efdeportes.com

Aspectos antropométricos, perfil somatotípico e maturação sexual

de crianças e adolescentes futebolistas da cidade de Crato, Ceará

Características antropométricas, perfil somatotípico y maduración 

sexual de niños y adolescentes futbolistas de la ciudad de Crato, Ceará

 

*Especialista em Atividade Física e Saúde

Mestrando em Ciências da Motricidade Humana PROCIMH-UCB/Rio de Janeiro, RJ

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Juazeiro do Norte, CE

**Especialista em Saúde da Família

Centro de Referência de Assistência Social da Cidade de Crato, Ceará

***Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento do desportivo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Juazeiro do Norte, CE

****Acadêmico em Educação Física do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia, Juazeiro do Norte, CE

*****Doutora em Educação Física. Departamento de Educação Física

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB

Richardson Dylsen de Souza Capistrano*

Ginna Pereira Peixoto**

Luciano das Neves Carvalho***

Hudday Mendes Silva****

Cícero Luciano Alves Costa****

Maria do Socorro Cirilo de Sousa*****

rdcapistrano@oi.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi determinar as características antropométricas e somatotípicas em função da maturação biológica e caracterizar dentro de parâmetros para a prática esportiva de performance e para a saúde. A amostra constou de jovens (N=87) com média de idade de 13,87±2,24, sendo divididos conforme a classificação pubertária. Utilizou-se medidas de massa corporal, estatura, envergadura, perimetria, dobras cutâneas e diâmetros e avaliação da maturação sexual. Equacionou-se a composição corporal e somatótipo. Recorreu-se a estatística descritiva e inferencial, ANOVA One-Way, post-hoc de Schefeé, com p<0,050. Verificou-se aumento progressivo na massa corporal, estatura, envergadura, perímetros e diâmetros em função do nível maturacional. Encontrou-se diferenças significativas na massa magra e na endomorfia. O percentual de gordura, a endomorfia e mesomorfia diminuíram em função do nível maturacional. A presente amostra obteve médias satisfatórias na composição corporal e no somatótipo. Porém, no percentual de gordura, mesmo os valores sendo considerados satisfatórios estudos com praticantes de futebol demonstraram valores médios inferiores. Os componentes do somatotipo endomorfo e mesomorfo apresentaram-se dominantes. Em função da maturação e do período que estes jovens estão vivenciando o comportamento dinâmico das variáveis antropométricas são esperados. Tanto para a saúde como para a prática esportiva os valores encontrados não divergem da literatura.

          Unitermos: Somatotipia. Composição corporal. Maturação biológica. Desempenho motor.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010

1 / 1

Introdução

    Aspectos inerentes ao crescimento e desenvolvimento somatomotor são comumente estudados na literatura, tendo em vista um melhor entendimento e compreensão destes fenômenos, bem como de suas relações na descoberta do potencial motor de crianças e adolescentes (BARBOSA et. al., 2008; GALLAHUE; OZMUN, 2005; MALINA; BOUCHARD, 2003; GUEDES; GUEDES, 1997; TANI et. al., 1998). Para isto o conhecimento de processos avaliativos, válidos e fidedignos, são necessários, em especial quando os objetivos da avaliação é a detecção e seleção de talentos para a prática de esportes em alto nível competitivo.

    O estudo do somatotipo apresenta-se como uma alternativa no intuito de avaliar a forma e a composição corporal, buscando indivíduos com características diferenciadas. Sousa (2008) refere-se a este procedimento como a classificação física do corpo humano, relacionando a estrutura corporal com a performance nas diversas modalidades esportivas. Em qualquer que seja modalidade desportiva, parâmetros de referência se tornam necessários para que possam direcionar o treinamento físico e reorganizar as estratégias para o desempenho e performance humana nos mais variados aspectos. Técnicas para estimar e projetar o potencial de modificações na composição corporal permitem aos técnicos e professores elaborarem programas de treinamento que atendam às necessidades de seus atletas (CARVALHO et. al. 2006).

    Carter (2002), Norton e Olds (2005) e Sousa (2008) definem o somatotipo como uma configuração morfológica do indivíduo que quantifica e qualifica a forma corporal através de seus três componentes: endomorfia, mesomorfia e a ectomorfia. A endomorfia representa a quantidade de gordura, a mesomorfia reflete o desenvolvimento músculo-esquelético e a ectomorfia que predominam os tecidos derivados da camada ectodérmica. Os estudos relacionados ao somatótipo constituem-se, em um valioso instrumento de informação que permite a visualização global das modificações morfológicas ocorridas em função de alterações nos diversos componentes (tecidos) responsáveis pela massa corporal: muscular, ósseo e adiposo.

    Com o aprimoramento do treinamento, acompanhamento nutricional, e ainda, das diversas evoluções técnico-científicas, os resultados esportivos tornam-se continuamente elevados, isto acarreta em melhoramento de marcas, além de vários recordes alcançados. Nesse âmbito, uma das estratégias indispensáveis para alcançar um desempenho motor de alto nível é utilizar os mecanismos da detecção, seleção e promoção de talentos esportivos, a partir de parâmetros que considerem os aspectos relativos à maturação, aspectos morfológicos, a relação entre ser atleta e ter sucesso em competições e os aspectos multidisciplinares envolvidos na prática esportiva (MALINA; BOUCHARD, 2003; GAGLIARD, 2006).

    Segundo Böhme (2005), o desempenho motor durante o período da infância e adolescência está ligado aos processos de crescimento e maturação. Devido à necessidade da interdependência, na estimativa do desempenho motor, devem ser analisados os aspectos do crescimento físico e relacioná-los as idades cronológicas e biológicas. Respeitando essa interdependência de fatores, Oliveira (1998) considera que a detecção e seleção de talentos esportivos é um processo multidimensional, onde existem influências, genéticas, motivacionais para a prática desportiva, aspectos sócio-econômicos, hábitos de vida e aptidão física, dentre outros

    Na busca de relacionar parâmetros maturacionais e somatótipos com características físicas e o desempenho atlético em diversas modalidades esportivas, vários estudos privilegiam a determinação do somatotipo e dos níveis maturacionais em atletas jovens de diferentes níveis de competição (CABRAL et. al., 2008; PONTES et. al., 2008; HESPANHOL et. al., 2008; VITOR et. al., 2008; MASCARENHAS, 2006). Porém segundo Seabra, Maia e Garganta (2001), na prática do futebol pesquisas com crianças e adolescentes ainda são escassos na literatura e tal fato não parece ser compreensível pois jovens atletas encontram-se numa da primeiras etapas da preparação e formação para o alto nível esportivo. Complementando essa ideia Mascarenhas et. al. (2006), relata que apesar do vasto conhecimento sobre os efeitos do treinamento esportivo na infância e adolescência, muitas dúvidas ainda necessitam ser esclarecidas em decorrência dos estudos não considerarem a maturação biológica e os aspectos morfológicos em seus experimentos.

    Desta forma, o conhecimento de processos avaliativos válidos e fidedignos, se torna necessário quando os objetivos da avaliação são a detecção e seleção de talentos para a prática de esportes em alto nível competitivo. Ramos e Tavares (2000) acrescentam que o estabelecimento destes mecanismos de forma objetiva e coerente em um processo de seleção de atletas com os fatores determinantes do êxito desportivo é tema de preocupação, dado as implicações no rendimento desportivo nas futuras gerações.

    Portanto, devido à escassez de estudos na literatura sobre características somatotípicas e maturacionais com equipes desportivas regionais, bem como na busca de um perfil antropométricos (morfológico-somatotípico) de crianças e adolescentes para a prática esportiva de alto nível ou como referência para parâmetros de saúde, este estudo teve como objetivo determinar as características antropométricas e somatotípicas em função da maturação biológica e caracterizar dentro de parâmetros para a prática esportiva de performance e para a saúde.

Materiais e métodos

Caracterização da pesquisa

    O estudo caracteriza-se como do tipo descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa de campo (THOMAS; NELSON, 2002).

População e amostra

    A amostra é caracterizada como finita, probabilística, constou de crianças e adolescentes (N=87) com média de idade de 13,87±2,24, pertencentes a três equipes futebolísticas da cidade de Crato, Ceará, sendo divididos conforme a classificação do nível pubertário: meninos pré-púbere (n=04 - 10,18 ±1,88), púbere (n=77 - 13,91±2,10) e pós-púbere (n=06 - 15,90±0,99).

Instrumentos de medida

    Para a adequada efetivação deste trabalho, foi elaborada uma ficha de avaliação e de coleta de dados que teve por objetivo a anotação dos dados coletados, sendo que esta será manuseada, quando do preenchimento, pelos avaliadores. Utilizou-se balança antropométrica com precisão de 100g (Filizolla, São Paulo-SP) selo do INMETRO (kg) para Massa Corporal; Estadiômetro selo do INMETRO (cm) com precisão de 1 mm para estatura; Fita antropométrica de metal Sanny Medical® precisão de 0,01 cm, Perímetros (cm); Adipômetro científico Cescorf®, com precisão de 0,1mm, dobras cutâneas (mm). Paquímetro ósseo da Cescorf®, com precisão de 0,1 mm, para mensuração dos Diâmetros.

Variáveis de estudo

Antropométricas

    Medida da massa corporal MC (kg); Medida de estatura EST (cm); Medida de Envergadura ENV (cm); Medidas de perimetria (cm): Perímetro de Braço contraído PBC e Perímetro de Perna PPM; Medidas de dobras cutâneas (mm): Sub-Escapular (SE), Triciptal (TR), Supra-ilíaca (SI) e Perna Medial (PM); Medidas de diâmetros (cm): Diâmetro biepicondilar do úmero (DU) e Diâmetro biepicondilar do fêmur (DF).

Maturacionais

    Utilizou-se para a avaliação da maturação biológica os estágios de desenvolvimento da genitália e da pilosidade pubiana para o gênero masculino. Onde foram utilizados os quadros proposto por Tanner (MASSA; RÉ, 2006), no qual consiste na auto-avaliação através de pranchas com figuras que apresentam a característica sexual particular de cada estágio.

Procedimentos para coleta de dados

    Para efetiva participação no estudo todos os participantes responderam o Questionário de prontidão para prática de atividades físicas para jovens, foram excluídos do estudo aqueles que apresentaram alguma restrição para a prática de atividade física, bem como os que não entregaram o TCLE assinado pelos responsáveis. Após a seleção da amostra pelos critérios estabelecidos, iniciou-se a coleta de dados. Todas as medidas e avaliações foram realizadas nas dependências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFCE. As coletas dos dados da maturação biológica foram realizadas em salas de aula; as variáveis antropométricas no Laboratório de Medidas e Avaliação (LABOMED). Para tomada das medidas antropométricas todos os avaliados estavam trajados com sunga, para não ocorrer erros durante as mensurações marcou-se primeiramente todos os pontos anatômicos e as medidas foram realizadas no hemisfério direito do corpo, estando o indivíduo em posição ortostática, os braços lateralmente ao tronco com as mãos posicionadas na forma supinada, e para medida sentado procurou-se adequar uma plataforma em que o joelho formasse um ângulo de 90° com os pés encostando-se ao solo e cabeça mantendo-se no Plano de Frankfurt. Tanto as medidas das dobras cutâneas, bem como as medidas de perímetros e diâmetros foram tomadas de forma rotacional e coletadas três vezes, sendo considerada a média dos valores. Em todas as mensurações tomou-se como referência os procedimentos estabelecidos por Sousa (2008), Petroski (2007) e Norton; Olds (2005).

Ética da pesquisa

    O presente trabalho atendeu as normas para a realização de pesquisa em seres humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996. Todos os participantes do estudo concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em Pesquisa, o TCLE que foi assinado pelos responsáveis por se tratarem de jovens menores de idade. Além disso, as equipes e instituições participantes receberam o Termo de Informação à Instituição (APÊNDICE B) constando os mesmos itens do TCLE. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Castelo Branco (UCB-RJ), sob o protocolo 0017/2009 (UCB/VREPGPE/COMEP/PROCIMH) de 12 de março de 2009. Foi mantida a ética durante todo o processo no que se refere ao atendimento e acompanhamento dos sujeitos da amostra, bem como o sigilo e confidencialidade dos dados ao longo das coletas e após o tratamento dos dados.

Seqüência e procedimentos dos testes

  • Medidas antropométricas: Medida da massa corporal, Medida da estatura, Envergadura, Medidas de perimetrias: Perímetro do Braço Contraído e Perímetro da Perna; Medidas de dobras cutâneas: Sub-Escapular; Triciptal; Supra-ilíaca; Perna Medial. Medidas de diâmetros: Diâmetro biepicondilar do úmero e Diâmetro biepicondilar do fêmur.

  • Composição Corporal: Para a análise da composição corporal recorreu-se a utilização do modelo de dois compartimentos (análise da massa gorda e massa isenta de gordura). Para o nível de adiposidade e percentual de gordura, de forma a melhor caracterizar os dados, optou-se pela equação proposta por Boileau et al (1985) citada por Petroski (2007) para crianças e adolescentes de 08 a 17 anos, os níveis de adiposidade foram classificados conforme Lohman (1992) adaptado por Silva (2002).

  • Somatotipia: Para a determinação do somatotipo recorreu-se ao método proposto por Heath e Carter citado por Carter (2002), Norton e Olds (2005) e Sousa (2008) envolvendo medidas antropométricas e por meio de equações específicas para cada um dos componentes (endomofo-mesomorfo-ectomorfo)

  • Maturação Sexual: Os avaliados foram divididos em pequenos grupos, onde explicou-se qual o objetivo das avaliações e o procedimento adequado. Em seguida distribuíram-se os gráficos com as figuras referentes aos estágios maturacionais, onde os mesmos marcavam em qual estágio de desenvolvimento se encontravam. Para minimizar a possibilidade de constrangimento por parte dos avaliados, as turmas foram orientadas por avaliadores do mesmo sexo e não foi permitido a um avaliado observar a resposta do outro. Para classificação da maturação biológica optou-se pela classificação proposta por Bonjardim e Hegg (1988) de acordo com os estágios de Tanner.

Plano analítico

    Na estatística descritiva utilizou-se medidas de média, desvio padrão, valor máximo e mínimo. Para o tratamento Estatístico inferencial realizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S) no sentido de verificar a normalidade da amostra, e os procedimento paramétricos com os testes de variância ANOVA One – Way com post-hoc de Schefeé, para as comparações intergrupos de classificação pubertária. O presente estudo adotou o nível de significância de p<0,05. Os dados foram distribuídos em tabelas.

Resultados

    A tabela 01 apresenta a caracterização da amostra com os valores das médias e desvios padrão para as características antropométricas de massa corporal, estatura, envergadura, dobras cutâneas, perímetros e diâmetros. Na massa corporal, estatura, envergadura, DC-SE, PBC e PPM e DU, verifica-se que existem diferenças estatisticamente significativas p<0,050 considerando os níveis maturacionais.

Tabela 1. Dados descritivos e características antropométricas da amostra conforme classificação pubertária (Media ± Desvio Padrão)

Variáveis

Estágios de Maturação Sexual

 

Pré-Púbere

Púbere

Pós-Púbere

Total

p

MC (Kg)

34,93±7,12a

47,32±13,31

61,95±14,93a

47,76±13,90

0,0064*

EST (cm)

137,75±2,33ab

156,98±14,04a

169,33±7,31b

156,95±14,33

0,0022*

ENV (cm)

140,38±2,93ab

162,96±17,33a

178,00±7,46b

162,96±17,57

0,0032*

DC TR (mm)

11, 03±5,34

7,71±3,14

7,90±1,93

7,88±3,23

0,1350

DC SE (mm)

11,08±8,56a

7,48±3,61ab

10,85±5,75b

7,88±4,15

0,0441*

DC SI (mm)

11,45±8,5

6,60±4,11

7,93±3,53

6,91±4,39

0,0812

DC PM (mm)

12,48±4,90

9,45±4,49

11,18±4,41

9,71±4,51

0,3062

∑ DC (TR-SE)

22,10±13,82

15,19±6,31

18,75±7,61

15,75±6,93

0,0815

PBC (cm)

21,23±3,11a

23,29±3,74b

27,97±4,74ab

23,52±3,96

0,0089*

PPM (cm)

27,65±3,49a

31,28±3,35

34,63±4,07a

31,34±3,56

0,0076*

DU (cm)

5,25±0,58ab

5,95±0,54a

6,43±0,49b

5,95±0,56

0,0037*

DF (cm)

8,60±0,50

9,14±0,70

8,42±3,22

9,06±1,04

0,1764

* letras iguais nas linhas representam diferenças estatisticamente significativas entre os pares considerando p<0,050

    A tabela 02 apresenta a caracterização da amostra com os valores das médias e desvios padrão para as variáveis de composição corporal: IMC e gordura relativa (%G) e dos componentes do somatótipo: endomorfo, mesomorfo, ectomorfo. Sendo a classificação somatotípica da amostra de (2,39-3,65-3,44) caracterizando o grupo como ectomorfo-mesomorfo (CARTER, 2002). Encontrou-se diferenças estatisticamente significativas (p=0,0069) na variável massa corporal magra em relação ao grupo pós-púbere com o pré-púbere e púbere e, no componente endomorfia (p=0,0119) entre o pré-púbere e púbere.

Tabela 2. Composição corporal e somatotipo por classificação pubertária

Variáveis

Estágios de Maturação Sexual

 

 

Pré-Púbere

Púbere

Pós-Púbere

Total

p

IMC

18,43±3,82

18,77±2,52

21,55±5,12

18,95±2,86

0,0657

%G

17,85±10,00

12,87±4,49

16,11±6,07

13,32±5,02

0,0544

Massa Magra

32,65±7,84a

43,35±12,73b

57,97±15,26ab

43,86±13,38

0,0069*

Endomorfia

3,96±2,51a

2,29±0,99a

2,65±1,17

2,39±1,13

0,0119*

Mesomorfia

4,16±1,79

3,65±0,81

3,40±2,81

3,65±1,08

0,5536

Ectomorfia

2,59±2,04

3,50±1,00

3,19±2,12

3,44±1,16

0,2710

* letras iguais nas linhas representam diferenças estatisticamente significativas entre os pares considerando p<0,050

    Na tabela 03 a amostra é classificada em função do somatótipo de Carter-Heath (CATER, 2002; NORTON; OLDS, 2005) em da maturação sexual. Verifica-se que 78,1% o grupo encontra-se dentro da classificação mesomórfica e ectomórfica, onde mesomorfismo balanceado apresentou 10,3%, meso-ectomórfico em 4,6%, ectomorfo-mesomorfo em 29,9%, ecto-mesomórfico 26,4% e ectomorfismo balanceado 6,9%.

Tabela 3. Classificação do somatotipo em função do Nível Maturacional

  

Maturação

Classificação Somatotipo

Pré-púbere

Púbere

Pós-púbere

Total

  

n

%

n

%

n

%

n

%

Central

0

0,0

2

2,6

0

0,0

2

2,3

Endomorfismo balanceado

0

0,0

1

1,3

0

0,0

1

1,1

Endo-mesomórfico

1

25,0

2

2,6

0

0,0

3

3,4

Endomorfo-mesomorfo

1

25,0

0

0,0

0

0,0

1

1,1

Meso-endomórfico

0

0,0

10

13,0

2

33,3

12

13,8

Mesomorfismo balanceado

0

0,0

9

11,7

0

0,0

9

10,3

Meso-ectomórfico

0

0,0

4

5,2

0

0,0

4

4,6

Ectomorfo-mesomorfo

1

25,0

25

32,5

0

0,0

26

29,9

Ecto-mesomórfico

0

0,0

20

26,0

3

50,0

23

26,4

Ectomorfismo balanceado

1

25,0

4

5,2

1

16,7

6

6,9

Total

4

100,0

77

100,0

6

100,0

87

100,0

    A tabela 04 apresenta a classificação do índice de massa corporal (IMC) conforme a categorização proposta pela WHO (1995). Os índices considerados na faixa da normalidade e baixo peso representam 96,6%, sendo respectivamente: normal = 42,5%; baixo peso 1 = 28,7%; baixo peso 2 = 14,9 e baixo peso 3 = 10,3%, 3,4% apresentaram sobrepeso. Não foi observados valores caracterizados como obesidade.

Tabela 4. Classificação do IMC em função do Nível Maturacional

 

Maturação

Classificação IMC

Pré-púbere

Púbere

Pós-púbere

Total

 

n

%

n

%

n

%

n

%

Baixo peso 3

1

25,0

8

10,4

0

0,0

9

10,3

Baixo peso 2

1

25,0

12

15,6

0

0,0

13

14,9

Baixo peso 1

0

0,0

23

29,9

2

33,3

25

28,7

Normal

2

50,0

33

42,9

2

33,3

37

42,5

Sobrepeso

0

0,0

1

1,3

2

33,3

3

3,4

Total

4

100,0

77

100,0

6

100,0

87

100,0

    A tabela 05 indica a classificação da gordura relativa (%G) da amostra. 73% da amostra foi considerada dentro de parâmetros normais (SILVA, 2002). Valores considerados acima do ideal representam 7,9% sendo prevalente no grupo pré-púbere (50%) e pós-púbere (16,7%).

Tabela 5. Classificação da gordura relativa (%G) conforme Lohman adaptado por Silva (2002) em função do Nível Maturacional

 

Maturação

Classificação %G

Pré-púbere

Púbere

Pós-púbere

Total

 

n

%

n

%

n

%

n

%

Muito baixo

0

0,0

1

1,3

0

0,0

1

1,1

Baixo

1

25,0

14

18,2

0

0,0

15

17,2

Ótimo

1

25,0

58

75,3

5

83,3

64

73,6

Moderadamente Alto

1

25,0

2

2,6

0

0,0

3

3,4

Alto

1

25,0

1

1,3

1

16,7

3

3,4

Muito alto

0

0,0

1

1,3

0

0,0

1

1,1

Total

4

100,0

77

100,0

6

100,0

87

100,0

Discussão

    Conhecer o tipo físico ideal para cada modalidade esportiva torna-se imprescindível, pois uma completa orientação a promoção desportiva está condicionada ao conhecimento das características somatotípicas ideais. Quando se trata de jovens, identificar as alterações somatotípicas e determinar a composição corporal é importante por ser um dos principais indicadores para o monitoramento das alterações dos níveis de crescimento, desenvolvimento e maturação (PETROSKI, 2007; GUEDES; GUEDES, 1997).

    A relevância na determinação de um tipo físico ideal centra-se, não apenas, na descoberta de jovens com potencialidades e características diferenciadas que o qualifica como um possível talento nos esportes, mas também no destaque que essa estratégia contém quanto à qualidade e à longevidade da carreira do atleta: ela usufrui, assim, de grande significado, quando se observa o binômio tão polêmico saúde-performance (JOÃO; FERNANDES FILHO, 2002).

    Os jovens participantes do presente estudo compreendem a faixa etária de 07 a 17 anos de idade, com média de 13,91 ± 2,10. Para Gallahue e Ozmun (2005) é fase motora especializada, no qual o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a diversas atividades motoras complexas na vida diária, na recreação e nos objetivos esportivos. Ela é subdivida em três estágios distintos, o transitório onde se começa a combinar e aplicar habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas; o de aplicação, que é considerado o momento de refinar e usar as habilidades mais complexas em jogos avançados, atividades de liderança e em esportes escolhidos e o estágio de utilização permanente quando o uso dos movimentos adquiridos serão na vida diária, nas atividades recreativas ou na prática esporte.

    Tourinho e Tourinho Filho (1998) afirmam que o início da adolescência é marcado por um período de aumento acelerado no peso e na estatura, este evento e conhecido como o pico de velocidade de crescimento ou pico de velocidade de estatura (MALINA; BOUCHARD, 2002). Percebe-se nas avaliações desse estudo que entre os níveis maturacionais existe um aumento progressivo nas variáveis de massa corporal, estatura e envergadura. Nos meninos isto ocorre, pois a gordura corporal decresce, à medida que a massa magra aumenta em decorrência do crescimento ósseo e muscular (BORGES; MATSUDO; MATSUDO, 2004). Este aspecto foi percebido pela detecção do aumento linear da massa corporal em função da classificação pubertária, em contrapartida as espessuras de dobras cutâneas decresceram em relação ao aumento pubertário.

    Mascarenhas et. al. (2006) em estudo com 99 jovens praticantes de futebol separados em função da maturação sexual (avaliação realizada em função da pilosidade pubiana), apresentaram resultados semelhantes ao nosso, em que variáveis de MC e EST aumentaram quando relacionados ao estágio maturacional. Ou seja, meninos classificados no estágio I de maturação sexual apresentavam menores valores para estas duas valências em comparação com meninos com maturação nos estágio superiores.

    Colantonio et. al. (2002) quando compararam os indicadores de crescimento de meninos de 10 a 15 anos treinados e não treinados, encontrou aumento da MC, EST e PBC, em função da faixa etária nos dois grupos respectivamente, demonstrando que meninos não praticantes de exercícios físicos sistemáticos apresentam progressão nos parâmetros de crescimento quando comparado aos praticantes. Na puberdade ocorre um processo acelerado no aumento das dimensões corporais. A idade, a duração e a intensidade em que acontecerão, pode variar de individuo para indivíduo, porém são geneticamente predeterminadas (MACHADO; BARBANTI, 2007).

    O índice de massa corpórea (IMC) é um índice antropométrico medido a partir da relação entre o peso e o quadrado da estatura (IMC = peso/estatura2) (SOUSA, 2008, GALLAHUE; OZMUN, 2005; FENANDES FILHO, 2003). Na literatura o IMC é utilizado como um indicado do estudo nutricional de crianças e adolescentes (GUEDES E GUEDES, 1997; BARBOSA et. al., 2006; FERRARI et. al., BARBOSA et. al., 2008). Esta recomendação é sugerida pela WHO (1995), que coloca este como um indicador nutricional, utilizado geralmente para indicar variabilidades nutricionais. Porém, embora no âmbito epidemiológico esteja se utilizando o IMC como índice de risco, a interpretação desses valores em nível individual, pode ser muito relativo (BERRAL DE LA ROSA; RODRIGUEZ-AÑEZ, 2002).

    Silva (2002), ressalta que apesar de sua efetividade pode ocorrer variações intra e inter populações e devido a essa consideração o IMC deve se utilizado com cautela, pois ele não diferencia a massa de gordura da massa isenta de gordura (NORTON; OLDS, 2005). Barbosa et. al. (2006), alertam para a importância em se considerar o estágio maturacional na avaliação do estado nutricional em jovens.

    No presente estudo não foram encontradas diferenças significativas no IMC entre os estágios maturacionais. Em uma pesquisa realizada por RÉ et. al. (2003), foram feitas comparações entre jovens atletas de futsal com idades entre 9 e 16 anos federados e não federados de diferentes categorias (pré-mirim, mirim, infantil e infanto), evidenciando diferenças significativas no IMC apenas na categoria infanto, apesar dos atletas federados apresentarem médias mais elevadas em todas as categorias investigadas. A média do IMC dos jovens atletas da categoria infanto foi de 21,6 kg/m2 assemelhando-se aos jovens púberes aqui investigados.

    Silva (2002) com amostra de crianças e adolescentes de Sergipe, região nordeste, encontrou que em função do aumento da idade, também ocorre um aumento do IMC, o mesmo sugere que ocorre uma variação positiva do IMC com o crescimento, o que também foi percebido na amostra estudada, porém não sendo estatisticamente significante. Ao compararmos a média geral com os critérios de referência do PROESP-BR (2007) os jovens desta amostra encontram-se dentro da faixa da normalidade.

    Considerando os percentis de IMC proposto pelo CDC (GALLAHUE; OZMUN, 2005) os jovens avaliados encontram-se entre o percentil 50° e 75°, este resultado também ficou evidente quando verificado com os percentis propostos por Glaner (2003) para adolescentes gaúchos e catarinenses com faixa etária entre 10,50 e 17,49 anos. Desta forma considera-se os jovens deste estudo dentro de padrões normais em função da faixa etária, quando comparados com outras referencias.

    Malina e Bouchard (2002) relatam que a gordura relativa sofre uma modificação progressiva durante a adolescência juntamente com a gordura absoluta. Nos meninos ocorre aumento até por volta dos 11 aos 12 anos de idade, porém alcança seu percentual mais baixo entre os 16 e 17 anos, aumentando gradativamente até a idade adulta. Borges, Matsudo e Matsudo (2004) afirmam que concomitante ao declínio na porcentagem de gordura, há um rápido crescimento da massa magra, tal evento indica que ao avançar dos estágios maturacionais acontece um aumento na massa magra no sexo masculino.

    Essas modificações morfológicas ocorreram no presente estudo onde o grupo pré-púbere apresentou valores médios de gordura relativa maiores que o púbere e pós-púbere, porém estatisticamente estes resultados não apresentaram significância. Contudo percebe-se que o declínio ocorre de maneira não linear. Já a massa magra ocorre uma tendência inversa, ou seja, um aumento progressivo relacionado a classificação pubertária. Desta forma à presente corrobora com o previsto na literatura, maiores quantidades de gordura em jovens não maturados e maiores quantidades de massa magra em jovens maturados.

    Nos valores de gordura relativa (%G) o grupo encontra-se com média de 13,32 ± 5,02, sendo classificada como satisfatória para a faixa etária, segundo a classificação proposta por Lohman (SILVA, 2002), que considera como parâmetros ótimos valores entre 10% a 20% de gordura relativa para os meninos. Os resultados desse estudo assemelham-se com os resultados encontrados por Alves et. al. (2009), que ao descreverem e compararem os níveis de aptidão física de futebolistas infantis (MI) e juvenis (MJ) encontraram valores de gordura relativa de 14% para o grupo MI e de 13,29 % para o grupo MJ, sendo considerados como satisfatórios para a faixa etária.

    Mascarenhas et. al. (2006) ao analisar a maturação sexual através dos estágios de aparecimento da pilosidade pubiana (P1, P2, P3, P4, P5), sendo o P1 o estágio pré-púbere, o P2, P3 e P4 o púbere e P5 o pós-púbere, encontrou valores médios para o %G respectivamente de: P1 (14,23±5,60), P2 (10,26±4,57), P3 (13,14±5,22), P4 (11,43 ±5,72) e P5 (13,85 ± 6,80). Quando comparados em função da classificação pubertária as médias do presente estudo demonstram-se superiores ao achados de Mascarenhas et. al. (2006). Onde para o grupo pré-púbere a média encontrada foi 17,85±10,00, no grupo púbere 12,87±4,49 e no pós-púbere 16,11±6,07. Contudo os resultados divergentes podem ser explicados por Prista et. al. (2006), que enfatiza os gradientes de natureza sócio-econômica e geográfica como fatores intervenientes no estado de crescimento e aptidão física de crianças e jovens e que isto se dá pelas condicionantes ambientais que podem influenciar nos fatores genótipos dos sujeitos.

    Massa et al (2002) em estudo para descrever em termos cineantropométricos atletas de voleibol masculino de diversas categorias (mirim, infantil, infanto-juvenil, juvenil e profissional) envolvidos na promoção de talentos, encontraram características somatotípicas similares aos do presente estudo, onde a predominância foi do somatotipo ectomorfo-mesomorfo, isto quando verificado os grupos púbere e pós-púbere, bem como a média geral. Esses resultados não se aplicam ao grupo pré-púbere, pois o somatotipo apresentou-se como endomorfo-mesomorfo.

    Seabra, Maia e Garganta (2001) com futebolistas e não futebolistas distribuídos em três grupos: Infantis (com idade cronológica entre os 10 e os 12 anos); Iniciados (entre os 13 e os 14 anos) e Juvenis (entre os 15 e os 16 anos de idade) encontraram para o grupo infantil e juvenil somatótipos mesomorfo balanceado. Já para o grupo de iniciados o somatotipo foi ectomorfo-mesomorfo. De maneira geral nesse estudo pode-se observar que o componente mesomorfo é o mais dominante, essa afirmação foi comprovada na presente pesquisa. Fernandes Filho (2003) afirma que o mesomorfismo é o componentes somático mais elevado em atletas.

    Como o componente mesomorfo reflete a influência do desenvolvimento músculo-esquelético (GUEDES; GUEDES, 1999), verifica-se que os jovens pós-púbere apesar de apresentarem maior média de massa magra o componente mesomorfo é o menor. Malina e Bouchard (2002) e Freitas et. al. (2004) mencionam que ocorre pouca modificação nos componentes somáticos em rapazes jovens, e caso isso ocorra se define por um ligeiro aumento na mesomorfia, influenciada pela maturação sexual. Contudo Seabra, Maia e Garganta (2001) citam que pode diminuir ligeiramente, tanto em indivíduos atletas como não atletas, do take-off para o pico de velocidade da altura (PVA).

    Os dados desse estudo também corroboram com os achados de Mortatti e Arruda (2007) que analisaram as possíveis alterações nos componentes do somatotipo de jovens (13,01 ± 0,7 anos) futebolista e não futebolistas, considerando a maturação nos estágios de P3, P4 e P5, púbere na classificação proposta por Tanner (BONJARDIN; HEGG, 1988). Nesse estudo os jovens, em ambos os grupos apresentaram os componentes mesomorfo e ectomorfo dominantes, porém considerando os valores médios os jovens deste estudo encontram-se com média superiores a da presente amostra: futebolistas (2,87-4,22-3,2) e não futebolistas (3,41-4,06-3,47).

    Quando comparados com Freitas et. al. (2004), os jovens avaliados nessa pesquisa divergiram no comportamento do somatotipo em relação à classificação pubertária. Percebe-se que os componentes endomorfo e mesomorfo decrescem em função da maturação, e o componente ectomorfo aumentou. Freitas et. al. (2004) relata que em traços gerais, considerando o intervalo etário de 10 a 16 anos, ocorre um aumento na média da endomorfia; a mesomorfia mantém-se estável e a ectomorfia decresce.

    Guedes e Guedes (1999) e Malina e Bouchard (2002) determinam que os valores de ectomorfia tendem a se estabilizar, em virtude do equilíbrio estabelecido entre ganho da massa corporal e o aumento da estatura, em conseqüência do pico de crescimento puberal. Portanto como o presente grupo continua em seu processo de crescimento, desenvolvimento e maturação, estes ainda poderão ter modificações em seus componentes somatotípicos.

Conclusão

    Nas variáveis antropométricas ocorre um aumento progressivo na massa corporal, estatura, envergadura, perímetros e diâmetros em função do nível maturacional. Entretanto nas variáveis de dobras cutâneas ocorreu um decréscimo de maneira não linear, pois entre a fase pré-púbere e púbere ocorre uma diminuição, e do púbere para a pós-púbere um ligeiro aumento.

    Nas variáveis de composição corporal e somatótipo apenas encontrou-se diferenças significativas na massa magra e na endomorfia. Contudo no IMC, massa corporal e ectomorfia há um aumento das médias da fase púbere para a pós-púbere, mas este aumento não se apresentou de forma linear na ectomorfia. No percentual de gordura, na endomorfia e mesomorfia ocorre uma diminuição em função do nível maturacional. Apenas a mesomorfia teve uma diminuição progressiva de forma linear entre as fases.

    A composição corporal e o somatótipo foram classificados com médias satisfatórias. Porém, a gordura relativa demonstrou valores, médios, inferiores quando comparados com praticantes de futebol, mesmo os valores sendo considerados satisfatórios. Na somatotipia os componentes mesomorfo e ectomorfo apresentam-se dominantes. À classificação geral foi ectomorfo-mesomorfo, porém no grupo pré-púbere essa classificação apresentou-se como endomorfo-mesomorfo.

    Em função da maturação e do período que estes jovens estão vivenciando o comportamento dinâmico das variáveis antropométricas são esperados. Tanto para a saúde como para a prática esportiva buscando a performance. Os valores encontrados não divergem da literatura, ou seja, nossos jovens encontram-se com resultados dentro de parâmetros e características recomendadas para jovens praticantes e não praticantes de atividades físico-esportivas, para faixa etária e nível maturacional.

    Mesmo encontrando na literatura diversos estudos buscando identificar e determinar as características antropométricas ideais ou padrões normativos de referência para cada modalidade desportiva. Esses estudos ainda não conseguem atingir as diversas variáveis inerentes a prática de exercícios físicos ou de uma modalidade esportiva, seja na forma de lazer ou competitiva. Condições ambientais (regionais), sócio-culturais e comportamentais dentre outras, são tão importantes quanto os padrões físicos e, podem influenciar a escolha ou participação em atividades físico-esportivas.

    A classificação maturacional da maioria dos jovens do presente estudo foi de púberes. Porém em função do tamanho amostral e da distribuição entre as categorias pré-púbere, púbere e pós-púbere, comparações entre as fases devem ser consideradas com cautela, pois mesmo sendo percebidas, algumas, diferenças entre os grupos estas poderão representar uma limitação do presente estudo.

    Sugere-se que mais estudos com praticantes e não praticantes de atividades físico-esportivas, bem como considerações relativas a características regionais, sejam realizados a fim de encontrar parâmetros que realmente possam estabelecer quais critérios devem ser seguidos, tanto para a saúde como para o desempenho atlético em crianças e adolescentes.

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