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Analise do crescimento somático de crianças e 

jovens de cidades do Oeste do Estado de Santa Catarina

Análisis del crecimiento somático de niños y jóvenes de las ciudades del Oeste del Estado de Santa Catarina

 

*Mestre em Ciências do Movimento Humano UFRGS

Professor efetivo do IEFES da Universidade Federal do Ceará

**Mestre em Ciências do Movimento Humano UFRGS

Professor Centro Universitário La Salle, PROESP-BR

***Doutor em Ciências do Movimento Humano UFRGS

Professor da Universidade Federal do Pampa, PROESP-BR

Ricardo Hugo Gonzalez*

Eraldo dos Santos Pinheiro**

Gabriel Gustavo Bergmann***

esppoa@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo trata do crescimento somotomor de escolares de 6 a 15 anos de três cidades da região Oeste de Santa Catarina. A estatura e o peso corporal são os principais referenciais e também os mais comumente usados para a análise do crescimento, considerando o baixo custo e a facilidade de aplicação. O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil de crescimento dos escolares de 06 a 15 anos de três cidades da Região Oeste de Santa Catarina. Este estudo caracteriza-se por ser descritivo com um delineamento transversal e faz parte do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). Para a concretização desse estudo foi utilizada uma amostra intencional que contou com 1790 escolares de 6 a 15 anos, sendo 957 do sexo masculino e 833 do sexo feminino das cidades de Xanxerê, Xaxim e Chapecó no Oeste do estado de Santa Catarina. Os resultados obtidos neste estudo indicam que o perfil de crescimento dos escolares apresenta um desenvolvimento contínuo independente da faixa etária, com uma tendência a estabilização da estatura das meninas por volta dos 13 anos. Porém o curso das curvas dos indicadores de estatura e massa corporal dos sexos apresenta oscilações durante todas as idades presentes comparando com estudos similares de crianças e adolescentes brasileiros como as curvas de nível Brasil e Sul. Essas contribuições podem ser consideradas relevantes para um melhor entendimento do desenvolvimento corporal, para que durante o processo pedagógico não ocorra incidentes que venham ocasionar danos no desenvolvimento dos escolares, assim os profissionais de educação física terão maiores domínios com maior sustentabilidade para elaborar os planos de ensino e contribuir para uma formação integral dos escolares. Por fim, o crescimento de crianças e adolescentes pode ser considerado como um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida de um país ou como a extensão das distorções que possam existir em uma mesma população e que este estudo venha a contribuir aos Profissionais da área da saúde, motricidade e Educação Física com subsídios, instrumentos através dos quais possam fundamentar as suas ações, devido ao crescimento ser tão quão complexo e inevitável durante a vida. Faz-se necessário realizar outros estudos de cunho longitudinal para que haja um melhor acompanhamento destes indivíduos, estudos com relevância sócio-econômica, étnica e que envolva fatores endógenos e exógenos que possam ter influência no crescimento para que se estabeleça um padrão de crescimento da população brasileira.

          Unitermos: Crescimento. Dimorfismo. Escolares.

 

Abstract

          This study is about the somatic growth of children aged between 6 and 15 years old in three cities of the west of the state of Santa Catarina. The height and weight body are the main references as well as the most used to the growth analysis, considering the low cost and its facilities. The aim of the present work was to check the growth in students aged 6 to 15 years old in three cities in the west of the state of Santa Catarina. It is a descriptive work and used a transversal line and it is part of the Project Sport Brazil (PROESP-BR). In order to do this work an intentional sample was used – 1790 students from 6 to 15 years old: 957 males and 833 females in the cities of Xanxere, Xaxim and Chapecó in the west of the state of Santa Catarina. The results show that the growth profile presents a continuous development no matter the age they are and tend to stabilize the height of the girls when they are around 13 years old. However, the curves of the indicators of height and body weight of both sex presents oscillation during all the ages comparing to the previous studies with children and young people with the curves of level Brazil and South. These contributions may be considered important to understand better the body development, so that during the pedagogical process we don’t face incidents that may cause damages in the school development. This way the professionals of Physical Education may have more control with more sustainability to elaborate the teaching plans and contribute to a complete formation of the students. Finally, the growth of children and teenagers may be considered as one of the most important indicators of life quality in a country or as extension of the distortions that may exist in the population and that this study may contribute to the professionals in the health area, movement and Physical Education with subsides, instruments which may justify their actions due to the growth is so complex and inevitable in life. It is necessary to make other studies in a longitudinal way in order to follow these people better. These studies need to have social, economical and ethnical importance and they have to evolve endogens and exogenous factors that may influence in the growth to establish a growing standard in the Brazilian population.

          Keywords: Somatic growth. Dimorphism. Students.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente é comum nos países periféricos avaliar o crescimento somático a fim de diagnosticar a qualidade de vida de uma população. Tendo em vista o baixo custo e a facilidade de aplicação (PROESP-BR 2007). O crescimento e o desenvolvimento biológico (maturação) de crianças e adolescentes vêm sendo estudado com maior ênfase na última década. Para Tanner (1986) a estatura e o peso corporal são os principais referenciais e também os mais comumente usados para a análise do crescimento. O presente estudo trata do crescimento somatomotor de escolares de 6 a 15 anos de três cidades da região Oeste de Santa Catarina.

    Glaner et al. (2005), afirmam que o crescimento pode ser entendido como o aumento do corpo como um todo ou aumento de partes específicas do corpo, podendo ser medido em centímetros (estatura) e quilogramas (peso corporal), outras medidas antropométricas podem ser usadas, que são os perímetros corporais e diâmetros ósseos. Assim o crescimento se resume ao aumento do corpo ou das partes do corpo da criança em diferentes momentos e fases do seu desenvolvimento até atingir o crescimento total.

    A maturação na infância e adolescência são conceitos que estão intimamente relacionados com o crescimento somatomotor. Malina e Bouchard (2002) definem que a maturação varia de acordo com o sistema biológico, mas geralmente pode ser descrito como o processo de tornar-se maduro, é a fase adulta a ser atingida por uma criança, a união do crescimento e da maturação é alcançada pela interação dos genes, hormônios e aspectos ambientais. Tais aspectos são complexos e não completamente entendidos, onde estes não dependem somente do biótipo e pode variar de uma criança para outra, não obstante os aspectos ambientais e nutricionais influenciam significativamente nesse processo.

    O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil de crescimento dos escolares de 06 a 15 anos de três cidades da Região Oeste de Santa Catarina.

Método

    Este estudo caracteriza-se por ser descritivo com um delineamento transversal e faz parte do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) que foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o número CEP UFRGS 2007719. Para a concretização desse estudo foi utilizada uma amostra intencional que contou com 1790 escolares de 6 a 15 anos, sendo 957 do sexo masculino e 833 do sexo feminino das cidades de Xanxerê, Xaxim e Chapecó no Oeste do estado de Santa Catarina (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição da amostra estratificado por idade e sexo

    A avaliação da estatura e da massa corporal foram verificadas pelos professores capacitados pelo PROESP-BR, que utilizaram uma fita métrica com precisão de 2 mm onde os alunos descalços ficavam encostados na parede em posição ereta, mãos ao longo do corpo e com os calcanhares encostados na parede. Já a massa corporal, medida em quilogramas (kg), foi verificada através de uma balança com precisão de 0,5 kg em que o avaliado não utilizava calçados e a menor quantidade de vestimenta possível. Após as coletas os dados foram submetidos no sistema de digitação do PROESP-BR e os resultados tabulados em uma planilha Excel 2007. O tratamento dos dados se deu através do pacote estatístico SPSS for Windows 13.0.

Análise e discussão dos resultados

    No gráfico 1 observamos que as curvas de estatura, para os dois sexos, demonstram um desenvolvimento contínuo com uma tendência a estabilização para a curva das meninas por volta dos 13 anos. A curva dos meninos não demonstra tendência à estabilização. Isso corrobora com estudos relevantes dessa área (BERGMANN et al., 2008; PINHEIRO et al., 2008; GARLIPP et al., 2005; GLANER et al., 2002; GAYA at al., 2002; BÖHME,1994).

Gráfico 1. Curvas de crescimento dos 6 -15 anos dos sexos masculino e feminino

    Observa-se que entre as idades de 6 a 8 anos, os meninos possuem um crescimento superior em relação as meninas, sendo que nesta fase há uma curva mais acentuada dos meninos aos 7 anos. As meninas iniciam um crescimento mais acentuado aos 8 anos e as curvas se assemelham durante este período, onde os meninos ainda mantêm uma leve superioridade.

    As curvas de ambos os sexos progridem desta forma até os 10 anos, no entanto a partir dessa fase as meninas ultrapassam o nível de crescimento, mantendo-o até os 13 anos, percebe-se que neste momento ocorre um crescimento de forma acentuada, podendo ser entendido, provavelmente, devido a decorrência da menarca (MALINA; BOUCHARD, 2002).

    Sendo que aos 12 anos as meninas sofrem uma desaceleração, no qual os meninos apesar de demonstrarem inferioridade iniciam um crescimento mais acentuado, dentro deste período há um curto espaço onde ambos mantêm um mesmo nível de crescimento.

Gráfico 2. Curvas de níveis de massa corporal (kg) entre os sexos masculino e feminino dos 6–15 anos

    É observada uma aceleração de forma acentuada do crescimento no sexo masculino, o qual inicia por volta dos 13 anos, provavelmente pelo fato da puberdade ser mais tardia que a menarca (MALINA; BOUCHARD 2002), após este período os meninos seguem um nível de crescimento superior as meninas até os 16 anos de idade.

    Observa-se que as curvas referente à massa corporal masculina são significativamente superiores que a feminina durante o período dos 6 aos 8 anos de idade. Por volta dos 8 anos as curvas se igualam e a partir dos 9 anos ocorre novamente a superioridade dos indicadores masculinos que se estendem por volta dos 10 anos. A partir dessa idade as meninas ultrapassam os meninos devido a estas se encontrarem no período da primeira menarca que se estende dos 10 aos 12 anos.

    Dos 12 aos 15 anos nota-se uma distância significativa entre os sexos, no qual os meninos ultrapassam as meninas a partir dos 12 anos se estendendo até os 15 anos de idade.

    No presente estudo as curvas dos indicadores de estatura e massa corporal se apresentam de forma crescente durante todas as idades (06 – 15 anos). Em todas as faixas etárias essas curvas, dos dois sexos, tanto da estatura quanto da massa corporal demonstram oscilações e essas oscilações apresentam-se durante todo o estudo.

    Esses indicadores, nos dois sexos, aproximam-se e se cruzam durante certos períodos, onde ocorrem ganhos maiores ora no sexo masculino, ora no sexo feminino. A estatura dos meninos apresenta diferenças estatisticamente significativas a seu favor durante três períodos aos 7, 14 e 15 anos e a favor das meninas apenas um período aos 11 anos de idade. Em relação à massa corporal, apesar das meninas apresentarem durante certo período uma leve superioridade, este indicador não apresentam diferença estatisticamente significativa a seu favor, no entanto a diferença estatisticamente significativa volta a aparecer durante três períodos entre os 7, 10 e 13 anos de idade, mas a favor dos meninos, no qual neste estudo apresentam maiores indicadores de estatura e massas corporais comparados com os indicadores femininos.

    Conforme a tabela 2 verifica-se que o ganho em estatura do sexo feminino é contínuo durante todas as idades, mas ocorrem maiores ganhos aos 9,10,11 e 13 anos, quanto ao ganho de massa corporal se dá aos 8,11,12 e 15 anos de idade.

    Ao verificarmos os ganhos de estatura do sexo masculino, no qual apresenta maiores incrementos aos 7,10,13 e 15 em relação a massa corporal houve maiores médias nas idades de 10,12, 13 e 15.

    Entre os sexos foi constatada diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) no requisito estatura a favor dos meninos (Gráfico 1) durante os 7, 14 e 15 anos de idade, em relação às meninas essa diferença (p< 0,05) aparece apenas aos 11 anos de idade.

    Apesar de não ser encontrada diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) de estatura entre os sexos, os meninos apresentam durante os 6, 8, 9 e 10 anos de idade uma leve superioridade em seus indicadores, em relação às meninas, o mesmo ocorre por volta dos 12 anos de idade agora de forma inversa a favor das meninas, os indicadores de estatura dos dois sexos se apresentam de forma semelhante durante essas faixas etárias.

    Em relação à massa corporal (Gráfico 2), os indicadores de ambos os sexos apresentam ganhos crescentes durante todas as faixas etárias, o mesmo encontrado nos indicadores de estatura, no entanto foi encontrada diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) somente por parte dos meninos entre os 7, 10 e 13 anos de idade, durante os 6, 8, 9, 14 e 15 anos, apesar de haver uma leve superioridade masculina, porém não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, o mesmo ocorre em relação às meninas entre os 11 e 12 anos de idade.

    Segundo Garlipp et al. (2005), ao verificar o dimorfismo de crianças e adolescentes no estado do Rio Grande do Sul, encontraram diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) entre todas as médias de estatura de meninos e meninas, com exceção aos 9 anos de idade. Os meninos apresentam diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) aos 7, 8, 13, 14, 15, 16 e 17 anos de idade a seu favor, em relação às meninas entre os 10, 11 e 12 anos de idade.

    Em nosso estudo, a diferença estatisticamente (p< 0,05) foi encontrada aos 7, 14 e 15 anos por parte dos meninos e aos 11 anos a favor das meninas. No entanto as meninas gaúchas apresentam maiores médias de estatura entre os 7 aos 12 anos de idade e de massa corporal dos 7 aos 14 anos de idade em relação as meninas de nosso estudo, já os meninos apresentam médias de estatura superiores aos 7, 9, 10, 13 e 15 anos de idade e quanto a massa corporal aos 13 anos de idade comparados com gaúchos.

    Quando relacionado aos resultados obtidos por Glaner (2005) ao estudar o crescimento físico em adolescentes do norte gaucho e oeste catarinense (11 – 17 anos de idade), apresenta uma superioridade de estatura do sexo feminino dos 11 aos 13 anos. No entanto, a diferença estatisticamente significativa (p <0,05) foi encontrada dos 14 aos 17 anos, a favor dos meninos. Considerando a massa corporal entre as moças, as mesmas apresentam indicadores mais elevados dos 11 aos 13 anos, com diferença significativa (p < 0,05). Aos 13 anos de idade os rapazes apresentam diferenças em relação aos rapazes de 15 e 17 anos de idade, no entanto as curvas dos indicadores dos meninos de nosso estudo é mais acentuada e ondulada que encontrado por Glaner et al. (2005) e quanto a massa corporal as curvas continuam mais ondulas, o mesmo encontrado na estatura, porém os meninas de nosso estudo permanecem superiores por um período inferior em relação as meninas estudadas por Glaner (2005). Comparando nosso estudo com as curvas do Brasil e da região Sul (PROESP anexo 6), as curvas de estatura do sexo masculino são acentuadas de ambos os níveis, no qual há uma superioridade da região Sul, onde acontece essa predominância também no sexo feminino, sendo que as curvas apresentam cursos diferenciados menos acentuados e mais curvados, porém sobre postos os dois níveis, o mesmo apresentado pelos meninos.

    As curvas de estatura são diferentes em relação a massa corporal no sexo masculino é acentuada dos 10 – 12 anos com semelhanças nos níveis na região Sul e no Brasil. No entanto, a partir desta última faixa etária a região sul assume superioridade de forma crescente e acentuada. Já no sexo feminino as curvas no Brasil apresentam superioridade até aproximadamente os 11 anos e após os indicadores do Sul são maiores e ficam semelhantes até próximo dos 14 anos e após tornam-se distantes até os 15 anos de idade.

    Em nosso estudo as curvas dos indicadores tanto de massa corporal, quanto de estatura apresentam-se de forma semelhante de ambos os sexos. Estas são osciladas, sendo assim, diferem das curvas dos indicadores dos níveis da região Sul e no Brasil, no qual estas se apresentam de forma contínua e mais acentuada.

    Nos estudos de Garlipp et al. (2005) e Glaner (2005), as meninas durante a puberdade apresentam ganhos de estatura mais prolongada que as meninas de nosso estudo. As semelhanças entre os dois estudos indicam que as curvas dos indicadores de estatura e de massa corporal apresentam diferencias nas médias. Entre os meninos, ocorrem maiores ganhos de crescimento nos indicadores estatura e massa corporal nas idades iniciais, sendo que entre as idades dos 9 aos 13 anos de idade a predominância se inverte, agora a favor das meninas, após o a puberdade os meninos voltam a possuir indicadores mais elevados tanto em estatura, quanto em massa corporal.

    A tabela 2 demonstra como aconteceu o ganho em estatura do sexo masculino e feminino em todas as idades estudadas. Para os meninos o pico de velocidade de crescimento em estatura (PVCE) ocorreu dos 12 para os 13 anos onde os meninos ganharam em média 9 cm. Já para as meninas o PVCE ocorreu entre em dois momentos, entre 10 e 11 anos e 12 e 13 anos onde elas ganharam 7 cm em estatura. Com relação a massa corporal o Pico de velocidade de crescimento em massa corporal (PVCMC) dos meninos ocorreu em dois períodos entre 9 e 10 anos e 11 e 12 anos. No entanto para as meninas o PVCMC ocorreu dos 10 aos 11 anos. Esses resultados vão ao encontro aos encontrados por Bergmann (2007) em um estudo realizado longitudinalmente na cidade de Canoas/RS onde ele acompanhou meninos e meninas dos 10 aos 14 anos.

Tabela 2. Dimorfismo sexual estratificado por idade. Estatura e Massa Corporal

Conclusão

    Os resultados obtidos neste estudo indicam que o perfil de crescimento de escolares de 6 a 15 anos de três cidades da Região Oeste do Estado de Santa Catarina apresenta um desenvolvimento contínuo independente da faixa etária, com uma tendência a estabilização da estatura das meninas por volta dos 13 anos. Porém o curso das curvas dos indicadores de estatura e massa corporal dos sexos apresentam oscilações durante todas as idades presentes neste estudo (Gráficos 1 e 2). Comparando com estudos similares de crianças e adolescentes brasileiros como as curvas de nível Brasil e Sul, Garlipp et al. (2005) e Glaner (2005), encontraram curvas de crescimento crescentes de forma contínua, no entanto, sem tanta oscilações entre os gêneros.

    Essas contribuições podem ser consideradas relevantes para um melhor entendimento do desenvolvimento corporal, para que durante o processo pedagógico não ocorra incidentes que venham ocasionar danos no desenvolvimento dos escolares, assim os profissionais de educação física terão maiores domínios com maior sustentabilidade para elaborar os planos de ensino e contribuir para uma formação integral dos escolares.

    Por fim, o crescimento de crianças e adolescentes pode ser considerado como um dos mais importantes indicadores da qualidade de vida de um país ou como a extensão das distorções que possam existir em uma mesma população e que este estudo venha a contribuir aos Profissionais da área da saúde, motricidade e Educação Física com subsídios, instrumentos através dos quais possam fundamentar as suas ações, devido ao crescimento ser tão quão complexo e inevitável durante a vida. Faz-se necessário realizar outros estudos de cunho longitudinal para que haja um melhor acompanhamento destes indivíduos, estudos com relevância sócio-econômica, étnica e que envolva fatores endógenos e exógenos que possam ter influência no crescimento para que se estabeleça um padrão de crescimento da população brasileira.

Referências

  • BERGMANN, G.; BERGMANN, M. L. A.; PINHEIRO, E. S.; MOREIRA, R. B.; MARQUES, A. C.; GAYA, A. Estudo Longitudinal do Crescimento Corporal de Escolares de 10 a 14 anos: Dimorfismo Sexual e Pico de Velocidade. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho Hum. 2008. 10(3): 249-254.

  • BOHME, M.T.S. Aptidão física e crescimento físico em escolares de 7 a 17 anos da cidade de Viçosa-MG. Parte IV. Revista Mineira de Educação Física, 1994; 2 (1): 27-41.

  • GARLIPP, ET AL. Perfil do crescimento somático de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Perfil, 2005. 7 (7): 31-36.

  • GAYA, A. ET AL. Perfil do crescimento somático de crianças e adolescentes da região sul do Sul. Revista Perfil. 2005. 5 (6): 79-85.

  • GAYA, A.; SILVA, G. PROESP-BR. Observatório permanente dos indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens. Manual de aplicação de medidas e testes, normas e critérios de avaliação. 2007.

  • GLANER, M. F. Aptidão física relacionada à saúde de adolescentes rurais e urbanos em relação a critérios de referências. Revista Brasileira de Educação Física Especial, 2005. 19: 13-24.

  • GLANER, M. F. Aptidão física relacionada à saúde de adolescentes rurais e urbanos em relação a critérios de referência. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 19, n.13-24, jan/mar. 2005.

  • MALINA, R.M.; BOUCHARD,C. Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. Ed. Roca: São Paulo, 2002.

  • PINHEIRO, E. S.; BERGMANN, G.; GARLIPP, D. C.; RODRIGUES, R. S.; GAYA, A. Perfil do Crescimento Somático de Crianças e Jovens Provenientes de Cidades com Características Culturais Alemã, Italiana e Portuguesa do Estado do RS – Brasil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 12 - N° 118 - Março de 2008. http://www.efdeportes.com/efd118/perfil-do-crescimento-somatico-de-criancas-e-jovens.htm

  • TANNER, J.M. Use and abuse of growth standarts. In: FALKNER, F.; TANNER, J.M. Human Growth. A comprehensive treatise. V3. Methodology Ecological, Genetic and Nutritional Effects on Growth. New York, Plenum Press, 1986.

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