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Programas de atividade física e saúde no contexto escolar

Programas de actividad física y salud en el ámbito escolar

Programs of physical activity and healthy at the school context

 

Docentes de Educação Física da

Rede Municipal de Ensino de Curitiba, PR

(Brasil)

Sérgio Luis Peixoto Souza Junior

Anelise Bier

sergiopeixotojr@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A inatividade física associada ao excesso de consumo alimentar expõe a criança e o adolescente à síndrome metabólica, que predispõe esse público ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas em idades cada vez mais precoces. Os programas de educação física escolar não estão gerando um impacto significativo para que ocorram benefícios ou modificações orgânicas favoráveis ao desenvolvimento da aptidão física relacionada à saúde ou manutenção e melhora da saúde no contexto escolar. Entretanto, programas mais elaborados de atividades físicas desenvolvidas nas aulas de educação física geram um impacto positivo na aptidão física e saúde de escolares.

          Unitermos: Criança. Atividade física. Exercício. Obesidade. Educação.

 

Abstract

          The physical inactivity associated with excessive alimentary consumption, exposes the child and adolescent to metabolic syndrome that predisposes the development of this public to chronic degenerative diseases at ever earlier ages. The scholar physical education programs are not generating a significant impact on benefits or changes occurring organic for the development of physical fitness or health-related maintenance and improvement of health in the school context. However, more elaborate programs of physical activities developed in physical education classes generate a positive impact on physical fitness and health of schoolchildren.

          Keywords: Children. Physical activity. Exercise. Obesity. Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A prática regular de atividade física (AF) programada ou nas horas de lazer tem um impacto significativo na saúde e qualidade de vida da população, reduzindo o risco do aparecimento de morbidades relacionadas à inatividade física ou mesmo atenuando as complicações de doenças crônicas não transmissíveis já existentes. Na infância o nível de AF habitual apresenta benefícios fisiológicos importantes para a saúde da criança, tais como: aumento da força muscular, incremento da densidade mineral óssea, aumento da flexibilidade, melhora da aptidão aeróbia e anaeróbia, trazendo benefícios para o crescimento e desenvolvimento da criança (PINHO e PETROSKI, 1997).

    Pesquisadores da área da educação física e saúde pública têm dispensado grande atenção em alternativas práticas que possam reverter o elevado índice de inatividade física que causa um impacto negativo na aptidão física relacionada à saúde e combater os malefícios originados por um estilo de vida sedentário e com elevado consumo energético na infância (BRODIE e BIRTWISTLE, 1990; RIDDOCH e BOREHAM, 1995).

    No Brasil estima-se que aproximadamente 70% dos adultos são sedentários, sendo que dados referentes à inatividade física em crianças ainda são escassos na literatura. Os índices de sedentarismo e obesidade infantil têm aumentado nas últimas décadas, o que sugere uma verificação diagnóstica da aptidão física de crianças em idade escolar, pois dessa forma programas de intervenção baseados em mudanças comportamentais podem ser eficazes no incremento da AF e como forma de tratamento e profilaxia de sobrepeso e obesidade (SALLIS e MCKENZIE, 1991).

    Na fase pré-pubertária crianças de ambos os sexos recebem muitos estímulos externos para a prática de exercícios, fato que pode refletir positivamente na aptidão física de escolares. De forma inversa tem-se verificado na puberdade a ocorrência da redução da atividade física e incremento de gordura corporal, resultando no decréscimo da aptidão física, principalmente na aptidão cardiorrespiratória (THOMAS, BAKER e DAVIES, 2003; PAPALIA, 2000).

    As aulas de educação física escolar geram estímulos pouco significativos na aptidão física de escolares, não atingindo a mínima alteração fisiológica, como o aumento significativo da freqüência cardíaca e do gasto energético durante as aulas, que possam gerar benefícios positivos (BRUM et al., 2004).

    O presente artigo visa expor a importância da implementação de programas de AF no ambiente escolar, com o objetivo de promover uma melhora da aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes em idade escolar.

Obesidade infantil

    Segundo Organização Mundial de Saúde, a prevalência de obesidade infantil tem aumentado em 10% a 40%, em alguns países europeus nos últimos 10 anos, ocorrendo com mais freqüência no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência. No Brasil a obesidade está presente nas diferentes classes sócio-econômicas, principalmente nas classes altas (GUEDES e GUEDES, 2001; DIETZ, 2001).

    Nos Estados Unidos observa-se que 15% de crianças e adolescentes estão obesos, utilizando como critério de classificação o índice de massa corporal (IMC) acima do percentil 95, levando-se em consideração a faixa etária e o gênero (MONTEIRO e CONDE, 2000).

    Na cidade de Santos-SP foi aplicado um estudo em uma amostra de 10.882 crianças com idades entre 7 a 10 anos, em que foi observado prevalência de sobrepeso e obesidade de 15,7% e 18% respectivamente (OGDEN et al., 2002). Dados coletados em cidades brasileiras identificaram que o sobrepeso e obesidade acometem cerca de 30% ou mais de crianças e adolescentes, como é o caso da cidade de Recife, que verificou 35% dos escolares avaliados com excesso de massa corporal (COSTA, CINTRA e FISBERG, 2002).

    A probabilidade de que uma criança obesa persista com quadro de obesidade na idade adulta varia de 20% a 50% antes da fase púbere e de 50% a 70% após a puberdade. O risco de morte é significativamente maior em adultos obesos que foram crianças ou adolescentes obesos, comparados a adultos magros que foram crianças ou adolescentes com massa corporal considerada normal (WHITAKER, et al., 1997; MUST et al., 2002).

    Dentre as várias teorias a respeito da gênese da obesidade, podemos destacar a redução dos níveis de AF, o alto consumo calórico e transtornos comportamentais em idades cada vez mais precoces (ZWIAUER, 2000; STYNE, 2001). Fatores psicológicos, metabólicos, genéticos e ambientais desencadeiam a obesidade, porém as modificações nos padrões comportamentais atuais aliados a predisposição genética, explicariam a epidemia de obesidade (OLIVEIRA e FISBERG, 2003).

    A obesidade infantil é associada a sua persistência na idade adulta, sendo um importante marcador do estado de saúde da criança, pois o excesso de massa gorda predispõe crianças, adolescentes e adultos ao aparecimento de doenças crônico-degenerativas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares (DC), distúrbios ortopédicos, diversos tipos de câncer, acidente vascular encefálico, esteatose hepática, dislipidemias, problemas psicológicos e sociais (COOK et al., 2003).

    Os resultados obtidos por Oliveira et al. (2003) revelaram que a obesidade infantil estava inversamente relacionada à prática de AF programada com a presença de televisão, videogame e computador nas residências, e baixo consumo de verduras, confirmando dessa forma a forte influência do meio ambiente na gênese da obesidade.

Síndrome metabólica

    A Síndrome Metabólica (SM) é o conjunto de alterações metabólicas que aumentam substancialmente o risco de doenças cardiovasculares (DC), nos adultos ela é descrita pela presença de três ou mais dos seguintes fatores: 1)aumento da resistência à insulina, 2)hipertrigliceridemia, 3)baixo HDL-C (high-density lipoprotein cholesterol), 4) aumento da pressão arterial e 5) obesidade abdominal. Os fatores da SM estão sendo identificados na população infanto-juvenil que apresentam quadro de obesidade (LEE et al., 2006).

    A obesidade abdominal é mensurada através da medida da circunferência da cintura (CC) e tem sido denominada por alguns pesquisadores como a melhor medida associada aos componentes da SM, principalmente como marcador de resistência à insulina (FREEDMAN et al., 1999).

    A presença de excesso de gordura abdominal é um fator de risco comprovado para o desenvolvimento desfavorável do perfil lipídico e de resistência à insulina na população pediátrica (FERREIRA, OLIVEIRA e FRANCA, 2007).

    Atualmente existem poucos estudos investigando a SM no público infanto-juvenil, dessa forma ainda existem divergências nos estudos sobre os critérios as serem adotados e os pontos de corte para estabelecer o diagnóstico da SM (ANTUNES et al., 2006).

    Segundo o estudo de Silva et al. (2005) à SM foi verificada em 3,3% em meninas com idades entre 12 e 19 anos estudantes da rede pública da cidade de Niterói-RJ. Das meninas diagnosticadas com SM, 21,4% apresentavam sobrepeso e 26,1% dos adolescentes estavam obesas e com histórico familiar de diabetes.

    De acordo com dados divulgados em publicações especializadas, 23,3% das crianças portuguesas são obesas, 28,7% de adolescentes (12 a 18 anos) americanos são obesos e 17,3% das crianças obesas com idades entre 7 e 10 anos do Distrito Federal apresentam SM (SILVA et al., 2005; LEE et al., 2006; SHEA et al., 1994).

    Ensaios clínicos apontam que a doença aterosclerótica pode iniciar em idades muito precoces, sendo uma manifestação importante para o desenvolvimento de DC. A relação entre aptidão física e menor perfil de instalação de DC, tem sido demonstradas em crianças e adolescentes de ambos os sexos (BOREHAM e RIDDOCHI, 2001; MS, 2007).

    O perfil de mortalidade da população brasileira tem passado por modificações importantes, destacando a redução de óbitos por doenças infecciosas e aumento de mortalidade por doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, especialmente as doenças do aparelho circulatório (KAVEY et al., 2003).

    A adoção de medidas de prevenção primária não-medicamentosas, baseada no estímulo da prática de AF, redução do consumo de alimentos gordurosos e modificação comportamental devem ser implementadas. Medidas educacionais no público infanto-juvenil devem se estender à família como prevenção ou tratamento das co-morbidades associadas ao desenvolvimento da doença aterogênica (BURROWS, 2000).

Nível de atividade física habitual

    As crianças e adolescentes estão cada vez mais inativos fisicamente, como conseqüência da mecanização e modernidade, que gera menos gasto energético para a realização das atividades da vida diária e na preferência de ocupação nas horas de lazer, como, assistir TV, jogar videogame e utilização do computador (GOMES, SIQUEIRA e SICHIERI, 2001). A aptidão física relacionada à saúde é a capacidade de realizar AF com energia e vigor sem excesso de fadiga, sendo que os componentes que compõem a aptidão física voltada à saúde são a flexibilidade, força e resistência muscular localizada, aptidão cardiorrespiratória e composição corporal (MORROW et al., 1995).

    Em uma conferência que ocorreu no Reino Unido em 1997 foram estabelecidas que crianças e adolescentes de 5 a 18 anos devem participar em AF moderadas a intensas por pelo menos 1 hora de preferência diariamente. Porém as crianças classificadas como sedentárias devem participar de pelo menos 30 minutos de AF moderadas a intensas diariamente (CAVILL, BIDLLE e SALLIS, 2001).

    Nos Estados Unidos no ano de 1993 foi realizada a International Consensus Conference on Phisical Activity Guidelines for Adolescents, a qual preconizou que os adolescentes devem estar engajados em AF moderadas a intensas por pelo menos 20 minutos, três ou mais vezes na semana e aumentar os seus níveis de AF na realização das tarefas do cotidiano (CAVILL, BIDLLE e SALLIS, 2001).

    Avaliando o nível de AF de 303 escolares com idades entre 11 e 15 anos, Farias e Salvador (2005) relataram que mais da metade da amostra 58,41% dos avaliados foram classificados como sedentários ou insuficientemente ativos, com prevalência para o gênero feminino, sendo que, com o aumentar da idade ocorreram reduções nos níveis de AF em ambos os gêneros.

    Um questionário foi aplicado por Simons-Morton et al. (1990) em 812 escolares com idades entre 8 e 9 anos com o objetivo de observar quantos estavam envolvidos em AF moderadas e intensas durante três dias consecutivos, verificou-se que a média diária dos envolvidos em AF moderadas e vigorosas com duração superior a 10 minutos, em ambos os gêneros, foi de apenas 1,7% dos avaliados. As AF moderadas e intensas referidas ocorreram fora do horário escolar.

    Na Inglaterra um levantamento realizado em 4 regiões distintas durante 10 meses revelou que apenas 14% de escolares de 5 a 11 anos de idade estavam engajados em AF moderadas e vigorosas de forma contínua, por 20 minutos ou mais. Entretanto os avaliados foram mais ativos durante o horário escolar do que fora da escola (SLEAP e WARBUSTON, 1992).

    Com o objetivo de analisar os padrões de AF em crianças de 6 a 11 anos de idade de ambos os sexos, Welsman e Armstrong (1997) monitoraram a freqüência cardíaca (FC) dos participantes, utilizando como parâmetro de AF moderada a intensa a FC entre 140bpm a 160bpm. Foi encontrada uma redução nos limiares de FC estabelecidos ao longo dos grupos etários, sendo que as meninas do estudo permaneceram menos tempo na FC alvo pré-estabelecida como moderada e intensa.

Educação Física escolar e programas de atividade física

    A educação física no contexto escolar atualmente tem como enfoque exclusivamente o desenvolvimento de atividades esportivas e recreativas, sendo que esta disciplina poderia desenvolver um conjunto de conteúdos de forma mais ampla e aprofundada pedagogicamente, contribuindo de forma mais efetiva e de maior relevância na formação e saúde da população infanto-juvenil (SALLIS e PATRICK, 1994).

    Estudos epidemiológicos estão identificando o aparecimento de alguns fatores de risco em escolares de 7 e 8 anos que irão predispor esse público a longo prazo ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. Essas mesmas pesquisas revelaram que até os 17-18 anos de idade é grande o sucesso de aplicação de programas de orientação de AF e mudança comportamental para reverter ou evitar os efeitos deletérios do sedentarismo nessa população (BOZZANO, 1992; BOUCHARD et al., 1990).

    O acompanhamento dos padrões da prática de AF no público infanto-juvenil apresenta uma temática não apenas relevante na área de saúde pública mais também de sua possível influência da participação futura na idade adulta em programas de AF (ARMSTRONG, 1990). Segundo Nahas (1996) na maioria das aulas de educação física apenas os alunos habilidosos participam efetivamente das aulas, pois no contexto escolar ainda ocorre a ênfase das habilidades esportivas, deixando os alunos menos habilidosos excluídos da prática de exercícios nesse ambiente.

    Os jovens americanos permaneceram ativos fisicamente nas aulas de educação física com nível de esforço adequado, por não mais do que 2 minutos de forma contínua (PARCEL et al., 1987). Guedes e Guedes (2001) monitoraram 144 aulas de educação física realizadas por escolares do nível fundamental e médio da rede pública de Londrina-PR, verificando que as atividades propostas de moderada e vigorosa intensidade não atendem as recomendações mínimas necessárias para que possam ocorrer benefícios relacionados à saúde desse público. Foi utilizado nesse estudo como parâmetro à medida da FC e observação direta das aulas.

    De acordo ainda com a pesquisa de Guedes e Guedes (2001) a proporção média (%) do tempo administrado nas aulas de educação física, sendo o tempo efetivo de aula de 40 minutos é a seguinte: 15,5% administração/organização, 34,4% transição/aguardando, 1,0% hablidades/destrezas, 14% aptidão física, 6,7% jogos de baixa organização e 28,3% em atividades esportivas. Foi observado que 50% do tempo efetivo de aula, entre 19 a 20 minutos, os alunos receberam instruções explicativas sobre organização e realização das atividades propostas, enquanto poucos escolares realizavam ativamente as atividades propostas, um número substancial permanecia inativo, aguardando sua vez para poder realizá-las.

    Bergman et al. (2005) avaliaram a aptidão física relacionada à saúde de 61 escolares de ambos os sexos com idade média de 10 anos e comparou com critérios de saúde adequados para faixa etária. Os resultados mostram dados preocupantes principalmente para resistência cardiorrespiratória, resistência muscular e flexibilidade, sendo que grande parte dos avaliados enquadraram-se abaixo dos padrões mínimos das zonas consideráveis saudáveis para a faixa etária. Corroborando com esses dados Gaya et al. (2002) obtiveram dados semelhantes em escolares da região Sul do Brasil, onde os resultados foram alarmantes, com destaque para os testes motores abaixo dos níveis mínimos relativos aos critérios de saúde em grande parte dos avaliados.

    O grupo de Matsudo et al. (2003) procurou verificar o impacto de um programa de educação física melhor estruturado na aptidão física de 960 escolares de ambos os sexos com idades entre 11 e 17 anos de uma escola particular comparados a jovens de escolas públicas. Os dados revelaram que os alunos da escola particular obtiveram resultados significativamente melhores (p<0,05) nos testes neuromotores (salto horizontal e vertical, agilidade e flexões) aplicados, evidenciando o benefício de um programa mais elaborado de educação física.

    Algumas intervenções desenvolvidas nos Estados Unidos têm demonstrado que, mesmo com poucos recursos físicos e materiais, programas de educação física escolar melhor estruturados e mais dinâmicos, poderiam aumentar em 40% a 50% o envolvimento efetivo de escolares na prática de AF durante as aulas de educação física (LUEPKER et al., 1996; MCKENZIE et al., 1993; SIMONS-MORTON et al., 1991). Entre os programas de prevenção e tratamento da obesidade, os que obtiveram melhores efeitos positivos foram os que proporcionaram diretamente o aumento da prática regular de AF comparado aos programas que simplesmente recomendaram a prática de AF (LEMURA e MAZIEKAS, 2002).

    A realização de exercícios físicos regularmente, reduz o risco de obesidade, equilibra a relação gasto/consumo energético, auxilia na manutenção e desenvolvimento de massa magra, além de colaborar no controle ponderal e perda de gordura corporal (GILLIS, KENNEDY e BAR-OR, 2006).

Considerações finais

    A inatividade física e o alto consumo calórico reduzem os níveis de aptidão física e colocam em risco a saúde de escolares, predispondo estes ao acometimento precoce de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, circulatórias, articulares e psicológicas. A redução do nível de atividade física habitual associada a hábitos alimentares e comportamentais inadequados estão contribuindo para os quadros de sobrepeso e obesidade de forma preocupante em crianças e adolescentes. Os programas de educação física escolar estão sendo aplicados de forma ineficaz na promoção de saúde e melhora da aptidão física dessa população. É necessário o planejamento de programas de educação física que sejam capazes de proporcionar um gasto energético adequado e gerar um impacto positivo na aptidão física relacionada à saúde de escolares.

    A educação física escolar deve ser revista e abordada como sendo de fundamental importância em estimular o público infanto-juvenil a modificar seus padrões comportamentais para adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável. Esta disciplina além de obrigatória no currículo escolar tem grande relevância como medida preventiva no âmbito de saúde pública. Os programas de atividades AF devem ser revistos e planejados de forma que todos os envolvidos possam participar efetivamente das atividades propostas em aula, oportunizando no contexto escolar a prática adequada de AF que possam realmente contribuir para melhora dos níveis de aptidão física e promoção de saúde em escolares.

    Futuros estudos são necessários para verificar o impacto de programas de AF na aptidão física e fatores de risco à saúde no público infanto-juvenil.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 149 | Buenos Aires, Octubre de 2010
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