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Fenômeno bullying na Educação Física

Escolar: um estudo de caso no Distrito Federal

El fenómeno del bullying en la Educación Física Escolar: un estudio de caso en el Distrito Federal

 

Licenciado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília – UCB

Licenciado em Letras-Português pela Universidade de Brasília – UnB

Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Gama Filho

Marcos Paulo de Oliveira Santos

marcospauloeducador@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O fenômeno bullying caracteriza-se pela violência física, moral ou psicológica praticada por uma ou mais pessoas por causas multivariadas. A Educação Física, enquanto disciplina que tem por objeto o corpo, pode reforçar o bullying criando estereótipos, ou pode também, ser uma importante ferramenta no combate a esse mal que cresce assustadoramente na sociedade contemporânea e apresenta consequências funestas. O objetivo desse estudo foi verificar a existência do fenômeno bullying na Educação Física Escolar de uma escola pública do Distrito Federal e analisar também a complexa relação entre agressor, vítima e observador nessa disciplina. Deste modo, foi realizada uma pesquisa em uma escola da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, no dia 09 de outubro de 2007, no período matutino, com uma amostra de 125 estudantes da 6ª série do Ensino Fundamental, na faixa etária de 11-14 anos. Para tanto, utilizou-se como instrumento para a coleta dos dados um questionário adaptado, com 21 questões fechadas, que abrangiam a tríade agressor-vítima-observador. Para análise dos dados, de natureza descritiva, foi utilizada a ferramenta Microsoft Excel 2002. Os resultados demonstraram a existência de um elevado índice do fenômeno bullying na Educação Física Escolar naquela instituição; constatou-se ainda que muitos educadores ignoram a existência do fenômeno; que os agressores se deleitam em praticar o bullying; que as vítimas permanecem tácitas (lei do silêncio); que os observadores também endossam a cultura escolar do medo; e que medidas emergenciais são necessárias para a reversão desse quadro.

          Unitermos: Educação Física. Bullying. Vítima. Agressor

 

Resumen

          El fenómeno bullying se caracteriza por la violencia física, moral o psicológica practicada por una o más persona por múltiples causas. La Educación Física, en tanto una disciplina que tiene por objeto al cuerpo, puede reforzar la intimidación mediante la creación de estereotipos, o también puede ser una herramienta importante en la lucha contra este mal que está creciendo dramáticamente en la sociedad contemporánea y que tiene graves consecuencias. El objetivo de este estudio fue verificar la existencia del fenómeno bullying en la Educación Física en las escuelas públicas del Distrito Federal y analizar la compleja relación entre agresor, víctima y observador en esta disciplina. Así, se realizó una encuesta en una escuela en la Escuela Pública del Distrito Federal, el 09 de octubre de 2007, por la mañana, con una muestra de 125 estudiantes de la Enseñanza Básica, con edades entre 11 y 14 años. Se utilizó como instrumento para la recolección de datos un cuestionario adaptado, con 21 preguntas cerradas, que abarcan la tríada agresor-víctima-observador. Para el análisis de datos, descriptivo, se utilizó el cálculo de Microsoft Excel 2002. Los resultados demostraron la existencia de una alta tasa de bullying en la Educación Física en esa institución, también se constató que muchos profesores ignoran la existencia del fenómeno, que los agresores disfrutan al practicar el bullying; que las víctimas no hablan de esto (La ley del silencio), que los observadores también aprecian la cultura de la escuela del miedo, y que las medidas de emergencia son necesarias para revertir esta situación.

          Unitermos: Educación Física. Bullying. Víctima. Agresor

 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

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Introdução

    A sociedade tem, de forma geral, uma visão idílica da escola, não obstante as influências exógenas que a permeiam e que, um sem-número de vezes, são negativas. Tal visão, portanto, é equivocada na medida em que esses problemas adentram os muros da escola e descaracterizam o que deveria ser o lócus da sabedoria, como é o caso da violência.

    A violência, problemática grave da sociedade contemporânea, é mais evidente na fase juvenil (American Academy of Pediatrics; American Medical Association citado por LOPES, 2005, pg. S164) e a escola, nesse contexto, é extremamente propícia à influência, tendo em vista que carrega, em seu bojo, atores sociais, jovens, com suas respectivas idiossincrasias, as quais encontram-se em constante tensão.

    A escola, depois do núcleo familiar, é o primeiro contato do jovem com a sociedade. E, também, representa um local que recebe constantemente influências negativas, como a violência, já mencionada anteriormente. Mas não se trata somente de violências físicas, que têm gerado investimentos elevados em segurança com câmeras, seguranças particulares, detectores de metais, muros, grades mais arrojadas, entre outros. Há uma outra forma de violência que não se conseguiu controlar; um tipo de violência implícita e, conseqüentemente, mais danosa denominada pelos educadores e pesquisadores como bullying.

    O fenômeno bullying, termo de gênese inglesa, é definido como uma reação cruel intrínseca nas relações interpessoais, em que há a sobrepujança do mais forte sobre o mais fraco e que muitas vezes constituem objetos de diversão e prazer, denominados erroneamente de “brincadeiras”, mas que em realidade denotam o propósito de maltratar e intimidar (FANTE, 2005, pg. 29).

    A despeito da terminologia nova, o fenômeno é antigo e ao fazermos um escorço histórico, constatamos que os primeiros estudos sistematizados tiveram início nos anos de 1970 na Suécia. Posteriormente, na Noruega, aprofundaram-se os estudos, no final de 1982, em função de os educadores procurarem compreender a causa do suicídio de três crianças.

    O precursor dos estudos sobre o fenômeno bullying foi Dan Olweus, que elaborou meios para detectar a problemática de forma eficaz e não dar margens a interpretações outras, em que se consideraria tal ação de maneira minimizada como brincadeiras e gozações e, portanto, inerentes e naturais ao desenvolvimento juvenil.

    Com o aumento estatístico de casos, houve a necessidade de variados estudos ocorrerem em diversas partes do mundo. E, constatou-se, a existência de protagonistas do fenômeno com papéis bem definidos: a vítima, o agressor e o espectador.

    O agressor compraz-se em oprimir, humilhar, subjugar os mais fracos. Geralmente, pertence a uma família desestruturada, apresenta carência afetiva, tem dificuldades de se adaptar às normas, entre outros. Ele também é impulsivo, vangloria-se diante da sua “superioridade” física e adota constantemente condutas anti-sociais (Idem, 2005, pg. 73).

    O papel de vítima é divido em três, a saber (Ibidem, 2005, pg. 71-72):

  • a vítima típica: é a pessoa que sofre constantemente agressões físicas e/ou morais;

  • a vítima provocadora: é a pessoa que atrai ou provoca as reações agressivas para si, mas não consegue resolver a situação. Geralmente é uma pessoa de costumes irritantes e que fomenta a celeuma no ambiente em que se encontra;

  • a vítima agressora: é a pessoa que reproduz as agressões físicas e/ou morais sofridas. Obviamente que em indivíduos mais frágeis.

    Por fim, há também o espectador, que apenas assiste a tudo de maneira tácita (lei do silêncio) e não defende a vítima por medo de uma represália, nem se junta ao agressor por não coadunar com seu comportamento.

    Todos os protagonistas do fenômeno bullying, em maior ou menor grau, apresentam problemas para o resto da vida. A indiferença ou o desconhecimento por parte dos educadores e pais são responsáveis pela deserção escolar (SEGREDO et al., 2006, pg. 145). Problemas psicofísicos inúmeros que podem levar aos casos extremos de suicídio e/ou assassinatos também existem nos casos em que estão os envolvidos do fenômeno bullying.

    A Educação Física, disciplina curricular relevante e necessária ao desenvolvimento juvenil, propicia aos discentes uma maior exposição nas aulas práticas das suas potencialidades e limitações. Essas últimas, na maior parte das vezes, são fatores que ensejam o surgimento do fenômeno bullying com conseqüências imprevisíveis.

    A Educação Física tem por escopo a construção de indivíduos críticos e por meio de jogos os discentes desenvolvem o respeito mútuo e incentivam a participação de forma leal, fraterna e não violenta das atividades. Tal prática permite a adoção, outrossim, de posturas éticas diante do esporte, compreendem com profundidade o princípio da alteridade (BRASIL, 1997, pg. 30).

    Diante desse panorama, o objetivo desse estudo foi averiguar a prevalência de fenômeno bullying nas aulas de Educação Física Escolar em uma escola pública do Distrito Federal e analisar a complexa relação entre agressor, vítima e observador daquele contexto.

Metodologia

    A amostra desse estudo foi composta por 125 estudantes, sendo 59 do sexo masculino e 66 do sexo feminino, na faixa etária de 11 a 14 anos, de uma escola pública de Taguatinga de Sul, Distrito Federal.

    O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário adaptado (Anexo II) do “Questionário sobre bullying – Modelo TMR”, de Ortega et. al. (1999), construído a partir do questionário de Dan Olweus (1989), cedido ao pesquisador pela professora Cleo Fante.1

    O questionário é composto de 21 questões fechadas, que abrangem os seguintes aspectos: sexo; e a divisão em 3 eixos principais: “Sobre ser maltratado por outro aluno, nas aulas de Educação Física”, assim foi analisado o perfil da vítima; “Sobre os maus tratos vistos nas aulas de Educação Física”, preocupou-se em ter uma ótica do observador e, por fim, “Sobre maltratar os outros colegas nas aulas de Educação Física”, e deste modo ter uma visão do agressor.

    Foi apresentado um termo de consentimento ao coordenador pedagógico e ao diretor da escola para iniciar a coleta dos dados. A coleta dos dados foi realizada no dia 09 de outubro de 2007, no período matutino, com os estudantes da 6ª série do ensino fundamental já mencionados anteriormente da referida instituição.

    Foi realizada a análise estatística de natureza descritiva e o programa utilizado para análise foi o Microsoft Excel 2002.

Resultados e discussões

    Selecionamos os tópicos mais relevantes dos três eixos analisados, quais sejam: “Sobre ser maltratado por outro aluno nas aulas de Educação Física”; “Sobre os maus tratos que você viu nas aulas de Educação Física” e “Sobre maltratar outros colegas nas aulas de Educação Física”.

1.     Sobre ser maltratado por outro aluno nas aulas de Educação Física

    No que tange à freqüência com que ocorreram os maus tratos, 56% dos discentes entrevistados afirmaram não sofrerem qualquer tipo de vitimização desde o ano passado. Os 46% restantes constituem um resultado elevadíssimo, já que a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência – ABRAPIA (2007) – apresenta um patamar de no máximo 5% de vitimização.

Figura 1. Com que freqüência você tem sido maltratado?

    Outro item sui generis desse eixo 1, diz respeito à forma como ocorreram os maus tratos. Ressaltamos que em algumas questões os entrevistados podiam marcar mais de uma resposta.

Figura 2. De que maneira você tem sido maltratado desde o ano passado?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Deram-me socos, pontapés e fui empurrado;

Item C: Fui ameaçado;

Item D: Tiraram-me dinheiro ou outras coisas, ou estragaram minhas coisas;

Item E: Xingaram-me e insultaram-me por causa da minha cor ou raça;

Item F: Xingaram-me, insultaram-me ou riram de mim enquanto eu jogava ou quando queria jogar;

Item G: Esconderam minhas coisas de propósito, não me deixaram fazer parte do seu grupo de amigos ou me ignoraram completamente;

Item H: Contaram mentiras ou espalharam boatos a meu respeito, e/ou tentaram fazer com que os outros não gostassem de mim;

Item I: Não me deixaram fazer parte do time;

Item J: Outras formas.

     A ameaça (11,2%), os danos materiais (7,30%) e a exclusão nos esportes coletivos (7,2%) foram os itens de maior prevalência. A exclusão nos esportes coletivos é de causa multifatorial: o discente pode não ter a habilidade que o grupo determinou para lograrem êxito em uma partida; um grupo pode não ter afinidade com um discente; o próprio professor pode criar mecanismos de exclusão fomentando, apenas, jogos competitivos.

    Com o intuito de se averiguar os possíveis traumas psíquicos e físicos oriundos da vitimização, perguntou-lhes o que sentiram ao serem maltratados.

Figura 3. Como você se sentiu quando outros colegas o maltrataram desde o ano passado?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Eu me senti mal;

Item C: Eu me senti triste;

Item D: Eu me senti indefeso, ninguém podia me ajudar;

Item E: Eu não senti nada;

Item F: Eu fiquei preocupado com o que os outros podiam pensar de mim.

    O item se “sentir mal” foi o de maior freqüência (20,8%) de aspecto negativo levantado, porém outro sentimento deletério como a tristeza (12,8%) e a não-reação (10,4%), também representaram uma incidência elevada. Os sentimentos de tristeza e sentir-se mal podem levar o indivíduo à evasão escolar, às síndromes diversas, a idéias suicidas ou de vingança. E os fatores mais citados em estudos da literatura são: Enurese noturna, alterações do sono, cefaléia, dor epigástrica, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias, hiperventilação, queixas visuais, síndrome do intestino irritável, anorexia, bulimia, isolamento, tentativas de suicídio, irritabilidade, agressividade, ansiedade, perda de memória, histeria, depressão, pânico, relatos de medo, resistência em ir à escola, demonstrações de tristeza, insegurança por estar na escola, mau rendimento escolar, atos deliberados de auto-agressão (LOPES NETO, 2005, pg. S-169).

    Em um outro dado desse eixo buscou-se analisar a reação do discente que foi maltratado.

Figura 4. O que você fez quando foi maltratado desde o ano passado?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Eu chorei;

Item C: Não dei atenção, ignorei-os;

Item D: Pedi que parassem;

Item E: Pedi ajuda a um adulto (professor, coordenador, etc);

Item F: Eu me defendi;

Item G: Outros.

    Muitos ignoraram (25,6%) os agressores. Outros, porém, defenderam-se (12%). Muitas vezes, a autodefesa constitui um problema de elevadas proporções, porque não é possível prever a forma como a vítima irá se defender num momento desesperador. A literatura e os meios de comunicação de massa estão repletos de casos graves em que houve vítimas fatais, a título de exemplificação citemos o caso de Taiúva em São Paulo, quando Edimar, um jovem humilde e tímido sofrera bullying por onze anos. Seus colegas o importunavam por causa da sua obesidade. Ele recebeu diversos apelidos de mau gosto e tentou, sem sucesso obviamente, emagrecer. Ingeriu vinagre de maçã e por conta disso recebeu o apelido desprezível de “Vinagrão”. No fatídico dia de 27 de janeiro de 2003, ele adentrou sua ex-escola e feriu seis alunos, uma professora e um zelador e feriu-se. Encerrou uma trajetória de sofrimentos de modo dantesco (FANTE, 2005, pg.40).

    Muitos jovens se silenciam diante da violência sofrida por medo de represália, deste modo perguntamos na entrevista:

Figura 5. Você contou a alguém que foi maltratado desde o ano passado?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Não falei com ninguém, embora tivesse sido maltratado;

Item C: Falei com o diretor, coordenador ou outro funcionário;

Item D: Falei com meus pais/responsáveis;

Item E: Falei com meus irmãos ou irmãs;

Item F: Falei com meus amigos;

Item G: Outros.

    É interessante notar que o item B se mantém elevado (16,8%) mantém a “lei do silêncio” já mencionada por FANTE (2005) e pela ABRAPIA (2007) em diversos estudos. Muitos jovens por inúmeros motivos silenciam, não delatam seus algozes e quando se descobre o problema já pode estar em um estágio bastante complexo.

    Outro dado também interessante diz respeito aos pais ou responsáveis, item D (10,4%), o que demonstra que a busca pelo auxílio familiar também é representativo para aqueles que são vítimas. Torna-se importante, então, que os pais ou responsáveis estejam atentos para o cotidiano dos filhos em suas múltiplas nuances. Por fim, o item F (12%) representa os amigos o que é natural por terem uma afinidade devido aos mesmos gostos, idade, maior liberdade de expressarem o que em outros contextos nem sempre são exeqüíveis.

    Diante de um possível fenômeno bullying perguntou-lhes se os docentes tentaram impedir os maltratos sofridos.

Figura 6. Algum dos seus professores, tentou impedir que maltratassem você desde o ano passado?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Não, porque eles não sabiam que eu estava sendo maltratado;

Item C: Não, eles não tentaram nada;

Item D: Sim, eles tentaram, mas os maus-tratos pioraram;

Item E: Sim, eles tentaram, e os maus-tratos diminuíram;

Item F: Sim, eles tentaram, e os maus-tratos terminaram.

    O item C demonstra que 12% dos jovens que procuraram auxílio dos docentes não lograram êxito, porque eles não tiveram nenhuma atitude para minimizar ou acabar com o problema. Trata-se de um dado alarmante, porque a indiferença e o pensamento de que são comportamentos próprios da idade escolar reforçam as atitudes agressivas. Os discentes também se sentem impotentes, porque seus mestres não podem ou não querem ajudá-los.

    Outro dado interessante centra-se no item E, o qual indica que 8% dos docentes, somente, tentaram uma intervenção e os maus tratos diminuíram. Nesse ambiente escolar caótico e de efeitos violentos, temos um docente que vive uma crise de autoridade (AQUINO, 1998, pg.16).

    Não se pode encarar o fenômeno bullying com indiferença. Um estudo realizado por COLOVINI e COSTA (s/d, pg. 6) demonstrou que a falta de informação por parte dos professores ainda é muito elevada; a temática é pouco abordada no Brasil e os estudos, em sua maioria, analisam realidades externas ao país, o que constitui mais um empecilho aos educadores.

    Particularmente à Educação Física, sugerimos pensar e repensar os jogos cooperativos como ferramenta fulcral no combate ao bullying. Já que eles ensejam ações conjuntas entre os participantes para atingirem um objetivo comum; compartilharem-se sucessos; frustrações; desafios e que esse conjunto de eventos e sentimentos constrói uma consciência de coletividade. Então, eles ajudam a “quebrar” o individualismo, o medo e o fracasso individual (FILHO & SCHWARTZ, 2006). Em estudo realizado por esses autores menciona-se o empobrecimento da formação profissional, mormente no que tange aos jogos cooperativos. Faz-se necessário, portanto, uma revisão curricular dos cursos de Educação Física para que os futuros profissionais, ao saírem das universidades, tenham melhor embasamento teórico-metodológico.

2.     Sobre os maus tratos que você viu nas aulas de Educação Física

    Em análise ao segundo eixo do questionário aplicado, selecionamos as seguintes questões com as suas respectivas incidências.

Figura 7. Como você se sente quando vê algum dos seus colegas maltratar os outros?

Item A: Não fui maltratado desde o ano passado;

Item B: Sinto-me mal;

Item C: Tenho medo que isso possa ocorrer comigo;

Item D: Sinto-me triste;

Item E: Sinto pena da vítima;

Item F: Sinto pena do agressor;

Item G: Finjo que não vi nada;

Item H: Não sinto nada;

Item I: Sinto-me bem.

    O receio de que os eventos agressivos aconteçam com os observadores faz com que eles tomem por postura a “lei do silêncio”, item C (25,6%), concomitante à comiseração com relação às vítimas, item E (19,7%). Mas essas condutas em nada ajudam no combate ao bullying, ao contrário, fazem com que essa agressividade se perpetue.

Figura 8. Por que você acha que alguns colegas maltratam outros?

Item A: Não sei;

Item B: Porque são mais fortes;

Item C: Porque as vítimas merecem castigo;

Item D: Por brincadeira;

Item E: Porque eles são provocados;

Item F: Porque a vítima é diferente dos outros;

Item G: Outras razões.

    A concepção de que tudo não passa de “brincadeira” ainda vigora no meio estudantil, já que 20,8% dos entrevistados fomentam esse pensamento. E, também, a predominância do “forte” sobre o “fraco” (19,2%) faz com que os jovens cedam lugar àqueles que estão acostumados a tudo conquistarem pela força. E isso é perfeitamente visível em práticas esportivas nas escolas.

3.     Sobre maltratar outros colegas nas aulas de Educação Física

    Nesse último eixo, selecionamos duas questões:

Figura 9. Quantas vezes você ajudou a maltratar outros colegas desde o ano passado?

Item A: Eu não ajudei a maltratar outros colegas;

Item B: Só 1 ou 2 vezes desde o ano passado;

Item C: 3 – 6 vezes desde o ano passado;

Item D: Uma vez por semana;

Item E: Várias vezes por semana.

    Dos discentes entrevistados, 12% afirmaram ter ajudado o agressor uma ou duas vezes e 7,2% dos jovens disseram que o fazem várias vezes por semana. Há inúmeras inferências possíveis: o medo do observador em ser vítima o faz também ser agressor para conquistar a sua amizade; ser coagido pelo agressor para ter atitudes agressivas; ser um reflexo das agressões sofridas no lar. Embora não haja consenso entre os especialistas (VIVIANE & SCHWARTZ, 2005) a agressividade pode atuar subliminarmente, tendo por gênese os jogos eletrônicos violentos, os filmes e programas, saturando o indivíduo de brutalidade e influenciando-o a ter atitudes violentas; ele pode ter ajudado por se comprazer em fazer o mal.

    Para analisar o sentimento do agressor, perguntou-lhes:

Figura 10. O que você sentiu quando maltratou outros colegas na escola desde o ano passado?

Item A: Não maltratei os meus colegas desde o ano passado;

Item B: Eu me senti bem;

Item C: Foi engraçado;

Item D: Senti que eles mereciam o castigo;

Item E: Não senti nada;

Item F: Estava preocupado em que algum professor ou funcionário descobrisse, ou meus pais;

Item G: Tinha certeza de que eles fariam o mesmo comigo;

Item H: Eu me senti mal;

Item I: Eu senti pena da pessoa.

    A figura 10 demonstra que 8% dos entrevistados acharam “engraçado” o(a) amigo(a) ser vitimizado(a). Essa agressividade pode ser estudada desde a mais tenra idade. Isso demonstra que o jovem já carrega consigo um prazer intrínseco em constatar a infelicidade alheia. Esse comportamento foi denominado por Alfred Adler como “negligência criminosa”, trata-se de uma “forma de sentimentos hostis que ficam perfeitamente disfarçados” (ADLER, 1957, pg. 222) e que se manifestam de maneira sub-reptícia.

    Já 7,2% da amostra entrevistada, sentiu que as vítimas mereciam o castigo, o que também abre um leque de possibilidades: a vítima pode ser provocadora de uma reação violenta; pode ser malquista por todos por inúmeros fatores como religiosos, étnicos, financeiros, etc. Por fim, poucos se sensibilizaram com as vítimas, apenas 5,6%. O que nos força a refletir no tipo de sociedade em que vivemos, insensível, materialista, hedonista, enfim.

    Os resultados dão indícios importantes da fenomenologia bullying, porém, outras variáveis necessitam ser estudadas profundamente tais como questões sócio-econômicas, relações familiares e uma amostragem maior.

Conclusão

    Pelos resultados encontrados nesse estudo conclui-se que o fenômeno bullying constitui um problema grave na instituição pesquisada e um desafio para a comunidade escolar.

    Os resultados encontrados no eixo 1, “Sobre ser maltratado por outro aluno nas aulas de Educação Física”, apontaram um elevado índice do fenômeno bullying na escola estuda; apresentaram ainda que a ameaça, os danos materiais e a exclusão dos jogos coletivos são os maus tratos de maior prevalência nas vítimas; demonstraram também que o sentimento de tristeza no ambiente escolar e, consequentemente, a frustração (sentir-se mal) em ir à escola são dados consideráveis; apontaram, outrossim, que os estudantes da amostra não dão atenção às agressões sofridas e que os professores estão despreparados para lidar com a situação, uma vez que somente 8% tentaram algo e lograram êxito (crise de autoridade).

    O eixo 2, “Sobre os maus tratos que você viu nas aulas de Educação Física”, demonstrou que é elevado o número de estudantes que sentem medo da violência, sentem pena da vítima e, também, são dominados pelo sentimento de “tristeza”. É constatado também que eles mantêm a lei do silêncio, porém esse comportamento tácito perpetua o bullying.

    O eixo 3, “Sobre maltratar outros colegas nas aulas de Educação Física”, apresentou como resultado que o agressor sente-se bem em praticar o bullying. Ele encara o fenômeno como uma “brincadeira”, maltrata a vítima várias vezes na semana e acha tudo “engraçado”. Essa cultura da violência precisa ser modificada.

    A criação de políticas anti-bullying por parte da direção da escola estudada é crucial e o envolvimento da comunidade escolar (família, funcionários) nesse processo de conscientização também é relevante. A perpetuação do bullying se deve à ignorância em relação ao assunto e a existência do problema.

    Tendo em vista as limitações do presente estudo, incitamos aos pesquisadores, em particular aos educadores físicos, a estudarem com afinco o fenômeno bullying para que meios eficazes de combatê-lo se concretizem e as aulas possam de fato serem agradáveis.

Nota

  1. Graduada em História e Pedagogia. Pós-graduada em Didática do Ensino Superior. Doutoranda em Ciências da Educação, pela Universidade de Ilhas Baleares, Espanha. Pesquisadora do fenômeno bullying. Idealizou o Programa Educar para a Paz. Autora do livro “Fenômeno Bullying – como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz.”, pela Veruz Editora. Escreve diversos artigos, realiza conferências, coordena um curso de pós-graduação em fenômeno bullying.

Referências

  • ABRAPIA. Programas de Redução do Comportamento Agressivo Entre Estudantes, 2007. Disponível em: http://www.bullying.com.br/BPrograma11.htm. Acesso em: 09/11/2007.

  • ADLER, Alfred. A ciência da natureza humana. 4.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1957.

  • AQUINO, Júlio Groppa. A indisciplina e a escola atual. Revista da Faculdade de Educação.  São Paulo,  v. 24,  n. 2, 1998.

  • ______________. A violência escolar e a crise da autoridade docente. Cad. CEDES,  Campinas,  v. 19,  n. 47, 1998.

  • COLOVINI, Cristian Ericksson; COSTA, Mara Regina Nieckel da. O fenómeno bullying na percepção dos professores. Disponível em: http://www.diganaoaobullying.com.br/secao_recursos/recursos/ulbra.pdf. Acesso em 7 de novembro de 2007.

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, MEC/SEF, 1997.

  • FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. Campinas, SP: Verus Editora, 2005.

  • FELIZARDO, Mário. Quem bate para ensinar ensina a bater. Disponível em: http://www.diganaoaobullying.com.br/secao_dicas/artigos/artigo_10_nao_bata.htm. Acesso em: 07 de novembro de 2007.

  • FILHO, Sandro Carnicelli; SCHWARTZ, Gisele Maria. Jogos cooperativos e condutas violentas: visão do Professor de Educação Física. In: Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 11, Nº 96 – Mayo de 2006. http://www.efdeportes.com/efd96/violent.htm

  • LOPES NETO, Aramis A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J. Pediatr. (Rio J.),  Porto Alegre,  v. 81,  n. 5, 2005.

  • PALACIOS, Marisa; REGO, Sergio. Bullying: mais uma epidemia invisível? In: Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 30, n.1, 2006.

  • SEGREDO, Cajigas de. et. al. Agresión entre pares (bullying) en un centro educativo de Montevideo: estudio de las frecuencias de los estudiantes de mayor riesco. In: Revista Médica del Uruguay. 2006; 22: 143-151.

  • VIVIANE, Luis Henrique Sunao Namizaki; SCHWARTZ, Gisele Maria. Comportamento agressivo, violência e videogame. In: Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 10, Nº 80, Enero de 2005. http://www.efdeportes.com/efd80/video.htm

Anexo

    Caro aluno,

    Estamos realizando uma pesquisa na Universidade Católica de Brasília e gostaríamos muito que você nos ajudasse, respondendo com sinceridade as questões abaixo. Você não será identificado. Obrigado.

    Aluno do Curso de Graduação em Educação Física

Identificação

1) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2) Quantos bons amigos você tem na sua turma? (Marque apenas uma resposta)

a () Nenhum. b ( ) um bom amigo c ( ) 2 ou 3 bons amigos

d ( ) 4 ou 5 bons amigos e ( ) mais de 5 bons amigos

Sobre ser maltratado por outro aluno

3) Com que freqüência você tem sido maltratado? (Marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Só 1 ou 2 vezes

c. De 3 a 6 vezes

d. Uma vez por semana

e. Várias vezes por semana

4) De que maneira você tem sido maltratado desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não fui maltratado a desde o ano passado.

b. Deram -me socos, ponta-pés e fui empurrado.

c. Fui ameaçado.

d. Tiraram-me dinheiro ou outras coisas ou estragaram minhas coisas.

e. Xingaram-me e insultaram-me por causa da minha cor ou raça.

f. Xingaram-me, insultaram-me ou riram de mim enquanto eu jogava ou quando queria jogar.

g. Esconderam minhas coisas de propósito, não me deixaram fazer parte do seu grupo de amigos ou me ignoraram completamente.

h. Contaram mentiras ou espalharam boatos a meu respeito, e/ou tentaram fazer com que os outros não gostassem de mim.

i. Não me deixaram fazer parte do time.

j. Outras formas. Diga como:______________________________________

5) Por quanto tempo duraram os maus tratos? (Marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Duraram uma semana

c. Duraram várias semanas

d. Têm-se mantido durante todo este ano

e. Têm-se mantido há vários anos

6) Você costuma ser maltratado por um ou por vários colegas? (Marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Principalmente por 1 colega

c. Por 2 - 3 colegas

d. Por 4 - 9 colegas

e. Por mais de 9 colegas

f. Não posso dizer quantos

7) Você costuma ser maltratado por meninos ou por meninas? (Marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Só por meninos

c. Principalmente por meninos

d. Tanto por meninos como por meninas

e. Principalmente por meninas

f. Só por meninas

8) Como você se sentiu quando outros colegas o maltrataram desde o ano passado? (Marque uma ou mais resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Eu me senti mal

c. Eu me senti triste

d. Eu me senti indefeso, ninguém podia me ajudar

e. Eu não senti nada

f. Eu fiquei preocupado com o que os outros podiam pensar de mim

9) O que você fez quando foi maltratado desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Eu chorei

c. Não dei atenção, ignorei-os

d. Pedi que parassem

e. Pedi ajuda a um adulto (professor, coordenador, etc... )

f. Eu me defendi

g. Outros: Por favor diga como: __________________________________________

10) Você contou a alguém que foi maltratado desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Não falei com ninguém embora tivesse sido maltratado

c. Falei com o diretor, coordenador ou outro funcionário

d. Falei com meus pais / responsáveis

e. Falei com meus irmãos ou irmãs

f. Falei com meus amigos

g. Outros. Por favor, diga com quem: _________________________________________

11) Algum dos seus professores, tentou impedir que maltratassem você desde o ano passado? (Marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Não, porque eles não sabiam que eu estava sendo maltratado

c. Não, eles não tentaram nada

d. Sim, eles tentaram, mas os maus-tratos pioraram

e. Sim, eles tentaram, mas nada mudou

f. Sim, eles tentaram, e os maus-tratos diminuíram

g. Sim, eles tentaram, e os maus-tratos terminaram

12) Alguém da sua família falou com seus professores para que parassem de maltratar você desde o ano passado? (marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Não, porque eles não sabiam que eu estava sendo maltratado

c. Não, eles não falaram com a escola

d. Sim, eles falaram, mas os maus-tratos pioraram

e. Sim, eles falaram, mas nada mudou

f. Sim, eles falaram e os maus-tratos diminuíram

g. Sim, eles falaram e os maus-tratos terminaram

13) Algum dos seus colegas tentou impedir que o maltratassem desde o ano passado? (marque apenas uma resposta)

a. Não fui maltratado desde o ano passado

b. Não, porque eles não sabiam que eu estava sendo maltratado

c. Não, eles não tentaram nada

d. Sim, eles tentaram, mas os maus-tratos pioraram

e. Sim, eles tentaram, mas nada mudou

f. Sim, eles tentaram e os maus-tratos diminuíram

g. Sim, eles tentaram e os maus-tratos terminaram

Sobre os maus tratos que voce viu

14) Como você se sente quando vê algum dos seus colegas maltratar os outros? (marque uma ou mais respostas)

a. Nunca vi alguém maltratar outro

b. Sinto-me mal

c. Tenho medo que isso possa ocorrer comigo

d. Sinto-me triste

e. Sinto pena da vítima

f. Sinto pena do agressor

g. Finjo que não vi nada

h. Não sinto nada

i. Sinto-me bem

15) Quando você viu alguém maltratar outro colega desde o ano passado, o que você fez? (marque uma ou mais respostas)

a. Nunca vi ninguém ser maltratado na escola desde o ano passado

b. Muitas vezes fui eu que comecei a tratar mal outros colegas

c. Fui maltratado também

d. Muitas vezes ajudei a maltratar outros colegas

e. Fui obrigado a ajudar maltratar outros colegas

f. Eu não ajudei, mas gostei de ver

g. Eu tentei não tomar parte

h. Eu disse aos agressores que parassem

i. Pedi ajuda a um professor ou funcionário da escola

j. Eu socorri o/a colega que estava sendo maltratada/o

16) Por que você acha que alguns colegas maltratam outros? (marque apenas uma resposta)

a. Não sei

b. Porque são mais fortes

c. Porque as vítimas merecem castigo

d. Por brincadeira

e. Porque eles são provocados

f. Porque a vítima é diferente dos outros

g. Outras razões. Por favor, diga quais: ______________________________________

Sobre maltratar outros colegas

17) Quantas vezes você ajudou a maltratar outros colegas desde o ano passado? (marque apenas uma resposta)

a. Eu não ajudei a maltratar outros colegas

b. Só 1 ou 2 vezes desde o ano passado

c. 3 - 6 vezes desde o ano passado

d. Uma vez por semana

e. Várias vezes por semana

18) Quando maltratou outros colegas, normalmente você fez sozinho ou acompanhado de outros colegas? (marque apenas uma resposta)

a. Não maltratei os meus colegas desde o ano passado

b. Normalmente fiz sozinho

c. Normalmente fiz com 1 - 2 colegas

d. Normalmente fiz com 3 - 8 colegas

e. Normalmente fiz com mais de 8 colegas

19) Você maltratou outro colega de alguma das formas abaixo, desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não maltratei os meus colegas desde o ano passado

b. Bati, dei pontapés, empurrei

c. Ameacei

d. Tirei coisas ou estraguei coisas de outros

e. Impliquei ou zombei de outros por causa da sua raça ou cor

f. Gozei, impliquei ou xinguei outros colegas

g. Afastei, discriminei alguns colegas separando-os de meu grupo não lhes dando atenção

h. Espalhei boatos/mentiras sobre alguns colegas para que outros não gostassem dele

i. Fiz outras coisas. Por favor, diga o quê: ____________________________________

20) O que você sentiu quando maltratou outros colegas na escola desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não maltratei os meus colegas desde o ano passado

b. Eu me senti bem

c. Foi engraçado

d. Senti que eles mereciam o castigo

e. Não senti nada

f. Estava preocupado em que algum professor ou funcionário descobrisse, ou meus pais

g. Tinha certeza que eles fariam o mesmo comigo

h. Eu me senti mal

i. Eu senti pena da pessoa

21) Alguém falou com você dos maus tratos que fez a outros na escola, desde o ano passado? (Marque uma ou mais respostas)

a. Não maltratei os meus colegas desde o ano passado

b. Ninguém falou comigo, embora eu tenha maltratado outros colegas

c. O diretor, coordenador ou outro funcionário

d. Os meus pais / responsáveis

e. Os meus irmãos ou irmãs

f. Os meus amigos

g. Outras pessoas. Por favor, diga com quem: _________________________________

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revista digital · Año 15 · N° 143 | Buenos Aires, Abril de 2010  
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