CHILD, EPIDEMIOLOGY, PUBLIC HEALTH , OBESITY, BODY WEIGHT, OVERWEIGHT, FAMILY HEALTH PROGRAM, HEALTH PROMOTION, PRIMARY HEALTH CARE, SERVICE.

BRAZIL, NIÑO, EPIDEMIOLOGÍA, SALUD PÚBLICA, OBESIDAD, PESO CORPORAL, SOBREPESO, PROGRAMA DE SALUD FAMILIAR, PROMOCIÓN DE LA SALUD, ATENCIÓN PRIMARIA DE SALUD, SERVICIOS.

BRASIL, CRIANÇA, EPIDEMIOLOGIA, SAÚDE PÚBLICA , OBESIDADE, SOBREPESO, PESO CORPORAL, PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA, PROMOÇÃO DE SAÚDE, ATENÇÃO BÁSICA, SERVIÇO.

108 ARTIGOS

0 ARTIGOS

0 ARTIGOS

---

OBESIDAD INFANTIL

OBESIDADE INFANTIL

---

60 ARTIGOS

45 ARTIGOS

Leitura de títulos, resumos e exclusão de artigos iguais

12 ARTIGOS

0 ARTIGOS

5 ARTIGOS

Leitura do artigo na íntegra

1 ARTIGOS

0 ARTIGOS

5 ARTIGOS

    Inicialmente foram encontrados 108 artigos, todos eles na base de dados PubMed de língua inglesa. A fim de focar a população de referência buscando maior número de publicações, reduzimos os termos de pesquisa apenas para obesidade infantil, pesquisando em bases de dados em português e espanhol, dando um resultado de mais 105 artigos passíveis de seleção. Fechando nossa busca com um total de 213 artigos.

    Para os 213 artigos que entraram na pesquisa foram consideradas duas etapas de filtragem: Sendo eliminados em primeira etapa quando da leitura de títulos, resumos ou por serem duplicados em diferentes linguagens um total de 195 artigos. Em uma segunda etapa de filtragem passou-se a ler na íntegra os 18 restantes. Após a leitura na íntegra desses artigos foram selecionados para a inclusão na presente pesquisa 6 artigos, sendo 5 em português e um em inglês, apresentados na tabela 2.

Tabela 2. Artigos utilizados por completo na pesquisa

 

Autor

Publicação

Faixa etária

n

Intervenção

Resultados

1

ZAMBON, Mariana Porto, et al

Rev Paulista Pediatria

1-19

128

2 anos de acompanhamento ambulatorial

Diminuição do escore Z do IMC

2

MELLO, Elza D. de, et al

Jornal Pediatria (RJ)

7-13

8

Paralelo entre atendimento ambulatorial e programa de educação em grupos

Aumento ativ. Física, redução colesterol total, melhora hábitos alimentares

3

RINALDI, Ana Elisa M., et al

Rev Paulista Pediatria

Revisão

-

Busca de estudos que abordavam práticas alimentares e padrões de atividades físicas

-

4

MELLO, Elza D. de, et al

Jornal Pediatria (RJ)

Revisão

-

Apresentar aspectos práticos do tratamento da obesidade infantil

-

5

ALVES JG, et al

Cad Saúde Pública

5-10

78

Prática de atividade física regular por 6 meses, sem intervenção dietética

Diminuição do IMC e diminuição de peso

6

VALVERDE MA, et al

International Journal of Obesity 1998

Média 9,25

98

Programa multidisciplinar de controle de peso.

Boas respostas com um programa de reeducação alimentar

    Por serem eleitos poucos estudos dentro da busca feita analisaram-se os seis estudos e abaixo está um resumo dos principais dados de cada um deles:

    Esse estudo teve como objetivo analisar dois anos consecutivos do acompanhamento de crianças e adolescentes obesos em ambulatório especializado, que possuíam avaliação médica, nutricional, psicológica e de educador físico, preconizavam retornos a cada três meses. Esse acompanhamento baseava-se em variáveis clínicas (idade, idade de início, sexo, presença de acantose nigricans), antropométricas (escores Z de peso, altura e IMC) e laboratoriais (hemoglobina, glicemia de jejum, insulina basal, relação glicemia/insulina, triglicérides, colesterol total e frações).

    Estudo retrospectivo de acompanhamento de 150 pacientes de um a dezenove anos de idade matriculados no Ambulatório de Obesidade na Criança e Adolescente do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre abril de 2005 e março de 2007. Foram incluídas todas as crianças e adolescentes atendidos com diagnóstico de obesidade, (ou seja, com IMC maior que o percentil 95 para idade e sexo, de acordo com as curvas do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e que fizeram pelo menos uma consulta neste período, independentemente da data da primeira consulta e da presença de outras doenças concomitantes.

    Dos 150 pacientes, 128 retornaram uma vez, com avaliação de peso, altura, índice de massa corpórea (IMC) e escores Z. Foram realizados hemograma, glicemia de jejum, insulina basal, relação glicemia/insulina, triglicérides, colesterol total e frações. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com a continuidade de acompanhamento, os que mantiveram esse acompanhamento e os que abandonaram. Entre os grupos, foi analisada a diferença entre idade, sexo, procedência, idade de início, acantose nigricans (doença rara da pele, caracterizada por hiperqueratose - excesso de queratina) e hiperpigmentação (lesões de cor cinza e engrossadas, que dão um aspecto verrugoso, e os escores Z de peso, altura e IMC, proporção de exames laboratoriais alterados e a diferença dos escores Z de IMC em relação à primeira consulta.

    Ao final do estudo relacionado, foram relatados como resultados significativos os descritos a seguir: dos 128 pacientes, 57% permaneceram em acompanhamento, sendo que 114 retornaram pelo menos uma vez. Não houve diferenças em relação às variáveis clínicas, antropométricas e laboratoriais estudadas. Houve queda da média do escore Z do IMC em ambos os grupos (o com continuidade e o sem continuidade), em todos os retornos, em relação à consulta inicial. A maior diminuição da média do IMC foi encontrada no grupo ainda em acompanhamento.

    Este estudo teve como objetivo comparar um programa de educação em obesidade infantil (que pudesse ser aplicado por qualquer profissional da saúde) com o atendimento ambulatorial para manejo de obesidade infantil no que diz respeito a mudanças de hábitos alimentares e de atividade física.

    Foi realizado um ensaio clínico randomizado com crianças e adolescentes de 7 a 13 anos de idade incompletos, de ambos os sexos, residentes e naturais do Estado do Rio Grande do Sul, que procuraram o Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, respondendo a um chamado em jornais de grande circulação. Foram incluídas crianças com IMC indicativo de obesidade, com possibilidade de comparecer mensalmente, por oito vezes, juntamente com os pais e/ou responsáveis, excluindo portadores de doenças crônicas, mentais ou psicológicas. A amostra foi constituída por 38 crianças e adolescentes com média de idade de 9,9 anos. Estas crianças foram divididas em dois grupos, por sorteio até ser atingido o tamanho amostral estipulado pelo estudo, sendo eles: um com atendimento ambulatorial individual (sendo pesadas, medidas e orientadas quanto ao manejo de alimentação e aumento de atividade física, uma vez por mês) e outro com programa de educação em obesidade infantil (encontros mensais com aulas expositivas de 45min e posterior atividades individualizadas, com a participação dos pais e trabalhos em grupos). O acompanhamento ocorreu por seis meses, sendo avaliados composição corporal, hábitos alimentares e atividade física, antes e depois das intervenções.

    Ao final do estudo pode-se apresentar alguns resultados descritos a seguir, como: O programa foi mais efetivo no aumento da atividade física, especialmente caminhadas, e na redução do colesterol total. A redução do índice de massa corporal, do índice de obesidade e do consumo energético foi semelhante para os dois grupos. Quanto aos hábitos alimentares, o grupo acompanhado em ambulatório aumentou o consumo de frutas e hortaliças e reduziu o de salgadinho e batata frita, enquanto o grupo que participou do programa reduziu o consumo de refrigerantes, sanduíches, pizza e fast food.

    Esse estudo baseou-se em uma revisão de literatura que objetivava buscar estudos que abordavam as práticas alimentares atuais e o padrão de atividade física como contribuintes do excesso de peso na infância. Para isso foram utilizados como base de dados online: Ovid Journals, Highwire e SciELO, com seleção de artigos originais e de revisão nos últimos dez anos (1997 a 2007), usando como línguas padrões de busca o português e inglês. O artigo não demonstra a quantidade de estudos buscados nem os elegíveis, mas procurou incluir artigos originais, de revisão, metanálise e artigos nacionais, por representarem o hábito da população brasileira. Como dados encontrados podemos citar: A) o acompanhamento do estado nutricional de crianças permite diagnosticar seu estado de saúde atual, bem como predizer parcialmente seu prognóstico na vida adulta. B) a prevalência de obesidade infantil, no Brasil, apresenta aumento progressivo em todas as classes sociais e sua freqüência varia entre 5% e 18%, dependendo da região estudada. C) a associação da transição epidemiológica, demográfica e comportamental e a alteração do hábito alimentar são apontadas como fatores causais do aumento progressivo da obesidade infantil. D) práticas alimentares caracterizadas por elevado teor de lipídios, sacarose e sódio e por reduzido consumo de cereais integrais, frutas e hortaliças associadas à ina­tividade física decorrente do uso de computadores, jogos eletrônicos e televisores influenciam parte considerável de crianças. Este estilo de vida reflete os hábitos familiares e pode ser influenciado pelo ambiente escolar no qual a criança está inserida.

    O objetivo deste estudo foi apresentar características gerais da obesidade e, especialmente, salientar aspectos práticos do tratamento da obesidade infantil de ampla aplicação, além da importância da prevenção e formas práticas de realizá-la.

    O estudo baseou-se numa busca de artigos científicos através das bases de dados MEDLINE, Ovid, Highwire e Scielo. As palavras-chave utilizadas foram: childhood obesity e também combinações junto a treatment, prevention e consequence. Dentre os artigos provenientes da busca incluíam-se artigos de revisão, estudos observacionais, ensaios clínicos e posições de consenso. Percebida a relevância, também se buscou diretamente referências indicadas. O período de coleta de dados foi de 1998 a 2003. Para tanto foram encontrados vários trabalhos de prevalência no Brasil.

    Porém como resultados desse estudo obteve-se a resposta de que poucos trazem resultados de programas educativos aplicáveis em nosso meio.

    O objetivo desse estudo é de verificar a eficácia de uma intervenção exclusiva com exercício físico para o controle de excesso de peso, sem a incorporação de orientações dietéticas, em crianças carentes.

    O estudo foi realizado na favela de Caranguejo, localizada na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Essa comunidade apresentava uma população de 3.733 indivíduos no ano do início da pesquisa, 2005, sendo que mais de 90% deles tinham uma renda per capita inferior a um dólar americano por dia. A população elegível ao estudo consistiu das 638 crianças na faixa etária dos 5 aos 10 anos, residentes na favela e cadastradas no Programa Saúde da Família (PSF), desenvolvido pelo Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP) em conjunto com a Prefeitura Municipal da cidade do Recife (Figura 1). Foram selecionadas as crianças que apresentavam: (a) índice de massa corporal (IMC) ≥ percentil 85; (b) idade entre cinco e dez anos; (c) ausência de evidência clínica de cardiopatia congênita ou adquirida, insuficiência respiratória, diabetes tipo 1; (d) não fazer uso de medicamentos que interfiram com a resposta cardíaca durante o exercício, como beta-bloqueadores. As crianças selecionadas à pesquisa foram alocadas ao grupo de intervenção ou controle, de forma randomizada. A randomização foi realizada usando-se o programa Epi Info, versão 6.04 (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Estados Unidos), módulo epitable. Inicialmente os pacientes foram listados consecutivamente, e após selecionados aleatoriamente, sem reposição, para compor o grupo da intervenção. Os demais, formaram o grupo controle.

    O ensaio buscou apenas organizar uma prática de atividade física regular por seis meses, sem necessidade de intervenção dietética, para crianças que vivem em situação de risco alimentar pela precária situação sócio-econômica em que vivem.

    Do total, setenta e oito crianças foram inicialmente randomizadas para os grupos de intervenção e controle; 39 em cada. Nove crianças no grupo de intervenção e uma no grupo controle não concluíram o estudo. Não houve diferença entre os grupos, antes da intervenção, em relação a idade (7,56 ± 1,77 anos versus 7,86 ± 1,51; 0,677), peso (36,1 ± 13,4kg versus 33,7 ± 8,98; 0,571) e IMC (20,9 ± 3,71kg/m2 versus 20,8 ± 2,76; 0,533) entre os participantes que completaram ou não o estudo. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação a idade, IMC, número de irmãos no domicílio, cor, freqüência à escola, renda per capita, anos de escolaridade materna, horas diárias gastas assistindo à TV e presença no domicílio de TV e refrigerador. Foi observada uma pequena diferença em relação ao IMC (p = 0,048). As crianças em ambos os grupos apresentaram um significativo aumento de peso durante os seis meses do estudo (valor de p para cada grupo ≤ 0,01). Esse aumento foi menor no grupo da intervenção quando comparado ao controle (diferença média entre os grupos; -1,37; IC95%: -2,00; -0,74).

    Não houve diferença significativa dentro dos grupos em relação ao IMC antes da intervenção e no final do seguimento. Entretanto, o declínio do IMC no grupo de intervenção resultou em uma diferença significativa (p = 0,049) entre os dois grupos, após os seis meses de seguimento (diferença média entre os grupos; -0,53; IC95%: -1,06; -0,002). Setenta e sete por cento dos participantes no grupo de intervenção completaram os seis meses do programa de exercícios físicos; no grupo controle, foram acompanhados 97,5% dos participantes. Quando restringimos a análise para as crianças que completaram o estudo, os resultados foram essencialmente os mesmos dos relatados acima.

    O presente estudo teve como objetivo uma avaliação do impacto de um programa multidisciplinar de controle de peso de crianças e adolescentes. O programa era baseado em visitas individuais de nutricionistas, pediatras e psicólogos, executando exames físicos rotineiros e conselhos nutricionais, bem como suporte psicológico durante o período de tratamento.

    Esse estudo retrospectivo buscou estimar mudanças no peso relativo de todos os pacientes tratados regularmente na Atenção básica entre janeiro/92 e dezembro/93. Para o presente estudo utilizou-se uma amostra de 198 crianças e adolescentes (108 meninas e 90 meninos com idade média de 9,25 anos e IMC médio de 24,26 kg/m2)

    Com essa população foi feito uma coleta de dados antropométricos nas visitas obtida em junho de 1994. Também foi utilizado o exame DEXA (Dual X-ray absorptiometry) feito em 64 pacientes para determinar percentual de gordura corporal.

    Por fim do estudo chegou-se as seguintes conclusões: o peso relativo na última visita foi significativamente menor quando comparado com o peso relativo inicial para toda a amostra. Resultados significativos de ganho de peso relativo obtido quando 6 ou mais visitas ocorreram para toda a amostra, e para meninas quando os dias de intervalo entre visitas eram menores que 52 dias. Variáveis semelhantes de percentual de gordura corporal: forma corporal na primeira visita, pais obesos, extensão da obesidade no estágio da puberdade, não demonstraram influência significativa nos resultados de peso relativo para os sujeitos durante o tratamento.

Considerações finais

    Sabe-se que a obesidade infantil vem aumentando sua incidência a cada ano, e que seu acompanhamento, tratamento e prevenção devem ser monitorados por uma equipe multidisciplinar da área da saúde (médicos, profissionais de educação física, nutricionistas, psicólogos, entre outros). Vista como um problema de saúde pública, a obesidade, cada vez mais, torna-se alvo de estudos e pesquisas em que o foco principal é o diagnóstico precoce da patologia, pois apesar de poder instalar-se em qualquer época da vida de um indivíduo, acredita-se que a obesidade tem seu ponto crítico entre o primeiro ano de vida e a idade escolar. Segundo pesquisas, a obesidade é a doença de maior morbidade, no paciente adulto, das patologias nutricionais e está relacionada à pobreza, raça, e condições genéticas e ambientais (FISBERG, 1995).

    Apesar de retirarmos e usarmos algumas publicações, alguns estudos, algumas intervenções feitas com relação a obesidade infantil, por alguns grupos específicos de profissionais, percebemos a partir da pesquisa feita que não existem publicações de intervenções da estratégia da saúde da família relacionadas diretamente a obesidade infantil, o que nos faz concluir que ou a saúde da família não vem intervindo diretamente sobre esse problema de saúde pública ou ainda se elas estão sendo feitas não há preocupação por parte dos mesmos de publicá-las no meio acadêmico.

    Tornando esse problema ainda mais sério a ponto de discutirmos exatamente sobre essa necessidade de intervenções multiprofissionais qualificadas sendo feita na raiz do problema, tentando evitar outros agravos futuros bem como gastos e dispêndios próprios e para a saúde pública no decorrer da vida desses indivíduos.

    O intuito gira em torno não somente da prevenção e tratamento dessa doença, mas também relacionada a promoção de saúde infantil, com as mais diversas ações sobre esse público infantil tanto com o agravo presente quanto com todo o restante sem a complicação diagnosticada. Atenções essas dadas principalmente com relação a atividade física onde, segundo Mello et al, estudos de componentes como a exercícios físicos e aptidão física pode auxiliar na identificação de crianças e adolescentes em risco de obesidade. A criança e o adolescente tendem a ficar obesos quando sedentários, e a própria obesidade poderá fazê-los ainda mais sedentários; e a reeducação e/ou mudança de hábito alimentar, os quais advém de vários fatores, propostos por Mello et al como: fatores externos (unidade familiar e suas características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico).

    Nos quatro estudos, dos seis elegíveis, relacionados para o trabalho que tinham análise de variáveis corporais e comportamentais mensuráveis podemos verificar alterações significativas para essas amostras populacionais. Esses resultados giram em torno de melhoras nos hábitos alimentares, na diminuição do IMC, de diminuição de ganhos ponderais (mesmo levando em conta os ganhos naturais para as idades pesquisadas), aumento nos índices de atividades físicas. Apesar de em sua grande maioria serem resultados modestos, são considerados positivos e é nisso que baseamos a importância de todas as formas de intervenção multiprofissional.

    Segundo Alves (2008) recente revisão sistemática observou uma tendência de aumento de publicações a partir de 2000, embora com disparidades regionais, havendo concentração de estudos nas regiões Sudeste e Sul. Podendo ser constatado quando feito esse trabalho que, apesar de observarmos realmente um acréscimo em estudos, eles ainda são em reduzido número a fim de comprovarmos diferentes formas de intervenção para com essa população bem como a eficácia desses tratamentos alternativos.

    A maioria dos estudos relacionados para esse estudo corrobora com a idéia de que é um problema vigente na saúde pública, o qual deve sim ser dado maior atenção quer seja nas mais diversas formas de intervenção (baseados no acréscimo dos índices de atividades físicas e da reeducação alimentar) ou ainda na maior quantidade de estudos publicados sobre programas de tratamento eficazes.

    Controlar o maior número de variáveis possíveis a fim de obtermos os melhores resultados esperados bem como comprovar com maior cientificidade os ganhos relacionados às intervenções.

    São tipos de agravo a saúde capazes de serem tratados de formas muito simples, apesar de visualmente complexos, por ter que lidar com o estilo de vida pessoal, familiar e social; Melhora em espaços de lazer aumentando dos níveis de atividade física e a busca por ela, a reeducação alimentar, aumentando a ingestão de alguns itens em detrimento de outros com valores calóricos não adequados; são todos artifícios capazes de serem executados sem que haja enormes gastos financeiros.

    Como educadores, os profissionais de Educação Física bem como todos os outros profissionais multidisciplinares da Estratégia de Saúde da Família (ESF) poderão defrontar-se com estes casos e deverão, portanto, estar preparados para trabalhar com estas situações, afim de não permitir qualquer tipo de discriminação, além de incentivar através de suas potencialidades, a prática da atividade física e a reeducação dos hábitos alimentares no combate e prevenção da obesidade, tentando intervir diretamente no estilo de vida da população seja ela considerada ou não dentro do grupo de risco para a obesidade e suas complicações relacionadas.

    Cada um desses estudos trás alguns resultados interessantes de serem analisados e levados em conta, colocando algumas intervenções que diferem dos habituais acompanhamentos clínicos e farmacológicos. Aumento das atividades físicas, proporcionando maiores gastos energéticos, e a reeducação alimentar, equilibrando as taxas ingeridas com as gastas, eram mostrados com resultados significativos e satisfatórios gerando melhoras nas condições físicas da criança. E mais ainda, vimos resultados positivos também quando além de todos esses tratamentos alternativos, também houveram melhoras quando de grupos de intervenções coletivas, baseado em palestras, discussões, presença de responsáveis realmente caminhando junto nesse período de tratamento. Por fim concluímos que, em a estratégia sendo uma cultura multidisciplinar e de intervenção na sociedade, as alternativas são bastante amplas e devem ser levadas a discussão, apresentação e ação dentro da mesma, merecendo total atenção dos profissionais e gestores.

Referências bibliográficas

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 153 | Buenos Aires, Febrero de 2011
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