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Analise do nível de atividade física dos funcionários do 

CAT-SESI João Rique Ferreira no Município de Campina Grande, PB

Análisis del nivel de actividad física de los empleados del CAT-SESI Joao Rique Ferreira en el Municipio de Campina Grande, PB

 

Universidade Estadual da Paraíba, UEPB

Educação Física

(Brasil)

Andree Philippe Pimentel Coutinho

Breno Firmino Alves

Professor Doutorando Josenaldo Lopez

andreeroyal@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O avanço e democratização da tecnologia têm melhorado significativamente as condições de trabalho nas empresas. Por outro lado, a comodidade proporcionada por essas tecnologias no trabalho e no laser, tem contribuído para a adoção de um estilo de vida caracterizado pela inatividade física. Por isso é apresentada como um dos maiores fatores de risco para morbi-mortalidade cardiovascular. Esse fenômeno é evidenciado em todos os países e principalmente naqueles em desenvolvimento. Preocupados com esse problema, tivemos como objetivo avaliar o nível de atividade física (NAF) dos Funcionários do CAT - SESI João Rique Ferreira no município de Campina Grande - PB. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo, descritiva e de caráter qualitativo. Como instrumento para determinar o nível de atividade física foi utilizado a versão 8 do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na forma longa. Na Amostra foram entrevistados 44 indivíduos de 20 a 50 anos de idade, sendo 17 do gênero masculino e 27 do gênero feminino, correspondendo a uma variável, referente ao gênero. Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso realizado entre o Celafiscs e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002 considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias: muito ativo, ativo, irregularmente ativo A, irregularmente ativo B e Sedentários. Em seguida, com os dados coletados e analisados observou-se que 22(3,0±2,3) Homens e Mulheres são sedentários no Trabalho; 13 (10,0±2,8) Homens e mulheres são muito ativos no meio de transporte; 23(14,8±8,6) Homens e mulheres são ativa na Atividade Física doméstica; 19(14,1±5,1) Homens e Mulheres são muito ativos no momento de lazer. Ao final desta pesquisa observou-se que a inatividade física esteve presente de forma mais significativa no item relativo à atividade física no trabalho, com relação aos demais itens, os sujeitos apresentaram um nível satisfatório de Atividade Física.

          Unitermos: Nível de atividade física. Inatividade física. Qualidade de vida.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 146 - Julio de 2010

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Introdução

    Desde os textos clássicos gregos, romanos e orientais, a atividade física tem sido mencionada como instrumento de recuperação, manutenção e promoção da saúde. No entanto, só recentemente estudos epidemiológicos com melhor delineamento conseguiram demonstrar com maior clareza essa associação. O sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidades, tem um custo econômico para o indivíduo, para a família e para a sociedade.

    Benefícios da prática de atividade física associados à saúde e ao bem-estar, assim como riscos predisponentes ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções orgânicas relacionados ao sedentarismo, são amplamente apresentados e discutidos na literatura. Apesar de o maior número de estudos envolverem adultos, parece não haver dificuldade em selecionar evidências de cunho biológico e psicoemocionais quanto às vantagens de os adolescentes tornarem-se adequadamente ativos fisicamente. Por tudo isso, cada vez mais se torna importante determinar o nível de atividade física da população, cujos métodos podem ser agrupados em sete categorias, com mais de 30 técnicas diferentes (MONTOYE, et al., 1996, THOMAS Jr & NELSON, 2001, NAHAS, 1995).


    Importantes estudos têm procurado destacar que hábitos de prática da atividade física, incorporados na infância e na adolescência, possivelmente possam transferir-se para idades adultas. Acompanhamentos longitudinais sugerem que adolescentes menos ativos fisicamente apresentam maior predisposição a tornarem-se adultos sedentários.

    A escolha de um ou outro método de mensuração da atividade física está relacionada com número de indivíduos a serem analisados, o custo e a inclusão de diferentes idades. Quando a preocupação for alcançar grandes grupos populacionais, instrumentos de precisão, de fácil aplicação e de baixo custo são fundamentais. Muitos estudos têm sido desenvolvidos procurando validar estes tipos de instrumentos conhecidos, como questionários ou recordatórios.

    Vários levantamentos têm sido realizados para determinar o nível de AF em diferentes populações mediante o uso de questionários ou recordatórios, sendo que a proposta mais recente e internacionalmente conhecida é a do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) que baseado em estudos de onze centros pode-se avaliar validade e reprodutibilidade o que permitirá um levantamento mundial da prevalência de atividade física (MATSUDO et al., 2001).

    A despeito de sua importância na proposição de programas de saúde pública, caracterizando-se como elemento essencial no estabelecimento de situação ideal de saúde, pouco se conhece com relação aos níveis de prática de atividade física habitual de industriários. Muito pouco é conhecido sobre os hábitos de atividade física de pessoas que vivem em países em desenvolvimento, embora se pudesse argumentar que o lazer representa pequena proporção da atividade total.

    No contexto brasileiro, os raros estudos localizados procuraram envolver amostras pouco representativas do segmento industriários envolvidos, além do que, em seus delineamentos, optou-se por estabelecer níveis de prática de atividade física mediante estratégias comparativas entre os pares e por intermédio de autoclassificação

    Na verdade, o século XX marcou nitidamente um sedentarismo progressivo, que levou a prevalências extremamente elevadas em todo o mundo, mesmo em países mais avançados, onde alcançaria 40-60% da população, como também em nosso meio, em que estimativas de REGO e col.(1990) apontam para índices de aproximadamente 70% (69,3), sendo maior entre mulheres que em homens, pelo menos àquela época.

    Com essa prevalência e coeficientes de mortalidade surpreendentemente superiores aos de outros fatores de risco como obesidade, diabetes, hipercolesterolemia e mesmo hipertensão, como apontado por diferentes estudos, principalmente os do grupo do Aerobic Research Center de Dallas, coordenado por Steven Blair, o sedentarismo tem sido considerado o inimigo número 1 de saúde pública. É interessante saber que mesmo homens obesos que sejam pelo menos moderadamente aptos, apresentam risco substancialmente menor de morte que aqueles que sejam inaptos.

    Resultados apresentados por BLAIR et al. (2001) mostram claramente como os indivíduos que deixam de ser sedentários e passam a ser moderadamente ativos no tempo de lazer diminuem o risco de morte em 28% no sexo masculino e em 35% no feminino. Considerando a associação da atividade física recreacional com o câncer de pulmão, o autor relatou diminuição de 25% no risco relativo de morte por esta causa, quando compararam sedentários a indivíduos que caminhavam; e uma diminuição de 46% na incidência de acidente vascular cerebral em indivíduos com um gasto energético de 2000 a 2999 kcal/sem, quando eram comparados àqueles que gastaram menos de 1.000 kcal/sem.

    No contexto brasileiro, os raros estudos localizados procuraram envolver amostras pouco representativas do segmento industriários envolvidos, além do que, em seus delineamentos, optou-se por estabelecer níveis de prática de atividade física mediante estratégias comparativas entre os pares e por intermédio de autoclassificação Apesar da contribuição para a área de estudo, em razão dos problemas metodológicos apresentados, inferências provenientes de seus resultados podem ficar comprometidas. Não foi possível localizar nenhum outro estudo que procurasse abordar aspectos comportamentais associados ao tipo, à intensidade, à duração e à freqüência das atividades físicas habitualmente realizadas e estimativas quanto à demanda energética/dia Preocupados com esse problema tivemos como objetivo avaliar o nível de atividade física (NAF) Dos industriários que freqüentam o CAT- SESI João Rique Ferreira no município de Campina Grande – PB

Metodologia

    A amostra deste estudo em novembro de 2009 foi composta por 44 indivíduos do sexo masculino (17sujeitos) e feminino (27 sujeitos) de 20 a 50 anos de idade que foram selecionados no CAT João Rique Ferreira no Município de Campina Grande, Paraíba O projeto de pesquisa teve como alvo funcionários regularmente cadastrados no CAT João Rique Ferreira. Optou-se por envolver sujeitos que é unicamente dessa instituição, por conta das características transversais do estudo e por sua representatividade no âmbito dos funcionários no Município de Campina Grande-PB

    Os protocolos de intervenção no estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba e acompanham normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. A inclusão dos sujeitos no estudo ocorreu por desejo em participar do experimento e mediante autorização e comprovação do responsável. As entrevistas foram realizadas no próprio CAT nos três turnos de expediente da instituição garantindo-se uma distribuição que reproduzisse mais fielmente.

    Informações acerca dos níveis de prática de atividade física habitual foram obtidas por intermédio de instrumento a versão 8 do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na forma longa. Recentemente já validado em uma amostra da população brasileira (MATSUDO et al, 2001). A versão de forma longa, em abordagem de entrevista, tendo como referência a última semana, contendo perguntas em relação à freqüência e duração da realização de atividades físicas moderadas, vigorosas e da caminha. Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso realizado entre o CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002 considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias:

1.     Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a.     Vigorosa: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão e/ou

b.     Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão + Moderada e/ou Caminhada: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão.

2.     Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a.     Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão; e/ou

b.     Moderada ou Caminhada: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão; e/ou

c.     Qualquer atividade somada: 5 dias/sem e 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).

3.     Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação.

Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade:

a.     Freqüência: 5 dias /semana ou

b.     Duração: 150 min / semana

Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à freqüência nem quanto à duração.

4.     Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

Tabela 1. Classificação do nível de atividade física no total da amostra e de acordo com o gênero no CAT João Rique Fereira

Gênero

    O nível de atividade física verificada no total da amostra e nos grupos masculino e feminino (Tabela1) evidenciou que o sedentarismo durante o trabalho no CAT João Rique Fereira, usando como critério a falta de realização de atividade física durante a semana, está em torno de 50%, tendo praticamente a mesma distribuição entre homens e mulheres. A porcentagem de indivíduos classificados como muitos ativos com atividade física no meio de transporte atinge 29,4% dos homens e 29,5% das mulheres. As atividades físicas domésticas a porcentagem de sujeitos 35,2% Homens e 63% Mulheres ativos e atividade física como meio de lazer girou em torno 41,1% pra Homens e 44,4% Mulheres.

Discussão

    Considerando os critérios de classificação usados neste estudo a porcentagem de indivíduos de funcionários que atingem a recomendação atual de atividade física para promoção da saúde está presente meio doméstico com 52,2% para ambos os sexos. No entanto, em relação aos sedentários no trabalho, a porcentagem de funcionários no Cat que não cumprem como a recomendação atual de atividade física de pelo menos 30 minutos de atividade física por dia é de aproximadamente 50%. De acordo com os dados claramente mostram porcentagem de funcionários muito ativo no momento lazer com 43,1%, enquanto o uso da atividade física como meio de transporte ficou em torno de 29, 5%.

Conclusão

    De acordo com estes resultados podemos concluir que: o nível de atividade física apresentou uma tendência similar entre ambos os sexos com um discreto maior envolvimento em atividade física regular no sexo feminino; A presença do sedentarismo no ambiente de trabalho das mulheres é maior do que em homens, principalmente, houve uma satisfatória porcentagem de funcionários muitos ativos e ativos entre os gêneros; uma maior porcentagem de indivíduos fisicamente ativos foi encontrada atividade física no meio de transporte e no lazer em relação à atividade físico doméstico e no trabalho; Portanto, os dados evidenciam que ainda precisamos continuar com estratégias de promoção de atividade física para atingir as recomendações atuais para a saúde e que estas ações devem levar em conta fatores como o gênero.

Referências

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