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Atividades físicas, índice de massa corporal e relação 

cintura/quadril de alunos do 3º ano do ensino médio 

da rede particular de ensino de Santa Maria

Actividades físicas, índice de masa corporal y relación cintura-cadera de 

estudiantes de tercer año de escuela media de la red de educación privada de Santa María

Physical activity, body mass index and waist / hip students of the 3rd year of private high schools in Santa Maria

 

*Autor, graduado em Educação Física

Licenciatura plena pela UFSM-NEMAEF

**Co autores, graduados em Educação Física

Licenciatura plena pela UFSM-NEMAEF

***Co Orientadora graduada em Educação Física

Licenciatura plena pela UFSM-NEMAEF

**** Orientadora Doutora em Ciência do Movimento Humano

(Brasil)

Daniel Pozzobon*

Alessandra da Silva de Sá**

Bruna Dalcin Gattiboni**

Leandro Lima Borges**

Vanessa Weber Denardini**

Lidiane Amanda Bevilacqua***

Luciane Sanchotene Etchepare Daronco****

tnewes@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Durante a adolescência, ocorrem inúmeras transformações (biológicas, psicológicas e sociais) na vida dos indivíduos, proporcionando mudanças no tamanho e na forma do corpo, nos músculos, nos ossos, no sistema nervoso, nas funções orgânicas e na velocidade com que o indivíduo atinge a maturidade biológica. As práticas esportivas ofertadas nas escolas seguem razões de interesse dos professores, dos alunos e principalmente das condições sócio-físico-econômicas da escola. Tais critérios de seleção contribuem para uma acomodação dos professores em selecionar e desenvolver novos conteúdos, o que faz com que a educação física escolar s torne desmotivante e desestimulante para os alunos. Esse estudo visa relatar que influências determinadas práticas esportivas em ambiente escolar podem exercer sobre os escores de IMC e RCQ dos adolescentes do ensino médio das escolas da rede articular de ensino do centro de Santa Maria.

          Unitermos: Educação Física. Esportes. Composição corporal.

 

Abstract

          During adolescence, there are many changes (biological, psychological and social) in the lives of individuals, providing changes in size and shape of the body, the muscles, the bones, nervous system, the functions and the speed with which the individual reaches to biological maturity. The sports offered in schools following the interest of the teachers, pupils and especially of the physical and socio-economic school conditions. They contribute to a selection of accommodation for teachers in selecting and developing new content, so that physical education and school become uninteresting for students. This study aims to report that influences certain sports in the school environment can exert on the body composition of adolescents in secondary education in the private schools of education in the center of Santa Maria.

          Keywords: Physical Education. Sports. Body composition.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Durante a adolescência, ocorrem inúmeras transformações (biológicas, psicológicas e sociais) na vida dos indivíduos, proporcionando mudanças no tamanho e na forma do corpo, nos músculos, nos ossos, no sistema nervoso, nas funções orgânicas e na velocidade com que o indivíduo atinge a maturidade biológica. O aparecimento da adolescência é marcado por um período de aumentos acentuados tanto no peso quanto na estatura, compreendendo-se que a idade, a duração e a intensidade desse impulso de crescimento têm base genética e varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

    As práticas esportivas ofertadas nas escolas seguem razões de interesse dos professores, dos alunos e principalmente das condições sócio-físico-econômicas da escola. Tais critérios de seleção contribuem para uma acomodação dos professores em selecionar e desenvolver novos conteúdos, o que faz com que a educação física escolar s torne desmotivante e desestimulante para os alunos (MATTOS, 2000).

    Tem-se visto professores desiludidos por não atingirem seus objetivos por causa das condições da escola. Segundo Mattos (2000), existe uma influência determinante nas condições de trabalho na seleção de conteúdos e na organização da própria tarefa pedagógica. Conclui o autor que “os professores devem lutar por condições de trabalho adequadas ou próximas a essa situação, mas nunca deixarem de trabalhar com as condições de trabalho que possuem, pois o conformismo é o nosso maior inimigo”. Não se pode deixar as condições de trabalho, muitas vezes precárias, guiarem os conteúdos da educação física escolar, sob pena de comprometimento das capacidades motoras, sociais, afetivas e cognitivas dos alunos.

    Encontrou-se nas escolas particulares pesquisadas alunos que praticaram somente uma modalidade esportiva na escola durante os ensinos fundamental e médio.

    Nesta perspectiva, o presente estudo buscou investigar informações a respeito da composição corporal dos adolescentes estudantes do ensino médio e as possíveis relações com os esportes e atividades físicas desenvolvidas ao longo da vida escolar. A importância do desenvolvimento destas questões associa-se à influência que os adolescentes, principalmente nesta fase, sofrem por parte da mídia que expõe determinados esportes em detrimento de outros.

    Segundo Anjos (1992), os valores de IMC podem ser utilizados para diagnosticar sobrepeso e obesidade, assim como desnutrição energética crônica. Anjos também ressalta que existe certo impasse com relação aos valores de corte para esses diagnósticos.

    Para esse estudo foi utilizada a norma de classificação de escores de IMC empregada pela Organização Mundial de Saúde, divulgada em 1997.

    Larsson e colaboradores (1984) relacionam a razão da circunferência cintura/quadril como aumento do risco de infarto do miocárdio, derrame e morte prematura, encontrando forte associação entre essas variáveis. Tais descobertas foram particularmente importantes a medida que, até então, existia associação somente entre índices de obesidade geral e as doenças mencionadas.(PITANGA, 2005).

    Para esse estudo foi utilizada a norma de classificação de escores de RCQ elaborada por Bray e Gray em 1988 e atualizada por Heyward e Stolarczyk em 1996; citadas por Pitanga em 2005.

Metodologia

    Buscando a relação entre as diferentes modalidades esportivas praticadas pelos alunos durante o ensino fundamental e médio e a sua atual composição corporal, foram propostos dois métodos de medição de grandezas escalares do corpo dos adolescentes alunos de ensino médio de Santa Maria: o índice de Massa Corporal (IMC) e a relação entre as medidas das circunferências da cintura e do quadril (RCQ). Esta pesquisa caracteriza-se como exploratória/diagnóstica, que visa diagnosticar e explorar os escores encontrados relacionados ao índice de massa corporal, à relação cintura-quadril e às atividades físicas dos adolescentes alunos do ensino médio das escolas particulares de Santa Maria do ano de 2009.

    A população e amostra deste estudo foi composta por 34 adolescentes de ambos os sexos, matriculados regularmente no ensino médio das escolas de Santa Maria do ano de 2009 com idades entre 16 e 18 anos. Como fatores de exclusão à integração da amostra, considerou-se ser, o escolar, portador de alguma anomalia física que impedisse a tomada exata de alguma das medidas necessárias à pesquisa. (MACHADO 1997).

    Acrescenta-se, portanto, que a exclusão dos sujeitos deu-se apenas quando do registro final dos dados para tratamento estatístico, tendo este participado, como os demais, de todo o processo de coleta. Pretendeu-se, com este procedimento, evitar comportamento discriminatório, por parte dos outros sujeitos da amostra, e seu constrangimento perante os demais. (MACHADO, 1997). Foram excluídos da pesquisa aqueles alunos que no dia da coleta de dados não estavam presentes e que também não trouxeram o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis.

    Foram encaminhadas às escolas da rede particular de ensino de Santa Maria uma carta de apresentação explicando a pesquisa e pedindo autorização para a realização da mesma com os alunos do 3º Ano de Ensino Médio que praticam a educação física escolar. Após a autorização da escola, foi realizada uma reunião com os alunos para explicar a pesquisa e entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que deveria ser assinado pelos responsáveis.

    Com a devida autorização dos responsáveis foi iniciada a coleta de dados que se realizou no horário das aulas de Educação Física utilizando-se uma aula, dividida em dois momentos distintos: no primeiro momento foi realizado o questionário das vivências em Educação Física e a entrevista de controle da maturação sexual, e no segundo momento foi realizada a mensuração da estatura e massa corporal para verificar o IMC dos alunos bem como das circunferências para a realização da relação cintura quadril.

    Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados desta pesquisa a mensuração da estatura e massa corporal (para calculo do IMC), a mensuração das circunferências da cintura e quadril, segundo critérios de CALLAWAY e colaboradores, 1988 (para calculo da RCQ) e o questionário, para a avaliação das vivências em educação física, (adaptado de ETCHEPARE; PEREIRA, 2004).

    Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizada uma estatística descritiva para verificar a média (X ) dos escores de IMC e RCQ por esporte, elaborados a partir dos dados coletados.

    Para finalizar foi realizada uma análise qualitativa a fim de verificar possíveis relações entre as variáveis estudadas.

Resultados e discussão

    Da análise dos índices antropométricos coletados, resultaram os escores de IMC e RCQ mínimo, médio e máximo por esporte praticado.

    Classificando os dados coletados de acordo com os esportes praticados pelo aluno durante sua vida pregressa, obtiveram-se os seguintes resultados:

    Escores obtidos em alunos sexo masculino classificados em ordem alfabética.

Quadro 1. IMC e RCQ mínimo, médio e máximo Masculino

    Escores obtidos em alunas sexo feminino classificados em ordem alfabética.

Quadro 2. IMC e RCQ mínimo, médio e máximo Feminino

    Classificando-se os esportes segundo seu IMC e RCQ médios, obteve-se a seguinte ordem:

Quadro 3. Escores médios de IMC e RCQ obtidos em alunos sexo masculino

 

Quadro 4. Escores médios de IMC e RCQ obtidos em alunas sexo feminino

    Nos alunos do sexo masculino, verificou-se que os esportes do atletismo que demandam mais velocidades de deslocamento corporal apresentaram IMC menores em relação aos esportes onde predomina a movimentação de segmentos corporais e em relação aos 5 esportes mais amplamente praticados nas escolas (voleibol, futebol, futsal, handebol e basquetebol).

    Os esportes mais amplamente difundidos nas escolas apresentaram IMC médio, ficando no meio da classificação, com exceção do handebol, que apresentou IMC 2 pontos mais elevado que os demais esportes, superando inclusive o índice dos praticantes de lutas e tênis. Essa diferença e acréscimo talvez se devam ao fato de, no handebol, ser desejado que os atletas possuam uma maior compleição física a fim de evitar lesões durante os jogos, onde ocorrem muitas jogadas com contato físico brusco entre atletas.

    Os esportes que apresentaram IMC médio mais alto foram os esportes que integram o atletismo, onde o fator preponderante é a força de explosão e ó rápido deslocamento de segmentos do corpo do atleta, podendo este apresentar uma massa corpórea maior que nas demais modalidades do atletismo e o golfe, esporte de pouco deslocamento corporal, mas alta demanda de força de explosão.

    Os alunos analisados praticantes da modalidade ciclismo apresentaram o menor IMC de toda a tabela, porém o RCQ dos praticantes dessa modalidade apresentou a colocação em torno de 37% dos valores máximos. Essa diferença nos leva a considerar que os atletas apresentam uma boa relação peso/altura, porém uma distribuição de peso corporal não tão satisfatória quanto.

    Analisando-se o RCQ dos mesmos alunos, observou-se que os esportes que apresentaram os menores resultados de IMC também apresentaram os mais baixos resultados de RCQ, com exceção da corrida de média distância, que apresentou um dado de RCQ alocado a cerca de 80% dos valores máximos da tabela. Acredita-se que apesar de os atletas dessa modalidade apresentarem baixos Índices de Massa Corporal, essa compleição física está mal distribuída entre a cintura e o quadril, o que causa essa discrepância no resultado da comparação entre o IMC e o RCQ.

    No mesmo momento que analisa-se a diferença entre o IMC e o RCQ dos praticantes das corridas de média distância, nota-se que o handebol, um dos maiores resultados de IMC masculinos apresentou um baixíssimo resultado de RCQ, ficando posicionado a cerca de 12% dos valores máximos da tabela. Acredita-se que, por maior que seja o resultado do IMC desses atletas, essa composição corporal avantajada não significa, necessariamente, um grande depósito de gordura abdominal.

    Os esportes mais difundidos nas escolas apresentaram RCQ divergentes do IMC exceto no caso do voleibol, que se manteve em uma posição intermediária na tabela, cerca de 44% dos valores máximos em ambos os casos, os demais esportes sofreram aumentos na colocação tabela, como o futebol e o futsal, e diminuição, como no caso do basquetebol e do handebol, já citado anteriormente. A partir dessa diferença entre o IMC e o RCQ pensa-se que os atletas do futebol e do futsal apresentam uma boa relação peso/altura, porém um excesso de tecido abdominal, que pode representar sérios riscos à saúde desses atletas, ao passo que os praticantes de basquetebol apresentam, apesar da boa relação peso/altura, uma relação cintura/quadril baixa, o que significa que esses atletas correm poucos riscos de desenvolverem doença coronariana, hipertensão, diabetes, etc.

    Assim como no voleibol, apresentaram diminuição na posição da tabela os atletas praticantes de lançamento de dardo e de lutas. Avaliando essa diminuição acredita-se que os atletas, apesar de apresentarem uma relação entre peso e altura que ocupava o lugar entre 62% e 93% dos valores máximos da tabela de IMC, apresentam uma boa distribuição de massa corporal, apresentando resultados de cerca de 53% dos valores máximos da tabela do RCQ.

    Os demais esportes citados na pesquisa (tênis, arremesso de peso, golfe e lançamento de disco) mantiveram suas colocações aproximadas em ambas as tabelas, na faixa compreendida entre 75% e 100% dos valores máximos. Com base na manutenção da faixa de índices desses esportes, acredita-se que seus praticantes possuem a relação peso/altura deturpada assim como a relação cintura/quadril, de forma que, pelos dados apresentados, os praticantes desses modalidades esportivas são pessoas mais pesadas e com maiores depósitos abdominais de tecido.

    Nas alunas do sexo feminino constatou-se uma menor variação no IMC apesar das diferentes modalidades esportivas praticadas. Essa diferença significa que as meninas possuem uma composição corporal mais homogênea enquanto grupo, apesar das diferenças encontradas individualmente.

    Tanto na tabela do IMC quanto na da RCQ as praticantes de ginástica artística apresentaram menores coeficientes. Isso nos fornece base de informações para argumentar que para praticar a ginástica artística pressupõe-se que a atleta tenha uma boa relação peso/altura e uma boa distribuição de massa corporal, como prova a relação cintura/quadril.

    Os índices obtidos a partir da análise das alunas praticantes de voleibol e de basquetebol mostraram pouca variação entre as tabelas, ficando sempre na faixa próxima dos 33% dos valores máximos de ambas as tabelas. A partir dessa informação conceituam-se as praticantes dessas modalidades como atletas com boas relações tanto de peso/altura como de cintura/quadril. Pensa-se, portanto, que tanto o voleibol quanto o basquetebol, por se assemelharem entre si pois, tratam-se de esportes onde se exigem muitos saltos do atleta durante uma partida, necessitam de atletas cujas medidas antropométricas o enquadrem como porte magro e com boa distribuição de massa corporal.

    As alunas praticantes de futsal, futebol e handebol mostraram-se mais propensas a possuírem resultados de IMC e de RCQ mais elevados que os outros esportes coletivos citados anteriormente, ficando esses resultados na faixa de 55% a 88% dos valores máximos de ambas as tabelas, com prevalência de escores em cerca de 66% dos valores máximos das tabelas. Acredita-se, a partir desses dados, que essas modalidades esportivas solicitam que as atletas sejam mais robustas em sua compleição física, porém sem depósitos exagerados de tecidos na área abdominal.

    Uma surpresa encontrada durante a análise dos dados foi a de que, comparando-se o IMC com a RCQ das praticantes de danças e de tênis, notou-se uma disparidade bastante considerável. O IMC dessas alunas mostrou-se na casa dos 50% dos valores máximos da tabela, ao passo que a RCQ das mesmas ficou em cerca de 90% dos valores máximos da tabela. Com base nessa comparação, acredita-se que as atletas praticantes dessas modalidades apresentem boa relação peso/altura, porém má distribuição da massa corporal, ficando aparente uma grande concentração de massa corpórea na área abdominal.

    Outra surpresa encontrada foi a de que as praticantes de ginástica aeróbica apresentam os mais altos escores de IMC da tabela, demonstrando que essas alunas possuem desordens na relação peso/altura. Porém, analisando a RCQ dessas mesmas atletas, nota-se que o índice obtido encontra-se na segunda colocação geral da tabela. Acredita-se, relacionando o IMC com a RCQ, que essas alunas possuem peso elevado para a sua altura, porém, esse peso encontra-se bem distribuído pelo corpo, não acarretando disparidades na relação cintura/quadril das mesmas.

Conclusão

    Depois de terminada essa pesquisa verificou-se que os alunos do sexo masculino analisados apresentaram escores de IMC mais altos que as alunas do sexo feminino pesquisadas. Essa diferença pode ser motivada pela maior gama de esportes praticados pelos meninos, que exigem diferentes composições corporais de seus praticantes, bem como pela não totalmente desenvolvida maturação sexual, haja visto que cerca de 61% dos meninos se incluíram na categoria 2 de maturação sexual (maturação parcial), enquanto 100% das meninas colocaram-se na categoria 3 (maturação completa). Esse menor grau de desenvolvimento sexual encontrado nos meninos, e as conseqüentes alterações corporais em andamento causadas por esse desenvolvimento, pode ser um dos motivos que levou-nos a considerá-los, proporcionalmente, mais pesados que as meninas.

    Com relação à RCQ de ambos os sexos analisados, houve bastante distribuição dos escores nos diferentes graus de risco. Houve uma paridade que tornou os resultados bastante semelhantes em ambos os sexos. No quadro de avaliados do sexo masculino o escore da RCQ apresentou variação de resultados: cerca de 33% com risco baixo, 56% com risco moderado e 11% com risco alto de desenvolver doenças coronarianas, hipertensão, diabetes, etc. Já no quadro do sexo feminino encontraram-se os resultados: cerca de 55% com risco baixo, 28% com risco moderado e 17% com risco alto de desenvolver doenças coronarianas, hipertensão, diabetes, etc. Esses resultados nos fazem pensar que as meninas apresentam menores escores de IMC e portanto uma melhor relação peso/altura, e a massa corporal dessas mesmas meninas encontra-se, no grupo como um todo, melhor distribuída que no grupo do sexo masculino, já que a maioria dos rapazes encontra-se na situação de risco moderado enquanto as moças agrupam-se, na maior parte do grupo, na categoria de risco baixo.

    Durante a realização dessa pesquisa constatou-se uma grande dificuldade em se atingir um número considerável de voluntários que aceitassem responder ao questionário. Esse fato pode ter relação com o fato de as escolas disponibilizarem pouco tempo para explicações acerca da pesquisa e de suas finalidade e procedimentos. Se as escolas disponibilizassem mais tempo para o pesquisador estar perante os possíveis voluntários essa dificuldade poderia diminuir, aumentando a população abrangida pela pesquisa, representando melhor os sujeitos da pesquisa.

    Ressalta-se também a parca bibliografia na área, relacionando o IMC e a RCQ de escolares. O referencial teórico abundantemente encontrado apenas citava o IMC dos escolares analisados, sem relacioná-lo aos outros índices aqui mencionados.

    Encontrou-se nas escolas particulares pesquisadas a oferta massiva dos esportes coletivos tradicionais (futebol, futsal, basquetebol, voleibol e handebol). Esse fato aparentemente tem reflexo no comportamento dos alunos em procurar outras modalidades esportivas em ambientes extra-classe como academias, clubes, escolinhas, etc.

    Conclui-se, analisando os resultados dos testes aplicados na população da pesquisa que os meninos apresentam resultados tanto de IMC quanto de RCQ menos satisfatórios quando comparados com as meninas, principalmente nos esportes onde haja pouca mobilidade do corpo como um todo e mais mobilidades segmentar, como golfe, tênis e lançamento de dardo e disco. As meninas apresentaram resultados satisfatórios independente de qual modalidade pratiquem.

Referencial teórico

  • ANJOS, L. A.; Índice de massa corporal como indicador do estado nutricional de adultos. Revista de saúde Pública. V. 26, n. 06, p. 431-436, 1992.

  • ETCHEPARE, L. S.; Avaliação do desempenho motor de escolares, entre 11 e 14 anos de idade, do ensino fundamental de escola pública de Santa Maria, RS: Estudo de Caso. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Maria, 2004.

  • ETCHEPARE, L. S.; PEREIRA, É. F. Proposta e validação de um instrumento para avaliação de vivências em educação física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, año 10 – Nº 77 – Octubre de 2004. http://www.efdeportes.com/efd77/avalia.htm

  • GALLAHUE, D. L.; OZMUN J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 3ª ed., 2005.

  • MACHADO, Z. Perfil de desenvolvimento de escolares de 10 a 14 anos da ilha de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Maria, 1997.

  • MATTOS, M. G. Educação física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São paulo: Phorte Editora, 2000.

  • Organização Mundial da Saúde. Consultation on Obesity. Genebra, 3-5 de junho de 1997.

  • PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em Educação Física e esportes. 4 edição. São Paulo: Phorte, 2005.

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