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Exercícios físicos e gravidez: uma prática saudável

Ejercicios físicos y embarazo: una práctica saludable

 

Acadêmicas do curso de Educação Física

Universidade do Estado do Pará

(Brasil)

Divane Mendes da Silva

nanny_mds@yahoo.com.br

Vanessa Paiva Cardoso

vanessapaivacardoso@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A prática da atividade física é de grande importância no período da gestação, pois vai trazer benefícios tanto para a mãe quanto para o feto, a gestante vai obter um melhor condicionamento físico durante a gestação e no trabalho de parto, e o feto pode obter um considerado aumento de peso. Existe uma grande transformação no corpo da mulher a partir do momento da concepção da gravidez e muitas dessas transformações podem de alguma forma prejudicá-la, no entanto, este quadro pode ser revertido com a prática de atividade física, porém, nem todas as atividades são aconselháveis, pois as mesmas podem trazer riscos para a mãe e para o bebê, levando-se em consideração o nível de intensidade dos exercícios e o grau de condicionamento físico no qual a gestante se encontra. Dentre essas atividades a hidroginástica vem ganhando destaque por promover menor estresse articular, garantindo um maior bem estar à grávida.

          Unitermos: Atividade física. Gestação. Benefícios.

 

Abstract

          The physical activity is of great importance during pregnancy because it will benefit both the mother and the fetus, the pregnant woman will get a better physical condition during pregnancy and during labor, and the fetus can get a considered weight gain. There is a great transformation in the woman's body from the moment of conception of pregnancy and many of these transformations can somehow hurt her, however, this situation can be reversed by physical activity, but not all activities are advisable, since these may bring risks to mother and baby, taking into account the level of exercise intensity and level of physical conditioning in which the mother is. Among these activities for water has come to prominence by promoting lower stress joint, ensuring a greater good to be pregnant.

          Keywords: Physical activity. Pregnancy. Benefits.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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    Durante um longo tempo, a prática de atividades físicas no período da gestação foi considerada um tabu, ou seja, existia uma total restrição. As mulheres eram aconselhadas a ficar em repouso, o que incentivava o sedentarismo. Porém, hoje essas constatações não mais existem, pois se observa que a prática da atividade física durante a gestação é altamente recomendada devido aos benefícios que a mesma possibilita.

    Este artigo tem como objetivo apresentar a importância que a prática da atividade física possui, durante o período gestacional. Assim como atentar para forma de como o exercício deve ser praticado, obedecendo ao limite e as condições de cada gestante, levando em consideração que essas práticas devem ser aprovadas e acompanhadas por profissionais capacitados tanto em exercícios no solo como em exercícios aquáticos.

    Para Hanlon (1999) a prática de atividade física trás consigo grandes benefícios para a gestante, se praticada de forma adequada. Com o exercício físico, a mulher pode aumentar a sua resistência, fortalecer e tonificar os músculos da pelve, do abdômen e os lombodorsais, fatores estes que irão ajudá-la no trabalho de parto.

    Isso não quer dizer que o exercício irá tornar o parto mais fácil, mas existe sim, neste sentido, uma contribuição de inúmeras formas. Os exercícios pré-natais podem também melhorar a postura da gestante que é diretamente afetada devido à projeção do crescimento do útero e pela expansão do abdômen, causando uma inclinação anterior da pelve.

    Desta forma, este estudo foi baseado em pesquisas bibliográficas tomando como referência autores que possuem embasamento teórico e prático sobre o tema abordado e que defendem a prática de atividade física durante a gravidez, a fim de garantir uma gestação saudável e segura, pois apesar de serem encontradas grandes controvérsias em relação ao campo, percebe-se que a atividade física vem sendo integrada neste grupo de forma cada vez mais crescente.

Benefícios da atividade física na gestação

    Os benefícios da prática de atividades físicas durante o período de gestação são diversos e abrangem diferentes áreas do organismo materno.

    Dentre vários benefícios encontrados Hanlon (1999) destaca: Melhora na circulação sanguínea, ampliação do equilíbrio muscular, redução do inchaço, alívio de desconfortos intestinais, diminuição das câimbras nas pernas, diminuição das dores nas costas e facilidade na recuperação pós-parto. Podem ser citados também outros benefícios biológicos do exercício no período de gestação, tais como: Menor ganho de peso e adiposidade materna, diminuição do risco de diabetes, menor risco de parto prematuro, diminuição na incidência de cesárea e melhoria da capacidade física (MATSUDO e MATSUDO, 2000).

    Matsudo e Matsudo (2000) também levam em consideração os benefícios psicológicos e sociais que antes não recebiam destaque, mas que são de suma importância para o desenvolvimento da gestação, como por exemplo, a melhora da auto-estima da gestante, melhora da sensação de bem estar, diminuição da ansiedade e do stress, diminuição da sensação de isolamento social bem como a diminuição do risco de depressão.

    Por volta do terceiro trimestre é possível a ocorrência de dores nas mãos e membros inferiores, devido ao fato da diminuição da flexibilidade nas articulações, com a prática da atividade física ela terá um efeito de minimizar esses problemas por promover uma menor retenção de líquidos no tecido conectivo.

Restrições da atividade física na gestação

    Podem ocorrer alguns problemas durante este período que estão associados à prática de atividades físicas, nestes casos o mais aconselhável é a interrupção dessas atividades, alguns sintomas são apontados que podem demonstrar esse quadro, dentre eles estão: a perda de líquido amniótico, sangramento vaginal, contrações uterinas, tonturas e redução dos movimentos fetais (BATISTA et al., 2003).

    Seguindo os conceitos de Matsudo e Matsudo (2000) pode-se também encontrar em relação à atividade física as contra-indicações absolutas, como doenças miocárdicas, suspeita de estresse fetal, retardo do crescimento ultra-uterino, enfermidade infecciosa aguda dentre outras. Assim como também podemos encontrar o casos de contra-indicações relativas, que abrangem a hipertensão arterial essencial, falta de controle pré-natal, diabetes mellitus e obesidade excessiva ou baixo peso extremo.

Mudanças anatômico fisiológicas

    A fim de se preparar para o nascimento do bebê, o corpo da mulher passa por diversas transformações, o útero aumenta mil vezes em relação ao seu tamanho normal, o coração se amplia, o útero empurra o diafragma, dentre outras. São algumas dessas modificações relacionadas ao exercício físico que irão ser comentadas a seguir.

    Podem-se notar mudanças na respiração pelo fato do diafragma ser um músculo que auxilia na respiração, e com a expansão do útero ele é movido para cima, dificultando a inspiração. Como consequência, a gestante pode sentir falta de ar, principalmente se estiver se exercitando com muito vigor, bem como pode ocorrer uma hiperventilação, levando a grávida a não inalar uma quantidade suficiente de ar, o que pode ocasionar tonturas.

    Dessa forma, deve-se haver uma grande atenção quanto à intensidade dos exercícios para que não ocorram exageros, pois o esforço quando excessivo contribui para esses problemas respiratórios.

    Aponta-se também alterações no coração e na circulação sanguínea da gestante, neste período as paredes do coração se tornam mais espessas e o mesmo se amplia. O volume do sangue aumenta em até 50% e a frequência cardíaca pode aumentar em 20%. Existe também uma necessidade de o coração bombear uma quantidade maior de sangue para que possa atender as necessidades do útero e do bebê que estão crescendo. Com isso, a gestante se cansa com maior facilidade, principalmente se estiver praticando um exercício rigoroso, devido à necessidade que se tem de mais oxigênio, tanto para a mãe quanto para o feto.

    Se o batimento cardíaco da gestante estiver irregular ou excessivamente forte durante a atividade física, deve-se interromper o exercício. Em algumas mulheres os vasos sanguíneos se distendem para acomodar o volume de sangue, o que pode ocasionar inchaço ou hemorróidas, em outros casos os vasos se contraem, podendo elevar a pressão sanguínea.

    Dessa forma, a prática da atividade física deve ser confortável e não intensa, ou seja, não se deve fazer o exercício até a exaustão, pois ao se exercitar a circulação aumenta o que pode contribuir com o surgimento ou aumento de veias varicosas.

    Assim como essas mudanças no corpo da gestante atingem diretamente os músculos do assoalho pélvico que agem apoiando os órgãos abdominais e os da pelve, esses músculos podem ajudar a mãe a ter maior controle sobre o parto quando os mesmos estão tonificados e fortes, bem como ajudar a controlar a bexiga, diminuindo a incontinência urinária. Por tais motivos, os exercícios para essa região são extremamente importantes e podem ser a qualquer hora e em qualquer lugar.

Graus de atividades físicas para gestantes

    Certamente a atividade física vai ser diferenciada de acordo com o grau de atividade que cada gestante possui, podendo ser classificadas como: atividades de baixo risco, atividades de médio risco e atividades desfavoráveis. Uma gestante que levava uma vida sedentária, caso não haja nenhuma restrição poderá começar com segurança um programa de atividade física, como por exemplo, caminhada, natação, hidroginástica leve, dentre outros. É recomendado iniciar com atividades leves e gradativamente ir aumentando o nível de intensidade, sempre levando em consideração que as atividades físicas pré-natais devem ser aprovadas pelo médico.

    Quanto às gestantes que já mantinham atividades de forma moderada antes da gravidez, podem continuar a se exercitar, porém estando agora cientes das metas das atividades pré-natais, devendo fazer alguns ajustes em relação a essas atividades ou a intensidade das mesmas.

    Para as mulheres que são atletas de competição é necessária a redução da intensidade dos exercícios e não mais competir neste período, para a proteção da mãe e do feto, devendo agora a atividade ter o esforço controlado, ser confortável e ter consistência, pois a atividade física nesse período é voltada para a saúde e para a capacidade física e não para o desempenho.

    Segundo R. Matsudo e M. Matsudo (2000) a ginástica aeróbica, a musculação, os esportes de raquete são consideradas atividades de médio risco, mas de acordo com Hanlon (1999) essas atividades são consideradas seguras, porém ambos concordam que tais atividades devem ser realizadas com precaução e moderação.

    As atividades desfavoráveis ditas “não seguras” e que devem ser evitadas pelas gestantes por colocarem em risco a saúde da mãe e do bebê, são: Saltos de pára-quedas, vôo de asa delta, futebol e outros esportes que envolvam contato físico, salto em piscina, surfe, equitação, dentre outros.

    Destaca-se também que é muito importante fazer um alongamento antes e depois da atividade. É de suma importância que a gestante exercite-se pelo menos três vezes por semana, modificando a intensidade da atividade sempre que necessário. A grávida deve ouvir seu corpo, sem colocar em risco o seu equilíbrio fazendo mudanças súbitas de direção, pois a mesma pode se machucar.

    Alguns cuidados devem ser tomados para que a prática de atividades físicas não venha se transformar em um problema. Devem-se evitar atividades que possam causar traumas no abdômen, não se deve alongar até o seu limite e nem flexionar em excesso as articulações, é apropriado consumir calorias suficientes para suprir a necessidade de energia extra que a gestante precisa para a gravidez e para os exercícios, não é aconselhável fazer rotações do tronco quando o quadril ou a coluna estiverem flexionados, levantar devagar quando estiver fazendo algum exercício no chão a fim de evitar tonturas.

    Para Guedes (2005, p. 183) “Durante a gestação a mulher “não pratica treinamento físico, mas sim realiza atividade física”, principalmente para manter a auto-estima”.

O crescimento fetal e o trabalho de parto

    O ambiente de vivência da gestante pode influenciar positiva ou negativamente para o crescimento e o desenvolvimento do feto. Existem alguns fatores de risco que podem afetar este crescimento fetal como mulheres que estão em sua primeira gestação e que possui idade superior a 35 anos, gestantes adolescentes, histórico de problemas obstétricos, deficiência nutricional, dentre outras patologias.

    Existem ainda muitas discussões sobre o efeito da atividade física no período de gestação relacionado ao crescimento do feto, pois podem ser encontrados relatos de fetos com peso normal, baixo peso e aumento de peso. Esta afirmação é caracterizada como relativa, pois variam de acordo com condicionamento de cada gestante. Estudos mostram que em gestantes saudáveis e que se exercitavam durante toda a gestação tiveram bebês com o peso maior do que os bebês que nasceram de mães sedentárias ou de mães que iniciaram a atividade física no segundo ou terceiro trimestre da gestação (BATISTA et al, 2003).

    Desta forma, também é importante ressaltar que o condicionamento físico da mãe anterior à gestação é altamente relevante para o bom crescimento do feto assim como o seu aumento de peso, assim sendo, a atividade física também pode contribuir para a percentagem de gordura e circunferência craniana do feto.

    Por muito tempo teve-se um conceito de que a atividade física poderia promover uma antecipação do trabalho de parto, pois a mesma estimularia a contração uterina, no entanto, existe um consenso de que se monitorada, as atividades não contribuem para essa antecipação, pois a mesma só vem a beneficiar o trabalho de parto. Com a prática das atividades físicas vai ocorrer um aumento de estrogênio que vem a contribuir para o relaxamento muscular, o que facilita o parto, suavizar as cartilagens assim como elevar o fluido sinovial que vai alargar as articulações para facilitar a passagem do feto (BATISTA et al, 2003).

    Essas práticas ajudam a gestante a tolerar melhor o trabalho de parto, principalmente no que diz respeito aos partos prolongados, assim como de certa forma, diminui as dores. Ressalta-se também que são as intensidades e o excesso das atividades que podem promover essa prematuridade, tanto como em exercícios físicos ou atividades ocupacionais, e não a prática da atividade física em si, pois a mesma pode ser considerada como uma forma de proteção.

Hidroginástica

    Dentre os vários tipos de exercícios físicos que podem ser praticados pelas gestantes, um merece destaque, a hidroginástica. Essa prática proporciona maior conforto a mulher já que na água o estresse articular é menor (MATSUDO e MATSUDO, 2000).

    Lima (2005, p. 53) acrescenta que “Um dos maiores valores do exercício em água durante a gravidez está relacionado ao bem estar que o mesmo pode proporcionar à gestante”.

    De forma específica a hidroginástica para gestantes se destaca pelo controle do edema gravídico, prevenção ou melhora nos desconfortos relacionados aos músculos esqueléticos além de se relacionar com maior gasto energético, controle do estresse, aumento da capacidade cardiovascular, assim como eliminar calor, pois a manutenção da temperatura corporal da gestante durante a hidroginástica possui um efeito exclusivo deste tipo de exercício, sendo que a temperatura da água deve estar em torno de 28º a 30º C, pois com temperaturas maiores pode ocorrer a vasodilatação e temperaturas menores a vasoconstrição.

    Desse modo, pode-se afirmar que a hidroterapia não interfere no ganho de peso materno, assim como, também não restringe o ganho de peso em gestantes que não possuem patologias, sejam elas clínicas ou obstétricas, pois o peso da mãe deve garantir o crescimento e o bem estar fetal assim como suprir sua necessidade na gestação e no pós-parto, além de promover condições para a mesma no período de lactação sem acarretar riscos de obesidade, já que o peso excessivo age de maneira negativa tanto para mãe quanto para o feto.

    As gestantes praticantes de hidroterapia possuem um maior índice de massa magra, tanto em relação ao início quanto ao final da gestação, mesmo levando em consideração o aumento de gordura que a gestante acarreta neste período, onde com essa prática, esta gordura acarretada foi incrementada por massa muscular, efeito este muito valorizado. Assim sendo, este ganho de peso tem maior índice de qualidade (PREVEDEL et al, 2003).

    Lembre-se o exercício pré-natal deve ser seguro e divertido. Ele pode beneficiar sua saúde e boa forma, não apenas durante a gravidez, mas durante o parto e a recuperação pós-parto. Exercite-se de forma prudente e aproveite os exercícios! (HANLON, p. 41, 1999).

Considerações finais

    Nota-se com a construção deste artigo que a prática da atividade física durante a gestação, interfere diretamente no bem estar da gestante, pois pode reverter alguns quadros clínicos que por consequência podem vir a ocorrer no período gestacional.

    Neste sentido, observou-se que a prática da atividade física neste período não se limita apenas às mulheres que já se exercitavam regularmente, mas sim também aquelas que mantinham uma vida sedentária antes e durante a gravidez, de tal maneira que a atividade física pode ser iniciada e praticada em qualquer fase do estado gestacional.

    Deste modo, percebeu-se que apesar desta prática atuar de forma benéfica na saúde da mulher, não são todas que a praticam. Isso pode ser decorrente do senso comum que por muito tempo foi atribuído a esta prática de forma negativa, ao ser afirmado que só traria malefícios à saúde do feto e da mãe obnubilando o real sentido da atividade física à gravidez.

    Destarte, esses ideais estavam relacionados de certa forma à prematuridade da gestação, porém com base em nossos estudos percebemos que essa hipótese está descartada a partir do momento em que os exercícios praticados acompanham as transformações morfológicas de cada gestante, atendendo as necessidades da mãe e do feto, assim como cada gestante deve respeitar os seus limites e a intensidade na qual o exercício deve ser praticado.

    Portanto, a prática da atividade física não deve estar associada a fatores prejudiciais, tendo em vista os inúmeros benefícios que a mesma proporciona e que foram citados no decorrer deste artigo. Assim, faz-se necessário que se tenha uma maior ênfase neste campo a fim de que cada vez mais esta área possa abranger um número maior de gestantes, tendo em vista assim, uma melhor qualidade de vida para as mesmas.

Referências bibliográficas

  • BATISTA, Daniele Costa et al. Atividade física e gestação: Saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. Vol. 3, no2. Recife, 2003.

  • GUEDES, Dilmar Pinto. Musculação: Estética e Saúde feminina. São Paulo, Phorte, 2005.

  • HANLON, Thomas. (Traduzido por Cristina Fino). Ginástica para gestantes: O guia oficial YMCA para exercícios pré-natais. São Paulo: Manole, 1999.

  • LIMA, Sérgio Ricardo Cavalcante. Resposta materno-fetais à pratica de exercício físico moderado na água por gestantes sedentárias de baixo risco. 2005. 115 f. Tese (Doutorado em Tocoginecologia) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas: 2005.

  • MATSUDO, Victor K.R.. MATSUDO, Sandra M.M. Atividade física e esportiva na gravidez. In: TEDESCO JJ. A grávida. São Paulo: Atheneu, 2000. p. 59 – 81.

  • PREVEDEL, Tânia Terezinha Scudeller et al. Repercussões Maternas e Perinatias da Hidroterapia na Gravidez. RBGO. 2003, no1 vol. 25. p. 53-59.

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