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Avaliação do nível de atividade física dos professores 

de Educação Física da cidade de Rio Pomba, MG

Evaluación del nivel de actividad física de los profesores de Educación Física de la ciudad de Río Pomba, MG

Assessment of the level of physical activity for teachers of Physical Education of the city of Rio Pomba, MG

 

*Autor: Licenciado em Educação Física

(FAGOC) – Ubá/MG

Graduando em Bacharelado em Educação Física

(FAGOC) – Ubá/MG

** Orientadora, Mestre em Pedagogia do

Movimento Humano (UGF)

Professora da Faculdade Governador Ozanan

Coelho (FAGOC) – Ubá/MG

Diego de Paiva Ferreira*

diegofefi@yahoo.com.br

Silvia Maria Saraiva Valente Chiapeta**

silviachiapeta@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de atividade física (NAF) e o percentual de gordura corporal (%CP) dos professores de Educação Física, que estão atuando nas diferentes áreas da Educação Física, na zona urbana da cidade de Rio Pomba MG. Participaram do estudo 20 professores, 11 (55%) mulheres e 9 homens (45%), o %GC foi mensurado através de um adipômetro da marca Sanny, e o protocolo utilizado para aferir as dobras foi o de Faulkner, que constitui a coleta das dobras cutânea, do tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdominal (De Rose, 1973) no lado direito do corpo e avaliado pela tabela estimada por Mc Ardle (1992), que inclui todos os indivíduos acima de 18 anos, e para mensurar o Nível de Atividade Física (NAF), uilizou-se a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ ). Os resultados mostraram que a maior parte do público estudado se encontra em um nível aceitável de atividade física, sendo classificado 30% como Muito Ativos, 50% como Ativos e somente 20% como Irregularmente Ativos, e que o público masculino se encontrava melhor condicionado do que o feminino. Já quando avaliado o %GC a maior parte da amostra também se mostrou estar em um bom nível, sendo 45% ideal, 45% normal e somente 10% se apresentava moderadamente obeso e, diferenciando da avaliação anterior, as mulheres mostraram estar em um melhor estado do que os homens, quando comparado pelo %GC. Contudo, conclui-se que a maior parte dos avaliados se encontra em um bom nível de atividade física (80%) e também com um bom nível de percentual de gordura (90%), sendo assim, os profissionais de Educação Física precisam estar conscientes de seu papel frente à manutenção de um estilo de vida ativo, pois o seu exemplo pode contribuir para a qualidade de vida de todas as pessoas com quem trabalham, levando-os a permutar um estilo de vida sedentário pelo ativo.

          Keywords: Atividade física. Estética. Qualidade de vida. Imagem corporal

 

Abstract

          This study aimed to evaluate the physical activity level (PAL) and body fat percentage (% CP) of the physical education teachers, who were working in different areas of Physical Education in the urban area of Rio Pomba MG. The study included 20 teachers, a total of 20, and 11 (55%) women and 9 men (45%), % BF was measured using a skinfold Sanny, and the protocol used to measure the fold was to Faulkner, who is in the collection of skin folds, triceps, subscapular, suprailiac and abdominal (Rose, 1973) on the right side of the body and assessing the table estimated by McArdle (1992) that evaluates all individuals over 18 years and to measure the NAF, inexpensive consumer to the Questionnaire International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), the version used was the short form. The results showed that most of the public is estimated at an acceptable level of physical activity, 30% being classified as Very Active, 50% as assets and only 20% as irregularly active, and that the male audience was better conditioned than females. Now, when assessed by% GC most of the sample also proved to be in a good level, with 45% ideal, 45% normal and only 10% are moderately obese, and differentiating the previous evaluation showed women to be in a better status than men, when compared by% GC. However, it was concluded that most of the individuals are in a good level of physical activity (80%) and also with a good level of body fat percentage 90%, so the teachers and physical education need to be aware his role with the maintenance of an active lifestyle, as your example may contribute to the quality of life of all people with whom they work, leading them to exchange a sedentary lifestyle for the asset.

          Keywords: Physical activity. Aesthetics. Quality of life. Body image

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

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Introdução

    Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prática de atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. Atua na prevenção ou redução da hipertensão arterial, previne o ganho de peso (diminuindo o risco de obesidade), auxilia na prevenção ou redução da osteoporose, promove bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão. Especialmente em crianças e jovens, a atividade física interage positivamente com as estratégias para adoção de uma dieta saudável, desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a violência e promove a integração social 1.


    A atividade física é considerada, dentre outros fatores, um importante elemento na promoção da saúde e qualidade de vida da população. Nas palavras de Young et al (2005), vários estudos demonstram que o sedentarismo ou a falta de atividade física, juntamente com o fumo e a dieta inadequada, são fatores de risco associados ao estilo de vida, o que pressupõe aumento substancial no risco de desenvolver/agravar várias doenças, principalmente as de natureza crônico-degenerativa, como cardiopatias, câncer, hipertensão, diabetes melito e obesidade.

    É importante destacar que é competência do profissional de Educação Física transmitir para o seu aluno a consciência e importância de uma vida ativa. Por outro lado, quando o próprio profissional de Educação Física não vê o seu corpo como uma forma de existencialidade, a mudança de comportamento proposta em sua profissão se torna impossível.

    Para tanto, os profissionais de Educação Física e todos os demais profissionais que atuam na área da saúde devem tornar exemplos positivos para os alunos, clientes, pacientes, enfim, para toda a comunidade na qual estão inseridos.

    O impacto positivo da atividade física na saúde é assunto sem controvérsia. Por outro lado, Neto (2004) destaca que o sedentarismo já é considerado a doença do milênio. Na verdade trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades ocupacionais que demandam gasto energético por facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço reduzindo, assim, o consumo energético de seu corpo.

    Vale destacar que, entre os sedentários, é possível encontrar até mesmo professores de Educação Física, que, uma vez considerados Educadores Físicos, não poderiam estar se deixando levar por este mal, a doença do século, que vem aumentando a cada dia, o sedentarismo.

    A atividade física tem sido caracterizada como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, que resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso (Caspersen et al 1985). Desta maneira, este comportamento inclui todas as atividades realizadas diariamente, quer seja no trabalho, no lazer e nas demais atividades como: alimentar-se, vestir-se, etc. Portanto, baseando-se nessas informações, parece razoável admitir que para estes objetivos o professor de Educação Física, é um educador privilegiado, talvez o mais capacitado para compor soluções intra e extra muros escolares, rumo a conscientização da importância de um estilo vida ativo, tendo como base e estímulo para esses indivíduos sedentários a sua própria imagem, em busca da melhoria da qualidade de vida.

    Diante desses fatos, é importante ressaltar a responsabilidade do professor de Educação Física em possuir uma percepção positiva ou adequada da sua imagem corporal, uma vez que eles atuariam lidando com essa problemática com seus próprios alunos e/ou clientes, no sentido de conscientizá-los a permutar o sedentarismo por estilo de vida ativo.

    Sendo assim, diante do que será trabalhado em tal estudo, sabe-se que é um grande desafio para os pesquisadores obter um instrumento confiável e válido para a avaliação da atividade física Nahas (1996), Caspersen e Mathew (1997) e Barros e Nahas (2000), destacam que ainda não existe uma medida suficientemente válida e fidedigna da atividade física, devido a complexidade em validar um instrumento com esta finalidade, além do que não existe um “padrão ouro” para ser adotado como critério de referência, e afirma também Pitanga e Lessa (2005) que, no Brasil, poucos estudos têm investigado o nível de atividade física de populações nos últimos anos. Porém, na maioria destes trabalhos, utilizaram questionários de atividade física habitual sem evidências de validade e reprodutibilidade.

    Por outro lado, em alguns estudos, como os de Pardini et al (2001) e Matsudo et al (2001), foram usados como critério de validação instrumentos que levam em consideração o volume de atividade física (sensores de movimento) e a estimativa de gasto calórico (questionário), com o objetivo de validar o questionário internacional de atividade física (IPAQ). Foram obtidos coeficientes de correlação significativos, porém, devido às suas magnitudes, explicam pouco o nível de atividade física estimado através do IPAQ, associado ao volume de atividade física e a estimativa do gasto calórico.

    Pelo exposto, destaca-se a necessidade de estar analisando o nível de atividade física e o %GC dos professores de Educação Física, considerando que os mesmos são exemplos para muitos que “acreditam” ou “não” nos benefícios de uma vida ativa. Soma-se a este fato, serem eles os defensores dos benefícios da atividade física para a saúde e qualidade de vida das pessoas.

    Portanto, em função da importância destas premissas, desenvolveu-se este estudo com o propósito de avaliar o nível de atividade física e o percentual de gordura dos professores de Educação Física da cidade de Rio Pomba – MG.

Metodologia

    Para adquirir os dados para tal estudo, foram avaliados todos os professores de Educação Física, constituindo um total de 20, sendo 11 (55%) mulheres e 9 homens (45%) atuantes nas diferentes áreas da Educação Física, na zona urbana da cidade de Rio Pomba MG.

    Para realizar a coleta dos dados, foi utilizado um adipômetro da marca Sanny para aferir as dobras cutâneas e assim estimar o percentual de gordura corporal, que para Katche e Mcardle, (1996) é a linha que delimita os níveis de gordura corporal normal e de obesidade variando para homens e mulheres, por meio de equações preditivas do percentual de gordura.

    O método de dobras cutâneas tem sido bastante utilizado no estudo da composição corporal, com objetivo de predizer a gordura corporal relativa (GCR), através de equações de regressão Machado e Barillo (2005) e também em função de sua grande aplicabilidade e baixo custo operacional (GUEDES, GUEDES, 2003).

    Sendo assim, foi estabelecido para ser utilizado no presente estudo, o protocolo de Faulkner, que apesar de ser um protocolo específico para nadadores, foi o escolhido devido ao fácil manuseio de suas dobras com relação aos avaliados, e também pelo fato de não haver nenhum estudo que comprove a validade de certo protocolo, e sim estudos relatando que todos os protocolos apresentam certa margem de erro quanto à sua eficácia. Assim, ele constitui, na coleta da dobra cutânea do tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdominal (De Rose, 1973) no lado direito do corpo e avaliado pela tabela estimada por Mcardle (1992) que inclui todos os indivíduos acima de 18 anos. As medidas foram realizadas três vezes; adotou-se como valor a média das três avaliações (ROCHA, 1997).

    Utilizou-se também o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), e foi utilizado para determinar o nível de atividade física a versão oito do (IPAQ), a versão curta, recentemente já validado em uma amostra da população brasileira (MATSUDO et al, 2001). A versão usada foi a forma curta, em abordagem de entrevista, tendo como referência a última semana, contendo perguntas em relação à freqüência e duração da realização de atividades físicas moderadas, vigorosas e de caminhada, e também incluindo aquelas realizadas no ambiente de trabalho, locomoção, lazer, esportes orientados ou não por professores de Educação Física, pela maior facilidade de aplicação em grandes grupos, para aferir o nível de Atividade física (NAF) dos indivíduos avaliados.

    Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso realizado entre o CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002, considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias:

  1. Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

    1. Vigorosa: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão e/ou;

    2. Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão + Moderada e/ou Caminhada: ³ 5 dias/sem e 30 minutos por sessão.

  2. Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

    1. Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão; e/ou;

    2. Moderada ou Caminhada: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão; e/ou;

    3. Qualquer atividade somada: 5 dias/sem e 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).

  3. Irregularmente ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação.

    • Irregularmente ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade:

      1. Freqüência: 5 dias /semana ou;

      2. Duração: 150 min / semana.

    • Irregularmente ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à freqüência nem quanto à duração.

  4. Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

Resultados e discussão

    Após a análise do NAF, observou-se que 30% foram classificados com Muito Ativos, 50% como Ativos e 20% como Irregularmente Ativos, segundo a recomendação avaliativa que foi adotada, o IPAQ. A figura 1 ilustra os resultados.

    Assim, os achados em tal estudo, mostrado na figura 1, podem se relacionar com os achados de Legnani e Legnani (2005), onde relatam em um estudo envolvendo professores mestrando em educação física da Universidade Federal de Santa Catarina, que a maior parte do grupo analisado (84,6%) pode ser considerado ativo. Porém, em seu estudo, quando são analisadas as atividades físicas vigorosas, perceberam que a percentagem de participantes que atingem os critérios mínimos estabelecidos para a saúde está dentro do esperado (15,3%).

Figura 1. Nível de Atividade Física de toda amostra

    A figura 2 apresenta o nível de Atividade Física relacionado ao gênero masculino e feminino, em que ficou constatado uma maior prevalência do gênero masculino, quando comparado pelo nível Ativo e Muito Ativo, o que relaciona com os resultados encontrados por Cerin et al (2005) a que verificou menor nível atividade física entre o gênero feminino quando comparado com o gênero masculino, relacionando também com os resultados encontrados por Silva et al (2007), que destaca em seu estudo que “Homens possuem maior nível de atividade física que as mulheres”, reforçando o que foi encontrado nesse estudo e também no estudo elaborado por Madureira et al (2003). Este destacou que, com relação aos níveis de atividade física habitual, 73,3% nos homens e 40,0% das mulheres foram classificados na categoria ativo e muito ativo, ou seja, reforçando ainda mais a questão do Gênero masculino prevalecer mais ativo quando comparado com o feminino, como mostra a figura 2.

Figura 2. Nível de Atividade Física com relação ao gênero masculino e feminino

    O numero de indivíduos considerados irregularmente ativo no presente estudo foi de apenas 20% para toda amostra, sendo destes 27,30% do gênero feminino e 11% do gênero masculino. Vale destacar que nenhum dos avaliados foram classificados como sedentários ao utilizar o IPAQ, ressaltando que o questionário IPAQ considera sedentário somente aquele individuo que não realizou nenhum tipo de atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana, ou seja, no próprio momento de trabalho dos professores, esta meta já seria superada, como relata Gomes et al (2001), o próprio local de trabalho das pessoas pode exigir um gasto calórico considerável em atividades de deslocamento, locomoção e expressão corporal, bem como em atividades mentais, fala e comunicação. Estima-se que 15% a 40% do gasto energético total e mais de 50% da variação de gasto energético entre populações associam-se à atividade física, atingindo, assim, a casa do indivíduo irregularmente ativo, indivíduo que não cumpre a freqüência dentro das recomendações de (um mínimo de 5 dias por semana) e/ou duração (pelo menos150 minutos por semana).

    Dessa forma, considerando que a treinabilidade das capacidades físicas são semelhantes em homens e mulheres Fox, Bowers e Foss (1998) e que indivíduos com um nível de atividade física elevada apresentam um perfil neuromotor e capacidade funcional também elevada Matsudo et al (2003), não encontramos diferenças significativas no Nível de Atividade Física entre homens e mulheres.

    Tendo em vista estas considerações, aprofundamos nossos estudos investigando o percentual de gordura corporal (%GC) de cada avaliado, o que nos mostra a figura 3, caracterizando o resultado de toda amostra.

Figura 3. Nível do % de Gordura de toda amostra

    Após a analise dos dados, observou-se que a relação entre o NAF e o %GC é uma relação positiva, considerando que a maior parte dos indivíduos se encontrava com um nível normal ou/e ideal de percentual de gordura, o que difere dos dados encontrados por Vieira et al (1997), que constatou em seus dados que 58% do público avaliado se encontrava em um nível elevado de %GC.

    Assim, relacionando o que foi encontrado através do questionário IPAQ e o encontrado pela avaliação do %GC, constatamos uma concordância entre os dados, sendo o mesmo encontrado por Gatz (2005), uma significativa relação entre o NAF e o %GC, obtendo também em sua amostra um aproximado número de avaliados, 23 o total, onde os mais ativos apresentam menor %GC.

    Através desses dados, relatados pelo presente estudo, mostramos a relação entre os indivíduos ativos e muito ativos, que apresentam também um bom nível de %GC. É possível inferir que quanto mais ativos se encontram os indivíduos, menor será o %GC.

Figura 4. Nível do % de gordura com relação ao gênero masculino e feminino

    Analisando a figura 4, verificamos que a mulher apresenta um melhor estado de %GC que o encontrado nos homens, um maior número de avaliados com o %GC ideal e normal, e uma pequena prevalência no %GC quando comparado com os homens, e que entraria em contradição com os resultados encontrados na avaliação do NAF, onde os homens se apresentaram mais ativos que as mulheres, deixando bem claro assim, que o NAF que os mesmos se encontravam não seria significativo ao ponto de reduzirem o %GC, e as mulheres, apesar de estarem com um NAF abaixo dos encontrados pelos homens, se mostraram com um %GC melhor.

    Assim, contradizendo o encontrado no presente estudo, Oliveira Filho e Shiromoto (2001) citam em seu estudo que as mulheres também apresentam %GC estatisticamente superior aos homens, sendo tal diferença explicada em função da gordura sexo-específico.

Figura 5. Nível do % de gordura relacionado à faixa etária

    Analisando o %GC nas diferentes faixa etárias, constatamos que, os indivíduos que se encontram na faixa etária entre 29 e 34 anos apresentam um melhor índice de %GC, registrando 100% dos indivíduos avaliados com o nível Ideal.

    Já os indivíduos com idade entre 20 e 28 anos apresentaram também uma maior prevalência do %GC ideal (53,90%), porém, na segunda maior parte deles, observou – se indivíduos com %GC normal (38,40%) e uma pequena amostragem de indivíduos moderadamente obeso (7,70%).

    Sendo assim, a faixa etária que apresentou um maior risco, ou seja, indivíduos com maior índice de gordura corporal, classificados como moderadamente obeso, foram os que estão entre 35 e 45 anos, como mostra o figura 5.

    Esta pequena prevalência do %GC em moderadamente obeso nestes indivíduos, justifica-se nos estudos de Pochman et al (1995), Matsudo et al (2003) e também por Hall et al (2003), eles relatam que em ambos os sexos, o aumento da massa gorda corporal e conseqüentemente a inatividade estão associadas à idade e ao aumento da circunferência da cintura, ainda maior nas mulheres do que nos homens.

    Weineck (2000) relata que com a idade também o metabolismo basal diminui gradualmente, um período próprio para acumular tecido adiposo, principalmente na zona abdominal, resultando no ganho do peso corporal.

    E assim, a substituição da massa isenta de gordura pela massa gorda com o avançar da idade tende a ter uma proporção de gordura total maior do que nos indivíduos jovens, como também, um incremento da massa gorda subcutânea, especialmente no abdômen (Bembem et al, 1995; Elia, 2001; Kyle et al., 2001).

Conclusão

    Diante do exposto no presente estudo, ao que se refere ao nível de atividade física dos professores de Educação física de Rio Pomba – MG, podemos concluir que a maior parte dos avaliados se encontra em um bom nível de atividade física, estando apenas uma pequena amostra com o nível abaixo do esperado. Os professores mostram estar em um melhor nível quando comparados com as professoras. Entretanto, este resultado inverte, quando se compara o %GC, neste caso o público feminino se mostra com um melhor %GC do que o público masculino.

    Retratando a definição de ser professor, especifíca-se que é um individuo que influencia os outros. Por outro lado, é de grande evidência a relação existente entre a imagem corporal do profissional de Educação Física e o estereótipo ideal de aparência física. Neste contexto os profissionais de Educação Física precisam estar conscientes de seu papel frente à manutenção de um estilo de vida ativo, pois o seu exemplo pode contribuir para a qualidade de vida de todas as pessoas com quem trabalha, levando-os a permutar um estilo de vida sedentário pelo ativo.

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