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Índice de desenvolvimento esportivo municipal. Proposta de 

um sistema municipal de indicadores para o esporte: 

aplicação na Região Metropolitana de Campinas

Indicadores del desarrollo deportivo municipal. Propuesta de un sistema municipal de 

indicadores para el deporte: aplicación en la Región Metropolitana de Campinas

 

Publicitária. Marketing Esportivo

businessporte.blogspot.com

(Brasil)

Júlia Olga Carollo Gaeta

juliagaeta@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo propõe um sistema de avaliação das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da prática esportiva nos municípios brasileiros. Utiliza como indicadores as despesas dos municípios com esportes, os eventos esportivos realizados pelas prefeituras e a infraestrutura esportiva oferecida em cada cidade. Em termos aplicativos, toma como referência os indicadores de gestão voltada ao desenvolvimento público do esporte nos municípios da Região Metropolitana de Campinas (São Paulo, Brasil). Em síntese, a proposta tem como objetivo oferecer uma ferramenta para o gestor público tanto na organização do planejamento quanto na avaliação dos resultados de suas ações no setor.

          Unitermos: Sistema de Indicadores Municipais para o Esporte. Gestão pública, Marketing Esportivo. Região Metropolitana de Campinas.

 

Resumen

          En este trabajo se propone un sistema de evaluación de políticas públicas para el desarrollo del deporte en los municipios brasileños. Utiliza distintos indicadores como el gasto de los municipios con los deportes, eventos deportivos en poder de los municipios y las infraestructuras deportivas previstas en cada ciudad. En términos de aplicaciones, considera los indicadores de la gestión pública centrada en el desarrollo del deporte en la Región Metropolitana de Campinas (San Pablo, Brasil). En resumen, la propuesta tiene como objetivo proporcionar una herramienta para los gestores públicos en la organización de la planificación y la evaluación de los resultados de sus actividades en el sector.
          Palabras clave: Sistema de Indicadores Municipales para el Deporte. Gestión Pública. Marketing Deportivo. Región Metropolitana de Campinas.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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    Os sistemas de indicadores estão se tornando um dos instrumentos mais importantes para a gestão e o planejamento. Eles podem ser uma referência importante na etapa de diagnóstico do planejamento, na definição precisa de metas e na avaliação de resultados. Permitem comparações relevantes com realidades de mesmo tipo (empresas, municípios, etc.). Atualmente podemos encontrar diversos sistemas de indicadores que nos dão indicações para as mais diversas dimensões. Um dos mais famosos e antigos é o IDH dos Municípios. No esporte, porém, a situação não é tão confortável: não há um índice para o esporte.

    Neste projeto nos propomos a apresentar um índice para o esporte voltado aos municípios brasileiros. Os sistemas de indicadores (SI) podem ser muito úteis para ver a situação atual do município na questão e definir rumos para uma nova atuação, quer por parte da área pública, quer por parte da área empresarial. Com um sistema de indicadores do esporte (SIE) pode-se acompanhar a evolução do município na questão e formular, por exemplo, novas políticas e novas ações que fortaleçam os pontos fortes e que corrijam os pontos fracos. O sistema vai definir um número (um índice de desenvolvimento do esporte) para cada município. Imaginemos que seja (numa escala de 0 a 1) 0,8. Se o município quer melhorar (quer ir para 0,9) terá que fazer investimentos, propor ações para os pontos fracos. Pois bem: ao final de um ano (por exemplo) vamos novamente medir o índice e ver se houve alteração. O índice é importante porque situa o município também diante dos outros.

    Uma das questões mais difíceis quando se quer construir um índice para o esporte é o da informação. Há falta de informações. Há pouca sistematização das informações. A maior fonte de informações brasileiras é dada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (o IBGE). E isto é fundamental, pois se queremos ter um índice de validade em todo o território nacional, é importante utilizarmos a mesma fonte. Porém, o IBGE não tem feito periodicamente levantamentos sistemáticos da dimensão esporte. De fato, a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros somente fez levantamento na área em 2003 (censo desportivo). A pesquisa rigorosa para dados mais recentes exige recorrer ao campo, isto é, fazer levantamentos município a município, utilizando-se dos mesmos critérios.

    Na proposta que fazemos para um sistema municipal de indicadores para o esporte temos que considerar a dimensão pretendida, a definição de indicadores e a definição da fonte de dados.

    A dimensão pretendida aqui é temática e, no caso, o esporte.

    A definição de indicadores tem em vista a questão: como vamos medir o desenvolvimento do esporte? Poderíamos considerar n elementos. Porém, os sistemas de indicadores devem ser simples e ter facilidade na hora de encontrar os mesmos elementos em todos os municípios. A limitação, neste caso, é dada pelas informações disponíveis. Em nossa proposta consideramos relevante (e viáveis, em informação) o empenho público municipal no esporte, a partir de dois aspectos: investimentos e infraestrutura. Por essa escolha, estamos respondendo as questões como: quanto é gasto pelo município em esporte; que infraestrutura pública o município tem; que modalidades são oferecidas pelo município.

GASTO NO ESPORTE

Despesa por função “esporte” no orçamento municipal. Resultados de 2008 conforme informações do Tesouro Nacional.

INFRAESTRUTURA PARA O ESPORTE

Oferta pública para a educação da população escolar de responsabilidade municipal: Instalações e equipamentos esportivos de propriedade e/ou gestão da prefeitura: total de escolas municipais com instalações esportivas %. Informações do Censo Desportivo de 2003 do IBGE.

MODALIDADES ESPORTIVAS

Eventos e modalidades esportivas oferecidas pela prefeitura no ano. Informações do Censo Desportivo de 2003 do IBGE.

    Definimos dois indicadores para o sistema: GASTO NO ESPORTE (municipal) e OFERTA ESPORTIVA (municipal). O indicador “Gasto no Esporte” tem uma variável (despesa orçamentária em esporte). O indicador “Oferta Esportiva” tem duas variáveis (escolas municipais com instalações esportivas; e eventos e modalidades oferecidas pela prefeitura). Os dois indicadores geram o índice esportivo. Também podemos gerar índices de cada um dos indicadores. Notemos, como em todo sistema de indicadores, a limitação dos índices: são apenas orientadores para a ação.

    A fonte de dados para a despesa orçamentária é o site do Tesouro Nacional (finanças municipais).

    Para a “oferta esportiva” utilizamos as informações do IBGE a partir do “Perfil dos Municípios Brasileiros”, dimensão esporte. Porém os dados mais recentes são os de 2003 (censo desportivo).

    Outra questão importante na construção do sistema é o peso dos indicadores para a construção do índice. Trata-se de dar peso a cada um dos indicadores.

    O tipo de conversão de escala utilizado é a “escala de intervalo linear”. Nesse método consideramos a razão entre a subtração do valor observado do indicador pelo valor mínimo pela subtração do valor máximo e mínimo: IC (indicador convertido) = IO (indicador original) – Vmin (valor mínimo) / Vmax (valor máximo) – Vmin (valor mínimo).

    Em nossos indicadores tomamos a seguinte situação: no índice de gasto com o esporte tomamos como valor mínimo 0% de despesa com esporte e como valor máximo o maior valor de município da região metropolitana de Campinas (que foi o nosso universo de amostra). No índice de oferta esportiva, tanto no indicador porcentagem de escolas com instalações esportivas, quanto no indicador eventos e modalidades oferecidos pela prefeitura, tomamos como valor mínimo 0 e como valor máximo o maior valor de município da região metropolitana de Campinas.

    O método de agregação dos dados faz-se como estudo de freqüência, o qual nos permite definir as classes.

    O sistema que construímos pode ser aplicado para todos os municípios brasileiros, com algumas adaptações (valores máximos). Porém, neste trabalho aplicamos o sistema na região metropolitana de Campinas, composta por 19 municípios.

    Os resultados estão condensados nos mapas a seguir e na tabela (anexa).

Índice de Gasto Público com o Esporte - Município IGPE-M

 

Índice de Oferta Pública Esportiva - Município IOPE-M

 

Índice de Desenvolvimento Esportivo Municipal, IDESM

    Entre as conclusões, podemos destacar os altos índices obtidos pelo município de Paulínia, que destoam dos valores resultantes dos demais municípios. A cidade recebe altas receitas provenientes da refinaria de petróleo e como conseqüência arrecada uma receita muito superior aos vizinhos (sua receita per capita é cerca de nove vezes maior que a de Campinas). Assim, o alto investimento do município em esportes pode ser entendido como uma exceção.

(1) Tesouro Nacional. Finanças do Brasil. Dados Contábeis dos Municípios – 2008. Estimativa da população municipal, segundo IBGE.

(2) Tesouro Nacional. Finanças do Brasil. Dados Contábeis dos Municípios – 2008.

(3) Tesouro Nacional. Finanças do Brasil. Dados Contábeis dos Municípios – 2006. Estimativa da população municipal, segundo IBGE.

(4) Tesouro Nacional. Finanças do Brasil. Dados Contábeis dos Municípios – 2006. Ausência de informações em 2007 e 2008.

(5) Índice de Gasto Municipal Público com o Esporte = Indicador Original (IO) – Valor Mínimo (Vmin = 0) / Valor Máximo (Vmax = 107,42, de Paulínia) – Vmin.

(6) IBGE – Censo Desportivo – 2003. Não foi realizado nos anos posteriores.

(7) IIEEM = Indicador Original (IO) – Valor Mínimo (Vmin = 0) / Valor Máximo (Vmax = 100) – Vmin.

(8) IOMEM = Indicador Original (IO) – Valor Mínimo (Vmin = 0) / Valor Máximo (Vmax = 36, de Paulínia) – Vmin.

(9) Índice de Oferta Pública Municipal Esportiva = IIEEM + IOMEM / 2

(10) IDESM = IGPE-M + IOPE-M / 2

    Por outro lado, é possível planejar uma gestão voltada ao esporte, ainda que o município não afira receitas exorbitantes. Como exemplo, podemos ressaltar os casos de Holambra e Jaguariúna, que obtiveram o segundo maior IDESM (0,65).

    A cidade de Campinas apesar de sua dimensão e receita significativas, obteve o menor IGPE-M, com apenas 0,01. Porém, quando analisarmos o Índice de Oferta Municipal de Eventos, o município apresenta o segundo maior valor entre os pesquisados (0,75). Desta forma, entende-se que o investimento em esportes está ligado muito mais ao modelo de gestão e às prioridades do município, do que propriamente a sua receita.

Referências

  • NAHAS, Maria Inês Pedroso et all. “Sistema de Indicadores Municipais no Brasil: experiências e metodologias”. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_529.pdf. Acesso: 05.06.2010.

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