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Ativação do músculo reto do abdome durante 

exercícios abdominais em diferentes velocidades

Activación del músculo recto del abdomen durante ejercicios abdominales en diferentes velocidades

Rectus Abdominis activation during abdominal exercises in different velocities

 

*Acadêmica do curso de Educação Física, UNICENTRO, Irati, PR

**Professora do curso de Educação Física, UNICENTRO, Irati, PR

(Brasil)

Watuzzy Yasmin Rovêa*

Marluci Regina Stanski*

Gláucia Andreza Kronbauer**

Maria Angélica Binotto**

gkglau@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O músculo abdominal tem papel fundamental na manutenção da postura ereta, por isso exercícios que melhorem o tônus muscular são indispensáveis. O objetivo do presente estudo foi avaliar a ativação muscular do reto do abdome durante exercícios de flexão de tronco executados em diferentes velocidades. Fizeram parte do estudo sete sujeitos adultos jovens do sexo masculino, com média de idade de 23 anos, praticantes de musculação pelo menos duas vezes por semana por uma hora ou mais. Foram coletados sinais EMG do músculo reto do abdome, com a execução de 15 repetições do movimento de flexão do tronco com amplitude de 0-30º sem carga externa, em diferentes velocidades: 10°/s e 30°/s. Os sinais foram coletados com um eletromiógrafo EMG System de 15 canais, placa A-D de 8 bits, com freqüência de amostragem de 1000 Hz e os valores RMS foram obtidos pelo recorte das cinco execuções intermediárias em cada velocidade para cada sujeito. Foi verificada a normalidade dos dados (teste de Shapiro-Wilk), analisados os comportamentos individuais (ICC) e realizadas comparações entre as velocidades (teste t pareados), considerando o nível de significância de p<0,05. De acordo com os resultados obtidos, pode-se observar que a ativação muscular em execuções lentas variou de 0,03-0,41 Volts (0,16±0,14), enquanto a ativação em execuções rápidas variou de 0,06-0,53 Volts (0,23±0,17). Foram encontradas diferenças significativas entre a ativação nas duas velocidades (p = 0,027), sendo que a ativação muscular foi maior para a velocidade de 30º/s quando comparada com a execução do movimento na velocidade de 10°/s. Portanto, pode-se observar pela análise eletromiográfica que exercícios executados em maiores velocidades exigem maior ativação.

          Unitermos: Reto do abdome. Eletromiografia. Velocidade.

 

Abstract

          Rectus Abdominis muscle has fundamental role in keeping straight posture, therefore it’s necessary to exercise to increase muscle tonus. The aim of this study was to evaluate rectus abdominis activation during trunk flexion in different velocities. Seven adult male subjects, 23 years old who were training lift weights at least twice a week participated in the study EMG signal was collected from rectus abdominis during 15 trunk flexions of 0-30º amplitude without external load in two different velocities: 10°/s e 30°/s. Signals were collected with a EMG System 15 canals electromyograph, 8 bits A-D plaque, sampling frequency of 1000 Hz and RMS values obtained from five intermediate plays cuts for each subject in each velocity. Data normality was verified (Shapiro-Wilk test), individual behavior analyzed (ICC) activation values from the different velocities compared (paired t test); the significance level was p<0,05. according to the results we can observe slow plays muscle activation varied from 0,03 to 0,41 Volts (0,16±0,14) while fast plays muscle activation varied from 0,06 to 0,53 Volts (0,23±0,17). Significant differences were detected between activation in different velocities (p = 0,027) with higher activation for 30º/s when compared to 10°/s. So we can observe by electromyographical analysis that higher velocity exercises demand for higher activation.

          Keywords: Rectus abdominis. Electromyography. Velocity.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As mudanças de estilo de vida conseqüentes das inovações tecnológicas têm trazido muitos benefícios e mais conforto ao ser humano. Contudo, o não-movimento surge como um fator de risco para doenças crônico-degenerativas e síndromes dolorosas. Especialmente no ambiente laboral, diversos distúrbios osteomusculares causados por movimentos repetitivos, ou por muito tempo de manutenção de uma mesma postura, passam a acometer os trabalhadores (BAPTISTA & BASTOS, 2007).

    A região da coluna lombar tem recebido atenção especial nesse sentido. Sabe-se que a coluna lombar é frequentemente acometida por lombalgias, pois concentra grande sobrecarga de compressão em diversas tarefas (BAPTISTA & BASTOS, 2007). Tal fato pode ser explicado considerando a evolução do ser humano que parte de primatas quadrúpedes que distribuíam seu peso corporal em quatro membros, mantendo um arco único na coluna, o arco raquídeo; a adoção de uma postura ereta modificou a anatomia da coluna transformando-a em uma haste com três curvaturas: lordose lombar, cifose torácica e lordose cervical (VAZ ET AL., 1991). Para tanto houve o aumento do tônus muscular na região lombar e diminuição da potência dos músculos abdominais, aumentando a compressão entre as vértebras desta região.

    Entre os músculos estabilizadores da lombar estão os multífidos e interespinhais lombares, na região posterior, que atuam na extensão do tronco, e os abdominais, na região anterior, que atuam na flexão do tronco; o músculo psoas têm ações antagônicas sendo um extensor na região lombar e um flexor no quadril (SACCO & TANAKA, 2008). O equilíbrio entre as forças antagonistas desses músculos permite a estabilização lombar e a manutenção da postura ereta. E ainda, os músculos abdominais são de extrema importância para as funções de sustentação e contenção do conteúdo abdominal, além de possuir papel de destaque na postura normal da pelve, sendo responsável indiretamente pela curvatura da coluna lombar e de grande importância na postura do corpo (DI DIO ET AL., 2002)

    O grupo abdominal envolve quatro músculos diferentes: o transverso do abdome, mais profundo, possui fibras transversais que cruzam o ventre de uma lateral a outra; o oblíquo interno possui fibras diagonais da região média para as laterais no sentido superior-inferior; o obliquo externo possui também fibras laterais da região média para as laterais, contudo no sentido inferior-superior; e o reto do abdome, músculo superficial que possui fibras longitudinais (NETTER, 2001). O reto do abdome se origina nas cartilagens costais e no processo xifóide, e se estende até a sínfise púbica, ou seja, a sua contração aproxima o quadril da parte superior do tronco; está dividido lateralmente em uma porção esquerda e uma porção direita pela linha branca e possui ainda três intersecções tendíneas transversas que o dividem em porções superiores e inferiores e uma espessa bainha de tecido conjuntivo que recobre toda sua superfície (NETTER, 2001; SACCO & TANAKA, 2008).

    Muitos estudos têm buscado investigar os efeitos de diferentes exercícios nos músculos abdominais e determinar quais as estratégias mais eficazes de estimulação e fortalecimento nos mesmos, utilizando a eletromiografia (GUIMARÃES & CRESCENTE, 1984; VAZ ET AL., 1991; FIGUEIREDO, 2004; ALVES, 2006). São avaliadas diferentes posições de membro inferior, amplitude do movimento de flexão do tronco, influência do treinamento e mesmo diferenças na execução do exercício no meio líquido. Porém, pouco se fala sobre a influência da velocidade na ativação muscular.

    É importante entender que qualquer corpo, para deixar o seu estado de repouso, necessita de uma força, conforme a Lei da Inércia (OKUNO & FRATIN, 2003). Quanto mais rápida é essa transição maior é a força necessária, ou seja, possivelmente quanto maior a velocidade de execução do movimento, maior a influência dos fatores inerciais e a necessidade de força. Além disso, de acordo com a teoria das pontes cruzadas, a velocidade de contração muscular está ligada a soma de maior número de pontes cruzadas estabelecidas em menor período de tempo (NIGG & HERZOG, 1994). Contudo, sem estimulação muscular não há pontes cruzadas, ou seja, o sinal eletromiográfico deve ser mais intenso em exercícios rápidos.

    O objetivo deste estudo foi avaliar a ativação muscular do reto do abdome durante exercícios de flexão de tronco executados em diferentes velocidades.

Materiais e métodos

    Este é um estudo descritivo e comparativo de corte transversal. Fizeram parte do estudo sete sujeitos adultos jovens do sexo masculino, com média de idade de 23 anos, praticantes de musculação pelo menos duas vezes por semana por uma hora ou mais. Os sujeitos foram selecionados intencionalmente, considerando idade, sexo e nível de atividade física, e informados dos procedimentos do estudo. A seguir assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação no estudo e a divulgação dos resultados, garantido o sigilo de sua identidade.

Procedimentos

    Os sujeitos foram posicionados em decúbito dorsal com o quadril e os joelhos flexionados (aproximadamente 45° e 90°, respectivamente), conforme recomendações de Vaz et al. (1991). Foram executados movimentos de flexão do tronco até aproximadamente 30° para a familiarização dos sujeitos com as duas velocidades adotadas: 10°/s e 30°/s, e coletado o sinal EMG.

    O protocolo de testes constou de execuções de 15 repetições do movimento de flexão do tronco com amplitude de 0-30º sem carga externa nas velocidades citadas acima, com feedback sonoro para controle das velocidades.

Eletromiografia

    Foram coletados sinais EMG do músculo reto do abdome. Após a assepsia e abrasão da pele com álcool, conforme recomendam Basmajian & DeLuca (1985) foram posicionados eletrodos bipolares a uma distância de 25 mm centro-centro (Beck et al., 2005), paralelos às fibras musculares da porção supra-umbilical direita do reto do abdome, seguindo as padronizações do SENIAM (2010). Um eletrodo de referência foi posicionado no processo estilóide da ulna.

    Os sinais foram coletados com um eletromiógrafo EMG System de 15 canais, placa A-D de 8 bits, com freqüência de amostragem de 1000 Hz. Para coleta e processamento dos sinais foram utilizados os softwares Aqdados e SAD32. Após coletados os sinais foram filtrados por um filtro Butterworth de ordem 3 e realizados recortes de 0,5 s para a velocidade de 30º/s e 1,5 s para a velocidade de 10º/s, no quadrante final da fase concêntrica do movimento.

Análise

    Foram determinados os valores RMS dos recortes das cinco execuções intermediárias para cada velocidade para cada sujeito. Não foi adotado nenhum procedimento de normalização porque os valores foram comparados entre as velocidades para cada sujeito.

    Foi verificada a normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk. Para as comparações da ativação muscular nas diferentes velocidades foi aplicado um teste t para dados pareados.

    Para analisar os comportamentos de cada sujeito foi traçada uma reta entre os valores de ativação durante as execuções em diferentes velocidades para cada sujeito, e calculado o coeficiente de inclinação dessas retas. Foi utilizado o Índice de Correlação Intra-Classe (ICC) para atestar a similaridade dos comportamentos entre os sujeitos; foram consideradas correlações fracas, moderadas e fortes, respectivamente: ICC < 0,4; 0,4 ≤ ICC < 0,75 e 0,75 ≤ ICC (FLEISS, 1986). Os testes estatísticos foram realizados no software SPSS 15.0, com nível de significância de 0,05.

Resultados e discussão

    O objetivo do presente estudo foi avaliar a ativação do músculo reto do abdome em diferentes velocidades de execução do exercício abdominal. Os dados foram considerados normais pelo teste Shapiro-Wilk, com valores de p = 0,208 e p = 0,436 para as execuções lentas e rápidas, respectivamente.

    A coerência interna do instrumento de avaliação foi confirmada pelo coeficiente Alpha de Cronbach (0,959). Os comportamentos individuais foram avaliados pelo ICC. A Figura 1 apresenta a ativação nas execuções lentas e rápidas para cada sujeito. A linha pontilhada representa a média do grupo.

Figura 1. Comportamentos individuais da ativação muscular em execuções lentas (1) e rápidas (2). Linha pontilhada representa a média do grupo

    O ICC é um coeficiente que indica a similaridade dos comportamentos individuais. Foi encontrada correlação significativa de 0,922 (p = 0,001), considerada alta pela referência utilizada. Analisando os dados gerais apresentados na Tabela 1, podemos observar que a ativação muscular em execuções lentas variou de 0,03-0,41 Volts (0,16±0,14); a ativação em execuções rápidas variou de 0,06-0,53 Volts (0,23±0,17). Os valores encontrados se assemelham a valores propostos pela literatura (VAZ ET AL., 1991; LIMA & PINTO, 2006). Podemos perceber que a variação das ativações entre os sujeitos é muito grande. Esse fato pode ser explicado por diferenças individuais como nível de treinamento, percentual de fibras lentas e rápidas na composição do músculo, posição dos eletrodos, arquitetura muscular, entre outros (NIGG & HERZOG, 1994; LIMA & PINTO, 2006; WILMORE ET AL., 2010).

Tabela 1. Dados individuais, média e desvio padrão (DP) de ativação muscular (Volts) e coeficientes 

de inclinação da reta de regressão plotada entre as velocidades de 10º/s e 30º/s

    Observando os coeficientes de inclinação da reta de regressão entre a ativação nas velocidades de 10º/s e 30º/s percebemos que, apesar das diferenças entre os sujeitos nos valores absolutos, todos apresentam o mesmo comportamento, o que confirma as correlações significativas encontradas pelo ICC. O coeficiente de inclinação positivo para todos os sujeitos indica que os valores iniciais (10º/s) são menores do que os valores finais (30º/s), o que gera uma reta crescente. Foram encontradas diferenças significativas entre a ativação nas duas velocidades (t(6) = -2,920; p = 0,027).

    Esses resultados indicam que a ativação muscular foi maior para a velocidade de 30º/s, conforme esperávamos que acontecesse. Esse comportamento pode ser explicado pelos fatores inerciais. A Lei da Inércia diz que todo o corpo tende a permanecer em repouso ou velocidade constante, a não ser que uma força aja sobre ele (OKUNO & FRATIN, 2003; NORDIN & FRANKEL, 2003). Nesse sentido, quanto maior for a variação da velocidade, maior é a força necessária para a aceleração do corpo (repouso→movimento) e, da mesma forma, maior é a força necessária para desacelerar o corpo (movimento→repouso).

    Não podemos afirmar que o sinal eletromiográfico é força. A contração muscular em resposta a estimulação nervosa depende de vários fatores como a quantidade de pontes cruzadas actina-miosina que podem ser estabelecidas, a disponibilidade de íons cálcio e de energia (ATP), o tipo de fibra muscular, entre outros (BASMAJIAN & DE LUCA, 1984). Contudo, existe certa proporcionalidade entre ambas; sem estimulação não existe contração muscular; ou seja, se o potencial de ação percebido pela eletromiografia for grande, provavelmente a força também será.

    Os estudos têm indicado que para melhor recrutamento do músculo reto do abdome o exercício abdominal com joelhos e quadril flexionados e elevação do tronco mantendo as últimas vértebras torácicas em contato com a superfície é mais eficiente (VAZ ET AL., 1991; LIMA & PINTO, 2006). Além disso, a função antagônica do músculo psoas e o risco que ele oferece para lombalgias por hiperlordose lombar têm conscientizado para o cuidado com os exercícios que aliam movimentos de membros inferiores e tronco (GUIMARÃES & CRESCENTE, 1984; SACCO & TANAKA, 2008). Nesse sentido, a variação da sobrecarga que a própria velocidade de execução oferece é mais uma alternativa para variação de estímulos no treinamento.

Conclusão

    A eletromiografia se apresenta como uma técnica eficiente e fidedigna de avaliação do comportamento muscular. Concluímos com esse estudo que a ativação muscular é maior durante exercícios abdominais executados em velocidades maiores.

Referências

  • ALVES, ASM. Análise eletromiográfica da relação contrátil e força muscular em indivíduos treinados em plataforma de equilíbrio. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Paraíba, 2004.

  • BAPTISTA, FLD; BASTOS, IMP. Lombalgias ocupacionais em profissionais de saúde. EC-ISLA, 2007.

  • BASMAJIAN, JV; DE LUCA, CJ. Muscle Alive: Their Function Revealed By Electromyography. 5ª Ed. Baltimore: Williams and Wilkins, 65-100, 1985.

  • BECK, TW; HOUSH, TJ; JOHNSON, GO; WEIR, JP; CRAMER, JT; COBURN, JW ET AL. The effects of interelectrode distance on electromyographic amplitude and mean power frequency during isokinetic and isometric muscle actions of the biceps brachii. Journal of Electromyography Kinesiology, 15:482-495, 2005.

  • DI DIO, LJA; AMATUZZI, MM; CRICENTI, SV. Sistema Muscular. In: DI DIO, L.J.A. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada. 2(1), ed. São Paulo: Atheneu,187-288, 2002.

  • FIGUEIREDO, PAP. Análise eletromiográfica de exercícios abdominais realizados por mulheres no meio líquido. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

  • FLEISS, RL. The design and analysis of clinical experiments. New York: John Wiley and Sons, 1986.

  • GUIMARÃES, ACS; CRESCENTE, LAB. Eletromiografia de exercícios abdominais: um estudo piloto. Rev Bras Cien Esporte, 6(1): 110-116, 1984.

  • Netter, FH. Atlas de anatomia humana. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

  • NIGG, B; HERZOG, W. Biomechanics of the Muscle-Skeletal System. Toronto. John Wiley & Sons, 1994.

  • NORDIN, M; FRANKEL, VH. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

  • OKUNO, E; FRATIN, L. Biomecânica: Desvendando a Física do Corpo Humano. São Paulo: Manole, 2003.

  • LIMA, CS; PINTO, RS. Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

  • SACCO, ICN; TANAKA, C. Cinesiologia e Biomecânica dos Complexos Articulares. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2008.

  • SENIAM. www.seniam.org; acesso em 03/2010.

  • VAZ, MA; GUIMARÃES, ACS; CAMPOS, MIA. Análise de exercícios abdominais: um estudo biomecânico e eletromiográfico. Rev Bras Cien Mov, 5(04): 18-40, 1991.

  • WILMORE, JH; COSTILL, DL; KENNEY, WL. Fisiologia do Esporte e do Exercício. Barueri, SP: Manole, 2010.

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