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História e historiografia do futebol brasileiro:

da crise da tradição às novas epistemes

La historia y la historiografía del fútbol brasileño: de la crisis de la tradición a las nuevas epistemes

 

Professor do Departamento de História

da Universidade Federal do Paraná

Coordenador do Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade

Dr. Luiz Carlos Ribeiro

ribeiro@ufpr.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo pretende discutir como a tradição historiográfica brasileira sobre o futebol encontra-se comprometida com uma ideia de nação. Assim, falar de futebol tem sido, antes de tudo, construir um processo identitário. O período histórico recente inaugura dois movimentos convergentes: um, de caráter histórico, com o esgotamento da ideia de Estado-nação; outro, epistêmico, com o desengajamento da ciência em relação à legitimação identitária da nação. Logo, objetiva-se discutir a possibilidade de se estudar o futebol brasileiro para além da necessidade de explicar o Brasil.

          Unitermos: História do Brasil. Historiografia do futebol brasileiro. Teoria da História.

 

 
http://www.efdeportes.com/ EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 149, Octubre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A produção historiográfica brasileira sobre os esportes vem experimentando um crescimento lento, porém qualitativamente denso nos últimos anos. Estimulado pela abertura da História a novos temas e novos objetos e, mais especificamente pela chamada História Cultural, os estudos sobre os esportes gradativamente conquista o estatuto de tema sério na pesquisa científica.

    Dada a amplitude do assunto, procuraremos nesse artigo centrar a análise em dois lugares especiais dessa produção científica: a História, enquanto área de conhecimento e o futebol, enquanto um subgrupo do tema esporte. Mais especificamente, pretendo me debruçar sobre aspectos da relação entre futebol e a historiografia brasileira, na sua perspectiva predominante de uma produção engajada com a ideia de “formação do Brasil”.

    No campo específico do futebol não poderei fazê-lo a partir de uma produção exclusiva de historiadores, mas tomando os empréstimos saudáveis da Antropologia, da Sociologia e de outras ciências irmãs. Este é um problema que – enquanto historiador de formação – não me incomoda. Pelo contrário, ajuda-me a dissolver as idiossincrasias das ciências estanques.

    Também, não pretendo um balanço geral ou descritivo, mas partilhar algumas reflexões a partir das minhas leituras sobre um recorte próprio do que tem sido a produção historiográfica sobre o futebol no Brasil. Mais especificamente, desejo problematizar determinada tradição historiográfica de reduzir estudos específicos da cultura nacional à ideia-força da “formação do Brasil”, quando muitas vezes esta simplifica a riqueza do singular e do plural de nossa experiência histórica.

A “formação nacional” como categoria de análise

    Apesar de muito discutida, essa categoria permanece ainda com alguma solidez no meio político e intelectual brasileiro. A historiadora Maria Stella Bresciani vem perseguindo essa discussão já há algum tempo, criticando essa recorrência à formação do Brasil como um “lugar-comum” da nossa cultura política. (Bresciani, 2005) No campo da Crítica Literária merece destaque o pequeno mas incisivo ensaio de Luiz Costa Lima, a respeito da relação entre História da literatura e a formação da sociedade brasileira. (Lima, 2005)

    A crítica apresentada é que o peso da tradição historiográfica de procurar entender a formação histórica do Brasil, o “caráter nacional” brasileiro, enfim, a identidade nacional, quase sempre submete e padroniza lugares singulares de nossa cultura à função social (ou missão) de construir/compreender a nossa formação social enquanto nação.

    Isso acontece, por exemplo, com a matriz teórica produzida por Antônio Candido que, a partir de conceitos como a “formação da literatura brasileira” pensa a literatura nacional como um sistema coeso e tem como ideia-força atribuir aos nossos literatos a função social de produzir uma consciência nacional. Candido fundamenta a existência desse sistema a partir das formulações literárias e ideológicas de setor da elite nacional, ora restrita ao círculo oligárquico e patriarcal, ora engajada num processo nacional-popular, mas sempre com o compromisso (ou missão) de fundar a nação.(Candido, 1975)

    Suas análises sobre o que denominou “sistema literário” encontram-se de tal modo envolvidas com a compreensão do Brasil que levou Luiz Costa Lima a alertar sobre os perigos da sua estabilidade e permanência. Estabilidade perigosa pela durabilidade de um modelo explicativo que subordina a análise literária à funcionalidade social da formação identitária nacional. (Lima, 2005)

    O mesmo ocorre – mais recente e ainda incipiente – com a produção de categorias de análise da música popular brasileira, em especial com a elaboração de duas categorias afirmadas como fundamentais à sua compreensão enquanto fenômeno sócio-cultural: a definição de MPB (o que é a MPB?) e de engajamento. Analisada a partir dessas elaborações teóricas, a MPB, assim como o consolidado na literatura, passa a ser pensada como um sistema cultural internamente lógico. Os estudos sobre a MPB nos falam de setor de uma classe média progressista que identicamente pretende fundar a nação, tendo com o pressuposto a resistência popular e democrática ao regime militar dos anos 1960/70. (Napolitano, 1999; Ulhôa)

    Nesse sentido, o paradigma da formação seria a obsessão intelectual e política de explicar o Brasil, a partir de certa homogeneização. É um fenômeno que se encontra presente em nossa produção intelectual desde a segunda metade do século XIX e se estende ainda hoje. Produziu-se nesse longo percurso um núcleo teórico homogeneizador da cultura nacional A força de permanência dessa ideia fez com que ela se tornasse paradigma explicador de nossa cultura. Submeteu ou silenciou nossas alteridades culturais à funcionalidade de fundar o nacional brasileiro.

    Para darmos outros exemplos dessa postura, basta lembrar alguns produtos de nossa historiografia. Assim foi com dois clássicos dos anos 1930/40, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Ambos, de formas diferenciadas, encontravam-se envolvidos em explicar o Brasil. Explicar o nosso atraso estrutural ou a nossa anomia. Explicar a dificuldade em nos tornar republicanos, efetivamente democráticos, desenvolvidos, enfim, civilizados.

    O caráter de permanência do paradigma da formação também é observável quando analisamos produções intelectuais temporalmente distantes, como é os escritos de Gilberto Freyre, nos anos 1930, e Darci Ribeiro, já nos anos 1980. Assim, já no primeiro prefácio de Casa Grande & Senzala, em 1933, Freyre reclamava para si a tarefa intransferível de pensar a unidade nacional: “Era como se tudo dependesse de mim e dos de minha geração; da nossa maneira de resolver questões seculares”. (Freyre, 1969: XXXI)

    A mesma preocupação acontece com a publicação, em 1987, do livro de Darci Ribeiro, O povo brasileiro, quando o antropólogo pretendia explicar “a formação e o sentido do Brasil”. (Ribeiro, 1987) São duas gerações que muito bem sintetizam a força e a permanência da ideia de explicar o Brasil.

    Por esse enfoque os estudos específicos sobre o cotidiano cultural brasileiro – como a literatura, a música popular brasileira ou o futebol – assumem a função de preencher o paradigma explicador da formação e do caráter nacional. Assim, apenas os elementos que se enquadram no modelo são considerados. Qualquer outro registro não coincidente é silenciado.

    Com essa mesma preocupação de engajamento com o nacional se encontra a obra de Mário Filho, O Negro no futebol brasileiro. (Mario Filho, 2003) Antonio Jorge Soares já apontara os limites de tomarmos de forma acrítica Mario Filho como documento histórico. (Soares, 2001) Do meu ponto de vista, O Negro no futebol brasileiro tem menor valor para compreender a formação histórica do futebol no Brasil. Sua importância maior é enquanto documento de época. Enquanto marco de legitimação de determinado visão de mundo, da sociedade e do futebol brasileiro, respectivamente nos anos 40 (1947 – 1ª edição) e 60 (1964 – 2ª edição). Mario Filho, na esteira do pensamento de Freyre, encontrava-se no mesmo campo comum de atribuir a si a tarefa de construir o “caráter nacional” brasileiro. Assim, a ascensão do negro na sociedade brasileira, através do futebol, reforça a tese freyreana da harmonia entre a casa grande e a senzala. Constrói para estudo do futebol uma categoria de análise que dissolve as contradições sociais, fazendo a apologia da harmonia social e racial no país.

    Os paradigmas do nosso jeito mulato e malandro de ser e de jogar futebol, transformaram identicamente o futebol em um sistema. Apesar de ideologicamente diverso da visão do pensamento crítico de um Sérgio Buarque de Holanda ou Caio Prado, também o futebol aparece referido ao povo, ora como sua identidade positiva (o jeito mulato de jogar e de ser brasileiro) ora como negativa (a ingenuidade desse povo e/ou sua incapacidade de consciência crítica).

    Com um viés marcadamente marxista, essa preocupação permaneceu com a geração de intelectuais que os sucedeu, como foram os casos de Boris Fausto e os sociólogos-historiadores, Octavio Ianni e Francisco Weffort. Apesar da profundidade de seus estudos, era implícita nesses autores a intenção de desvelar o Brasil, centrando o debate sempre na ideia política de “revolução”.

    De forma humanista, foram muitas vezes críticos radicais da cultura e da política nacional, sempre na preocupação com o “povo” e na construção da cidadania.

    Certa vez Antonio Candido, ao procurar sintetizar o pensamento de Sérgio Buarque de Holanda, falou um pouco de si mesmo e de toda uma geração de pensadores políticos:

    Sérgio Buarque de Holanda foi o primeiro historiador que aludiu à necessidade de despertar a iniciativa das massas, manifestando assim um radicalismo democrático raro naquela altura fora dos pequenos agrupamentos de esquerda. (Candido, 1998: 86)

    Eram pensadores que tinham preocupações em comum, e que predominaram no Brasil até os anos 1980, que era a de atribuir para a si a tarefa militante e cidadã de pensar soluções para a nação e para o homem brasileiros. Para eles, pensar o passado histórico do país confundia-se com a missão de salvá-lo de si mesmo.

    Essa postura engajada obviamente produziu narrativas sobre a formação brasileira comprometidas com as visões de mundo dos narradores.

    Nessa trajetória, outro marco são os escritos de Roberto DaMatta, já nos anos 1980, sobre o futebol. (DaMatta, 1982) Enquanto antropólogo DaMatta inaugura a percepção de valores comuns da cultura nacional, como o futebol, mas permanece na tradição freyreana de explicar o Brasil. A plasticidade do nosso futebol explicava o Brasil, escrevia o antropólogo, assim como já o fizera Freyre.

    Essa forma macunaímica de ver a nossa cultura esportiva se repete em trabalhos recentes, como por exemplo, A dança dos deuses (2007), de Hilário Franco Júnior e Veneno remédio (2008), de José Miguel Wisnick. São obras muito bem escritas, absolutamente envolventes, mas que enredam a narração num círculo místico sobre o futebol e o Brasil. Encontram-se na mesma linha da narrativa épica de O Negro no futebol brasileiro, de Mario Filho.

    A obra de DaMatta reproduz, de algum modo, a mesma estética narrativa. Identifica futebol e povo brasileiros como lugares despolitizados. Lugares de pureza e ingenuidade. O jeito brasileiro de jogar como síntese da alma nacional. Raciocínio muito parecido encontrado no romance sociológico de Wisnik.

    Há, assim, a identificação de um lugar comum entre esses autores. Qual seja o de despolitizar o futebol e a sociedade. Como se harmonia, no campo de futebol ou na sociedade, fosse uma condição atávica do homem brasileiro. Essa postura na obra de Mario Filho pode ser tomada como vontade efetiva de intervir. Em DaMatta uma herança intelectual, mas já sem a força de uma política. Em Wisnik é um efeito midiático.

    Assim, os trabalhos recentes de Franco Júnior e Wisnik são evidências da força de permanência da ideia de formação. A impressão que fica é que, com o esgotamento do binômio formação/revolução, pautados no mote do povo como fator de mudança, o que permaneceu na leitura sobre o futebol foi a mitificação da índole pacífica e harmônica do homem brasileiro.

A fragilização do paradigma

    Sem dúvida, os acontecimentos dos anos 1970/80 contribuíram para fragilizar a ideia de formação quando, de forma geral, viveu-se um clima de esgotamento das ideologias. No plano interno brasileiro o regime de ditadura imposta a partir do final de sessenta serviu para calar muitas daquelas vozes que afirmavam a ideia de formação ou revolução como vontade nacional e popular.

    Ao longo dos anos 1970/80 a inteligência brasileira, ao mesmo tempo em que experimentou uma modernização conservadora no plano econômico, viveu os anos sombrios da ditadura.

    Já nos países capitalistas desenvolvidos o boom econômico trouxe para o mercado e para o debate intelectual e político uma massa de novos agentes, representados pelos movimentos universitários e de rua, de jovens, negros e mulheres. Na mesma direção da modernização econômica e impulsionada pela guerra fria, verificou-se nesses países a diminuição da classe operária e, ao mesmo tempo, uma forte inclusão social impulsionada pela política do Welfare State.

    No plano da militância intelectual e política – em termos europeus, sobretudo – ficava difícil sustentar o discurso da revolução, fosse ela de caráter marxista ou liberal reformista. Iniciava-se, portanto, uma crise ideológica no marxismo e nas esquerdas em geral em relação às ideias de revolução e de construção da nação, como se pode observar nesse trecho do manifesto de encerramento das atividades da revista marxista francesa Socialisme ou Barbarie, assinado por Cornelius Castoriadis, em junho de 1967:

    Já constatamos desde 1959 e a evolução ocorrida tem demonstrado esse diagnóstico: nas sociedades capitalistas a atividade política propriamente dita tende a desaparecer. (Castoriadis, 1979: 312)

    Atividade política leia-se aqui, é luta de classes que, na visão do autor, havia se esgotada como teorema explicador das mudanças sociais. As teorias seguras do materialismo histórico cada vez menos davam conta de explicar o processo. O movimento social negro nos EUA ou a luta das mulheres por direitos específicos eram muito mais complexos que o binômio capital versus trabalho, proposto pelo marxismo vulgarizado.

    Nos anos 1980 a crise econômica mundial acelerou tanto o desmonte do império soviético, quanto o regime militar no Brasil. É verdade que a experiência da redemocratização no Brasil abriu espaços para o que era até então impossível no país: discutir as potencialidades e os limites de qualquer teoria crítica, em especial a marxista. Porém, nesse momento grande parte da inteligência nacional já se encontrava despojada das explicações seguras do marxismo e acabou momentaneamente num certo imobilismo. As várias ideias de revolução – que se discutira desde os anos 1930 – quase todas centradas no princípio da autonomia nacional, haviam se esvaziadas com o golpe militar, com a estratégia capitalista europeia do “bem-estar” e, agora, com a crise das ideologias..

    A retomada da expansão capitalista a partir dos anos 1990, caracterizada pela reestruturação produtiva e pela desregulamentação dos mercados, acelerou mais ainda o processo de fragilização dos paradigmas da formação. Impotentes para reafirmar os paradigmas totalizantes, tais como revolução e autonomia nacional, os cientistas sociais perderam a força das explicações até então fundadas em teorias seguras. Da totalidade a História passou agora a se fazer em migalhas, para usarmos a expressão do historiador francês François Dosse. (Dosse, 1992)

    É nesse quadro de uma História plural que os historiadores – no Brasil e no mundo – se abriram para novos temas, como por exemplo, a História de gênero, da música popular, etc. Enfim uma história plural e voltada não apenas para os tradicionais lugares seguros da política e da economia, mas também para os mais inusitados, como o cotidiano dos homens comuns.

    E, ao realizar essa abertura a História demonstrou não ser possível fazê-la sozinha. Rompeu fronteiras e associou-se a outras disciplinas, como a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia, e Economia, o Direito e outras supostamente mais distantes, como as áreas da saúde e do corpo humano. Para ser plural a História precisou fazer-se inter e transdisciplinar.

    O Brasil dos anos 1990/2000 respirava a redemocratização e trazia no seu rastro a pluralidade política como alavanca à superação do imobilismo intelectual.

    Paradoxalmente era uma abertura que dissolvia grande parte das nossas certezas intelectuais, tais como a vontade de revolução e os significados de nação e povo brasileiros. Uma abertura que ao mesmo tempo em que era imposta pelas reestruturações do mundo globalizado, era desejada, no sentido de romper tanto os ranços do regime autoritário quanto os supostos atrasos econômicos.

    Aquele sentido da nossa atribuída “consciência nacional”, muito bem expresso na definição de Antonio Cândido a respeito de Sérgio Buarque de Holanda (e de si mesmo), se desfazia nessa pluralidade.

    A impressão que fica é que, ao perdermos a ingenuidade da certeza da nossa consciência nacional, nos tornamos distanciados dela. Perdemos o compromisso de falar dela e, sobretudo, da missão de salvá-la.

Novas epistemes

    De forma positiva, a crise dos modelos autoexplicados exigiu dos novos pesquisadores um envolvimento mais forte com a pesquisa empírica. Pela exploração das experiências cotidianas e singulares procurou romper com aquela visão de totalidade, fundada em pressupostos cognitivos anteriores, o que implicou numa concepção fragmentária e não evolucionista ou teleológica da história. Buscou-se, enfim, eliminar os silêncios e as homogeneizações impostos pelas grandes explicações. Não se trata, noutra perspectiva, de simplesmente negar os modelos, mas de submetê-los à experiência histórica e, desse modo, desautomatiza-los de explicações a priori. (Thompson, 1981; Castoriadis, 1992)

    No Brasil essa postura epistemológica encontrou condições de desenvolvimento com a ampliação dos programas de pós-graduação. Junto com eles consolidam-se grupos ou núcleos de pesquisa como, por exemplo, o Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade, da UFPR, o GIEF (Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol), da USP ou o GEFuT (Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas), da UFMG, e que recentemente lançou em parceria o Ministério dos Esportes um levantamento da produção sobre o futebol na Ciências Sociais (Silva, 2009).

    Além, é claro, de outros que tratam dos esportes em geral, como o Laboratório de História do Esporte e do Lazer, da UFRJ. Como resultado verifica-se o crescimento da pesquisa regional e local. No caso do futebol, por exemplo, registra-se a percepção da complexidade da prática esportiva no país, antes reduzida ao eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje encontramos uma diversidade de dissertações e teses sobre o futebol no Paraná, na Bahia, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul ou em Minas Gerais. Ou, de outro modo, estudos com recortes temáticos que permitem estabelecer análises comparativas, não apenas entre as regiões brasileiras, mas com outros países. Apenas à quisa de exemplo, cito a pesquisa de Victor Melo sobre esportes coloniais e pós-coloniais em países africanos de língua portuguesa e mesmo a minha pesquisa atual, quando procuro analisar as relações econômicas e políticas entre o futebol brasileiro e o europeu. (Ribeiro, 2007) A diversidade também se manifesta, por exemplo, na análise econômica, como os estudos de Marcelo W. Proni (Proni, 2000) ou de Anderson Gurgel (Gurgel, 2006) sobre mídia e economia do futebol. Na área do Direito, registro o trabalho recente de Felipe Ferreira Silva, sobre o sistema de tributação no futebol (Silva, 2009).

    O apoio que as instituições públicas de fomento vêm dando à pesquisa se manifesta também na realização de eventos, permitindo assim a divulgação e a articulação da pesquisa. Pela minha experiência no campo da História destaco dois eventos: o grupo temático sobre esporte que se realiza desde 2003 no interior do simpósio nacional da ANPUH, e o Congresso Nacional de História do Esporte, Educação Física, Lazer e Dança que caminha para a sua 12ª edição. Esses são apenas alguns exemplos da atual produção acadêmica sobre futebol (e esportes) e que tem se pautado por um novo enfoque historiográfico de descolamento, mas não desconhecimento, da tradição missionária de formar o Brasil.

    De todo modo, é preciso destacar que a maior parte dessa produção não ocorre na História, mas na Antropologia e na Sociologia e, sobretudo entre os pesquisadores da área da Educação Física. Isso revela que a preocupação em compreender o futebol (e os esportes em geral) como um fenômeno social tem sido provocado por uma exigência profissional da Educação Física, na medida em que os esportes são seus objetos centrais. A necessidade de compreender os esportes para além dos aspectos técnicos ou fisiológicos demandou o debate histórico e social, provocando o debate com as ciências humanas.

    Dessas, a área de História foi a que respondeu de forma lenta e a que mais resistiu (e ainda resiste) em assumir o estudo do futebol e dos esportes como um tema sério. A evidência disso é de que, apesar de haver excelentes dissertações e teses sobre futebol e esportes sendo apresentadas nos programas de pós-graduação em História, elas são acontecimentos isolados e não resultado da existência de linhas ou grupos de pesquisas consolidados.

    Considerando-se que um dos critérios da CAPES na avaliação dos programas de pós-graduação é a coerência das dissertações e teses com relação a produção científica da linha de pesquisa e do orientador a que estejam vinculadas – o que entendo como uma postura correta – há ainda hoje uma enorme dificuldade em se encontrar orientadores interessados no tema. Salvo melhor juízo, existem atualmente apenas três programas de pós-graduação em História no Brasil que estejam desenvolvendo pesquisas sobre futebol não de forma isolada ou eventual, mas vinculados a núcleos de pesquisa. São os programas de Pós-Graduação em História Comparada, da IFCS/UFRF, sob a orientação do Victor Andrade Melo, a Pós-Graduação em História Social, da USP, coordenado pelos professores Flávio de Campos e Hilário Franco Júnior (curiosamente dois medievalistas) e o pós em História da Universidade Federal do Paraná, coordenado por mim. Pelo menos são esses programas da História que têm, nos últimos anos, marcado presença institucional nos eventos em que se discute o futebol. Evidentemente, faço essa afirmação baseada em contatos pessoais, pois certamente devem existir grupos em formação, os quais convido a ingressar em nossa rede de contatos.

    O mesmo problema de reconhecimento ocorre em relação a aprovação de projetos de pesquisa junto a CAPES ou CNPq, dada a dificuldade de encontrar pareceristas de História em condições de aceitar a legitimidade de se financiar pesquisas históricas relacionadas ao futebol ou aos esportes.

    Faço essas observações relacionadas exclusivamente à área de História, pois sei que a realidade é diferente em outras disciplinas. Mas, de todo modo, é instigante o fato de pesquisadores das áreas da Antropologia e de Sociologia não ter conseguido realizar em seus congressos nacionais – respectivamente a ABA-Associação Brasileira de Antropologia e a ANPOCS-Associação Nacional de Ciências Sociais – reuniões temáticas sobre os esportes em seus últimos eventos.

    Também não escrevo sobre os problemas existentes na História quanto ao desenvolvimento dos estudos sobre futebol, por que acredito que essa seja uma tarefa exclusiva dessa disciplina. Como coloquei no início desse artigo, vejo a divisão da ciência em gavetas estanques um mal estar para o conhecimento científico. Sem dúvida são barreiras que teremos de derrubar desde baixo se quisermos compreender as alteridades do fazer histórico.

    E isso tem significado a historiadores e cientistas sociais um esforço em construir novas referências teóricas e metodológicas, bem como um banco mínimo e original de fontes históricas sobre o futebol. Uma tarefa que tem permitido uma constante atualização dos modelos de interpretação do futebol no Brasil e no mundo. É uma preocupação com o rigor científico que, ao mesmo tempo, não dispensa o cientista social de compreender o aspecto lúdico, passional e mesmo mítico do futebol, o que é um grande desafio. Ou seja, as novas epistemologias não desaparecem com a mística de explicar o futebol pela lógica homogeneizadora da formação (o futebol explica o Brasil), mas aplica sobre ela um esforço de desnaturalizá-la. Afinal, é ingênuo imaginar que a mística do Brasil mestiço possa se desfazer apenas pela crítica científica. Se não existe mais hoje a convicção na missão freyreana de explicar o Brasil, a mídia globalizada refaz o tempo todo o “mulatismo flamboyant” através das embaixadas dos nossos Ronaldinhos. Sem falar na simbologia universal de que todo jogador brasileiro é naturalmente bom de bola: “Em um raciocínio de magia por similitude, ser brasileiro e jogador futebol é ser um bom jogador de futebol” (Rial, 2008).

    Se a produção científica sobre os esportes – como sobre a sociedade em geral – não guarda mais aquele caráter missionário de salvar o país, ainda permanecem resquícios do reducionismo de “o futebol explica o Brasil”. Mas começa-se a romper com aquela tradição narrativa e a construir novas categorias de análises minimamente seguras para o campo.

    Para isso, é fundamental a exploração de novos referenciais teóricos, como por exemplo vem acontecendo com a utilização das teorias configuracional (Elias) e de campo (Bourdieu). Porém o uso dessas ferramentas teóricas não pode funcionar como mera colagem, como se os modelos fossem autoexplicativos. É preciso problematizá-los e atualizá-los à luz das experiências históricas diferenciadas. Evitar falar de “campo” ou “configuração” como a priori ou figura abstrata. Elas só tem significado se aplicados historicamente. O campo ou a configuração são o que são historicamente. Se não conseguirmos falar deles de um ponto de vista social concreto, passam a ter pouco significado para a compreensão histórica. Também esses modelos (ou categorias) vão se tornar automatizados, autorreferidos.

    Do mesmo modo que devemos fazer uma crítica fundamentada aos modelos explicadores do Brasil – como o paradigma da formação – não podemos tomar de forma ingênua qualquer outro referencial teórico.

    Nesse sentido é preciso um alerta ao uso indiscriminado do conceito eliseano de “processo civilizador”, que algumas vezes aparece nos escritos sobre futebol (e esporte em geral) como autoexplicado. É bastante conhecida a crítica do significado de “sentido” e de “lei geral” que é dado ao conceito de processo em Elias, como por exemplo o comentário feito por Renato Janine Ribeiro à edição brasileira de O processo civilizador:

    Tem cabimento apontar um sentido na história, como faz Elias? Pois, ainda que o sentido seja precário em seus começos, ele termina por apoderar-se do ritmo histórico, ou melhor dizendo, da consciência e da fé do historiador, e este não mais se liberta do sentido que antes, apontou. (Ribeiro, 1994: 12)

    Sem poder aprofundar nesse artigo essa questão, em si muito complexa, faço o alerta apenas no sentido de não imobilizarmos a riqueza teórica de Norbert Elias. Fazer a crítica aos modelos, tomando como referência a experiência histórica, só os atualiza e enriquece. Assim, tão importante quanto as tendências ao monopólio e à introjeção do autocontrole da violência, como nos ensino Elias, estão as indeterminações configuracionais. Portanto, explicar, por exemplo, a introdução do futebol no Brasil no final do século XIX e início do XX como “resultado” do processo civilizacional é ignorar toda a teoria configuracional das potencialidades e indeterminações e, por conseguinte, esvaziar a teoria de valor e fazer uma história linear e teleológica. Ou seja, atribuir à teoria eliseana um significado de lei geral da história.

    A mesma preocupação vale para com o conceito de campo de Pierre Bourdieu. Não temos espaço para abrir uma discussão mais teórica sobre, mas desejo apenas registrar minha inquietação com relação a algum uso inadvertido do conceito.

    Campo, na teoria proposta por Bourdieu representa um espaço simbólico, no qual a lutas dos agentes determinam, validam, legitimam representações. Nele se estabelece uma classificação dos signos, do que é adequado, do que pertence ou não a um código de valores. A autonomia do campo é instituída por uma rede de poderes simbólicos que, ao mesmo que o define, não se restringe ao sistema interno.

    O conhecimento das especificidades desse campo tem como ponto de partida a circunscrição mínima dos agentes e, a partir daí, elaborar uma descrição densa de seus habitus, permitindo assim alguma compreensão da rede dos poderes simbólicos.

    Se a História – assim como boa parte das ciências sociais – vem problematizando os paradigmas autoexplicadores (aí incluso a tradição intelectual de reduzir a narrativa histórica ao compromisso de salvação nacional), ela se compromete também em atualizar os modelos e as categorias análise, como os apresentados por Elias e Bourdieu.

    Como então enfrentar o problema das imposições da formação que sufocam as singularidades do campo? A resposta será dada pelo aprofundamento da pesquisa sobre as especificidades do campo esportivo do futebol. Conhecer de forma mais contundente como se dá o funcionamento de seus mecanismos internos, sem perder de vista as interações com a sociedade em geral.

    O sistema futebolístico, como qualquer campo social, tem as suas especificidades e a sua autonomia, entendendo estas como práticas que são próprias do campo, mas que são socialmente constituídas.

    Isso exige minimamente mapear o campo, indicando os agentes que atuam internamente no sistema. Apenas para ficar restrito ao futebol contemporâneo, podemos citar alguns temas ou agentes que necessitam ter seu conhecimento minuciosamente tratado.

    Assim, por exemplo, precisamos conhecer mais e melhor o sistema administrativo do futebol mundial, nacional e local, que vai desde a FIFA até o clube, passando pelas ligas continentais, nacionais e regionais (estaduais). Compreender como e por que historicamente houve mudanças nesse sistema esportivo. Nesse caso, não se restringir apenas a descrição da estrutura governativa, mas problematizá-las do ponto de vista de suas forças econômicas e política. Perceber que atualmente a UEFA-Union of European Football Association, impulsionada pela força econômica dos clubes europeus no mercado mundial iguala-se em termos de força política com a FIFA (órgão máximo do futebol) e praticamente anula a função das federações nacionais europeias. Fenômeno oposto com que ocorre na América Latina, onde as federações nacionais – CBF (Brasil) e a AFA (Argentina) – têm mais força que a continental Conmebol.

    O mesmo estudo necessita ser aprofundado no que diz respeito à carreira dos atletas – suas origens, seus processos de formação, etc. – tema, aliás, que já vem sendo desenvolvido por uma excelente pesquisa antropológica (Damo, 2007).

    As mudanças estruturais do futebol mundial vêm transformando o esporte numa atividade relevante na vida das pessoas e das sociedades. Por conseguinte o futebol vem se constituindo numa preocupação dos poderes públicos, em especial no que refere à sua regulamentação legal e jurídica. Assim, a relação entre o direito esportivo e o direito comum ainda é pouco conhecida, apesar de reconhecer-se que cada vez mais o sistema futebolístico vem se pautando por regras formais e legais. Por ser um tema ainda novo no sistema esportivo e mesmo nas ciências jurídicas, poucos têm sido os estudos dedicados ao tema (Silva, 2009).

    A complexa rede dos meios de comunicação (jornal, rádio, televisão, revista, telefonia celular, redes de banda larga, etc.) tem papel decisivo na transformação do futebol em uma das mais atrativas (e lucrativas) indústrias do entretenimento. É impossível falar de futebol sem, de algum modo, tratar dessas mídias, em geral e nas suas especificidades. Mas, assim como outros exemplos citados, esses agentes não podem ser compreendidos de forma restrita ao meio esportivo. Eles têm seus campos próprios, com suas representações e linguagens específicas.

    Com objetivo de dar um exemplo de como a conjuntura contemporânea do sistema futebolístico encontra-se desautomatizada da tradicional ideia-força da formação da nação brasileira, cito trecho de artigo publicado no jornal A Gazeta Mercantil, de fevereiro de 2002, a respeito do interesse do meio econômico com relação à Copa do Mundo de futebol que se realizava naquele ano:

    Único país a participar de todas as Copas do Mundo (...) o Brasil naturalmente ocupará grande espaço na mídia (...). Não se trata de promover o futebol, mas de aproveitar a oportunidade de promoção comercial do Brasil, que é relativamente pouco conhecido na Ásia como um grande produtor e exportador de alimentos. (Gurgel, 2006: 101)

    É improvável que encontremos na imprensa brasileira dos anos anteriores um artigo com essa visão sobre o Brasil e sobre o futebol. Na perspectiva desse jornal, fica claro que o interesse naquela Copa não estava relacionado ao futebol, nem mesmo à construção de uma ideia de nação. O objetivo era muito próprio, em que pouco interessava a nação, ou se o time nacional iria ganhar ou não a Copa. O interesse era fazer do evento uma oportunidade para colocar naquele mercado um produto. Fazer negocio, em síntese, sem nenhuma paixão nacional ou de torcedor.

    Cabe perguntar se, no limite, o futebol contemporâneo não compartilha com essa mesma ideia de negocio, apenas com a diferença de que o envolvimento e a paixão são seus ingredientes cruciais.

Conclusão

    A historiografia sobre o futebol no Brasil tem uma história que se confunde com os projetos políticos e ideológicos de criar um povo e fundar uma nação. Futebol e Brasil se confundem como um projeto político único. Explicar essa tese foi a primeira preocupação desse artigo. É uma produção intelectual em que vontade política e narrativa se confundem, de forma consciente ou não, dissolvendo no interior dessa vontade – que pode podemos chamar de ideologia – as especificidades de campos singulares, como é do futebol, assim como da literatura ou da música popular.

    O regime autoritário dos anos 1970 e a reestruturação capitalista dos anos 1990, associados à crise dos paradigmas ideológicos e científicos arrefeceram a força de permanência dos grandes modelos explicadores, como a cultura política da formação e da revolução, enquanto tarefa política da intelligentsia nacional.

    A partir dos anos 90, diminuiu de forma significativa a necessidade de “formar” a nação. O processo de potencialização da inserção da economia nacional no mercado internacional – também chamado de globalização – associado à crise das ideologias parecem ter colocado no ostracismo o recalque macunaímico da “superação do atraso”, da necessidade de construir um “homem novo” (expressão cara no Estado Novo) ou a tarefa de “fazer a revolução”, que tanto incomodou a inteligência liberal e de esquerda dos anos 1930-70.

    A globalização, a crise dos paradigmas nas ciências sociais e nas ideologias políticas parecem ter desenraizado de nossa cultura política a missão de construir o homem e a nação brasileiros.

    Arriscaríamos dizer que a internacionalização do mercado realizou, pelo alto e de forma conservadora, algum tipo de revolução burguesa no Brasil.

    Na globalizada sociedade do espetáculo e da mercatilização, a “paixão nacional” tornou-se apelo de marketing de produtos. Perder a Copa do Mundo não é mais desonra nacional, sentir-se um vira-lata entre as nações. O futebol não é mais um dilema nacional. Ele não é mais “um drama da vida social” brasileira, como afirmava DaMatta. Mas, de algum modo, sobrevive, pois é uma ideia que sulcou nossa cultura por mais de um século.

    Desse modo, paradoxalmente cresceu a importância do futebol no mercado do entretenimento, mas arrefeceu o envolvimento nacional ou mesmo clubístico. Na sua grande maioria, os sujeitos envolvidos nas torcidas pela seleção nacional ou por um clube são cada vez menos um torcedores passionais e cada vez mais um consumidores. Ganhar ou perder não tem mais a mesma importância que tinha até os anos 1970/80. Perder não causa mais comoção nacional, como foi o maracanazo em 1950.

    A ausência dessa tradição e desse lugar seguro do pensar o futebol vem impondo às novas gerações de pesquisadores a tarefa de problematizar e atualizar os modelos explicadores. O trabalho vem sendo realizado, mas tem exige múltiplos esforços. Primeiro por que não se trata de querer ignorar ou anular, simplesmente, a tradição explicadora. Ela, mesmo moribunda, sobrevive, animada por releituras midiáticas das nossas paixões nacionais. Segundo por que as novas categorias precisam de solidez teórica, tanto para criticar/romper com a tradição, quanto para ocupar espaço como conhecimento sério.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 149 | Buenos Aires, Octubre de 2010
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