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A prática de exercícios físicos durante a gestação

La práctica de ejercicios físicos durante el embarazo

 

Acadêmicas do curso de Educação Física

da Univeridade do Estado do Pará

(Brasil)

Anaélis de Lima Meira

aninhaatm@hotmail.com

Natana de Oliveira Torres Silva

natanatorres2009@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo foi realizado através de análises bibliográficas com o intuito de explanar a importância do exercício físico no período gestacional, abordando seus benefícios e contra-indicações, bem como as mudanças fisiológicas ocorridas no corpo da mulher grávida. Visto que apesar do exercício físico estar conquistando espaço na vida diária das mulheres, ainda é freqüente a falta de informação sobre esta prática durante a gestação, tendo este trabalho o objetivo de proporcionar aos leitores um conhecimento acerca do mesmo. E como futuros profissionais da área, deve-se atentar sobre as preocupações com a elaboração de programas de exercícios que visam proporcionar bem estar físico, emocional e consequentemente a segurança na realização do mesmo.

          Unitermos: Exercício Físico. Gestante. Qualidade de vida. Saúde.

 

Abstract

          This article was conducted through literature reviews in order to explain the importance of exercise during pregnancy, discussing its benefits and contraindications, as well as the physiological changes occurring in the body of the pregnant woman. Because despite the exercise to be gaining space in the daily life of women, still often lack information on this practice during pregnancy, and this paper aims to provide readers with a knowledge of it. And as future professionals, must pay attention to concerns about the development of exercise programs that aim to provide good physical, emotional, and therefore the safe practice of it.

          Keywords: Exercise. Pregnant. Quality of life. Health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010

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    Segundo Simões (2003), até a década de 50 do século passado, não era recomendado que mulheres fizessem exercícios físicos, pois o senso comum da época era que os benefícios dos exercícios e suas consequências como a definição dos músculos, o aumento da capacidade respiratória e a diminuição da gordura corporal faziam com o que a mesma se distanciasse de seu papel na sociedade que era casar e procriar.

    Os exercícios praticados durante o período gestacional, já foram considerados alvos de muita discussão. Às mulheres eram recomendadas a terem uma vida sedentária durante a gestação, permanecendo sempre em repouso. Em contrapartida, os médicos atuais estão em comum acordo que exercícios físicos moderados não apresentam riscos para mulheres que não possuem complicações médicas e possíveis problemas preexistentes, como sangramento vaginal e histórico de abortos espontâneos (HALON, 1999).

    Leitão et al (2000, apud, ÁVILA et al, 2008) aborda que no começo século XX, viu-se a necessidade de desenvolver um programa voltado para a assistência pré-natal que tinha como objetivo romper o receio que as mulheres possuíam ao entrar em trabalho de parto, incluindo assim o exercício físico em sua vida diária visando uma boa preparação para o mesmo, no entanto, eram desprovidos de alicerce científico.

    Para Leitão et al (2000) os objetivos da prática de exercícios físicos em gestantes são a sustentação da capacidade física e da saúde, a diminuição de sintomas graves, a diminuição da tensão no parto, e uma melhor e mais rápida recuperação pós-parto.

    Sabendo dos benefícios que a prática de exercícios físicos proporciona a mulher gestante, vê-se a importância de realizar este artigo, pois é comum a falta de informação sobre o respectivo tema, o que leva muitas vezes a prescrição inadequada dos exercícios ou o sedentarismo durante o período gestacional. E como futuros profissionais da área, deve-se atentar sobre as preocupações com a elaboração de programas de exercícios que visam proporcionar bem estar físico, emocional e consequentemente a segurança na realização do mesmo. Para a realização deste trabalho, foi utilizado uma revisão bibliográfica, na qual foram analisadas as literaturas, e selecionados os aspectos mais relevantes para uma melhor compreensão do assunto.

    O presente artigo visa explanar sobre a importância do exercício físico no período gestacional, bem como seus benefícios, riscos nas práticas inadequadas e os cuidados especiais que devem ser tomados, abordando ainda suas contra-indicações e ratificando exercícios recomendados.

Benefícios físicos e nutricionais e riscos para a gestante e o feto com a prática de exercícios físicos

    Mulheres sedentárias apresentam um estimável declínio de seu condicionamento físico durante o período de gestação, o que acarreta em malefícios e maior facilidade de contrair doenças durante e após a gravidez (HAAS. et al, 2005, apud, LIMA; OLIVEIRA, 2005). A prática de exercícios físicos no período gestacional ocasiona benefícios, porém se feitos inadequadamente ou sem acompanhamento profissional capacitado, pode acarretar riscos para a mãe e o bebê.

    Sabe-se que são diversos os benefícios da prática moderada de exercícios físicos para a mulher em seu período gestacional. Segundo Silva (2007) o exercício físico reduz e previne lombalgias, sendo que esta altera a coluna cervical e assim modificar a postura ideal da gestante frente à hiperdolose que frequentemente surge durante a gravidez e aumenta o útero na cavidade abdominal. Lima e Oliveira (2005) classificam ainda como benefícios, a melhora na resistência e flexibilidade muscular, o controle do peso, a manutenção do condicionamento, além de diminuir riscos de diabetes gestacional. Outros benefícios apresentados por Leitão et al (2000) são a assistência no retorno venoso precavendo o surgimento de varizes de membros inferiores e o melhoramento nas condições de irrigação da placenta. São considerados como benefícios à mãe e ao bebê respectivamente, o aumento do nível energético (condicionamento aeróbico); redução do estresse cardiovascular; facilitação do trabalho de parto; recuperação mais rápida do trabalho de parto; promoção de uma boa postura; melhora no humor; da imagem corporal e menos complicações em um trabalho de parto (COSTILL; WILMORE, 2001).

    Entretanto, existem perigos durante os exercícios físicos realizados no período de gestação. Costill e Wilmore (2001) classificam como riscos hipotéticos para mãe a hipoglicemia aguda, fadiga crônica, lesão musculoesquelética e, para o feto a hipoxia de glicose, gestação mais curta e baixo peso ao nascimento. Existem preocupações sobre a possibilidade de o exercício físico levar ao aborto durante os três primeiros meses da gestação, causando o trabalho prematuro do parto e distorcer a evolução normal do desenvolvimento do bebê (COSTILL; WILMORE, 2001).

    Sabendo de possíveis complicações durante a prática de exercícios durante a gestação, é de fundamental importância que se tenha alguns cuidados durante a prática e principalmente na sua prescrição.

Cuidados especiais com a gestante na prescrição de programas de exercícios físicos e as contra-indicações

    O exercício físico durante a gestação pode acarretar riscos, porém os benefícios sobrepõem-se muito aos riscos se tomadas precauções na elaboração do programa de exercício, e se forem seguidas algumas orientações como, ter uma autorização médica para iniciar o programa, realizar de preferência exercícios no qual nao se sustenta o peso do corpo, determinar individualmente os níveis de esforço, evitar exercícios intensos durante os três primeiros meses, evitar exercício em ambiente quente e/ou úmido, manter intervalos de descanso e ingerir líquidos antes e depois do exercício para garantir uma hidratação ideal (COSTILL; WILMORE, 2001).

    A praticante deve estar ciente em relação à ingestão correta de calorias e nutrientes, bem como a intensidade a que pratica o exercício, evitando a posição supina, pois a mesma pode dificultar a posição do bebê, que por sua vez acaba comprimindo a veia cava inferior e consequentemente reduz o fluxo sanguíneo. (MCARDLE; I. KATCH; L. KATCH, 2002). Os autores também recomendam que os exercícios sejam praticados três vezes por semana, sendo que ao ser praticado mais vezes, deve-se diminuir a intensidade dos mesmos para que assim não ocorra uma sobrecarga de exercícios e prejudicando assim o desenvolvimento do feto.

    Duarte (2003, apud, AFRA; FERREIRA, 2007 p. 21) afirma que “a grávida deve cuidar também na hora de dormir ou descansar após o terceiro mês de gestação. É recomendável que a grávida durma, ou relaxe deitada do lado esquerdo.”

    Uma vez que segundo (DUARTE, 2003, apud, DÂNGELO, 2003, apud, AFRA; FERREIRA, 2007 p. 21):

    A veia cava inferior que leva o sangue do tronco e dos membros inferiores até o coração através do átrio direito pode ser pressionada pela ampliação do útero quando a gestante se deita em decúbito dorsal (de costas) ou do lado direito.

    Seguindo os cuidados especiais com as gestantes no período da execução do programa de exercícios físicos, McArdle, I. Katch e L. Katch (2002) sugerem ainda que ao praticar exercícios, caso venha a sentir qualquer sinal de sangramento vaginal, cefaléias intensas, tonturas, vertigem inexplicável e fadiga excessiva devem procurar imediatamente um médico e suspender a prática do exercício. Hanlon (1999) apresenta os seguintes sinais de alerta para interromper os exercícios e procurar um médico: dor no abdômen ou no peito; inchaço súbito nas mãos, face ou pés; redução percebível dos movimentos fetais; áreas doloridas e avermelhadas nas pernas; dor forte no púbis ou nos quadris; dor ou sensação de ardência ao urinar; temperatura corporal acima de 38°C e sensação de falta de ar.

    Os exercícios físicos são contra-indicados no período da gravidez em mulheres com hipertensão induzida pela gestação, trabalho de parto prematuro durante a gestação prévia ou atual, sangramento persistente do segundo para o terceiro trimestre, diabetes tipo 1, gestação múltipla, ingestão excessiva de álcool, anemia, ruptura prematura das membranas, colo uterino incompetente, retardo do crescimento intra-uterino, história de dois ou mais abortos espontâneos, fumantes ou obesidade excessiva (MCARDLE; I. KATCH; L. KATCH, 2002).

Exercícios recomendados e não recomendados durante a gestação

    Segundo Batista et al (2003, apud, ÁVILA et al, 2008) não existem recomendações de exercícios físicos padronizadas no período gestacional, porém, diante de carência de complicações médicas, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) indicou que os exercícios físicos praticados durante a gravidez sejam de intensidade regular e moderado, com o programa de acordo com a situação de gestação, com exercícios focados na saúde gestante, bem como na experiência em realizar exercícios físicos, demonstrando interesse e necessidade da mesma. Para Leitão et al (2000) o exercício físico regular é de fundamental importância para a saúde da mulher em todas as idades ou situações, mesmo quando grávidas e após o parto.

    Alguns tipos de exercícios físicos moderados como exercícios na água, caminhada e bicicleta, vêm se destacando como prática de atividade física durante a gravidez. (BATISTA et al, 2003). Segundo Hanlon (1999) os exercícios que estão na lista dos mais seguros para a mulher grávida são: caminhada, natação, ciclismo, corrida, aulas de aeróbica, esportes com raquetes e musculação. Existem também os que são seguros, mas que podem causar problemas de equilíbrio principalmente no final da gestação, que são: softball, voleibol, esqui cross-country, exercícios de step, golfe e boliche. Segundo o autor, as mais indicadas são a caminhada e a natação. Katz (1996, apud, BATISTA 2003) complementa a idéia de Halon ao afirmar que a natação é a mais recomendada, diante da flutuabilidade do corpo na água. E mais, o exercício físico na água beneficia os joelhos, sendo em geral mais relaxante que demais exercícios, principalmente os de força. Reduz a frequência de edema, que é muito presente durante a gestação. A consequência da água fria sobre o corpo serve ainda como termorregulador, oferecendo ao feto a probabilidade de maior equilíbrio diante ao aumento da temperatura e a diminuição do fornecimento sanguíneo, devendo ser mantida a temperatura da água entre 28ºC e 30ºC.

    Apesar de existirem exercícios seguros, a gestante deve procurar a orientação de um profissional, pois mesmo que sejam seguros, ao ser praticado sem um acompanhamento profissional capacitado, o exercício pode acarretar riscos para a gestante e o feto. Pois existem ainda os exercícios não recomendados e os que exigem uma maior atenção do praticante. A ACOG (2002, apud, BATISTA 2003) aborda ainda que a intensidade dos exercícios físicos deva ser regulada de acordo com as condições em que a gestante se encontra, sabendo que essa intensidade se manifesta no sistema cardiovascular, provocando assim um aumento da temperatura corpórea o que ocasiona um aumento da corrente sanguínea na placenta.

    Hanlon (1999) alerta para os exercícios considerados perigosos tais como, saltos de pára-quedas, voo de asa delta, futebol, rúgbi, esportes que envolvam contato físico, salto em piscina, esqui na montanha, esqui aquático, surfe, equitação, hóquei e basquete. Segundo Hunch (1999, apud, BATISTA 2003) todo tipo de ginástica aeróbica e corridas são contra-indicadas, porém se a gestante possui um bom condicionamento físico, tais exercícios de forma moderada poderão ser praticados. Outros exercícios como levantamento de peso, flexão e extensão de modo intenso prejudicam o tecido conjuntivo, pois o mesmo já possui certa elasticidade (ARTAL; GARDIN, 1999, apud, BATISTA 2003).

    Essas recomendações são importantes e essenciais devido às mudanças que ocorrem no corpo da gestante, onde estas implicam em um maior cuidado a serem tomados durante a prática dos exercícios físicos.

As mudanças fisiológicas no período gestacional

    Durante a gravidez a mulher sofre alterações fisiológicas como, o aumento do peso corporal, o aumento do tamanho do coração, mudança do centro de gravidade, aumento do volume plasmático (45%), anemia fisiológica, aumento da frequência cardíaca, volume de ejeção, diminuição da resistência vascular e periférica e diminuição da complacência venosa (A. ROBERGS; O. ROBERGS, 2002).

    Power e Howley (2000) afirmam que o débito cardíaco é maior em repouso e durante o exercício submáximo nos três primeiros meses de gestação, valendo ressaltar que no terceiro trimestre, o débito cardíaco é menor e a possibilidade de hipotensão arterial é maior. O exercício sendo praticado de forma moderada não interfere na liberação de oxigênio ao feto.

    Segundo Hanlon (1999) durante a gravidez o útero possui um aumento de aproximadamente mil vezes em relação ao normal. O útero por sua vez empurra o diafragma, alterando assim sua função cardiorrespiratória, sendo que ao serem realizados exercícios físicos moderados, a gestante aumenta sua capacidade aeróbica de respiração. Ocorrem mudanças também no coração, onde ele se amplia e com a prática de exercícios acelera sua pulsação e aumenta a pressão sanguínea durando até 15 minutos após serem praticados exercícios, as veias ficam mais flexíveis para uma melhor circulação do sangue, os ligamentos se alteram ficando mais soltos e ocorrem alterações também nos seios, deixando-os maiores.

    Tortora e Grabowiski (2002) apontam que com a gravidez ocorre uma pressão sobre a bexiga urinária, fato este que se dá devido o aumento do útero, causando assim sintomas urinários, tais como o aumento da frequência e urgência da micção e incontinência de esforço, o aumento da capacidade de filtração renal o que permite a eliminação mais rápida de resíduos produzidos pelo feto.

    Chistófalo, Martins e Tumelero (2003) descrevem que as mulheres no período final da gestação tendem a tencionar o ombro mais para frente para uma melhor postura de equílibrio do corpo, podendo ocasionar em dores nas costas, devido ao esforço das fáscias musculares, sendo então um fator negativo permanecer em pé muito tempo e de modo fixo ou carregar peso.

A importância do exercício físico para o crescimento fetal e trabalho de parto

    Existem vários fatores que interferem no desenvolvimento fetal, sendo o ambiente materno decisivo para tal processo, podendo influenciá-lo de forma benéfica ou maléfica. Alguns desses principais fatores são as gestantes com idade superior a 35 anos, adolescentes, pois o seu corpo não está devidamente formado para esse processo gestacional, grávidas com histórico genético de problemas durante a gestação, deficiência de nutrientes, patologias diversas ou dependência química. Quanto aos efeitos que a prática de exercícios físicos ocasiona ao feto, existem contradições na literatura, onde é encontrado relato de peso normal, baixo peso e aumento de peso, bem como, percentagem de gordura e circunferência craniana (CLAPP et al 2000, apud, BATISTA 2003).

    Batista (2003) descreve três características relacionadas ao exercício físico e trabalho de parto, sendo estas: risco de prematuridade, facilidade do trabalho de parto com melhor recuperação pós-parto e diminuição do número de cesáreas. Em relação à prematuridade Bishop et al (1992, apud, BATISTA, 2003) acredita que o exercício físico possui efeito adverso a prematuridade, pois o mesmo proporciona o fortalecimento da musculatura pélvica o que em geral acarreta em um parto normal. Gallup (1999, apud, BATISTA, 2003) especifica que o exercício físico reflete diretamente nas articulações e ligamentos pélvicos, promovendo assim uma maior flexibilidade, considerando que o mesmo suaviza as cartilagens e eleva o fluido sinovial ocasionando o alargamento das juntas para facilitar o trabalho de parto. Os exercícios físicos auxiliam na diminuição nas dores durante o parto, ajudando as gestantes principalmente nos partos mais prolongados (HARTMANN; BUNG, 1999, apud, BATISTA, 2003).

    Para Guyton (1998, apud, FERREIRA; NAVARRO; SANTOS, 2007 p. 2) “todas as funções metabólicas ficam aumentadas para fornecer uma nutrição suficiente para o feto em crescimento."

Fatores que influenciam na saúde e no condicionamento físico da mulher grávida

    São muitos os fatores que influenciam diretamente no condicionamento físico e na saúde, dentre eles estão, a nutrição, a cafeína, o tabagismo, o álcool, medicamentos e drogas, saunas e banhos quentes, relaxamento e técnicas de respiração ou a radiação (HANLON, 1999).

    No que se refere à nutrição, Hanlon (1999) ressalta uma maior importância nutricional no período gestacional, com mais ingestão de calorias, sendo estas ricas em ferro, proteína e cálcio, bem o aumento na ingestão de ácido fólico. Deve-se atentar para os sintomas presentes na gestação como, náuseas e vômitos, uma vez que os mesmos impedem a satisfação das necessidades nutricionais. “Durante a gestação existe uma preocupação quanto à nutrição materna e fetal. Isso ocorre, provavelmente, devido ao dato de haver uma correlação entre a desnutrição intra-uterina, o baixo peso ao nascer e a mortalidade fetal” (SIQUEIRA et al 1997; NUCCI et al 2001, apud, FERREIRA; NAVARRO; SANTOS 2001, p. 2). Resende (2005, apud, AFRA; FERREIRA, 2007) complementa que a mulher gestante necessita de alimentação diversificada, de modo que as necessidades energéticas e plásticas, da mãe e do feto, sejam inteiramente satisfeitas.

    Hanlon (1999) descreve que o café causa a perca de cálcio pela urina, sendo que a mesma é essencial para a mãe e o feto. O autor recomenda a não ingestão da cafeína durante o período gestacional. No fator do tabagismo o autor identifica o cigarro como uma das maiores ameaças para o bebê, pois a cada absorção, seu útero é atacado por toxinas que impedem a entrada de nutrientes e de oxigênio, expondo ainda o bebê a agentes causadores de câncer. O álcool por sua vez é similar ao tabagismo, acarretando também em danos para o bebê, sendo que sua ingestão no inicio da gestação tem muitas chances de causar problemas durante o parto, e o consumo no término da gravidez pode levar ao baixo peso do bebê.

Considerações finais

    Durante muito tempo a sociedade designava a mulher como dependente e inferior ao homem, porém essa realidade pôde ser transformada através das lutas ocorridas que visavam eliminar os preconceitos e as discriminações sociais sofridas por elas. Atualmente com a superação desses preceitos nota-se uma participação mais ativa das mulheres no contexto social. Dentre estes contextos, elas estão mais envolvidas com a preocupação do bem estar físico e emocional, praticando de forma mais ativa exercícios físicos.

    De acordo com as literaturas analisadas, notou-se a importância da prática desses exercícios para as mulheres de um modo geral, sendo a mesma, alvo de muita discussão principalmente no período gestacional. Porém tal prática é uma área que possui uma carência de pesquisas mais abrangentes que proporcionem maiores recomendações na realização de exercícios físicos durante a gravidez.

    Esses exercícios físicos proporcionam a praticante gestante uma melhor qualidade de vida, condicionamento físico, além de promover uma melhor recuperação pós-parto. No entanto ao ser praticado de forma intensa e desacompanhado de um profissional capacitado, acarreta em risco para a gestante e o bebê. Levando em consideração os casos de sedentarismo antes da gestação os exercícios físicos nesse período devem ser de forma cautelosa, incluindo-os gradativamente na vida diária da gestante.

    É importante ressaltar que para ser começado um programa de exercícios gestacional, a praticante deve ter uma avaliação médica, além de um acompanhamento de um profissional de Educação Física capacitado na área para que a mesma mantenha ou adquirira um estilo de vida saudável e seguro. Ambos devem estar atentos as possíveis reações adversas ao exercício, ao perceber tais reações o mesmo deverá ser interrompido.

    Diante destas analises bibliográficas nota-se a importância da prática de exercícios físicos, podendo os mesmos serem realizados no período gestacional, proporcionando benefícios para a mãe e o bebê, tanto no período da gestação, quanto após esse período.

    É de comum acordo que o exercício físico sendo praticado regularmente é uma forma divertida e saudável e que cada vez mais as pessoas estão aderindo a esse hábito em sua vida diária, tornando-se pessoas mais ativas, proporcionando bem estar físico e emocional (DIFIORE, 2000).

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