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Planejamento pedagógico para a implementação de um 

programa de iniciação ao voleibol na cidade de Montes Claros, MG

Planeamiento pedagógico para la implementación de un programa de iniciación al voleibol en la ciudad de Montes Claros, MG

 

*Doutoranda em Ciências da Atividade Física e do Desporto

pela Universidade de León, Espanha

**Acadêmica do Curso de Educação Física – UNIMONTES

(Brasil)

Profa. Ana Paula Schú de Souza*

anapaulaschu@pop.com.br

Acadêmica Raiana Isabel Barros Frota**

raianaysa@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Esse artigo tem como objetivo descrever as ações que envolveram a elaboração e o desenvolvimento de um planejamento pedagógico, bem como, o andamento de um processo de ensino-aprendizagem referente a um programa de iniciação ao voleibol. No artigo também relatamos os dados obtidos durante os três meses em que atuamos no programa, com o intuito de contribuir para a educação física, em especial, para a educação física da cidade de Montes Claros/MG. Para que haja resultados positivos e evolução no processo de aprendizagem tem que haver planejamento, avaliação e reavaliação do trabalho desenvolvido, além de avaliações qualitativas da aprendizagem dos alunos. Em virtude disto, acreditamos ter realizado um trabalho positivo visto que colocamos em prática estas variáveis, além de perceber, mesmo sem ter realizado a avaliação formal, a melhora no desempenho da grande maioria dos alunos, em relação aos fundamentos e técnicas do voleibol, como também em relação ao mini-vôlei.

          Unitermos: Iniciação ao voleibol. Mini-vôlei. Planejamento pedagógico.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O presente artigo descreve as ações que envolveram a elaboração e o desenvolvimento de um planejamento pedagógico, bem como, o andamento de um processo de ensino-aprendizagem referente a um programa de iniciação ao voleibol.

    O referencial inicial para a elaboração do planejamento pedagógico foi a metodologia proposta pela CBV (2009) que tem o mini-vôlei como o seu elemento didático-pedagógico principal. A partir daí buscamos complementar o embasamento teórico-científico, com o intuito de atingir aos objetivos propostos pelo programa, além de, qualificar e personalizar o trabalho a ser desenvolvido.

    Inúmeras são as variáveis necessárias para uma implementação de qualidade de um programa de iniciação ao voleibol. Nós, professores e estagiários, participamos ativamente de parte da etapa organizacional como: divulgação do núcleo, inscrições e recebimento do material. O professor tinha autonomia para elaborar a etapa pedagógica, com a responsabilidade de manter a essência da metodologia proposta pelo programa, considerando também, a sua característica principal que é a de ser um projeto social.

    Segundo Sant’anna Junior (2007) o desenvolvimento social da população carente vem sendo alvo de preocupação não apenas de órgãos governamentais como também de empresas privadas. Esta preocupação vem motivando a formação de projetos sociais que buscam alternativas para auxiliar a população em situação de risco e vulnerabilidade, a integrar-se socialmente. Pode ser evidenciado que entre todos os indivíduos que fazem parte desta população os que mais despertam o interesse dos órgãos responsáveis pelos projetos sociais são as crianças, pois estas por estarem ainda em formação, podem apresentar maior benefícios em participarem dos mesmos. Acreditasse que é a partir de uma boa base social é que teremos indivíduos melhor integrados, conscientes e participativos socialmente. Dentre todos projetos sociais existente um dos que vem despertando cada vez mais o interesse das comunidades, são os projetos sociais que utilizam o esporte como meio agregador de seus participantes.

    O mesmo autor, afirma que o esporte possui um espaço de socialização aberto apresentando-se como uma realidade para a inclusão, oportunizando e garantindo o direito à participação de todos.

    A CBV (2009) entende que o voleibol é um instrumento de grande contribuição na formação de crianças e adolescentes de áreas de vulnerabilidade social.

    Iremos demonstrar no decorrer do artigo os dados obtidos, pois foi nossa preocupação quantificar e relatar os mesmos, para que estes sirvam como parâmetro para as futuras oportunidades de trabalharmos com o voleibol-iniciação, e também para contribuir para a educação física, em especial, para a educação física da cidade de Montes Claros/MG.

2.     Programa

2.1.     Objetivos, conforme CBV (2009)

2.1.1.     Objetivo geral

  • Aprendizagem do voleibol, através do mini-vôlei.

2.1.2.     Objetivos específicos

  • Estimular a atividade física para uma vida adulta saudável;

  • Melhorar a auto-estima, facilitando o rendimento escolar e a relação social;

  • Desenvolver integralmente os alunos, tornando-os cidadãos participantes, conscientes e críticos;

  • Construir valores éticos e morais.

2.2.     Público alvo

    Crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.

2.3.     Público atingido no período de março a maio/2010

  • Total geral inscritos: 125

  • Total de alunos que deixaram de freqüentar o Projeto: 49

  • Total geral de alunos em atividade: 76, sendo 35 meninas e 41 meninos.

2.4.     Turmas

    Quatro turmas de 24 alunos cada, duas pela manhã e duas à tarde.

2.4.1.     Número de alunos por turma, em maio/2010

  • Turma A: 18 alunos

  • Turma B: 24 alunos

  • Turma C: 14 alunos

  • Turma D: 20 alunos

2.5.     Periodicidade e duração das aulas

    Três dias na semana (segundas, quartas e sextas), com a duração de 60 minutos.

2.6.     Corpo docente

    Um professor e três estagiários de educação física.

2.7.     Material utilizado

  • 4 bases para colocar os postes para rede;

  • 4 postes para rede

  • 3 redes

  • Coletes infantis e coletes adultos

  • 24 bolas

3.     Etapas de implementação do programa

    Dividimos a implementação do programa em duas etapas sendo que o objetivo deste é descrever, em detalhes, a etapa pedagógica.

3.1.     Etapa organizacional

  • Patrocinadores e parceiros;

  • Pessoal e curso de capacitação;

  • Divisão das turmas;

  • Local e horário das aulas;

  • Divulgação;

  • Inscrições;

  • Recebimento do material.

3.2.     Etapa pedagógica

    A seguir iremos relatar o planejamento pedagógico realizado, sendo que a aplicabilidade do mesmo foi no período de março à maio de 2010 perfazendo um total de 35 aulas.

Gráfico 1. Número mensal de aulas

3.2.1.     Metodologia

    A metodologia utilizada foi a desenvolvimentista, que segundo Gallahue (2003) conduz o ensino-aprendizagem mediante as faixas etárias.

    A subdivisão das faixas etárias utilizada foi: 7-8 anos, 9-10 anos, 11-12 anos e 13-14 anos. De acordo com Gallahue (2003) na fase correspondente a estas faixas etárias, as habilidades motoras básicas são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso crescentemente exigentes.

3.2.2.     Elemento didático-pedagógico: Mini-vôlei

    O mini-vôlei é um método de trabalho que favorece uma aprendizagem rápida devido sua peculiaridade de adaptação às condições da fase em que a criança se encontra e tem como objetivo evitar especializações precoces. (PIROLO, 1997).

3.2.2.1.     Características do jogo, segundo CBV (2009)

  • Quadra: 12 m x 5 m

  • Altura da rede: 2,10 a 2,30

  • Bola: mais leve e menor circunferência do que a Oficial

  • Composição das equipes: 4 jogadores sendo que dentro de quadra somente 3 jogadores. A cada rodizío haverá a entrada obrigatória do quarto jogador pela posição de saque (1).

  • Sistema de marcação de pontos: Tie-break, sendo 2 sets de 25 pontos cada, com diferença mínima de dois pontos em relação à outra equipe.Em caso de empate há o terceiro set de 15 pontos com diferença mínima de dois pontos em relação à outra equipe.

  • Equipes/Categorias: 7-8 anos / 9-10 anos / 11-12 anos / 13-14 anos.

  • Interrupções: dois tempos de descanso com duração de 30 segundos por set.

3.2.2.2.     Níveis do jogo referentes ao mini-vôlei, segundo CBV (2009)

Mini-Vôlei

Níveis do jogo

NÍVEL 1 (Técnicas: saque, manchete e toque)

3 jogadores participam da mesma jogada.

Toque 1: agarra a bola e passa, com deslocamento, utilizando uma técnica

Toque 2: agarra a bola e com deslocamento passa

Toque 3: sem agarrar a bola, passa a mesma para a quadra adversária utilizando uma técnica

 

NÍVEL 2 (Técnicas: saque, manchete e toque)

3 jogadores participam da mesma jogada.

Toque 1: agarra a bola e passa, sem deslocamento, utilizando uma técnica

Toque 2: sem agarrar a bola, passa a mesma para o colega utilizando uma técnica

Toque 3: sem agarrar a bola, passa a mesma para a quadra adversária utilizando uma técnica

 

NÍVEL 3 (Técnicas: saque por baixo ou por cima, manchete, toque e *bloqueio)

É obrigatório a participação dos 3 jogadores na mesma jogada somente na recepção.

Toque 1: agarra a bola e passa, sem deslocamento, utilizando uma técnica

Toque 2: sem agarrar a bola, passa a mesma para o colega utilizando uma técnica

Toque 3: sem agarrar a bola, passa a mesma para a quadra adversária utilizando uma técnica

* qualquer ação realizada na borda superior da rede

 

NÍVEL 4 (Técnicas: saque por baixo ou por cima, manchete, toque e bloqueio)

Não é obrigatório a participação dos 3 jogadores da mesma jogada.

Os 3 Toques devem utilizar uma técnica

 

 

Níveis do mini-vôlei de acordo com faixas etárias

7-8 anos

9-10 anos

11-12 anos

13-14 anos

Tabela 1. Níveis de jogo do mini-vôlei levando em consideração o nível de aprendizagem e as faixas etárias

3.2.3.     Periodização dos conteúdos específicos do voleibol

    Segundo Bompa (2002) a periodização é um dos mais importantes conceitos do planejamento do treinamento. O autor cita a periodização simples como a sendo reservada para atletas iniciantes e de categorias menores. A periodização simples apresenta, como uma de suas vantagens, o fato de possuir longos períodos preparatórios livres do estresse causado pelas competições auxiliando o treinador a concentra-se no desenvolvimento das habilidades, e em uma base sólida de treinamento físico.

    Na tabela abaixo, demonstraremos a periodização dos conteúdos relacionados ao voleibol durante o macrociclo em que atuamos.

Tabela 2. Periodização dos conteúdos relacionados especificamente ao voleibol em um macrociclo de três meses

    Com o gráfico abaixo buscamos correlacionar os conteúdos específicos do voleibol com o número de aulas onde estes foram abordados, dentro de cada mesociclo. Salientamos que a aprendizagem dos fundamentos manchete, toque e saque por baixo sempre estiveram como objetivo principal dos planos de aula, já os demais conteúdos estiveram como objetivos específicos.

Gráfico 2. Quantidade de aulas mensal referentes aos fundamentos manchete, toque e saque por baixo

3.2.4.     Demais conteúdos abordados

  • Lateralidade;

  • Coordenação motora;

  • Orientação espacial e orientação temporal;

  • Capacidades físicas: Agilidade, Equilíbrio, Força, Resistência muscular e Velocidade;

  • Jogos: Motores, Rítmicos, Sensoriais e Cognitivos.

3.2.5.     Distribuição dos conteúdos

    Nos gráficos abaixo iremos descrever os conteúdos, bem como, o número de aulas que os mesmos foram abordados.

Gráfico 3. Conteúdos referentes ao mês de março/2010 e o número de aulas que os mesmos foram abordados

 

Gráfico 4. Conteúdos referentes ao mês de abril/2010 e o número de aulas que os mesmos foram abordados

 

Gráfico 5. Conteúdos referentes ao mês de maio/2010 e o número de aulas que os mesmos foram abordados

 

Gráfico 6. Neste gráfico estão descritos todos os conteúdos abordados durante os três meses e o número de aulas que os mesmos foram abordados

    No gráfico acima podemos observar que dentre os conteúdos mais abordados, além dos fundamentos manchete, toque e saque por baixo, e o mini-vôlei (jogo), estão a orientação temporal e a orientação espacial. Isto se justifica pelo fato de que o praticante, na iniciação, encontra-se em fase de construção das capacidades motoras, portanto, algumas noções básicas como domínio do espaço e domínio do tempo, não estão definidos o que vem a dificultar a aquisição dos gestos técnicos, tornando-se assim necessário a aplicação de exercícios que desenvolvam estas capacidades.

3.2.6.     Didática

    Aspectos a serem considerados na didática, segundo CBV (2009):

  • Seleção de tarefas de acordo com a capacidade dos alunos;

  • Utilização adequada da transferência;

  • Nível de Complexidade das tarefas;

  • Tempo necessário aos conteúdos em função de retenção significativa;

  • Introdução progressiva e adequada da competição.

    Fases do processo de ensino do mini-voleibol segundo Junior et al (2007), com a realização de algumas adaptações que achamos pertinentes:

Fase 1

  • 1x1. Familiarizar a criança com a bola, a quadra, a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando a bola, praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação. Utilizar bastante atividades que utilizem HMF manipulativa

Fase 2

  • Ensino da técnica saque por baixo

  • Ensino da técnica manchete

  • Ensino da técnica toque (receber, passagem da bola, reposição quadra contrária)

  • Introduzir o 2x2. Passada a fase de domínio da bola, a criança já pode começar a preparar-se para o toque, a manchete e o saque por baixo, permitindo um jogo de voleibol simples: 2x2, onde o principal objetivo é atacar e lançar a bola sobre a rede. São ensinados os princípios de formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento na quadra.

  • Jogo: verificar o nível adequado ao grupo

Fase 3

  • Ensino das direções de saque: diagonal, paralela

  • Ensino da técnica manchete com deslocamentos

  • Ensino da técnica toque com deslocamentos

  • Habilidades Motoras Fundamentais para o vôlei

  • Introduzir o 3x3 sem regras. O objetivo nesta fase é a aquisição dos gestos técnicos básicos: toque, manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como, estimular situações que são exigidas no voleibol. Buscar a melhora da manchete para a recepção do saque e para uma possível situação de defesa.

  • Jogo: Fazer progressão de nível

Fase 4

  • Ensino da técnica levantamento

  • Ensino da técnica cortada

  • Habilidades Especializadas de movimento

  • Introduzir o 3x3 com regras. Nesta fase introduz-se o ataque sem salto e o ataque com salto. Ensinam-se diferentes variações de ataque e melhora de levantamento e das habilidades de defesa com queda.

  • Jogo: Fazer progressão de nível

Fase 5

  • Ensino da técnica bloqueio

  • Ensino da técnica defesa

  • 4x4, Introduzir o bloqueio e a defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas, aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações

  • Jogo: nível 4

  • Ensinar sistema defensivo e ofensivo

  • Após esta etapa tem-se então o jogo normal 6x6.

    De acordo com as fases acima descritas, podemos afirmar que ao final dos três meses de trabalho, estávamos na fase 3 do processo de ensino do mini-volêi. Sendo a manchete o fundamento no qual os alunos apresentavam maior dificuldade, tanto na técnica da recepção quanto na técnica do levantamento. E importante também salientar que o nível de jogo, da maioria dos alunos, era o nível 2, onde o toque era o fundamento mais utilizado, este fato levou-nos a promover exercícios onde era obrigatório o uso da manchete,em pelo menos um dos três toques, objetivando que os alunos utilizassem com maior freqüência a manchete, facilitando assim, a aprendizagem deste fundamento.

3.2.7.     Planos de aula

    Um plano de aula por dia com a realização das adaptações necessárias às turmas. Os planos de aula foram elaborados pelo professor e também pelos estagiários, com a supervisão do professor. Os planos possuíam a seguinte estrutura: aquecimento, parte principal e volta à calma.

3.2.8.     Avaliação dos alunos (semestral)

    Avaliação qualitativa, analisando a aprendizagem dos fundamentos e técnicas do voleibol, o nível do jogo (mini-vôlei), o relacionamento interpessoal e social, além de proporcionar que o aluno se auto-avalie e avalie as aulas.

3.2.9.     Avaliações periódicas do processo ensino-aprendizagem (trimestrais)

    Problematizar a ação pedagógica desenvolvida, reorientar o processo de ensino e facilitar a auto-avaliação dos professores.

4.     Principais referenciais teóricos utilizados

    Ao iniciarmos o planejamento pedagógico tínhamos como preocupação, entre outras, a estruturação do nosso trabalho, a avaliação inicial do conhecimento motor dos alunos e como poderíamos avaliar a eficácia da metodologia e didática utilizadas. Desta forma, buscamos na literatura autores da área da aprendizagem motora e do desenvolvimento motor. Buscamos aqui descrever o que entendemos como as principais informações que devemos ter ao trabalhar com a iniciação desportiva.

    Segundo Magill (2000) aprendizagem motora é a melhora gradativa do desempenho de determinadas habilidades motoras, resultante da prática. Sendo o processo de aprendizagem motora dividido em três estágios: cognitivo, associativo e autônomo.

    Ainda à respeito da aprendizagem o autor acima afirma que o desempenho é o comportamento observável resultante de um processo de aprendizagem ou de um processo de treinamento, e que no esporte de iniciação, é através do desempenho que deduzimos se houve aprendizagem de uma determinada habilidade motora. Para haver aprendizagem o desempenho deve mostrar-se persistente, ou seja, constante e cada vez com menos variabilidade.

    Em relação ao desenvolvimento motor Gallahue (2003) afirma que a faixa etária a que o programa se destinou, é a fase motora especializada onde as habilidades motoras são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso crescentemente exigente. O autor divide esta fase em três estágios:

  • Transitório (7-8 anos): combina e aplica as Habilidades motoras fundamentais com as habilidades motoras específicas

  • De Aplicação (11 aos 13 anos): sofisticação cognitiva, tomada de decisões do aprendizado e participação nos fatores da tarefa.

  • De Utilzação Permante (14 anos em diante): pico do processo de desenvolvimento caracterizado pelo uso do repertório de movimentos adquiridos por toda a vida do indivíduo.

    De acordo com Gallahue (2003) as habilidades motoras fundamentais são:

  • Estabilizadoras: equilíbrio dinâmico e equilíbrio estático

  • Locomotoras : caminhada, corrida, salto (distância e altura), saltito, galope e skipping

  • Manipulativas: alcançar, segurar, soltar, lançar (arremesso por cima e por baixo), pegar (recepção), chutar e bater

    Na tabela abaixo Gallahue (2003) relaciona as habilidades motoras fundamentais às habilidades motoras para o vôlei.

Tabela 3. Descrição das habilidades motoras fundamentais relacionadas às habilidades motoras específicas do voleibol, de acordo com Gallahue (2003)

Considerações finais

    Sem dúvida, trabalhar com a iniciação desportiva é uma grande responsabilidade e se torna um desafio ainda maior quando ela está inserida em um projeto social.

    Para que haja resultados positivos e evolução no processo de aprendizagem tem que haver planejamento, avaliação e reavaliação do trabalho desenvolvido, bem como, a avaliação qualitativa da aprendizagem dos alunos. Em virtude disto, acreditamos ter realizado um trabalho positivo porque colocamos em prática estas variáveis, além de observarmos, mesmo sem ter realizado a avaliação formal, a melhora no desempenho da grande maioria dos alunos, em relação aos fundamentos e técnicas do voleibol, como também em relação ao mini-vôlei. A melhora no comportamento observável dos alunos, que Magill (2000) se refere como desempenho, é que nos permitiu a partir do fundamento saque por baixo agregar os fundamentos toque e manchete e algumas de suas técnicas, além, da técnica do saque por baixo com direcionamento, levando como conseqüência para a evolução de nível do mini-vôlei, do nível 1 para o nível 2.

    Gostaríamos que um número crescente de crianças e adolescentes tivessem acesso ao voleibol, através do mini-vôlei, pois é um método que podemos considerar como o mais adequado e mais indicado para um processo voltado à iniciação, pois traz todos os requisitos para um trabalho de qualidade.

Referências

  • BOMPA, Tudor O. Periodização Teoria e Metodologia do Treinamento. Phorte Editora, São Paulo, 2002.

  • CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL (CBV). Curso de capacitação de recursos humanos para o Viva Vôlei, ajudando a formar cidadãos – Nível 1. Maio/2009.

  • GALLAHUE, David L.; OZMUN, Jhon C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Phorte Editora, São Paulo, 2003.

  • JUNIOR, Paulo Konorr de Quadros et al. Proposta metodológica para o mini-voleibol: uma estratégia para a iniciação esportiva de crianças. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, nº 110, ano 12, 2007. http://www.efdeportes.com/efd110/proposta-metodologica-para-o-mini-voleibol.htm

  • MAGILL, Richard A. Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações. 5 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.

  • PIROLO, Denise. Mini-voleibol um método simplificado e adaptado para as crianças. III Semana Científica do Curso de Educação Física. UFU, Uberlândia: 1997.

  • SANT’ANNA JUNIOR, C. A contribuição de um projeto social esportivo na melhora do comportamento social de crianças em situação de risco e vulnerabilidade social. 2007. 54 f. Monografia (Curso de Graduação em Educação Física) – Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, PUCRS, Porto Alegre: 2007.

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