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Atuações dos atletas, países e áreas continentais na prova 

de corrida de revezamento 4x100 metros feminino 

do Campeonato Mundial de Atletismo

Actuaciones de los atletas, países y áreas continentales en la prueba de 

carrera de relevos 4x100 metros mujeres del Campeonato Mundial de Atletismo

 

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Departamento de Educação Física

Jardim. Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Dr. Vidal Palacios Calderón

Juliano Hilário Nascimento

yendy2005@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a atuação dos atletas, países e áreas continentais nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de corrida de revezamento 4x100m feminino. Para o processamento dos resultados de 94 equipes femininas participantes foi utilizada a estatística descritiva e inferencial. Neste sentido, verificou-se a supremacia da equipe dos Estados Unidos nos doze eventos disputados. Finalmente, as áreas de América do Norte e Central e Europa dominaram a prova de revezamento 4x100m feminino.

          Unitermos: Atletismo. Prova de revezamento 4x100m feminino. Campeonato Mundial de Atletismo. Áreas continentais.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Atletismo conta a história esportiva no homem no Planeta. É chamado de esporte-base, porque sua prática corresponde a movimentos naturais do ser humano: correr, saltar, lançar. Não por acaso, a primeira competição esportiva de que se tem notícia foi uma corrida, nos Jogos de 776 A.C., na cidade de Olímpia, na Grécia, que deram origem às Olimpíadas. A prova, chamada pelos gregos de "stadium", tinha cerca de 200 metros e o vencedor, Coroebus, é considerado o primeiro campeão olímpico da história.

    A Associação Internacional de Federações de Atletismo, IAAF (2004) define o Atletismo com provas de pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em campo (cross country), corridas em montanha, e marcha atlética.

    A análise da bibliografia científica especificamente sobre a corrida de revezamento 4x100m metros feminino permitiu constatar a falta de dados estatísticos sobre a evolução histórica dos resultados nos doze Campeonatos Mundiais de Atletismo no período desde 1983 até 2009. Neste sentido, não existem publicações científicas que revelem os principais fatos das atuações dos países e atletas nos doze campeonatos disputados. Por outro lado, levando em conta a importância que possuem os resultados da análise estatística para o tratamento metodológico dos conteúdos de Atletismo a serem ministrados nos diferentes níveis de ensino no Brasil desde uma perspectiva histórica, é de grande relevância social a pesquisa realizada. Por tanto, o objetivo deste trabalho é analisar a atuação dos países, atletas e áreas continentais na prova de revezamento 4x100m feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo realizado no período desde 1983 até 2009.

    Neste sentido, as seguintes questões permitem demonstrar:

Material e métodos

    O trabalho é de caráter descritivo baseado na análise histórica das atuações das oito equipes primeiras colocadas nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de 4x100m feminino. Neste sentido, a análise dos documentos permitiu fazer a coleta de dados dos resultados dessas equipes no período desde 1983 até o ano 2009. Foram utilizados métodos da estatística descritiva e inferencial para o processamento dos resultados. O processamento estatístico descritivo utilizado permitiu determinar os valores médios das oito equipes finalistas, valores mínimos e máximos dos vencedores, o desvio padrão e o coeficiente de variação para saber a oscilação dos resultados com relação à média. Para determinar a significância das diferenças entre as médias dos resultados nas edições, foi utilizado o critério t de Student. No total foram analisados estatisticamente 94 resultados das equipes femininas. No total foram analisados os resultados de 94 equipes participantes das finais da prova.

Análise dos resultados

Atuações das atletas e países na prova de revezamento 4x100m feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    Na Tabela 1 apresentamos os resultados das equipes vencedoras da prova de revezamento 4x100m feminino, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo no período desde 1983 até 2009.

    O resultado médio das doze equipes finalistas nestas edições foi de = 41.85 segundos (±0.25) e uma pequena oscilação dos resultados segundo o coeficiente de variação apresentado CV=0.59%. Observam-se nesta tabela que o valor mínimo dos resultados correspondeu à equipe dos Estados Unidos com 41.47 segundos (CR) na sexta edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Atenas, Grécia, entre 01 e 10 de Agosto de 1997. Por outro lado, o valor máximo pertenceu à equipe da Alemanha na oitava edição do Campeonato Mundial de Atletismo, disputado na cidade de Edmonton, Canadá, entre 03 e 12 de Agosto de 2001 com 42.32 segundos (SB).

Tabela 1. Equipes vencedoras da prova de revezamento 4x100m feminino, nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

Legenda: CR: Recorde dos Campeonatos (Championship Record) WL: Melhor Marca da Temporada – SB : Recorde da temporada do atleta (Season best)

    Nesta tabela se observa que a supremacia da equipe feminina de revezamento 4x100m dos Estados Unidos é uma realidade durante todo o período analisado, uma vez que, conquistaram cinco títulos (41.66%) dos doze disputados. Convém lembrar que a equipe dos Estados Unidos foi a única das apresentadas nesta tabela que conseguiu quebrar o recorde do campeonato (CR) nestes eventos por duas vezes, isto é, na segunda edição (1987) marcaram 41.58 segundos com as velocistas Marshall, Griffith, Williams e Brown e na sexta edição(1997), Devers, Miller, Jones e Gaines, marcaram o melhor tempo da história do revezamento 4x100m feminino em campeonatos mundiais com 41.47 segundos. Igualmente, a equipe da Rússia na quarta edição (1993) com as velocistas Privalova, Pomoshnikova, Malchugina e Bogoslovskaya, e tempo de 41.49 segundos, foi outra privilegiada ao quebrar o recorde do campeonato uma vez. Aponta-se que nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo as equipes de revezamento feminino jamais quebraram o recorde do mundo como tinha sido feito pelo revezamento masculino.

    Ao compararmos a atuação do revezamento feminino ao masculino, percebe-se que as mulheres não conseguiram manter a hegemonia da prova quanto os homens, pois da sétima (1999) à nona (2003) edição não venceram. Por exemplo, em 1999, a equipe norte-americana mesmo conquistando as medalhas de ouro e prata na prova de 100m rasos por meio de Marion Jones com 10.70 segundos (CR) e Inger Miller com 10.79 segundos (PB), teve que se conformar com uma quarta posição, perdendo para as equipes de Bahamas, França e Jamaica. Observa-se que só Miller, participou com o revezamento dos Estados Unidos. Por outro lado, as atletas das equipes de Bahamas, França e Jamaica não tiveram atuações relevantes na prova de 100m rasos da sétima edição. Para se ter uma idéia, por exemplo, na equipe de Jamaica ocupante da primeira posição, só Chandra Sturrup, ficou na sétima posição com tempo de 11.06 segundos e, a França, só levou a Christine Arron, na final da prova ocupando a sexta posição com tempo de 10.97 segundos. Aqui uma vez mais, observa-se a relevante atuação das equipes de revezamento sem atletas com destaque na prova de 100m rasos.

    Na oitava edição (2001) a equipe norte-americana foi desclassificada e, ainda que, na final da prova de 100m rasos levou três atletas, a melhor colocação foi a de Chryste Gaines com uma quarta posição e tempo de 11.06 segundos. Convém lembrar que neste evento as equipes ocupantes das três primeiras posições, isto é, Alemanha, França e Jamaica, não tiveram atletas participantes da final da prova de 100m rasos.

    Na nona edição (2003) a equipe da França, a qual teria conquistado as medalhas de prata nos dois eventos anteriores, ficou na primeira posição. Neste campeonato a equipe dos Estados Unidos ficou com a medalha de prata ainda que a vencedora da prova de 100m rasos foi a velocista norte-americana Torri Edwards, com tempo de 10.93 segundos (PB). É importante destacar que outras duas atletas participaram da final da prova de 100m rasos, mas ficaram nas duas últimas posições. Igualmente, a França apenas teve a Christine Arron que marcou 11.06 segundos.

    Portanto, as atuações individuais dos atletas na prova de 100m rasos pode ser um fator importante do sucesso nas corridas de revezamento, mas não determina o vencedor da prova.

    Convém lembrar que todas as equipes vencedoras dos doze campeonatos mundiais de atletismo estão no ranking da prova de revezamento 4x100m divulgada pela IAAF, porém somente quatro países conseguiram suas melhores marcas durante a realização destes eventos. Por exemplo, os Estados Unidos colocado segundo no ranking marcou 41.47 segundos durante a sexta edição (1997); a Rússia colocada terceira conseguiu 41.49 segundos na quarta edição (1993); a equipe da França colocada quinta marcou 41.78 segundos na nona edição (2003) e, finalmente, Bahamas, sétima no ranking, marcou 41.92 durante o sétimo evento. Neste sentido, Alemanha Oriental, primeira no ranking com 41.37 segundos; a Jamaica colocada quarta com 41.73 em 2004 e a Alemanha com 41.91 segundos na sexta posição, foram as únicas equipes a conquistar suas melhores marcas fora dos Campeonatos Mundiais de Atletismo. Por outro lado, temos outras três equipes do ranking mundial da prova de revezamento 4x100m que nunca subiram ao pódio: a União Soviética, oitava colocada com 42.20 segundos, a China, no nono lugar com 42.23 segundos e, completa a lista a Bulgária, com um tempo de 42.29 segundos (Tabela 2).

Tabela 2. Países ocupantes das três últimas posições no ranking mundial do revezamento 4x100m feminino

    No Gráfico 1 apresentamos a dinâmica dos resultados dos países vencedores nos doze eventos disputados no revezamento 4x100m feminino. Nota-se uma dinâmica em zig-zag nos resultados das equipes vencedoras durante este período com dois momentos que caracterizam os valores mínimos e máximos. Por exemplo, na sexta edição (1997) foi alcançada a melhor marca nestes eventos com 41.46 segundos (CR) por meio da equipe dos Estados Unidos (Devers, Miller, Jones e Gaines). Esta vitória da equipe norte-americana foi favorecida com as atuações de três de suas integrantes na final da prova de 100m rasos da sexta edição. Por exemplo, Marion Jones conquistou a medalha de ouro com tempo de 10.83 segundos. Igualmente Inger Miller, ficou na quinta posição com 11.18 segundos e, finalmente, Chryste Gaines, conseguiu a oitava posição com 11.32 segundos. A terceira integrante do revezamento foi a corredora de 100m com barreiras, Devers Gail que teria sido a vencedora da prova durante a quarta e quinta edições. Ou seja, uma vez mais corrobora se a contribuição das atuações dos atletas nas provas de 100m rasos para o sucesso do revezamento. Observa-se que o pior resultado na prova foi alcançado na oitava edição (2001) por meio da equipe de Alemanha que marcou 42.32 segundos (SB) com Marion Wagner, Birgit Rockmeier, Gaby Rockmeier e Melanie Paschke. É necessário salientar que, nenhuma das atletas alemã no evento de Edmonton, esteve na final da prova de 100m rasos femininos. Este fato representa outro dos múltiplos exemplos citados no nosso trabalho com o da equipe de revezamento 4x100m masculino da França, na décima edição (2005) no qual as equipes venceram a prova sem ter levado atletas à final da prova de 100m rasos.

    No Gráfico 2 apresentamos a diferenças das marcas entre uma edição e outra no revezamento 4x100m feminino. Nota-se neste gráfico seis momentos negativos das atuações das equipes de revezamento. Neste sentido, se destaca o momento negativo da atuação da equipe dos Estados Unidos na quinta edição (1995) uma vez que piorou o resultado alcançado pela equipe da Rússia na quarta edição (1993) em -0.63 centésimos de segundos (-1.51%). Igualmente, na sétima edição (1999) a equipe de Bahamas, piorou a marca conseguida pela equipe dos Estados Unidos na sexta edição (1997) em -0.45 centésimos de segundos (-1.08 %). Por outro lado, quatro momentos positivos das atuações das equipes nos doze campeonatos se observam no gráfico. Aponta-se que três destes foram os mais significativos. Por exemplo, a equipe de Rússia, na quarta edição (1993) melhorou a marca da equipe de Jamaica em 0.45 centésimos de segundos (1.07 %). Depois, a equipe de Estados Unidos na sexta edição (1997) melhorou sua própria marca em 0.65 centésimos de segundos (1.54%), sendo o melhor momento positivo nestes doze eventos. Por último, se observa na nona edição (2003) o segundo melhor momento com 0.54 centésimos de segundos (1.27%) por meio da equipe da França.

 

Atletas com melhor desempenho na prova de revezamento 4x100m feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Na Tabela 3 apresentamos as atletas que tiveram mais destaque na prova de revezamento 4x100m feminino nas doze edições disputadas. As atuações individuais das participantes do revezamento feminino foram inferiores daquelas demonstradas pelos homens em razão da instabilidade das equipes vencedoras do revezamento feminino. Por exemplo, somente em duas ocasiões as equipes dos Estados Unidos conseguiram vencer de forma consecutiva o campeonato, isto é, a quinta (1995) e sexta (1997) e depois na décima (2005) e décima primeira (2007) edições. Daí que as melhores atuações das atletas devem ser encontradas nestas quatro edições por meio das velocistas norte-americanas. No entanto, as equipes dos Estados Unidos não foram tão homogêneas nas suas composições, pois muitas atletas não puderam ser convocadas em dois eventos consecutivos para compor a equipe nacional. Portanto, nota-se na Tabela 3 que apenas duas atletas conseguiram dois títulos nestes doze eventos.

Tabela 3. Atletas com mais títulos conquistados na prova de revezamento 4x100m feminino do Campeonato Mundial de Atletismo

    A velocista Chryste Gaines (foto 1), a qual conquistou os eventos de 1995 e 1997, nunca teve uma atuação relevante na prova de 100m rasos do Campeonato Mundial de Atletismo. No entanto, foi integrante da equipe de revezamento dos Estados Unidos que venceu nas Olimpíadas de Atlanta em 1996 junto com as velocistas Gail Devers, Inger Miller e Gwen Torrence.

Foto 1. A velocista norte-americana Chryste Gaines conquistou a medalha de ouro no revezamento 4x100m feminino da quinta e sexta edições.

    Por outro lado, Lauryn Willians (FOTO 2), com dois títulos de ouro em 2005 e 2007, foi a vencedora da prova de 100m rasos na quinta edição (2005) e, na sexta edição (2007), ficou com a medalha de prata.

Foto 2. A velocista norte-americana Chryste Gaines conquistou a medalha de ouro no revezamento 4x100m feminino da décima e décima primeira edições.

    No Gráfico 3 apresentamos a dinâmica dos tempos médios das oito equipes finalistas da prova de revezamento 4x100m feminino. A dinâmica dos resultados apresenta dois momentos que caracterizam as marcas negativas das oito equipes finalistas. O primeiro deles se observa desde a primeira (1983) até a terceira (1991) edição e, depois do pior resultado médio alcançado na quinta edição com 43.27 segundos (±0.97), nota-se na sexta edição (1997) o segundo melhor resultado médio nestes doze eventos com 42.44 segundos (±0.61). Salienta-se que este foi o único campeonato com que teve uma média na casa dos 43.00 segundos. Por outro lado, o segundo momento apresenta uma dinâmica crescente negativa das marcas desde a sexta edição (1997) a décima segunda edição (2009). Nesta última, foi alcançado o terceiro pior resultado médio das doze edições.

    Quanto aos melhores e piores resultados médios das equipes finalistas nestas edições, gostaríamos analisar os rasgos característicos das oito equipes participantes. Por exemplo, na quarta edição (1993) a equipe de revezamento da Rússia, fez o segundo melhor tempo nestes eventos com 41.49 segundos (CR). Por outro lado, foi o único campeonato no qual as três primeiras equipes correram na casa dos 41.00 segundos e somente duas equipes das oito finalistas não baixaram dos 43.00 segundos.

    Ao analisarmos a pior atuação média das equipes de revezamento nos doze campeonatos percebe-se que na quinta edição nenhuma das equipes finalistas correu na casa dos 41.00 segundos (Tabela 4). Veja se ainda nesta tabela que na oitava (2001) e décima segunda (2009) edições, as equipes finalistas não conseguiram baixar dos 42.00 segundos. Convém lembrar que na quinta edição (1995) as equipes da Finlândia e Colômbia, ocupantes da sexta e sétima posições, marcaram mais de 44.00 segundos, ou seja, foram os únicos tempos na casa dos 44.00 segundos das 94 equipes finalistas nos doze campeonatos disputados.

Tabela 4. Equipes do revezamento 4x100m feminino com resultados na casa dos 41.00 segundos

    No Gráfico 4 apresentamos as diferenças médias das marcas nas equipes finalistas do revezamento 4x100m feminino entre uma edição e outra.

    Notam-se apenas três momentos positivos na dinâmica média dos resultados entre uma edição e outra. Neste sentido, as maiores mudanças ocorreram da terceira (1991) a quarta edição (1993) com uma melhora de 0.55 centésimos de segundos (1.27%). As diferenças das médias entre estas duas edições não foram significativas p<0.05. Igualmente, da quinta (1995) à sexta (1997) edições se observa a maior diferença positiva das médias com 0.83 centésimos de segundos (1.96%). Neste sentido, salienta se que as diferenças das médias destas duas edições não foram estatisticamente significativas p<0.05.

    Por outro lado, observamos ainda no gráfico sete momentos negativos da dinâmica média dos resultados das equipes finalistas. O maior deles se deu da quarta (1993) à quinta (1995) edições com uma diferença negativa de -0.84 centésimos de segundos (-1.97%). As diferenças das médias entre as duas edições não foram estatisticamente significativas p<0.05.

    Enfim, as tendências negativas e positivas na dinâmica dos resultados médios das equipes finalistas do revezamento 4x100m feminino permitem fazer as correspondentes comparações com a dinâmica dos resultados das equipes vencedoras do revezamento nos doze campeonatos disputados. A seguir, as dinâmicas apresentadas no Gráfico 5, facilitam ainda mais esta análise. Se olharmos para o gráfico percebemos que quase em todas as edições, a dinâmica da média das oito equipes finalistas coincidiu com a das equipes vencedoras dos campeonatos e a uma diferença notável foi na oitava edição, na qual os valores médios se mantiveram quase estáveis com relação aos alcançados na sétima edição. Nota-se ainda neste gráfico o maior pico negativo na dinâmica dos resultados para as duas amostras apresentadas.

    No Gráfico 6 apresentamos o número total de medalhas conquistadas pelos três primeiros países colocados na prova de revezamento 4x100m feminino. Destaca-se que a equipe de revezamento feminino dos Estados Unidos, ainda que tenha conquistado duas medalhas de ouro a menos do que o revezamento masculino, também dominou a prova durante os doze campeonatos disputados. Entretanto, salienta-se que as equipes dos Estados Unidos estiveram ausentes do pódio na primeira, terceira, sétima, oitava e décima segunda edição. Igualmente, não participou na final da prova de revezamento na primeira, terceira e décima segunda edição. Depois, a equipe da Jamaica e Alemanha cada uma com dois títulos de ouro, foram os outros dois países que tiveram mais destaque. Convém lembrar que as melhores atuações das áreas continentais no revezamento 4x100m feminino corresponderam à América do Norte e Central, com oito medalhas de ouro (66.6%) e, os países representantes à área de Europa, conquistaram as restantes quatro medalhas de ouro (33.3%).

    Na tabela 5 percebe-se uma diferença de 0.95 centésimos de segundos entre a média das doze equipes campeãs do revezamento 4x100m feminino e a média da amostra total de equipes participantes. Se dermos ainda uma olhada nas oscilações dos resultados apresentadas aqui na tabela, nota-se uma grande homogeneidade entre estas duas amostras, com um coeficiente de variação de 0.59% e 0.53% respectivamente. Por tanto, os resultados das equipes vencedoras da prova de revezamento estiveram muito próximos daqueles que conseguiu a amostra total de todas as equipes participantes nas doze edições. Por outro lado, se compararmos estes resultados com o recorde mundial, nota-se que a média das doze equipes vencedoras teve apenas uma diferença de 0.48 centésimos de segundos. Entretanto, esta diferença foi maior com relação à amostra total e chegou a ser de 1.43 segundos.

    Em fim, os resultados das equipes de revezamento 4x100m feminino, de forma geral, têm sido bastante equilibrados durante as doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo, segundo as diferenças encontradas entre as médias das amostras aqui analisadas.

Tabela 5. Diferenças das marcas entre as doze equipes finalistas e as amostras totais na prova de revezamento 4x100m feminino (n=94)

Legenda: C/V- Coeficiente de variação Dif/R- Diferença respeito ao Recorde Mundial WR- Word Record

Considerações finais

    As equipes de revezamento 4x100m feminino dos Estados Unidos dominaram a prova nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo, uma vez que, conquistaram cinco títulos de ouro dos doze disputados. A relevante atuação das velocistas norte americanas decorre da tradição destas atletas nas provas de velocidade de 100m e 200m rasos. Contudo, ficou comprovado que não é suficiente para a conquista do título nesta prova as colocações de seus integrantes na prova de 100m rasos. É importante salientar que este é um fator a considerar para o sucesso nas competições, mas não e determinante, pois tivemos equipes vencedoras da prova com uma fraca atuação nas provas individuais de velocidade. A hegemonia nesta prova das atletas norte americanas e jamaicanas não é uma casualidade, logo que este dois países ocuparam as duas primeiras posições por países na prova de 100m rasos do Campeonato Mundial de Atletismo e nos 200m rasos, tanto no sexo masculino como no feminino, os atletas jamaicanos conquistaram a medalha de bronze. Salienta-se que os atletas dos Estados Unidos dominaram todas as provas de velocidade do Campeonato Mundial de Atletismo.

    Por outro lado, observa-se um amplo domínio dos países da área de América do Norte e Central, onde as equipes dos Estados Unidos e Jamaica têm sido os de melhores atuações na prova de revezamento 4x100m feminino nos doze eventos disputados. As equipes dos países das áreas de Ásia, África, Oceania e América do Sul jamais conquistaram um título de ouro.

Referências bibliográficas

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