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Obesidade: fatores associados

Obesidad: factores relacionados

 

*Ms. Psicologia. Universidade Federal de Santa Catarina

Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina

**Prof. Dr. em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina

(Brasil)

Patrícia Barbosa Martins Trichês*

patriciatriches@gmail.com

Emílio Takase**

takase@cfh.ufsc.br

 

 

 

 

Resumo

          Para a Educação Física é de extrema importância esta temática pois sabendo a realidade atual a atuação do profissional da área se faz fundamental. A obesidade está chegando a números preocupantes e os profissionais da área deveriam estar atualizados a fim de verificar a importância da profissão na prevenção da mesma, isso desde a tenra infância. Este trabalho, assim, tem como objetivo realizar uma revisão de literatura a fim de proporcionar ao profissional de Educação Física uma atualização deste assunto, e perceber a importância do mesmo para a área.

          Unitermos: Obesidade. Atividade física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos dias atuais, a obesidade atinge números epidemiológicos, consideração feita inclusive pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS) (1). No Brasil, nas últimas décadas, ocorreu uma mudança no que diz respeito ao padrão de alimentação (2) no qual o país passou de uma prevalência de desnutrição para a prevalência da obesidade. Nas regiões norte e sudeste do Brasil ficou constatado que mais de 50% da população feminina têm sobrepeso e/ou obesidade (3). De acordo com estudos, 13% das mulheres e 8% dos homens brasileiros sofrem de obesidade, ao mesmo tempo que, cerca de 40% da população sofre de excesso de peso.

    Para tanto, se faz de extrema importância a identificação das pessoas obesas. Quanto mais cedo for realizado este diagnóstico e avaliação da obesidade, mais cedo pode-se intervir e prevenir (4) as futuras complicações que uma pessoa possa desenvolver como: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, alguns tipos de cânceres, diabetes tipo 2, (1,2,3,4,5); além de distúrbios psicosociais (5,6).

    Tendo o diagnóstico pode-se minimizar o aumento da obesidade, que se deve a fatores relacionados às grandes mudanças do progresso das últimas décadas, no qual se verifica que a obesidade é inversamente relacionada com a prática de atividade física (2), responsáveis pela utilização sistemática de computador, televisão, videogame pelas crianças; assim como, alta ingestão de alimentos com alto teor de gorduras e calorias, e pobres em fibras (2, 4).

    A avaliação para a descoberta da obesidade deve ser eficaz para a população que se propõe avaliar. A OMS indica a antropometria como sendo o método mais útil na detecção de pessoas obesas (1), e atualmente o índice de massa corporal (IMC), é o método mais utilizado (3).

    Existem várias linhas de estudo em relação à obesidade, a Educação Física para prevenir a queda do nível de atividade física; a Psicologia que estuda os problemas psicossociais que existem na população obesa; a Nutrição que tende a restabelecer o comportamento alimentar; a Neurociência que estuda o local no cérebro responsável pelo comportamento alimentar; essas e outras áreas que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas obesas.

Objetivo geral

    O presente estudo tem como finalidade determinar quais são os fatores principais que podem influenciar a Obesidade.

Objetivos específicos

  • Definir Obesidade,

  • Determinar os riscos da Obesidade,

  • Gasto Energético,

  • Ingesta Alimentar,

  • Hipotálamo,

  • Hormônios reguladores,

  • Neuropeptídios.

Definição de obesidade

    A obesidade se caracteriza pelo excesso de gordura corporal, em se tratando da massa corporal total e não simplesmente do excesso de massa corporal para uma determinada estatura (7). Esta relação que pode ser feita inclusive, pelo conseqüente desequilíbrio existente entre a ingesta calórica (8) e o gasto energético de um indivíduo (8, 9).

    Quando se tem um excesso de ingesta alimentar caracterizado pelo consumo de alto teor de gordura e baixo gasto energético faz com que a pessoa acumule gordura corporal, o que ao longo do tempo e do estilo de vida desta pessoa, seja considerada obesa.

    Nos Estados Unidos a obesidade infantil já é considerada uma epidemia (10, 11, 12), 33% dos adultos são considerados obesos (10), e atualmente a epidemia não afeta somente adultos, já é considerada uma epidemia em crianças inclusive (9).

Tipos de obesidade

  • Exógena (alimentar): ocorre devido a uma alta ingestão calórica (acima do necessário) e uma baixa atividade física (sedentarismo).

  • Endógena (constitucional): ocorre devido a alterações fisiológicas, metabólicas e/ou psicológicas. Ex. hipotiroidismo (<3% dos obesos), fatores genéticos, ansiedade, nervosismo, problema com Leptina. (Bouchard, 2003)

Classificação da obesidade

  • Ginecóide (pêra): gordura centralizada na região dos quadris e nádegas, mais prevalentes em mulheres.

  • Andróide (maçã): gordura centralizada na região abdominal, mais prevalente em homens, aumenta os riscos de doenças do coração e infartos. (Bouchard, 2000)

Riscos da obesidade

    Estudos realizados indicam que pessoas obesas possuem um maior risco de desenvolverem doenças crônico degenerativas (13, 12), hipertensão arterial sistêmica (14, 15, 16); diabetes tipo 2 (17); apnéia do sono (11).

    Assim como, alguns tipos de câncer: cérebro, leucemia, seios, esôfago, estômago e outros (18, 19); comprometimento ósteo-articular (20); depressão (12); e asma (21).

Queda do gasto energético

    Pessoas mais ativas requerem mais calorias que as menos ativas. A atividade tende a diminuir o apetite em indivíduos obesos enquanto aumenta a habilidade do organismo em metabolizar preferencialmente gordura como fonte de energia.

    Havendo assim, uma queda no nível de atividade física ocasionando a queda no gasto energético das crianças e adolescentes (10) associado ao alto consumo de alimentos extremamente calóricos, são fatores da obesidade.

    Diversos fatores contribuem para a diminuição do nível de atividade física em crianças, como por exemplo, a televisão, vídeo - game, computador; Pesquisas têm revelado que 26% das crianças americanas, entre 8 e 16 anos, passam 4 ou mais horas em frente à televisão diariamente. (4, 8, 13, 14, 15, 16), e até mesmo falta de espaços próprios para brincadeiras, muitas crianças vivem em apartamentos.

    Outro fator é o risco de brincar na rua, devido ao grande número de carros, violência. Estudos mostram que o meio ambiente influencia no estilo de vida de uma criança, tendo a seu favor hábitos saudáveis ou não, incluindo pais obesos (12, 17).

    Existe um aumento do risco de obesidade infantil quando um parental, ou dois são obesos. Pelo fato deste parental geralmente, desde a infância não ter tido hábitos nutricionais saudáveis e pequeno gasto energético, conseqüentemente propiciando um estilo de vida inadequado para toda família (18).

    Outro fator importante é o genético. Bouchard em 1988 publicou no International Journal of Obesity um estudo que envolveu 1698 pessoas de 409 famílias diferentes e demonstrou haver participação genética em até 25% dos casos. Quando analisada a distribuição andróide de gordura, esta participação chegou a 30%. 

Alta ingesta alimentar

    A energia calórica que adquirimos nos alimentos vem de três tipos de nutrientes: as proteínas (1g = 4 calorias), as gorduras (1 g = 9 calorias) e os carboidratos (1g = 4 calorias).

    Em relação à alimentação o consumo de alimentos ricos em gordura e baixo em fibras associados ao baixo gasto energético é muito comum (19, 20, 21, 22). O consumo de salgadinhos, frituras, fast-food, refrigerantes, bolachas recheadas, é muito característico na obesidade infantil; assim como, o baixo ou ausente consumo de legumes, verduras e frutas caracterizando o péssimo estilo de vida das crianças obesas (21, 17).

    O estilo de vida comprometedor também se refere à queda no nível de atividade física trazendo consigo graves conseqüências às crianças e adultos, primeiro tornando-os obesas e com isso, os problemas gerados pela obesidade (11, 21, 17); ou seja, hipertensão arterial, risco de diabetes tipo 2, e o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, apnéia do sono, asma e alguns tipos de cânceres (2, 3, 18, 19, 21).

Importância da intervenção

    Uma criança obesa tem mais riscos se tornar um adulto obeso caso não venha a ser realizada uma intervenção, tornando-se um adulto obeso. A criança continuará a desenvolver as doenças correlacionadas à obesidade correndo conseqüentemente risco de morte (18, 19, 20, 21).

    Com o objetivo de realizar uma intervenção precoce a respeito da obesidade, fazendo com que a doença seja controlada e a pessoa volte a ter o peso adequado para sua idade, se faz necessário o prévio diagnóstico da obesidade; e para tanto, métodos adequados de avaliação corporal para os devidos fins.

Diagnóstico da obesidade

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a antropometria como método mais indicado para a identificação de pessoas obesas, por ser um método de baixo custo, universalmente aplicável e com uma boa aceitação pela população. A OMS, na década de 60, sistematizou a antropometria como método de avaliação do estado nutricional a partir de estudos desenvolvidos na década de 50, a partir de então a antropometria se desenvolveu rapidamente em países industrializados, o que ocorreu somente na década de 70 nos países em desenvolvimento (22).

    Atualmente o Índice de Massa Corporal (IMC) é o método antropométrico mais utilizado, foi desenvolvido no século passado por Lambert Adolphe Jacques Quetelet, um matemático belga, sendo calculado pela fórmula peso (em Kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros) (3).

    Estudos realizados em adultos permitiram que o uso do IMC fosse realmente eficaz, e pontos de corte foram estabelecidos a fim de identificar adultos como sendo pessoas com baixo peso, normais, sobrepeso e obesidade (tio I, II e III), pode-se acompanhar o IMC de corte pela Tabela 1, com os valores propostos pela Organização Mundial da Saúde (17).

    Para a utilização da Tabela 1 é necessário a utilização da fórmula de IMC em adultos e posteriormente a comparação do resultado com os IMC de corte, diagnosticando e identificando a real situação de composição corporal e estado nutricional dos indivíduos em questão.

Tabela 1. Classificação de Sobrepeso e Obesidade pelo IMC.

Adaptado de WHO (1997)

    Entretanto estes valores de classificação não podem ser utilizados para crianças e adolescentes, estudos realizados com crianças e adolescentes de todo o mundo conseguiram propor pontos de corte para o acompanhamento do crescimento com a utilização de tabelas e gráficos de crescimento, tendo os intervalos compatíveis com a velocidade de crescimento em função da idade (22, 24).

    O percentil permite estimar quantas crianças são maiores ou menores em relação ao parâmetro avaliado, eles são derivados da distribuição em ordem de um parâmetro que são observados para uma determinada faixa etária ou sexo (17).

    Para se montar uma tabela ou gráfico deve-se: a) Escolher uma população e dividi-la por faixa etária, b) Obter a massa corporal em quilogramas e estatura em metros, c) Utilizar a fórmula de IMC, para a obtenção do índice de massa corporal, d) Utilizando recursos de programas estatísticos específicos, obter a média de IMC por idade (e sexo, se desejar) e a sua distribuição entre os percentis.

    Este processo foi utilizado na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1989 e no qual pode-se analisar a situação da população feminina brasileira.

    Existe inclusive uma tabela proposta em 2000, a partir de estudos populacionais de países como: Brasil, Inglaterra, Hong Kong, Nova Zelândia, Singapura e Estados Unidos da América (30), no qual foram idealizados pontos de corte de IMC para sobrepeso (25 Kg/m²) e obesidade (30 Kg/m²), para crianças e adolescentes de 2 a 18 anos de idade (25).

    Isto é interessante pelo fato de se poder comparar se o sobrepeso ou obesidade estimados a partir de estudos populacionais realizados em um país específico está dentro da média internacional. E quando se tem o objetivo de comparar os índices da massa corporal por idade de cada país, fazendo correlações entre a situação de cada um.

    Entretanto, quando o objetivo não é a comparação entre países, se faz de grande importância a comparação dos índices de IMC da população com estudos epidemiológicos já realizados nessa mesma população, para se ter uma melhor percepção da situação destes indivíduos especificamente. Isso é necessário pelo fato de ser inconveniente, se diagnosticar pessoas de países em desenvolvimento com populações de países industrializados, com questões sociais totalmente diferentes; assim sendo, quanto menor a lacuna social, nutricional e de crescimento menor serão os erros da pesquisa (14, 23, 24).

    Para se fazer o diagnóstico da obesidade infantil foram realizados diversos estudos populacionais até se conseguir obter os pontos de corte a fim de correlacionar o IMC com sobrepeso e obesidade em crianças. O percentil P95 para o IMC foi proposto como ponto de corte para crianças obesas nos Estados Unidos e é adotado nos estudos atuais, mas se recomendam mais estudos para que este percentil seja internacionalmente utilizado e correto em todos os países (20, 24). Em relação ao diagnóstico por tabelas e gráficos estudos utilizam: a) IMC entre P85 e P95 diagnosticando crianças com sobrepeso, b) IMC acima do P95 diagnosticando crianças obesas (20, 24).

    Dizer percentil 85 é o mesmo que dizer que 85% da população estudada, está abaixo da curva P85 e conseqüente 25% está acima da curva de IMC P85. A média populacional é então, a curva ou a coluna que for 50% da população, no caso em percentil P50 (26).

    Mas, esse tipo de análise pode levar a conclusões não representativas, no caso do ponto de corte ser mais que P95 para determinar obesidade e maior que P85 determinar sobrepeso, se conclui que 5 e 15 % da população são respectivamente obesa ou com excesso de peso e isso não necessariamente é correto (27).

    Outro cuidado significativo que se deve ter é o fato de que nos países em desenvolvimento grande parte da população apresenta baixa estatura, em decorrência de desnutrição infantil, e ao longo de seu desenvolvimento. Portanto, utilizar como parâmetro IMC obtidos de populações, cuja população pode levar mais tempo para atingir os padrões de crescimento recomendáveis normais para a idade pode levar a erros no diagnóstico da obesidade. Neste caso, não se recomenda o uso de dados de massa corporal e estatura – nem de índices de massa corporal – obtidos a partir de estudos desenvolvidos em países industrializados para países em desenvolvimento (14, 22, 27, 28, 29, 30).

Cérebro e obesidade

    A neurociência tem se preocupado em detectar uma área cerebral mais diretamente relacionada com a obesidade. Estudos indicam que atualmente parece ser o hipotálamo o órgão mais diretamente relacionado ao desejo de comer (31).

    O hipotálamo tem como funções: a) controlar a pressão sanguínea e a pressão eletrolítica por uma série de mecanismos regulatórios; b) regular a temperatura corporal; c) controlar o metabolismo energético para regulação: alimentar, digestiva e taxa metabólica; d) regular a reprodução por meio do controle hormonal do acasalamento, gravidez e lactação; e) controlar as respostas emergenciais para o stress: imunológicas e físicas – regulando o fluxo sanguíneo para o músculo e outros tecidos e secretando os hormônios adrenais do stress (31, 32).

    Hoje o hipotálamo também é conhecido como sendo o centro da saciedade. Isto foi descoberto através de um estudo no qual houve a destruição da Área Vastomedial em ratos o que os fez comer em excesso causando obesidade severa, com excesso da secreção de insulina (hiperinsulinemia), alterações no controle da temperatura corporal e no sistema nervoso autônomo; e a estimulação elétrica suprimia apenas a ingestão de alimentos (31, 33, 34).

    Na parte lateral do hipotálamo estaria o centro da fome. Lesionaram a Área Lateral provocando lesão em ratos e os animais pararam de comer e beber gerando um emagrecimento acentuado. Fazendo a estimulação elétrica, induziram a ingestão de alimentos ou bebidas ou ambos (31, 32, 33).

    A participação de alguns neurotransmissores e de diversos tipos de receptores é fundamental para o início e o término de uma alimentação, como por exemplo a leptina que atua no hipotálamo (31).

    A leptina foi detectada na descoberta do gene Obeso em Camundongos – este gene codifica a proteína leptina. A quantidade de leptina no sangue representa a quantidade do tecido adiposo. A leptina é liberada na corrente sanguínea, é Importante para a homeostase, ela mantêm a variação de 5% do peso corporal (31, 33, 34).

    Atua na homeostase no sentido de quando o tecido Adiposo Diminui acontece uma queda da Leptina, assim o animal come mais. Quando o tecido Adiposo Aumenta, aumenta a quantidade de Leptina, e conseqüentemente o animal come menos (31, 33, 34).

Neurotransmissores e obesidade

    Estudos conseguiram detectar alguns neurotransmissores que possuem um papel no controle do apetite, os mais discutidos atualmente são: α -MSH, PRGA, neuropeptídeo Y, CRH, transmissão regulada por anfetamina e cocaína, POMC, orexina e o hormônio concentrador de melanina (31, 33, 34).

    Os receptores MC-4 são receptores de melanocortina – 4, onde se ligam os α -MSH, juntamente com a proteína relacionada ao agouti, esses receptores tem participação no controle alimentar (31, 33, 34).

    O α -MSH e o α – Hormônio estimulante de melanócito, ele é um neuropeptídeo que atua como antagonista de receptores MC-4, inibindo a ingestão de Alimentos (31, 33, 34).

    A proteína relacionada ao gene agouti (PRGA) ou proteína relacionada ao agouti (PRA), é antagonista dos receptores MC-4, induz a produção de um peptídeo bloqueador de receptores MC-4, e aumenta a ingestão de alimentos (31, 33, 34).

    O neuropeptídeo Y (NPY) é um peptídeo neurotransmissor encontrado em um sistema de neurônios do núcleo arqueado; ele estimula a alimentação, estimula as secreções de insulina e de glicocorticóides, reduz a quebra de triglicerídeos e diminui a temperatura do corpo (31, 33, 34).

    O hormônio liberador de corticotropina (CRH) causa a queda do Neuropeptídeo Y, aumentando o CRH, e atuando hipotálamo (31, 33, 34).

    A transmissão regulada por anfetamina e cocaína é um peptídeo neurotransmissor, encontrado em um sistema de neurônios do núcleo arqueado, e acaba inibindo o comportamento alimentar (31, 33, 34).

    O Pró-opiomelanocortina (POMC), origina a ß-endorfina e origina o MSH. Estudos recentes indicam que indivíduos com mutações no gene POMC exibiram obesidade de início precoce – existe um papel deste gene no balanço energético (31, 33, 34).

    O hormônio concentrador de melanina (HCM), é um peptídeo neurotransmissor, encontrado em um sistema de neurônios do hipotálamo lateral, ele estimula o apetite e reduz a taxa metabólica (31, 33, 34).

    A orexina é um peptídeo neurotransmissor, que é encontrado em um sistema de neurônios do hipotálamo lateral, estimula o apetite, e reduz a taxa metabólica (31, 33, 34).

    Mais estudos precisam ser realizados para a melhor compreensão tanto dos: neuropeptídeos envolvidos, como dos genes envolvidos; assim como, a forma de atuação de ambos no comportamento alimentar.

Conclusão

    Pode-se concluir que se faz de extrema importância o estudo dos fatores associados à obesidade para que fique muito claro onde os profissionais que atuam nesta área podem atuar, como foi discutido no decorrer do trabalho.

    As diversas áreas discutidas têm suas contribuições que devem ser estudadas por todos, para que seja realmente efetivo o trabalho com a população obesa com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas de uma maneira global e efetiva.

    É preciso acompanhar os estudos que estão sendo desenvolvidos e as descobertas a respeito da obesidade para que a atuação e o desenvolvimento de técnicas seja cada vez melhor para os obesos.

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