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Correlação entre qualidade de vida e doenças osteomusculares

relacionadas ao trabalho em trabalhadores de pequenas 

empresas do setor têxtil

Correlación entre calidad de vida y enfermedades osteomusculares 

relacionadas con el trabajo en empleados de pequeñas empresas del sector textil

Correlation between quality of life and work-related musculoskeletal diseases in workers of small business of textile sector

 

*Fisioterapeuta graduada pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE

Montes Claros, Minas Gerais

**Acadêmico do Curso de Graduação em Administração

pelas Faculdades Santo Agostinho, FASA - Montes Claros, Minas Gerais

***Pós graduada em Saúde Mental e Atenção Psicossocial

pela Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI e em Psico oncologia

pelas Faculdades de Ciências Médicas de Minas Gerais

Pós graduanda em Educação à Distância

pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

****Acadêmico do Curso de Graduação em Sistema de Informação

pela Faculdade de Ciência da Computação de Montes Claros,

FACOMP, Montes Claros, Minas Gerais

******Pós graduado em Emergências de Saúde na Educação Inclusiva

pelas Faculdades Pitágoras de Montes Claros – FIP

Pós graduando em Saúde Coletiva com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família

pelas Faculdades Pitágoras de Montes Claros – FIP

Valdênia Patrícia de Souza*

Danilo Lima Carreiro**

Laura Tatiany Mineiro Coutinho***

Rômulo Fernando Cordeiro de Melo Júnior****

Wagner Luiz Mineiro Coutinho*****

wagner.coutinho@funorte.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Qualidade de vida no trabalho, envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho que dentre outras metas, pretende diminuir a ocorrência de agravos à saúde, inclusive das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho. Essas por sua vez, podem inferir na qualidade de vida dos trabalhadores. O objetivo desse estudo foi correlacionar qualidade de vida e acometimentos de doenças osteomusculares entre trabalhadores de pequenas empresas do setor têxtil. O estudo caracterizou-se como pesquisa de natureza descritiva e de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 48 sujeitos do gênero feminino, com idade compreendida entre 30 a 60 anos. Como instrumentos para coleta de dados utilizaram-se Formulário de Autorização para Realização da Pesquisa nas Empresas; Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e Questionário de Qualidade de Vida SF-36. Os dados foram analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences-18. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney. A análise dos domínios do SF-36 identificou maior comprometimento nos domínios de vitalidade, dor e estado geral de saúde. Constatou-se ainda que quanto à frequência dos sintomas de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, os considerados como “sempre presentes”, incidem sobre a coluna lombar, membros inferiores e em mais de um segmento corporal. Pôde-se concluir que os sujeitos participantes do estudo que apresentaram sintomas osteomusculares nos últimos 12 meses, apresentaram comprometimento da qualidade de vida, sobretudo, nos domínios vitalidade, dor e estado geral de saúde.

          Unitermos: Qualidade de vida no trabalho. Doenças osteomusculares. Setor têxtil.

 

Abstract

          Quality of work life, involves the implementation of improvements and technological and managerial innovations in the work environment that among other goals, aims to reduce the occurrence of health problems, including the work-related musculoskeletal diseases. These in turn can infer the quality of life of workers. The aim of this study was to correlate quality of life and bouts of musculoskeletal diseases among workers in small enterprises in the textile sector. The study characterized as descriptive research and a quantitative approach. The sample consisted of 48 female subjects, aged 30-60 years. As instruments for data collection were used Authorization Form for Research Achievement in Business; Term Consent; Nordic Musculoskeletal Questionnaire and Quality of Life Questionnaire SF-36. Data were analyzed using Statistical Package for Social Sciences-18. We used the test Mann-Whitney. The analysis of SF-36 detected a greater commitment in the areas of vitality, pain and general health. It was further observed that the frequency of symptoms of musculoskeletal diseases related to work, those considered as "always present," focus on the lumbar spine, limbs and more than one body segment. It was concluded that the subjects in the study showed that musculoskeletal symptoms in the last 12 months, showed an impairment of quality of life, particularly in the areas vitality, pain and general health.

          Keywords: Quality of life. Work-related musculoskeletal diseases. Textile sector.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No intuito de definir Qualidade de Vida (QV) Rocha e Felli (2004) a identificam como uma expressão de difícil conceituação, em função da subjetividade, complexidade e multidimensionalidade envolvida nesse contexto. Essa envolve variáveis intrínsecas e extrínsecas, com significado pessoal para cada sujeito relacionados à inserção social de cada um. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), QV é a percepção do sujeito em relação à posição na vida, no contexto cultural e nos sistemas de valores nos quais ele vive, em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (Flek, 2000). No campo específico do trabalho, Vasconcelos (2001) define Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) como o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho e ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo. Esse enfoque biopsicossocial é o diferencial para a realização do diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos que promovam o desenvolvimento dos indivíduos durante a atividade laboral. O enfoque deve ainda facilitar ou promover a satisfação e o bem estar do trabalhador na realização de suas atividades profissionais ao buscar identificar, eliminar, neutralizar ou controlar os riscos ocupacionais detectáveis no ambiente, no esforço físico e mental necessário para cada ofício, e no relacionamento e satisfação com a atividade laboral dentre outras. Quando não adotadas tais medidas, o trabalhador torna-se vulnerável a agravos em sua saúde, dentre os quais, as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (Vasconcelos, 2001). Na visão de Filho e Pereira (2004), lesões por esforços repetitivos (LERs) ou distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORTs) são o conjunto de entidades nosológicas que comprometem músculos, tendões, nervos e vasos da coluna vertebral, membros superiores e inferiores, relacionando-se diretamente às exigências laborais, estrutura física dos ambientes e com a organização do trabalho. Sua sintomatologia é de aparecimento insidioso e podem ser concomitantes ou não. Encontram-se relacionadas com a atividade ocupacional, sendo os de maior incidência a algia, parestesia, sensação de peso e fadiga (Alencar, Coury e Oishi, 2009).

    Freitas et al. (2009, p. 170) mostra que entre nós “a indústria do vestuário é responsável por 60% dos empregos na cadeia produtiva de têxteis e confecções”. Em função da diversificação dos sistemas de produção e da tecnologia utilizada em cada empresa, ocorre uma grande variabilidade de riscos nos ambientes de trabalho. Acerca dos problemas de saúde entre os trabalhadores da indústria têxtil, estão os DORTs que se dão em função da realização de intensos e inadequados movimentos envolvendo a coluna vertebral, membros superiores e inferiores, cintura escapular e pescoço. Cabe ressaltar que o desenvolvimento da lesão independe do tipo de atividade laboral realizado e tende a apresentar a sintomatologia de forma progressiva mediante a não alteração nas condições de trabalho.

    Sabendo-se que as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho acometem trabalhadores da indústria têxtil, e que o impacto na qualidade de vida desses não tem sido relatado na literatura, o objetivo desse estudo foi analisar a correlação entre qualidade de vida e acometimentos de doenças osteomusculares entre trabalhadores de pequenas empresas do setor têxtil.

Metodologia

    O delineamento do presente estudo caracteriza-o como pesquisa de natureza descritiva, de abordagem quantitativa e de corte transversal. A população foi composta por sujeitos do gênero feminino, independente da etnia, com idade compreendida entre 30 a 60 anos e residentes no município de Montes Claros, Minas Gerais. Para constituição da amostra foram selecionados 48 sujeitos, de forma intencional e criteriosa. Como critério de inclusão participaram desse estudo somente sujeitos que não estivessem em uso de medicamento analgésico, antiinflamatório e/ou relaxante muscular, bem como, em tratamento fisioterapêutico ou qualquer outra intervenção terapêutica promotora de alívio da sintomatologia álgica, que por sua vez, poderia interferir nos resultados da pesquisa. Foram excluídos da amostra, os sujeitos que possuíam menos de 4 anos de tempo de serviço nas empresas.

    Como instrumentos para coleta dos dados utilizou-se do Formulário de Autorização para Realização da Pesquisa nas Empresas; Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), validado para língua e cultura nacional por Pinheiro, Tróccoli e Carvalho (2002). Sua proposta é padronizar a mensuração de relatos de sintomas osteomusculares. Foi utilizado em sua forma geral, compreendendo as áreas anatômicas da coluna cervical dorsal e lombar, e dos membros superiores e inferiores identificadas por uma figura esquemática do corpo humano, onde os sujeitos delimitavam a ocorrência de sintomas como dor, formigamento/dormência nos últimos 12 (doze) meses e nos últimos 7 (sete) dias. Investigou também, se os indivíduos procuraram auxílio de profissional de saúde e se foi impedido de realizar atividades nos últimos 12 (doze) meses, devido a esses sintomas (Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira, 2009). Para avaliação da qualidade de vida, utilizou-se o Questionário de Qualidade de Vida SF-36 traduzido e validado para cultura nacional por Ciconelli et al., (1999). Esse se constitui de 11 questões objetivas que englobam 8 domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspecto emocional e saúde mental. Cada domínio recebe um escore que ao serem somados podem compreender valores de 0 a 100, quanto maior for o valor, melhor o nível de QV. Os questionários foram aplicados por um dos autores da pesquisa para evitar quaisquer viés nesse momento do estudo. A estratégia adotada para obtenção dos dados desse estudo deu-se a partir da seleção da amostra. Uma vez selecionado, e com o devido consentimento para participar na pesquisa, o sujeito respondia aos instrumentos propostos para coleta de dados. Os dados foram analisados pelo SPSS – 18 (Statistical Package for the Social Sciences). Foi utilizado o teste Mann-Whitney para analisar diferenças estatisticamente significativas entre sujeitos com e sem queixas osteomusculares detectados pelo Questionário Nórdico, com as médias de cada um dos oito domínios de qualidade de vida avaliados pelo SF-36. O presente estudo foi autorizado quanto à sua realização pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Unidas do Norte de Minas (CEP – FUNORTE) com o parecer consubstanciado nº 495/09.

Resultados e discussão 

    Destaca-se que dentre os estudos existentes na literatura encontrou-se apenas o estudo de Prado (2006), referente à qualidade de vida de costureiras portadoras de lombalgia. Além disso, apenas o estudo de Martarello e Benatti (2009) correlacionou qualidade de vida às doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, entretanto, entre funcionários de limpeza hospitalar. O que torna mais complexa a comparação dos dados. Os instrumentos utilizados nesse estudo foram respondidos por 48 sujeitos, com idade média de 39 anos (DP= ±7,6). Observou-se na análise descritiva que quanto ao estado civil, 71,4% (n=35) eram casados; 59,2% (n=29) tinham mais de 8 anos de escolaridade. No estudo desenvolvido por Martarello e Benatti (2009) levantou-se que a maioria da força de trabalho foi representada por sujeitos do gênero feminino, com idade media de 41 anos e casadas. Dados que corroboram com os encontrados na presente pesquisa. Quanto à jornada de trabalho, detectou-se que para 93,8% (n=45) dos sujeitos, a jornada corresponde a mais de 8 horas por dia, para 4,2% (n=2) corresponde a 6 horas e apenas 2,1% (n=1) trabalha 8 horas diárias. Martarello e Benatti (2009) encontraram 70,9% dos sujeitos com jornada de trabalho entre 6 a 8 horas diárias, inferior a aqui levantada. A análise do tempo de serviço na indústria têxtil mostrou uma média de 116 meses. Chamou atenção, no entanto, o fato de 5 sujeitos trabalharem no mesmo serviço há 216, 264, 336, 360 e 384 meses respectivamente. Observou-se que 85,4% (n=41) têm o lado direito como dominante, 12,6% (n=6) são sinistros e 2,1% (n=1) é ambidestro. Verificou-se ainda que 83,3% (n=40) são sedentários.

    A análise descritiva dos oito domínios do SF-36 (Tabela 1) identificou maior comprometimento nos domínios de vitalidade, dor e estado geral de saúde. Outros estudos que também encontraram maior comprometimento no domínio vitalidade foram os de Prado (2006) com costureiras portadoras de lombalgia, e o de Gurgueira (2005), que avaliou a qualidade de vida de profissionais de uma instituição hospitalar.

    Na visão de Zahar et al. (2005) a sobrecarga causada pela dupla jornada de trabalho pode ser responsável pelo comprometimento da vitalidade. Nosso estudo mostrou que além da ocupação laboral, 75% (n=36) dos sujeitos, desenvolvem trabalhos manuais como tricô, crochê e escrita freqüente; 18,8% (n=9) realizam atividades domésticas; 4,2% (n=2) cuidam de crianças em idade pré-escolar e 2,1% (n=1) faz uso do computador em sua residência. No estudo de Prado (2006) 97,1% da amostra declararam ter seus afazeres domésticos, ou seja, submetiam-se a um “2º turno” de trabalho. Os resultados referentes aos Distúrbios Músculo Esqueléticos obtidos com a aplicação do Questionário Nórdico, mostrou que ao se considerar a presença de sintomas como dor, desconforto ou dormência por seguimentos corporais, tanto nos últimos 12 meses quanto nos últimos 7 dias, 89,6% (n=43) da amostra referiu ter apresentado quaisquer desses sintomas. Resultados similares aos encontrados por Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009) que utilizaram o mesmo instrumento para avaliar os sintomas osteomusculares relacionados à atividade laboral de professores e encontraram uma freqüência de 93% acometidos por tais sintomas. Os altos valores apontados podem estar associados mais uma vez à sobrecarga laboral e a inadequados e intensos movimentos que podem desencadear tais desordens.

    Constatou-se ainda que quanto à frequência dos sintomas, os considerados “sempre presentes”, incidem sobre a coluna lombar, membros inferiores e em mais de um segmento corporal. A Tabela 2 detalhou os demais resultados.

    Quanto à realização de diagnóstico clínico nos últimos 12 meses, 8,3% (n=4) fora diagnosticado com doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, 6,3% (n=3) hérnia discal e um sujeito foi diagnosticado com hipotireoidismo, outro com câimbra do escrivão e outro, teve história de fratura. Quando questionados acerca da relação entre a atividade profissional e os sintomas em questão, verificou-se que 52,1% (n=25) não os associam. Analisou-se estatisticamente a média de cada um dos oito domínios de qualidade de vida avaliados pelo questionário SF-36. Para tanto se empregou o teste de Mann-Whitney para duas amostras independentes, análise através da qual é possível verificar se existem ou não diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos estudados, ou seja, costureiras com problemas osteomusculares nos últimos 12 meses e costureiras sem queixas osteomusculares no mesmo período, comparando as respostas de cada grupo detectados no Questionário Nórdico. Pode-se verificar que agravos no sistema músculo esqueléticos inferiram comprometimento nos domínios dos aspectos físicos, sociais e emocionais, do estado geral de saúde e da dor (Tabela 3).

    O estudo de Martarello e Benatti (2009) que realizou o mesmo tratamento estatístico, com os profissionais de limpeza hospitalar, encontrou diferenças estatisticamente significativas em relação aos domínios de capacidade funcional (p=0,004); dor (p=0,000); estado geral de saúde (p=0,008); vitalidade (p=0,004) e saúde mental (p=0,041). Comparadas essas diferenças estatisticamente significativas com as encontradas no presente estudo, pode-se inferir que os sujeitos participantes dos dois estudos que apresentaram sintomas osteomusculares nos últimos 12 meses, podem ter apresentado comprometimento da qualidade de vida, sobretudo, nos domínios estado geral de saúde e dor. Vale citar o estudo de Fernandes, Maciel e Medeiros (2006) que avaliou a prevalência e os fatores associados à sintomatologia dolorosa entre profissionais da indústria têxtil e detectou que 62,3% dos 162 participantes referiram sintomatologia dolorosa, com maior prevalência a nível das regiões cervical e torácica, pernas e ombros. Devem ser destacados no delineamento desse estudo algumas limitações como a delimitação do gênero feminino na composição amostral e o tamanho da amostra determinado pelo não consentimento dos sujeitos em participar do estudo.

Conclusão

    Estudos prévios entre profissionais da indústria têxtil demonstraram acometimentos da qualidade de vida e significativa prevalência de sintomatologia dolorosa relacionada à atividade laboral desses profissionais. A partir da metodologia empregada no presente estudo, os resultados obtidos confirmam essas observações, e demonstraram a existência de correlação entre sintomas de doenças osteomusculares relacionados ao trabalho e qualidade de vida, principalmente nos que se referem aos aspectos físicos, sociais e emocionais, ao estado geral de saúde e à sintomatologia dolorosa entre os profissionais estudados. Indicam assim, a necessidade do desenvolvimento de programas específicos com estratégias ergonômicas que minimizem os efeitos negativos da sintomatologia de doenças osteomusculares relacionadas à atividade laboral, na qualidade de vida de trabalhadores de pequenas empresas do setor têxtil.

Referências

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