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O papel da equipe interdisciplinar na assistência à 

criança com câncer e sua família: relato de pesquisa

El rol del equipo interdisciplinario en la atención al niño con cáncer y a su familia: relato de investigación

The paper of the multiprofessional team in the assistance to the child with cancer and its family: research story

 

*Mestranda em Motricidade Humana pela

Universidade Castelo Branco (UCB)

Enfermeira do hospital Ophir Loyola. Docente UEPA/CESUPA

**Mestranda em Motricidade Humana pela

Universidade Castelo Branco (UCB)

Enfermeira do hospital Ophir Loyola. Docente/CESUPA

***Profo. Dr. em Desenvolvimento Infantil, Docente UEPA/UCB

****Profo. Dra em Enfermagem

Coordenadora do Curso de Enfermagem da UEPA e docente UFPA

Maria de Nazaré da Silva Cruz*

Maria de Belém Ramos Sozinho**

Ricardo Pinto***

Mary Elizabeth de Santana****

nazacruzz@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Objetivo: relatar as experiências vivenciadas pala equipe multiprofissional do hospital Ophir Loyola nas palestras realizadas para informações aos acompanhantes das crianças hospitalizadas. Método: Foram realizados palestras semanalmente pela equipe multiprofissional no período outubro 2008 a janeiro 2009 com grupos de acompanhantes para orientações. Os encontros aconteceram na sala de recreação do setor de pediatria e hospital dia, duas vezes por semana, no horário das 10 às 12horas. Resultados e discussão: durante os encontros foram apresentados vídeos e entreguem folder aos acompanhantes alertando sobre os efeitos colaterais das drogas antineoplásica e do tratamento em si, enfatizando a importância do mesmo e também os cuidados com a criança. Conclusão: os encontros foram muito produtivos, com participação efetiva dos acompanhantes das crianças hospitalizadas.

          Unitermos: Equipe. Palestra. Câncer

 

Abstract

          Objective: to report the experiences of the interdisciplinary team Ophir Loyola Hospital in lectures given information to the accompanying of children hospitalized. Method: This study is an experience report of the 1st phase of field research conducted in the Ophir Loyola Hospital titled "The perception of relatives of children with leukemia on chemotherapy: the influence of a group of information. Authorized by the ethics committee of the Hospital Barros Barreto with the number of protocol CEP 2688/08. Results: the meetings took place in the recreation room of pediatrics and day hospital twice a week, 10 hours of the 12 hours from October 2008 to January 2009. Discussion: during the discussions were lectures presented videos and deliver brochures to the accompanying warning about the side effects of anticancer drugs and the treatment itself, emphasizing the importance of it and also take care of their child. Conclusion: the meetings were very productive, with the effective participation of the companions of hospitalized children.

          Keywords: Team. Lecture. Câncer

 

Trabalho desenvolvido no Hospital Ophir Loyola - Pediatria oncológica

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 143 - Abril de 2010

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1.     Introdução 

    O Hospital Ophir Loyola é a principal referência em tratamento oncológico da rede de Saúde Pública do Norte e Nordeste brasileiro. Tem como missão Prestar assistência médico-hospitalar complexa e hierarquizada de excelência, de acordo com os princípios éticos e humanísticos, formando e qualificando recursos humanos, desenvolvendo e produzindo conhecimentos, pesquisas e ensino de alta qualidade. A equipe multiprofissional do setor pediátrico do hospital Ophir Loiola, trabalha com a missão de prestar uma assistência humanizada e de qualidade à criança e a família. A satisfação da equipe multiprofissional está no bem estar do paciente, em seu completo restabelecimento, também na satisfação da criança e da família com o cuidar. A equipe interdisciplinar é formada por médica, enfermeiro, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional, nutricionista e outros (HOL, 2005)

    À criança e família em tratamento oncológico necessita de atenção e assistência integral em todas as necessidades biopsicossociais, sendo tratados com ética e respeitos dos seus valores culturais. Os profissionais de saúde devem ser preparados para atender a criança holisticamente, conhecendo - a em todas as suas fases de desenvolvimento, assim como o meio em que vive e a característica familiar. Conhecendo o processo da doença e do tratamento. Interagindo-os entre si, com objetivo de realizar uma assistência integral e humanizada.

    “A assistência humanizada aos familiares do paciente com câncer consiste no emprego de atitudes que originem espaços que permitam a todos verbalizar seus sentimentos”. Deve-se fornecer informações e esclarecimentos de suas percepções, ajudando-os na busca de soluções de problemas (COSTA, 2003)

    Os profissionais de saúde devem também envolver os pacientes e familiares no processo de tratamento sendo respeitados em suas dificuldades sociais, econômicas e culturais que impõem limite para o enfrentamento com o Câncer (CARVALHO, 2008)

    A família e a criança com câncer enfrentam problemas como longos períodos de hospitalização, internações freqüentes, terapêutica agressiva com sérios efeitos indesejáveis que causam reações colaterais adversas que são marcantes para as crianças, que muito contribui para as alterações no comportamento emocional, exigindo da família uma atuação contínua, uma resistência e compreensão, que muitas vezes torna-se difícil para ela. Sendo assim é importante que o grupo de informação (equipe interdisciplinar) seja efetivo nas orientações.

2.     Objetivo

    Relatar as experiências vivenciadas pala equipe multiprofissional do hospital Ophir Loyola nas palestras realizadas para informações aos acompanhantes das crianças hospitalizadas.

3.     Metodologia

    Este é um relato de experiência da atuação da equipe interdisciplinar na 1º fase da pesquisa de campo titulada “A percepção de acompanhantes de crianças com leucemia sobre o tratamento quimioterápico: a influência um grupo de informação” realizada no hospital Ophir Loyola. Autorizado pelo comitê de ética do Hospital Barros Barreto com o nº de protocolo 2688/08. Foram realizados palestras semanalmente pela equipe multiprofissional no período outubro 2008 a janeiro 2009 com grupos de acompanhantes para orientações. Os encontros aconteceram na sala de recreação do setor de pediatria e hospital dia duas vezes por semana, no horário das 10 às 12horas. Durante os encontros foram apresentados vídeos e entreguem folder aos acompanhantes alertando sobre os efeitos colaterais das drogas antineoplásica e do tratamento em si, enfatizando a importância do mesmo e também os cuidados com a criança.

4.     Resultados e discussões

O cuidado de enfermagem

    A equipe de enfermagem desempenha importante papel na assistência da criança com câncer, pois é o profissional que permanece ao lado da criança 24h. Através do processo de enfermagem como método sistemático de prestação de cuidados humanizados, avalia a criança diariamente, seu estado bio-psicosocial, planeja uma assistência individualizas, administra os medicamentos necessários ao tratamento, avalia a dor e as respostas terapêuticas, proporciona a criança conforto e bem estar assim como também apóio a família.

    Durante as palestras desenvolvidas pelo grupo de informação, as enfermeiras orientaram sobre os sintomas da doença, o tratamento quimioterápico, efeitos colaterais das drogas, como cuidar da criança no hospital e também em casa, enfatizando as necessidades da criança, assim como a percepção da família para essas necessidades, tratando a criança com carinho, procurando deixar a criança a viver uma vida normal e com segurança.

    De acordo com Andraus (2004), a enfermagem deve reconhecer a importância do papel dos pais, apoiá-los para que eles sintam-se seguros, orientando os acompanhantes para o cuidar da criança durante a hospitalização e o cuidado após alta.

    Segundo Nobrega (2009), e necessário que o enfermeiro aprimore seus conhecimentos na diferentes áreas da ciência e nos instrumentos que direcione sua pratica diária.

    O enfermeiro deve cuidar da criança compreendendo seu mundo particular, visando o mundo em que vive e a família, buscando satisfazer suas necessidades, independente de sua condição atual. O cuidar da criança com câncer deve abranger as necessidades físicas e também as necessidades psicológicas e sociais, incluindo personalização da assistência, promoção de cuidados isento de traumas e direito à informação (PARO, 2005).

O serviço de nutrição 

    Os nutricionistas orientaram sobre a importância das lavagens das mãos para evitar contaminação dos alimentos e como higienizá-los com vinagre, hipoclorito e água sanitária. Reforçaram a importância do valor nutricional as verduras e frutas. Orientaram sobre o perigo do uso de verduras cruas e frutas com casca comestível para quem faz quimioterapia devido a contaminação, evitar também comer alimentos vendidos na rua, na hora de comprar os alimentos verificar a data de validade e as condições que estão sendo armazenados.

O serviço social

    De acordo Carvalho (2008). O assistente social é o profissional integrante da equipe de saúde que traça o perfil familiar com o objetivo de conhecer as carências sócias, econômicas e culturais do paciente e da família. Apóia o paciente e a família dentro das dificuldades vivenciadas pelos mesmos, com aporte de direitos sociais e recursos públicos.

    Durante as palestras a assistente social orientou sobre os direitos da criança e os benefícios pago pelo governo Federal através do Ministério do desenvolvimento e combate a fome. O Beneficio de Prestação Continuada (BPC) garantido pela assistência Social, integrante do sistema único de Assistência Social- SUAS. É um direito garantido pela Constituição federal de 1988. Documentos necessários: Certidão de Nascimento ou CPF se for o caso; comprovante de residência; Procuração no caso de quarda; Laudo médico para portadores de deficiência.

Apoio psicológico

    O serviço de psicologia fez abordagem quanto às necessidades afetivas da criança e o seu comportamento.

    A prática da psicologia pediátrica caracteriza-se pelo diagnóstico precoce de alterações no processo de desenvolvimento ligadas ou não a doença das crianças em condições adversas, orgânicas ou psicossociais.

    Para Crepaldi (2006), “a psico-oncologia pediátrica é a área que estuda a influencia de fatores psicossociais sobre o desenvolvimento, manifestações e tratamento do câncer em crianças”. A intervenção psicológica ocorre também na sensibilização da equipe de saúde para as necessidades emocionais das crianças, transmitindo conhecimentos da área psicológica aos profissionais; na intervenção de doenças agudas e crônicas com estratégias que facilitem diminuir os efeitos de condições de estresse ligados a procedimentos. Contribuindo na implementação das relações equipe - família - criança.

O terapeuta ocupacional

    Fez abordagem quando a importância do brincar, das estratégias de enfrentamento

    O profissional terapeuta ocupacional no contexto hospitalar é muito importante para auxiliar o paciente e a família no enfrentamento com a hospitalização, assim como estimular o desenvolvimento psicomotor da criança, criando estratégia de adaptação as mudanças no novo ritmo de vida, resgatando o equilíbrio emocional. “O profissional terapeuta ocupacional, por sua formação ancorada tanto nas ciências biológicas quanto na ciência humana, está capacitado a colaborar com a equipe e trabalhos interdisciplinares tanto na esfera da saúde física quanto na saúde mental, na perspectiva da prevenção, orientação e tratamento e/ou habilitação” (CARLO,2006).

A equipe médica

    A Oncologista pediatra participou dos encontros através de um vídeo gravado com informações importantes sobre o câncer e tratamento, assim como os efeitos colaterais das drogas.

    O pediatra frente ao paciente oncológico, necessita planejar uma estratégia de tratamento dentro do protocolo para cada tipo de câncer. Assim como trabalhar com o intuito de amenizar os efeitos tóxicos do tratamento quimioterápico, também ajudar os pacientes a desenvolverem seus próprios recursos para combater a doença.

    De acordo com Normam Consins (1992), “os médicos são treinados a pensar cientificamente”. Isso dificulta a comunicação com paciente e a família. Nesse sentido linguagem medica precisa ser simplificada para o bom entendimento do paciente. Fazer um elo de amizade ajuda no relacionamento, faz com que a família se sinta segura e tenha confiança no tratamento.

5.     Conclusão

    Os encontros foram muito produtivos, com participação efetiva dos acompanhantes das crianças hospitalizadas. É importante manter o grupo de informação através de palestras para que os acompanhantes absorvam as informações de uma maneira clara, auxiliando-os nas suas dificuldades e percepções.

Referências bibliográficas

  • ANDRAUS, L.M.S.; MINAMISA,V.A.R.; MUNARI, D.B. Cuidando da família da criança hospitalizada. Rev Bras Cresc Desenv Hum. 2004; 14 (2):54-60.

  • CARRARO, T.E.; WESTPHALEM, M.E.A. Metodologias para a Assistência de Enfermagem: Teorizações, modelos e subsídios para a pratica. Goiânia: AB; 2001.

  • CARVALHO,C.S.U.D. A necessária Atenção à Família do Paciente Oncológico. Rev Bras de Cancerol. 2008; 54(1): 87-96.

  • CONSINS, N. Cura-te pela cabeça: a biologia da esperança. 1ª ed. São Paulo: Saraiva; 1992.

  • COSTA, C.A.; LUNAEDI, F.W.D.; SOARES, N.V. Assistência de Enfermagem ao cliente oncológio: reflexões junto à equipe. Rev Bras Enfem. 2003 mai-jun; 56(3): 310-314.

  • COSTA, JR. A.L. O papel da psicologia no atendimento a crianças com Câncer [homepage na internet]. Belém: Universidade de Brasilia-Labsaudes. [atualizada em 2009 jun; acesso em 2009 jun 05]. Disponível em http://www.unb.br/ip/labsaude/texto/o-papel.htm.

  • CREPALDI, M.A.; LINHARES, M.B.M. et al. (org.) Temas em Psicologia Pediátricas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2006.

  • De CARLO, M.M.R.P.; SILVA, S.N.P.; BEIN S.F.; MARIA, P.B.; MELLO, L.A.B.; JIMENEZ L.; ASSONI, M.E.S. Terapia Ocupacional em contexto Hospitalares. Prática Hospitalar; 2006; 18(43): 158-164.

  • Hospital Ophir Loyola - Governo Do Estado Do Pará [internet]. Belém: Hospital Ophir Loyola. 2005 jan 1. [atualizada em 2008 nov 10; acesso em 2009 out 27]. Disponível em: http://wwww.ophiloyola.pa.gov.br/infomecancer.htm

  • NÓBREGA, M.M.L.; SILVA, K.L. Fundamentos do cuidar em Enfermagem. 2ª ed. Belo Horizonte: ABEn; 2009.

  • PARO, D.; PARO, J.; FERREIRA, D.L.M. O enfermeiro e o cuidar em Oncologia Pediátrica. Aeq Ciência Saúde; 2005 jul-set; 12(3): 151-57.

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