efdeportes.com

Motivação para a prática esportiva: Programa Segundo Tempo, Região 16

Motivación para la práctica deportiva: Programa Segundo Tiempo, Región 16

Motivation for sport practice: Second Time Program, Region 16

 

*Doutor. Docente associado do Departamento de Educação Física

da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

**Mestre. Professor do Departamento de Educação Física da UEM

***Mestre. Professor do Departamento de Educação Física

da Universidade Estadual Centro Oeste do Paraná (UNICENTRO)

****Mestre. Professor do Departamento de Educação Física

da Universidade Paranaense (UNIPAR)

*****Membro da Equipe Colaboradora 16

Programa Segundo Tempo. Ministério do Esporte

(Brasil)

Amauri Aparecido Bássoli de Oliveira* *****

Clarice Alves Teixeira** *****

Leandro Rechenchosky** *****

Albertino de Oliveira Filho** *****

Alessandra Carnelozzi Prati**** *****

Luciane Arantes da Costa* *****

Schelyne Ribas Silva*** *****

Sonia Toyoshima Lima* *****

Vanildo Rodrigues Pereira* *****

schelys@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo investigar os motivos que levam os beneficiados do Programa Segundo Tempo a participarem das atividades esportivas. A amostra foi de 277 beneficiados com idade entre 10 a 17 anos de ambos os sexos, que participam do Programa Segundo Tempo nos núcleos das regiões norte, noroeste e parte do sudoeste do Estado do Paraná, os quais são acompanhados pela Equipe Colaboradora 16. O questionário Participation Motivation Questionnaire (PMQ), desenvolvido por Gill, Gross e Huddleston (1983), traduzido e adaptado para a língua portuguesa por Serpa e Frias (1990), é denominado de Questionário de Motivação para as Actividades Desportivas (QMAD), tendo sido utilizado a sua versão mais recente, de Serpa (1992). Para a análise dos dados foi utilizado análise descritiva mediana e intervalo interquartílico; análise de variância One Way- ANOVA adotando p<0,05, e o software utilizado foi o SPSS 13.0. Os resultados revelaram que os valores máximos dos resultados do sexo feminino são semelhantes aos do sexo masculino, valores esses superiores a 3 na totalidade das variáveis; as medianas de ambos os sexos e em todos os grupos etários, são inferiores às encontradas na literatura; na comparação dos motivos que levam a prática esportiva, considerando os 3 grupos etários de ambos os sexos, não foi revelado nenhum resultado significativo. Conclui-se, que existe uma tendência de toda a amostra em procurar a prática de esportes no Programa Segundo Tempo, principalmente, motivados pelo próprio contexto, o que indica fatores culturais, locais e cultura esportiva e, ainda, por influência familiar e de amigos.

          Unitermos: Motivação. Beneficiados. Programa Segundo Tempo.

 

Abstract

          The objective of this study was to investigate the reasons that take the benefited on the Second Time Program to participate in the sports activities. The sample was composed by 277 benefited between ages of 10 to 17 from both sexes that participate on the Second Time Program in the nuclei of the regions north, northwest and part of southwest of Paraná, accompained by the Collaborator Team 16 . The questionnaire Participation Motivation Questionnaire (PMQ), developed by Gill, Gross and Huddleston (1983), translated and adapted to the portuguese language by Serpa and Frias (1990), is called Motivation for the Sports Activities Questionnaire (MSAQ), that was used in your most recent version of Serpa (1992). For the data analysis was used the median descriptive and the interquartile interval; variance analysis One Way – ANOVA adopting p<0,05, and the used software was the SPSS 13.0. The results revealed that the highest values for the feminine sex were similar to the masculine sex, values that were higher than 3 in all the variables; the medians of both sexes and for all ages in this study are lower than the values found in the literature; comparing the reasons that take the sport practice, considering the 3 ages groups of both sexes, were not revealed any significant result. Concludes that there is a tendency to every sample finding the sport practice in the Second Time Program, mainly, motivated by your own context, what indicates the cultural factors, locals and sports culture and still by familiar and friends influence.

          Keywords: Motivation. Benefited. Second Time Program.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O programa Segundo Tempo, organizado e implementado pela Secretaria Nacional de Esporte Educacional (SNNED), do Ministério do Esporte (ME), procura encaminhar crianças e jovens em situação de risco social à prática do esporte educacional, o que requer ações e condições especialmente preparadas, de modo a garantir o seu alcance efetivo e eficiente.

    A motivação para tal prática constitui fator primordial para esse alcance, o que mereceu investir na investigação dos atuais beneficiados, uma vez que trata-se de possíveis indicadores que deverão contribuir com o futuro do programa.

    Ericsson (2003) considera a motivação fator indispensável, sem a qual, a adesão em qualquer atividade estaria prejudicada; muito mais, obter sucesso, particularmente aprender e alcançar esse sucesso na prática esportiva. Comportamento pró-social, intimidade e lealdade são destacadas por Weiss, Smith e Theebom (1996), como características que se originam da amizade motivada pela prática de esportes, o que reforça o seu caráter indispensável.

    Motivos relevantes para a prática esportiva no programa Segundo Tempo, tanto intrínsecos quanto extrínsecos, certamente integram os mecanismos que despertam o interesse e que mereceram análise no presente estudo. Conforme referem Schultz e Schultz (1992), um estado de equilíbrio entre a pessoa e a sua prática no ambiente oportunizado, surge da motivação, que facilita mudanças de atitude em face do sucesso.

    Neste sentido objetivou-se investigar os motivos que levam os beneficiados do Programa Segundo Tempo a participarem das atividades esportivas desenvolvidas pelos núcleos, da região norte, noroeste e sudoeste do Paraná.

Metodologia

População e amostra

    O universo de crianças e adolescentes foi constituído por beneficiados do Programa Segundo Tempo integrado aos núcleos de abrangência da Região 16, compreendendo o norte, noroeste e parte do sudoeste do Estado do Paraná.

    A amostra foi composta por 277 beneficiados com idade entre 10 a 17 anos de ambos os sexos, dos núcleos do Programa Segundo Tempo, acompanhados pela equipe colaboradora 16 (EC 16), conforme distribuição organizada na Tabela 1.

Tabela 1. Freqüência absoluta e relativa da amostra em relação aos grupos etários e sexo

Instrumento de medida

    O instrumento originado do Participation Motivation Questionnaire (PMQ), desenvolvido por Gill, Gross e Huddleston (1983), traduzido e adaptado para a língua portuguesa por Serpa e Frias (1990), é denominado de Questionário de Motivação para as Actividades Desportivas (QMAD), tendo sido utilizada a sua versão mais recente, de Serpa (1992).

    O questionário é composto por 30 itens que descrevem sobre as razões para a atividade desportiva, os quais são agrupados em 7 subescalas: 1) Realização- estatuto; 2) Divertimento; 3) Atividade em grupo; 4) Contextual; 5) Aptidão Física; 6) Aperfeiçoamento técnico; 7) Influência de familiares e amigos. As respostas são dadas num continuum de 5 pontos que varia entre os extremos “Nada importante”, que assume o valor 1, até ao “Totalmente importante”, com valor 5.

    As subescalas são agrupadas refletindo os motivos extrínsecos (realização-estatuto, atividades em grupo, contextual e influência da família e amigos) e intrínsecos (divertimento, aptidão física e aperfeiçoamento técnico).

    A primeira subescala apresentada, ”realização-estatuto”, aborda a motivação para a aquisição de estatuto (status), com motivos como “ganhar”, “ter a sensação de ser importante”, “ser reconhecido e ter prestígio”, “ultrapassar desafios”.

    Na segunda subescala, “divertimento”, os motivos relacionados são “estar com os amigos”, “fazer alguma coisa em que se é bom”, “fazer novas amizades” e o próprio “divertimento”.

    Na terceira, “atividade em grupo”, os motivos que a caracterizam são “trabalhar em equipe”, “pertencer a um grupo”, “aprender novas técnicas”, “ter ação” e “espírito de equipe”.

    A quarta, “contextual”, inclui os motivos “influência de treinadores”, “prazer na utilização das instalações e material esportivo” e “ter emoções fortes”, relacionando-a ao contexto em que se é praticada a atividade, do ponto de vista social, material e psicológico.

    A quinta, “aptidão física”, inclui “manter a forma” e “estar em boa condição física”. A sexta “aperfeiçoamento técnico”, refere-se a “descarregar energias” e “melhorar as capacidades técnicas”. E, a sétima e última subescala, é caracterizada pelo motivo “Influência de familiares e amigos”.

Tratamento estatístico

    Os valores encontrados foram submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, não tendo sido encontrada distribuição de normalidade, o que remeteu à utilização dos seguintes tratamentos:

  • para a análise descritiva das medidas de tendência central e dispersão dos dados foram utilizados a mediana e intervalo interquartílico e freqüência absoluta e relativa;

  • para a comparação das médias entre os grupos foi utilizada a análise de variância One Way- ANOVA;

  • em todas as análises foi adotado p<0,05, e o software utilizado foi o SPSS 13.0.

Resultados e discussão

Motivos que levam os beneficiados do sexo masculino à prática esportiva nos núcleos

    Os resultados apresentados na Tabela 2 identificam os motivos mais e menos importante em relação aos grupos etários no sexo masculino, verificou-se, que o único motivo relevante, a “atividade em grupo”, foi apontado pelo grupo etário mais velho (G3). Os demais fatores do G3, assim como todos os motivos nos demais grupos (G1 e G2), foram considerados “moderadamente importantes”, ou seja, as medianas permaneceram maiores que 2 e menores que 4. Recorde-se que tanto na classificação de Serpa (1992), quanto na de Weinberg e Gould (2008), os motivos mais importantes apresentam mediana ≥ 4 e os menos importantes mediana ≤ 2.

Tabela 2. Mediana, primeiro e terceiro quartis dos motivos para a prática das atividades esportivas nos grupos G1, G2 e G3 do sexo masculino

* a Diferença estatisticamente significativa entre os sexos. *( p0,04) ; a (p0,02)

    Percebe-se na Tabela 2, que entre as menores medianas observadas estão as subescalas “Realização-estatuto” e “Influência de familiares”. Esse fato pode ser de certo modo, justificado pela característica do esporte praticado pelos sujeitos do sexo masculino. Por não se tratarem de atletas, e praticarem o esporte como um meio de lazer e descontração, fatores como “ganhar”, “ser reconhecido e ter prestígio”, “influência de treinadores” e “influência de familiares e amigos”, acabam exercendo influência secundária, embora presentes.

Motivos que levam os beneficiados do sexo feminino à prática esportiva nos núcleos

    Os dados discutidos a seguir buscam identificar os motivos mais e menos relevantes em relação aos grupos etários no sexo feminino, evidenciou-se na Tabela 3, que no grupo das participantes mais jovens (G1), os fatores divertimento e contextual foram citados como mais relevantes. Esse fato pode indicar que tanto os motivos intrínsecos (divertimento), como os motivos extrínsecos (estrutura física e material) são importantes para a prática das atividades desenvolvidas. Já no G2 foram identificados somente fatores classificados como moderadamente relevantes à prática e, finalmente no G3, foi observado um maior número de motivos classificados como relevantes (divertimento, contextual, aperfeiçoamento técnico, influência familiar e de amigos). Apesar do G3 apresentar maior número de motivos relevantes, foi observado certo equilíbrio entre os motivos extrínsecos (“Contextual”, “Influência Familiar e de Amigos”) e intrínsecos (divertimento, aperfeiçoamento técnico), de modo similar ao das participantes mais jovens.

Tabela 3. Mediana, primeiro e terceiro quartis dos motivos para a prática das atividades esportivas nos grupos G1, G2 e G3 do sexo feminino

* a Diferença estatisticamente significativa entre os sexos. *( p0,04) ; a (p0,02)

    De modo similar aos dados identificados no G3 (Tabela 3), Barroso et al. (2007), ao verificarem os motivos para a prática de esportes coletivos universitários no Estado de Santa Catarina, constataram que, o fator de maior relevância na motivação entre os participantes foi o aperfeiçoamento técnico, seguido de diversão, afiliação, aptidão física, contexto, status e influência da família. Também corroboram com os achados de Paim (2001; 2003), no qual os motivos mais relevantes para o envolvimento no futebol de crianças e adolescentes de 10 a 16 anos de ambos os sexos foi desenvolver habilidades, seguido de excitação e desafios, afiliação e aptidão física. Ainda, estudos realizados por Gaya e Torres (1996), sobre hábitos de vida na faixa etária de 12 a 17 anos, demonstraram que os estímulos para as práticas esportivas, tanto de pais como de professores, são menores no sexo feminino; o próprio comportamento dos pais em relação aos filhos do sexo masculino e feminino é, para esses autores, claramente diferenciado no que tange ao rendimento desportivo.

    Weinberg e Gould (2001) reforçam, ao referir à importância de considerar que, ao longo da vida, as pessoas têm vários motivos para envolverem-se em uma atividade e, esses motivos estão em constantes mudanças.

    Possivelmente se possa inferir que, em relação ao sexo masculino e feminino, os aspectos culturais explicam as diferenças encontradas. Isso indica que é fundamental estar sempre atento ao desenvolvimento dos programas de atividades físicas e esportes, em consonância com as características ambientais e culturais da localidade e região do núcleo, acompanhando e atuando integralmente, para manter a atividade estimulante e agradável ao participante, de modo que ele não perca o interesse ou a motivação, nem desista ou abandone a prática.

Comparação dos motivos que levam à prática esportiva em relação aos grupos etários

    Em relação aos grupos, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das subescalas do questionário motivacional: Realização Estatuto (F 2,006)= 0,136; Atividade em Grupo (F 2,158)= 0,118; Aptidão Física (F 1,404)= 0,247; Contextual (F 1,209)= 0,300; Aperfeiçoamento Técnico (0,025)= 0,975; Influência dos Familiares e Amigos (F 1,854)= 0,159 e Divertimento (2,625)= 0,074. Isso remete a uma posição semelhante entre os sexos dos três grupos.

    No presente estudo verificou-se que os sujeitos do G2 apresentam resultados discretamente inferiores comparados aos G1 e G3 em quase todas as subescalas, o que pode ser justificado pela fase que as crianças estão vivendo.

    Para realizar atividades esportivas com maior autonomia e segurança, deve-se levar em conta os fatores motivacionais que direcionam as crianças para a prática desportiva, considerando que os motivos podem variar conforme a faixa etária do indivíduo (TERRA, HERNANDEZ, VOSER, 2009), no entanto, no presente estudo isso não foi verificado.

    Alguns iniciam sua atividade esportiva após ter atingido certa idade, como por exemplo, futebol sete ou futebol society, apesar de muitos dos praticantes apresentarem um histórico esportivo, com práticas iniciadas na infância, outros tantos não possuem esse histórico, e iniciam sua prática esportiva justamente pelo caráter lúdico que ela apresenta, e que, portanto possibilita essa situação. Machado, Piccoli e Scalon (2005) descrevem que a iniciação desportiva é um processo de ensino-aprendizagem mediante o qual o indivíduo adquire, desenvolve e especializa as técnicas básicas para o desporto, que pode acontecer com indivíduos das mais diferentes faixas etárias, desde criança até idosos.

    Desse modo, ao se tratar de motivação para a prática esportiva, existe uma diferença no trato com crianças e adolescentes e com adultos. Nesse sentido, deve-se considerar que crianças e adolescentes estão num período de crescimento e desenvolvimento, sofrendo influências culturais, sociais e biológicas, além de diversas transformações, que despertam um cuidado especial para que não se interfira negativamente nesse processo (FILGUEIRA; SCHWARTZ, 2007).

    Os dados encontrados no presente estudo, não apresentaram motivações diferenciadas entre as diferentes faixas etárias. Fato que podem ser justificados pelo fato do Programa Segundo Tempo ter caráter educacional e visa à inclusão social.

    De acordo com Guimarães e Bzuneck (2002), pesquisas sobre motivação para a aprendizagem são recentes e ainda, existe uma carência de instrumentos psicológicos que possibilitem o desenvolvimento dessa área no Brasil. Também Pintrich e Schunk (2002), explicam que existem muitos pontos ainda obscuros sobre a motivação, principalmente devido à complexidade do fenômeno motivacional, o que justifica a importância dos estudos feitos dentro do ambiente de prática de atividades físicas e desportivas com o intuito de se tentar compreender como e porque as crianças e adolescentes se envolvem nas atividades esportivas, considerando nesse âmbito possíveis diferenças entre os sexos.

Conclusão

    Considerando os motivos que levam beneficiados do Programa Segundo Tempo a participarem da prática esportiva nos núcleos da Região 16 – Paraná, foi possível concluir o que se segue:

  • os motivos mais relevantes apontados pelos sujeitos do sexo masculino para a prática de esportes no programa foram: influência familiar e o fator contextual, relacionados respectivamente com a aprovação social e com a recompensa externa;

  • motivações para a prática conducente ao trabalho em grupo, à aptidão física e ao divertimento também foram destacadas pelos sujeitos do sexo masculino, sendo que o status foi um motivo mais frequente apenas no nível médio;

  • também no sexo feminino os fatores de motivação mais relevantes foram o contexto (contextual) e influencia familiar e de amigos, predominando assim, para ambos os grupos os motivos extrínsecos;

  • divertimento e aperfeiçoamento técnico revelaram-se também importantes motivos no sexo feminino, sendo que no nível médio situaram-se mais facilmente os motivos de status (realização-estatuto) e aptidão física;

  • ao traçar a mediana e calcular o primeiro e terceiro quartiles dos motivos para a prática de esportes dos sujeitos do sexo masculino, considerando os grupos etários (G1, 10-11 anos; G2, 12-13 anos; G3, 14-17 anos), notou-se que em nenhuma das variáveis (subescalas) a mediana atingiu ≥ 4, embora tenha ocorrido nos valores máximos, na quase totalidade das variáveis dos 3 grupos etários;

  • diferente do sexo masculino, nos grupos etários do sexo feminino verificaram-se medianas ≥ 4 nos grupos G1 (divertimento e contextual) e G3 (divertimento, contextual, aperfeiçoamento técnico e influência familiar/amigos), sendo que o G2 apenas aproximou em divertimento (3,75) e contextual (3,84);

  • nos valores máximos os resultados do sexo feminino são semelhantes aos do sexo masculino, ou seja, valores superiores a 4 na quase totalidade das variáveis;

  • as medianas de ambos os sexos e em todos os grupos etários do presente estudo, são inferiores às encontradas na literatura;

  • na comparação dos motivos que levam a prática esportiva, considerando os 3 grupos etários de ambos os sexos, não foi revelado nenhum resultado significativo.

    Verificou-se uma tendência de toda a amostra em procurar a prática de esportes no Programa Segundo Tempo, principalmente, motivados pelo próprio contexto, o que indica fatores culturais, locais e cultura esportiva e, ainda, por influência familiar e de amigos.

    Entende-se esses fatores como favoráveis à motivação das crianças e adolescentes para a prática do esporte educacional, sendo também, embora um pouco mais discretos, importantes os motivos relacionados ao trabalho em grupo, aptidão física, divertimento e aperfeiçoamento técnico, uma vez que são impulsionadores da aprendizagem esportiva.

    Indicadores como os que se apresentam nos resultados (divertimento, contexto, amizade, cooperação e aprendizagem desportiva motora) poderão orientar a organização do trabalho futuro nos núcleos, uma vez que a motivação certamente exerce forte influência sobre a participação, na aprendizagem e socialização.

    Proporcionar tais oportunidades em quantidade e qualidade, com estratégias metodológicas e seqüências motivantes situa-se nos propósitos do programa, de modo a permitir o alcance da dignidade, da independência e da cidadania dos beneficiados.

Referências

  • ARAUJO, S. S; MESQUITA, T. R. R.; ARAUJO A. C; BASTOS, A. A. Motivação nas aulas de educação física: Um estudo comparativo entre gêneros. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2008, 13(127). http://www.efdeportes.com/efd127/motivacao-nas-aulas-de-educacao-fisica.htm

  • BEE, H. A criança em desenvolvimento. 8. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

  • BERLEZE, A.; VIEIRA, L. F.; KREBS, R. J. Motivos que levam crianças à prática de atividades motoras na escola. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, 2002, 13(1), 99-107.

  • BETTI, M. Ensino de 1º. e 2º. graus: Educação Física para quê? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 1992, 13(2), 282-7

  • CID, L. F. Alteração dos motivos para a prática desportiva das crianças e jovens. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2002, 8(55). http://www.efdeportes.com/efd55/motiv.htm

  • CRUZ, J. Motivação para a prática e competição desportiva. In: CRUZ, J. (Ed) Manual de psicologia do desporto, 1996. p. 305-331

  • CSIKSZENTMIHALYI, M. Flow: the psychology of optimal experience. New York: Harper Perennial, 1991.

  • DECI, E. L.; RYAN, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behavior. New York: Plenum Press, 1985.

  • DOUGLAS, W.; ARAUJO, R. Ajude seu filho a ser um vencedor: conselhos de um campeão nos estudos e de um campeão nos esportes. Niteroi. RJ: Impetus, 2004.

  • ERICSSON, K. A. Development of elite performance and deliberate practice: An update from the perspective of the expert performance approach. In. STARKES, J.L.; ERICSSON, K. A. (Eds.), Expert performance in sports. Champaign, IL: Human Kinetics, 2003. p. 49-83

  • FERNANDES, H. M.; VASCONCELOS-RAPOSO, J. Continuum de Auto-Determinação: validade para a sua aplicação no contexto desportivo. Estudos de Psicologia, 2005, 10(3), 385-395.

  • FILGUEIRA, F.; SCHWARTZ, G. M. Torcida familiar: a complexidade das inter-relações na iniciação esportiva ao futebol. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2007, 7(2) 245-253.

  • FONSECA, A. Motivos para a prática desportiva: Investigação desenvolvida em Portugal. Rev. Critica de Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, 1995, 1(1) 49-62.

  • GAYA, A.; TORRES, C. L. Estilo de vida e hábitos desportivos em alunos de escolas públicas de Porto Alegre. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 1996, 17(1) 61-71.

  • GILL, D.; GROSS, J.; HUDDLESTON, S. Participation Motivation in Youth Sports. International Journal of Sport Psychology, 1983, 14, 1-14.

  • GUIMARÃES, S. E. R.; BZUNECK, J. A. Propriedades Psicométricas de uma medida de Avaliação da Motivação Intrínseca e Extrínseca: Um Estudo Exploratório. Psico-USF. 2002, 7(1) 1-8.

  • HORN, T. Advances in Sport Psychology: Champaign: Human Kinetics, 1992

  • KREBS, R. J. Desenvolvimento humano: teorias e estudos. Santa Maria: Casa Editorial, 1995.

  • MACHADO, A. A. Psicologia do esporte - temas emergentes. Jundiaí: Ápice, 1997.

  • MACHADO, C. S; PICCOLI, J. C. J; SCALON, R. M. Fatores motivacionais que influenciam na aderência de adolescentes aos programas de iniciação desportiva das escolas da Universidade Luterana do Brasil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2005, 10(89). http://www.efdeportes.com/efd89/inic.htm

  • PAIM, M. C. C. Fatores motivacionais e desempenho no futebol. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, 2001, 12(2) 73-79.

  • PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática? EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2003, 9(61). http://www.efdeportes.com/efd61/volei.htm

  • PAIM. M. C. C; PEREIRA, E. F. Fatores motivacionais dos adolescentes para a prática de capoeira na escola. Revista Motriz, Rio Claro, 2004, 10(3) 159-166.

  • PIKUNAS, J. Desenvolvimento humano: uma ciência emergente. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.

  • PINTRICH P. R.; SCHUNK, D. H. Motivation in Education: theory, research and applications. New Jersey: Merril Prentice Hall, 2002.

  • SCALCAN, R. M., BECKER JR.,B.; BRAUNER, M. R. G. Fatores motivacionais que influem na aderência dos programas de iniciação desportiva pela criança. Revista Perfil. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1999, Ano 3 (3).

  • SCHULTZ, D.; SCHULTZ, S. História da Psicologia moderna. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 1992.

  • SERPA, S. Motivação para a Prática Desportiva. In: SOBRAL, F; MARQUES, A. (Coordenação). FACDEX - Desenvolvimento Somato-Motor e Factores de Excelência Desportiva na População Escolar Portuguesa. Ministério da Educação. Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário. Direcção Geral dos Desportos. Gabinete Coordenador do Desporto Escolar. Lisboa, 1991.

  • SERPA, S. Motivação para a prática desportiva – Validação preliminar do questionário de motivação para atividades desportivas (QMAD). In: SOBRAL, F; MARQUES, A. (Coordenação), FACDEX – Desenvolvimento Somato-motor e Factores de Excelência Desportiva na População Escolar Portuguesa. Vol 2 – Relatório parcelar Área do Grande Porto (89-97). ME., DGEBS. – D.G.D. – G.C.D.E., Lisboa, 1992.

  • TERRA, G. B.; HERNANDEZ, J. A. E.; VOSER, R. C. A motivação de crianças e adolescentes para a prática do futsal. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n.128, 2009. http://www.efdeportes.com/efd128/a-motivacao-de-criancas-e-adolescentes-para-a-pratica-do-futsal.htm

  • THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

  • VALLERAND, R. J. A hierarquical model of intrinsic and extrinsic motivation for sport and physical activity. In: HAGGER, M. S.; CHATZISARANTIS, N. L. D. Intrinsic motivation and self-determination in exercise and sport. Champaign: Human Kinetics, IL, 2007, Cap 17, p. 255-279.

  • VALLERAND, R. J. Intrinsic and extrinsic motivation in sport. In: Encyclopedia of Applied Psychology, 2004, Cap 2, p. 427-435.

  • VALLERAND, R. J.; LOSIER, G. F. An integrative analysis of intrinsic and extrinsic motivation in sport. Journal of Applied Sport Psychology, 1999, 11(1), 142-169.

  • WANKEL, L. M.; KREISEL, P. S. J. Factores underlying enjorment of yunth sports: Sport and age group comparisons. Journal of Sport Psychology, Champaing: Human Kinectics Publishers, 1985, 7(1) 51-64.

  • WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

  • WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Artmed, 2008.

  • WEISS, M. R.; SMITH, A. L.; THEEBOOM, M. That’s what friends are for: Children’s and teenagers’ perceptions of peer relationships in the sport domain. Journal of Sport and Exercise Psychology, [S.L.], 1996, 18, 347-379.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 150 | Buenos Aires, Noviembre de 2010
© 1997-2010 Derechos reservados