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Validação de protocolo de categorização de metodologias de 

ensino nos esportes coletivos com base na Iniciação Esportiva

Universal - uma escola da bola: exemplo do futebol

Validación del protocolo para la clasificación de las metodologías de enseñanza en los deportes de

 equipo basado en Iniciación Deportiva Universal - una escuela de la pelota: un ejemplo en el fútbol

 

* Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciências do Esporte da

UFMG. Membro do Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA)

** Graduandos da Escola de Educação Física, Fisioterapia

e Terapia Ocupacional da UFMG. Membros do CECA

*** Mestre em Ciências do Esporte (UFMG) (2009). Membro do CECA.

**** Professor Adjunto da Escola de Educação Física, Fisioterapia

e Terapia Ocupacional da UFMG. Doutor em Psicologia Educacional (Unicamp, 1995)

Coordenador do CECA

Vinícius de Oliveira Viana Soares*

Humberto Felipe de Sousa Santos**

Marcelo Rochael de Melo Lima**

Layla Maria Campos Aburachid***

Pablo Juan Greco****

viniciusovsoares@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A categorização dos conteúdos do treino esportivo permite descrever e analisar a estrutura de sessões em semanas típicas de treinamento, e paralelamente, controlar o método de ensino utilizado em uma determinada população, de forma a regular o processo de treinamento. Os objetivos do presente estudo foram adaptar e validar um protocolo de categorização de metodologias de ensino nos jogos esportivos ao exemplo do futebol, com base em trabalho desenvolvido por Stefanello (1999) e Saad (2002), mas adaptado ao referencial teórico presente na proposta da Iniciação Esportiva Universal - uma escola da bola (Greco, Silva, 2009). A validação seguiu os procedimentos sugeridos na psicometria, em relação ao Coeficiente de Validade do Conteúdo (CVC) proposto por Hernández-Nieto (2002) e Balbinotti et al. (2006) para os critérios: clareza de linguagem, relevância ecológica e representatividade dos itens. Os resultados sugerem um número satisfatório de itens validados, levando-se em conta os itens segmentos do treino, tipos de segmentos de treino e níveis que detalham cada tipo de segmento do treino.

          Unitermos: Categorização. Treinamento. Futebol

 

          Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ): processo nº 485989/2007-7

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    A observação sistemática ou categorização das sessões de treinamento é o processo metodológico para a verificação empírica da organização do treino esportivo. Um dos primeiros estudos concebidos na área foi o trabalho de doutoramento de Stefanello (1999), posteriormente aplicado e adaptado ao futsal por Saad (2002), e Moreira e Greco (2005). Seguem-se a eles estudos aplicando a essa metodologia observacional em diferentes níveis de prática esportiva em instituições diversas, como, por exemplo, equipes esportivas, escolas e “escolinhas” de diferentes modalidades, conforme pode ser visualizado na tabela 1.

Tabela 1. Pesquisas brasileiras relevantes no âmbito da estruturação e organização de sessões de treinamento e métodos de E-A-T técnico-tático

Autores/Ano

Modalidade

Amostra

Objetivo da Pesquisa

Tipo de protocolo

Ramos, Nascimento e Graça (2009)

Basquetebol

Treinador de basquetebol

Descrever a forma como um treinador representa seu programa de treinamento na formação desportiva de jovens, relativamente aos propósitos, às estratégias, aos modelos curriculares e às aprendizagens dos jogadores.

Entrevistas semi-estruturadas; observação sistemática

das sessões de treino; análise de documentos e anotações pessoais;

procedimentos de estimulação de memória

Collet, Donegá, nascimento (2009)

Voleibol

Jogadores e treinadores de voleibol

Caracterizar a organização pedagógica do processo E-A-T

Stefanello (1999)

Morales, Silva, Matias, Reis, Greco (2009)

Basquetebol

Praticantes de mini-basquetebol

Analisar e caracterizar as metodologias empregadas no processo de E-A-T técnico-tático no mini-basquetebol

Stefanello (1999)

Silva e Greco (2009)

Futsal

Equipes de futsal

Verificar a influencia de métodos de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T) com o desenvolvimento do conhecimento tático processual divergente (criatividade) e convergente (inteligência)

Saad (2002)

Collet, Nascimento e Santos (2008)

Hóquei de Grama

Atletas de Hóquei sobre Grama

Analisar os exercícios técnico-táticos empregados no processo de treinamento

Saad (2002)

Morales e Greco (2007)

Basquetebol

40 praticantes de mini-basquetebol

Observar e descrever o processo de E-A-T técnico-tático aplicado no basquetebol e sua influência no nível de rendimento do conhecimento tático processual (CTP)

Stefanello (1999)

Collet, Nascimento, Ramos e Donegá (2007)

Voleibol

Atletas e treinadores de Voleibol

Analisar o processo de ensino-aprendizagem-treinamento do voleibol infantil masculino,caracterizando a complexidade estrutural das atividades, das tarefas e do campo ecológico

Stefanello (1999)

Costa, Lima, Matias e Greco (2007)

Voleibol

Jogadoras de voleibol

Verificar o processo de ensino-aprendizagem-treinamento em uma equipe feminina de voleibol e se esse processo favorece o desenvolvimento
do conhecimento tático das jogadoras

Nascimento, Barbosa (2000)

Ramos, Graça, Nascimento (2006)

Basquetebol

Estudantes universitários de Educação Física

Descrever as atividades de ensino do basquetebol em contexto escolar

Entrevista semi- estruturada e

observação sistemática de aulas

Moreira e Greco (2005)

Futsal

Jogadores de Futsal

Considerar a forma metodológica de E-A-T e os resultados da assimilação e compreensão técnico-tático de atletas de futsal

Saad (2002)

    A maior parte dos estudos retratados na tabela 1 relacionam-se com as modalidades basquetebol (4) e voleibol (3). Os objetivos variam desde descrever e analisar a estrutura de sessões em semanas típicas de treinamento a outros que utilizam a categorização dos treinamentos como uma forma de avaliação do método de ensino utilizado em sessões de treinamento. Através de um delineamento pré e pós-teste, é possível verificar a influência dos métodos de ensino-aprendizagem-treinamento nos comportamentos técnicos e táticos.

    Os objetivos do presente estudo consistiram em adaptar e validar um protocolo de categorização de metodologias de ensino nos jogos esportivos coletivos, ao exemplo do futebol, com base nos conceitos de Stefanello (1999) e Saad (2002). Almejaram-se validar um número satisfatório de itens levando-se em conta os segmentos do treino, tipos de segmentos de treino e níveis que detalham os tipos de segmento do treino.

    A busca pela validação do protocolo de categorização dos treinamentos do futebol justifica-se perante a necessidade de instrumentos pedagógicos de avaliação de processos metodológicos e sua aplicação na área dos esportes e da Educação Física. O protocolo contribui para o entendimento da organização e estruturação das sessões de treinamento no futebol, e a partir de então, poder determinar o método de E-A-T predominante. O protocolo é passível de adaptação a outros jogos esportivos coletivos, o que permite continuidade dos estudos no âmbito da categorização dos treinos.

Material e métodos

Procedimentos eticos

    Todos os peritos participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e foram informados de que poderiam abandonar a pesquisa ou serem excluídos da amostra, sem nenhum prejuízo.

Consolidação do conteúdo

    A proposta de categorização do treinamento é composta de itens como: identificação; complexidade estrutural da atividade; segmentos do treino; tipo de segmento do treino; nível técnica; e nível tática. O protocolo de categorização baseia-se nas planilhas desenvolvidas por Stefanello (1999) e Saad (2002), as que foram acrescidos conteúdos específicos da metodologia de ensino situacional, com destaque nas propostas da Iniciação Esportiva Universal (GRECO e BENDA, 1998) e da Escola da Bola (KROGER e ROTH, 1999).

    A identificação refere-se a apontadores iniciais da equipe e treino a ser categorizado. No presente estudo sugere-se a entrada dos dados: “nome da equipe”; “nome do treinador”; “data”; “dia da semana”; “local”; “turno”; “número da sessão de treino”; “número da atividade em uma sessão de treino”; e “conteúdo descritivo da atividade”.

    A complexidade estrutural da atividade refere-se à estrutura participativa e relacional da sessão de treinamento (STEFANELLO, 1999). Sugere-se, portanto, o detalhamento do “horário de início de cada atividade”, que compreende o horário em minutos e segundos de seu inicio; a “duração da atividade”, que compreende o período de persistência temporal da atividade em uma sessão, representada em minutos e segundos Saad, (2002); a “delimitação espacial” segundo o modelo apresentado por Garganta (1997) em que o espaço das atividades, e no presente caso do campo de jogo, é dividido longitudinalmente por corredores e transversalmente em setores, formando 12 quadrantes; o “número de jogadores” que compreende o numero de jogadores participantes em uma sessão de treinamento; o “modo de participação” que pode ser considerado de maneira individual, duplas, trios, pequenos grupos, grandes grupos Saad, (2002); e a “atividade molar”, individualizada ou massificada, segundo o critério de êxito que pela sua vez podem ser diferenciados ou não (SAAD, 2002).

    Segmentos de treino representam momentos distintos do microssistema esportivo (STEFANELLO, 1999). No presente estudo os momentos representados são: conversa com o treinador, atividade inicial, treino físico, treino técnico, treino-tático, jogo formal, e pausa.

    Os tipos de segmento do treino permitem descrever as diferentes formas de operacionalização do processo instrucional. Assim, não basta saber, por exemplo, que o treino aplicado é um treino “técnico”, que visa desenvolver a competência do individuo em solucionar questões motoras específicas do esporte através das capacidades coordenativas e técnico-motoras (GRECO, 1998). É preciso determinar se o treinamento técnico aplicado é de exercícios isolados, exercícios combinados, exercícios aplicados, ou jogos aplicados, classificações derivadas de proposta formulada por (ROTH e HOSSNER, 1997).

    Os níveis do segmento do treino são os padrões, estágios do treinamento e/ou formas operacionais dos tipos de segmento do treino, que uma vez percebidas, permitem uma categorização mais detalhada da atividade. Assim, não basta saber, por exemplo, que o treino aplicado é um treino “técnico” do tipo “exercício aplicado”, em que exercícios com atenção direcionada a pontos chaves do movimento ou funções específicas da ação em situações de estresse psíquico, físico, competitivo, ou de percepção modificada do ambiente (ROTH e HOSSNER, 1997). É preciso especificar a “habilidade técnica” utilizada (no caso do futebol, condução; passe; chute; drible; recepção; cabeceio; proteção da bola); e as “tarefas e tipos de habilidades” (simplificação; repetição; desviar a atenção; dirigir a atenção), entendidas como alternativas para caracterização dos métodos de treinamento técnico segundo a fase de aprendizado no plano dos objetivos e dos conteúdos (HOSSNER e ROTH, 1997).

    Todos os segmentos do treino, tipo de segmento do treino e níveis do segmento do treino podem ser visualizados na tabela 2. Para atender os objetivos do estudo apresenta-se um maior detalhamento dos aspectos técnico-táticos

Segmento do treino

Tipo de segmento do treino

Nível

Conversa com o treinador

  

  

Atividade inicial

Capacidade motora condicional de resistência

 

Capacidade motora condicional de força

Capacidade motora coordenativa

Capacidade motora mista de velocidade

Capacidade motora mista de flexibilidade

Jogos para desenvolver a inteligência

Treinamento Físico

Capacidade motora condicional de resistência

 

Capacidade motora condicional de força

Capacidade motora coordenativa

Capacidade motora mista de velocidade

Capacidade motora mista de flexibilidade

Treinamento Técnico

Exercícios isolados

Técnicas (condução; passe; chute; drible; recepção; cabeceio; proteção da bola)

Exercícios combinados

Exercícios aplicados

Tarefas e tipos de habilidades (simplificação; repetição; desviar a atenção;dirigir a atenção)

Jogos aplicados

Treinamento Tático

Capacidades táticas básicas

Complexidade estrutural da tarefa tática (aquisição; fixação e diversificação; aplicação da tática)

Condição da tarefa tática (superioridade; igualdade; ou inferioridade numérica do ataque)

Capacidade tática básica (acertar o alvo; transportar a bola ao objetivo; reconhecer espaços; sair da marcação; criar superioridade numérica; superar a ação do adversário; jogo coletivo)

Jogos para desenvolver a inteligência

Complexidade estrutural da tarefa tática (aquisição; fixação e diversificação; aplicação da tática)

Condição da tarefa tática (superioridade; igualdade; ou inferioridade numérica do ataque)

Estruturas funcionais

Complexidade estrutural da tarefa tática (aquisição; fixação e diversificação; aplicação da tática)

Condição da tarefa tática (superioridade; igualdade; ou inferioridade numérica do ataque)

Sistematização da ação (estruturas 1x0; 1x0+c; 1x1+c; 1x1; 1x2+c; 1x2; 1x3+c; 1x3; 2x0; 2x0+c; 2x1+c; 2x1; 2x2+c; 2x2; 2x3+c; 2x3; 3x0+c; 3x1+c; 3x1; 3x2+c; 3x2; 3x3+c; 3x3)

Tática de grupo/coletiva ofensiva (saída de bola; inversão de bola; triangulação; ultrapassagem; jogada-ensaiada; conta-ataque; penetração)

Tática de grupo/coletiva defensiva (individual; zona; mista; zona pressionante)

Jogos situacionais

Complexidade estrutural da tarefa tática (aquisição; fixação e diversificação; aplicação da tática)

Condição da tarefa tática (superioridade; igualdade; ou inferioridade numérica do ataque)

Sistematização da ação (estruturas 1x0; 1x0+c; 1x1+c; 1x1; 1x2+c; 1x2; 1x3+c; 1x3; 2x0; 2x0+c; 2x1+c; 2x1; 2x2+c; 2x2; 2x3+c; 2x3; 3x0+c; 3x1+c; 3x1; 3x2+c; 3x2; 3x3+c; 3x3)

Tática de grupo/coletiva ofensiva (saída de bola; inversão de bola; triangulação; ultrapassagem; jogada-ensaiada; conta-ataque; penetração)

Tática de grupo/coletiva defensiva (individual; zona; mista; zona pressionante)

Jogo Formal

Livre

 

Sistema

Pausa

Recuperação ativa

 

Recuperação passiva

Procedimentos de validade de conteúdo

    A validação seguiu os procedimentos de Coeficiente de Validade do Conteúdo (CVC) propostos por Hernández-Nieto (2002) e Balbinotti et al. (2006) para os critérios: clareza de linguagem, relevância ecológica e representatividade dos itens.

    Para a validação teórica foram implementados: na validade de conteúdo I (clareza da linguagem e relevância ecológica), um documento com todas as definições dos segmentos de treino, tipos de segmento de treino e níveis de aplicação dos métodos de E-A-T no futebol foram apresentados a juízes. Os peritos avaliaram conforme uma escala tipo Likert, de 1 a 5 pontos, que vai de muitíssimo (relevante) até pouquíssimo (relevante), escrevendo o valor que melhor representa sua opinião. A “clareza de linguagem” avalia se a linguagem usada nas definições esta clara e objetiva, proporcionando compreensão e aplicação no futebol. A “relevância ecológica” avalia o quanto cada item reproduz realmente o que pode ocorrer durante as sessões de treinamento do futebol.

    Para a validade de conteúdo II (representatividade do item), foi elaborado um documento com toda a planilha de categorização validada que foi apresentada em forma de segmentos de treino, tipos de segmento e níveis. Novamente os peritos avaliaram através de uma escala tipo Likert, de 1 a 5 pontos, que vai de muitíssimo (relevante) até pouquíssimo (relevante), escrevendo o valor que melhor representa sua opinião. A “representatividade do item” avalia se os níveis subjacentes realmente representam parâmetros que compõem os tipos de segmento de treino.

    Solicitou-se colaboração de um total de sete (07) juízes, que segundo Ericsson, et al. (2006) assumem o conceito de indivíduo muito habilidoso e reconhecido em um campo específico. Os peritos do estudo são estudiosos em pedagogia do esporte que trabalham com a proposta da Iniciação Esportiva Universal - uma escola da bola enquanto referencial teórico. O critério de seleção consistia ainda em que os mesmos não tivessem participado previamente de nenhuma parte do processo desta pesquisa, atendendo solicitações de (BALVINOTTI ET AL, 2006). Valores de concordância ≥ 0,8 entre os peritos foram aceitos, enquanto resultados ≤ 0,7 foram classificados como insatisfatórios, conforme sugestões de (HERNANDEZ-NIETO, 2002).

Resultados

    Os resultados do CVC foram estabelecidos de acordo com as indicações presentes na literatura na área da psicometria (PASQUALI, 1999; HERNÁNDEZ-NIETO, 2002; PASQUALI, 2007) e referenciados separadamente para cada critério nas tabelas 3, 4 e 5.

    Para a clareza de linguagem os resultados de CVCc foram superiores a 0,80 em todos os 88 itens (100%). O valor da validade de conteúdo atingido, representado por um CVCt = 0,961.

    Para a relevância ecológica 85 itens (96%) obtiveram valores de CVCc superiores a 0,80. 3 itens (4%) obtiveram valores críticos entre 0.71 e 0.79 no CVCc, sendo: itens 65, 66, e 80. O CVCt alcançado foi de 0,949.

    Para a representatividade do item 30 dos 33 itens (91%) obtiveram CVCc superior a 0,80. Entretanto, 3 itens (9%) obtiveram valores críticos entre 0.71 e 0.79 no CVCc, sendo: itens 3,5, e 30. A validade de conteúdo foi dada por um CVCt = 0,937.

Discussão

    Um número satisfatório de itens foram validados, levando-se em conta os segmentos do treino, tipos de segmentos de treino e níveis que detalham os tipos de segmento do treino.

    Os valores superiores a 0,80 alcançados pelo CVCc de cada item no critério clareza de linguagem, resultando em um CVCt = 0961 indica que a linguagem usada nas definições está clara e objetiva, proporcionando compreensão e aplicação no futebol. Esse quesito é importante para garantir um padrão de utilização em futuras categorizações do treinamento, o que permitirá encontrar fidedignidade das observações intra e inter-avaliadores.

    Para a “relevância ecológica” o objetivo de avaliar o quanto cada item reproduz realmente pode ocorrer durante as sessões de treinamento do futebol teve resultados satisfatórios em 96% dos itens. Apenas as sistematizações da ação em “3x0+c”, “3x1+c”; e a tática de grupo coletiva defensiva em “zona” obtiveram resultados inferiores a 0,80, considerada a mínima para a validação.

    A representatividade do item avalia se os níveis subjacentes realmente representam parâmetros que compõem os tipos de segmento de treino ou se ele deveria ser alocado em outro local na planilha, ou seja, em outro parâmetro. Destaca-se que os treinos de força e velocidade não foram aceitos enquanto atividades iniciais do treinamento, pois não são atividades relacionadas a esse momento na estrutura de uma sessão conforme o referencial teórico proposto na Iniciação Esportiva Universal - uma escola da bola, sendo, portanto, alocados exclusivamente nos treinos físicos. O jogo formal livre, representado pelo jogo de futebol com todas as suas regras e normas orientadoras, mas sem que o treinador interfira de maneira regular e sistemática no jogo, não pode ser alocado em outro parâmetro e acabou por ser excluído da planilha final.

    Conclui-se assim que o método de CVC pode auxiliar na construção e validação de uma planilha de categorização dos treinamentos em futebol, e que os métodos de ensino adotados como conteúdo na construção do protocolo se faz pertinente segundo peritos em pedagogia do esporte.

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