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Conhecimento dos profissionais de Educação Física a 

respeito dos esteróides anabólicos androgênicos na musculação

Conocimiento de los profesionales de Educación Física en relación con los esteroides anabólicos androgénicos en musculación

 

*Graduado em Educação Física Bacharelado

Faculdade Metodista de Santa Maria, RS

**Especializando em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde

do Centro de Educação Física e Desportos

Universidade Federal de Santa Maria, RS

***Mestranda em Bioquímica Toxicológica

Universidade Federal de Santa Maria, RS

****Profª. Drª. em Ciências Aplicadas a Atividade Física e ao Desporto

Professora Adjunta do Centro de Educação Física e Desportos

Universidade Federal de Santa Maria - RS

Rodrigo Fernandes Celeprin*

Maurício Arisi da Silva**

Lauriano Cecchin Warth**

Andréia Machado Cardoso***

Maria Amélia Roth****

mauricio.arizzi@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A qualidade de vida dos praticantes de musculação está sendo afetada pelo uso cada vez mais disseminado de esteróides anabólicos androgênicos (EAAs). O objetivo do estudo foi de realizar uma avaliação do conhecimento dos profissionais de educação física que atuam na área de musculação sobre o uso e efeitos de EAAs em praticantes de musculação. A amostra foi composta por vinte e sete professores oriundos de oito academias da cidade de Santa Maria-RS. Foi feita uma busca literária e um levantamento a respeito dos EAAs através de livros e artigos. Sendo aplicado um questionário fechado contendo vinte e sete questões, construído pelos pesquisadores. Os dados foram analisados através do pacote estatístico do Excel Microsoft co, 2007, sendo apresentados em termos de porcentagens. Os resultados indicam um conhecimento em relação a conceitos e efeitos adversos, porém os objetivos da criação destas substâncias assim como funções de suas propriedades ainda apresentam um conhecimento limitado. Conclui-se que o conhecimento dos professores em relação aos esteróides androgênicos anabólicos ainda apresenta-se muito limitado a conceitos sem um maior aprofundamento do assunto.

          Unitermos: Recursos ergogênicos. Exercícios resistidos com pesos. Profissionais de Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Diversos meios têm relacionado questões sobre benefícios ocasionados pela prática de exercícios físicos regulares nos mais variados ambientes, sejam em parques públicos ou locais privados que ofereçam este serviço, como academias de ginástica e clubes.

    Assim, o treinamento resistido com pesos (TRP) tem ganhado espaço no momento de iniciar uma prática regular de exercício físico, pelo fato de englobar ampla faixa de variáveis e métodos, indivíduos de diferentes faixas etárias, ambos os gêneros e níveis de aptidões físicas variados. Ingressando assim em diversos programas de treinamento físico que visam à saúde, o rendimento ou a estética (NOVAES, 2008).

    No contexto de uma sala de musculação, é necessário um alto índice de conhecimento e relação dos profissionais que ali estão, englobando desde o conhecimento prático da modalidade, assim como aspectos nutricionais e de recursos ergogenicos.

    Temos atualmente como grande questionamento e repercussão, o uso ou não de esteróides anabólicos androgênicos (EAAs), compostos sintéticos ou naturais elaborados a partir do hormônio testosterona e seus derivados (SOUZA & FISBERG, 2002).

    Os EAAs foram desenvolvidos com o objetivo de tratar debilitações físicas de inúmeras patologias através da síntese protéica (MANETTA & SILVEIRA, 2000), porém seu uso não terapêutico foi descoberto por culturistas e introduzido no meio esportivo para potencializar o aumento de massa muscular, força e desempenho físico em meios competitivos e devido ao grande sucesso por profissionais do esporte, sua utilização passou a ser difundida à praticantes de TRP sem fins competitivos e intuito de melhorar a aparência estética (IRIART et al, 2009). Em um estudo de Araújo et al.(2002) acerca da utilização de suplementos e alimentares e anabolizantes relatou que os EAAs mais utilizados são o oximetolona, deca durabolin e testosteron.

    Diante dos aspectos abordados, o objetivo do presente estudo foi verificar o nível de conhecimento dos professores de musculação sobre o uso e os efeitos colaterais causados pelos EAAs em academias na cidade de Santa Maria-RS.

Metodologia

População e amostra

    A população deste estudo foi composta por instrutores de musculação que atuam em academias e treinamento personalizado em Santa Maria-RS

    A amostra foi constituída por 27 professores de educação física os quais trabalham em oito academias de santa Maria-RS.

Materiais e métodos

    Para avaliação do nível de conhecimento do professores a respeito dos efeitos do consumo de esteróides anabólicos androgênicos, foi aplicado um questionário fechado contendo 27 questões, o qual foi construído pelos pesquisadores tendo como base os medicamentos mais utilizados. O questionário foi dividido em três blocos o primeiro tendo foco em relação ao tempo de trabalho e conceitos de EAAs contendo questões de múltipla escolha, o segundo sobre conhecimento em relação os EAAs mais utilizados e seus efeitos, este utilizando questões de correlacionar as colunas e o terceiro bloco sobre os efeitos colaterais ocasionados pelo abuso do consumo dos EAAs através de questões de verdadeiro ou falso.

Procedimentos

    Em um primeiro momento foram selecionadas aleatoriamente a partir dos registros do CREF2/RS e que tivessem interesse de participar voluntariamente do estudo sendo esclarecida todas as informações e questionamentos referentes ao estudo aqueles que concordaram em aderir ao estudo assinaram o TCLE e após responderam ao questionário.

Tratamento estatístico

    Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico do Excel da Microsoft Co, 2007 com a utilização de percentuais de ocorrências de respostas às questões formuladas.

Resultados e discussão

    Os resultados das perguntas referentes ao primeiro bloco em relação ao tempo de trabalho e quando questionados por EAAs mostram que a maioria está trabalhando com musculação há pouco tempo, mesmo assim 88,9% relata já ter sido questionado em relação ao uso de anabolizantes, o que demonstra um grande interesse do público praticante desta atividade física.

Tabela 1. Tempo de trabalho e freqüência em que os instrutores foram questionados por seus alunos sobre os EAAs

    Completando o primeiro bloco o questionamento em relação aos conceitos, objetivos e função androgênica dos EAAs nos mostra que 77,8% dos professores tem conhecimento do conceito de EAAs, porém quando se fala de quais os objetivos dos mesmos, 40,7% apresentam tal conhecimento e quando questionados sobre a função apenas 22,2% demonstraram saber qual a principal função dos EAAs.

    Esses resultados nos mostram que a um amplo conhecimento em relação ao conceito de esteróides anabólicos androgênicos, mas à medida que se procura um aprofundamento do assunto como quais os objetivos e funções o nível de conhecimento decresce .

Tabela 2. Conhecimento dos EAAs mais utilizados e seus efeitos

    No segundo bloco consta de perguntas de relacionar os EAAs mais utilizados e seus efeitos o que nos mostra que o medicamento mais conhecido entre os mais utilizados é o undecilenato de boldenone com 33% (Tabela 2), o que demonstra um conhecimento muito superficial por parte professores para trabalhar com um assunto que demanda tamanha importância.

    No terceiro bloco são 14 questões que referem-se ao conhecimento dos efeitos colaterais ocasionado pelo abuso do consumo dos EAAs , obteve-se uma média de acertos de 7,4% de acertos o que demonstra que os professores tem um bom conhecimento a respeito dos efeitos colaterais referente ao uso de EAAs.

Conclusão

    Pode-se concluir através dos resultados obtidos que o conhecimento acerca dos EAAs por professores de musculação é limitado ao conhecimento de conceitos e efeitos adversos o que pode estar relacionado ao fato destes aspectos estar constantemente exposto na mídia, mas quando questionados sobre questões que demandam maior conhecimento ainda é muito deficiente e limitado o conhecimento.

Referências bibliográficas

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