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Estudo das características clínicas, antropométricas, 

nutricionais e neuromotores de idosos praticantes de hidroginástica

Estudio de las características clínicas, antropométricas, nutricionales y

neuromotoras de personas mayores practicantes de gimnasia en el agua

 

*Profª Dda. do Programa em Ciências Aplicadas a Atividade Física e Saúde da

Universidade de Córdoba, Espanha

Docente da Universidade Luterana do Brasil, ULBRA, Torres, RS

**Universidade de Santa Cruz do Sul, RS

Projeto Ações para o Envelhecimento com Qualidade de Vida

(Brasil)

Marinei Lopes Pedralli* **

Zelia Natalia Ohlweiler**

Francisca Maria Assmann Wichmann**

Miriam Beatris Froemming**

Nestor Pedro Roos**

marineip@brturbo.com.br

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo foi apresentar um conjunto de características antropométricas, clínicas, nutricionais e neuromotores de idoso que praticam hidroginástica. A amostra contou com 182 sujeitos dos quais 73% do sexo feminino e (27%) do sexo masculino com média de idade de (67,55 ± 6,24), participantes do grupo de hidroginástica do Projeto Ações para o Envelhecimento com Qualidade de Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul/RS. Aplicou-se um questionário com dados pessoais, histórico de doenças, consumo de medicamentos, imunização, hábitos de saúde, incidência de quedas, freqüência alimentar, e avaliadas as variáveis de Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência Abdominal (CA), flexibilidade do tronco e do ombro, velocidade do andar, equilíbrio estático (EE), resistência dos membros superiores (RMS) e inferiores (RMI), Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR) e Pressão Arterial (PA). Para a análise dos dados utilizaram-se os procedimentos da estatística descritiva e comparas com padrões de referência de acordo com a idade cronológica. Esta investigação vem a confirmar resultados de estudos epidemiológicos já realizados na busca da caracterização da população idosa. Os resultados possibilitam concluir que os idosos encontram-se dentro dos parâmetros propostos por outros estudos para as variáveis clínicas e neuromotoras exceto para a flexibilidade do ombro e velocidade normal do andar. As variáveis antropométricas demandam maior atenção, assim como o estilo alimentar. Este trabalho possibilitou dimensionar indicadores prévios que poderão servir como parâmetros regionais, bem como possibilitar um redimensionamento das ações previstas na política do idoso.

          Unitermos: Envelhecimento. Estilo de vida. Composição corporal. Hidroginástica

 

Abstract

          The objective of the study was to present a set of antropométricos pointers, physicians, nutricionais and neuromotores of aged that they practice hidroginastica. The sample counted on 182 citizens of which (73%) of feminine sex e (27%) of the masculine sex with average of age of (67,55 ± 6,24), participants of the group of hidroginastic of the Project Action for the Aging with Quality of Life of the University of Santa Cruz of the South RS. A questionnaire with personal dates was applied, description of illnesses, medicine consumption, immunization, health habits, incidence of falls, alimentary frequency, alimentary frequency, e evaluated the variable of Index of Corporal Mass (IMC), Abdominal circumference (HERE), flexibility of the trunk and the shoulder, speed of the floor, static balance (EE), resistance of the superior members (RMS) and inferiors (RMI), Cardiac frequency of peace (FCR) and Arterial Pressure. For the analysis of the data the procedures of the descriptive statistics had been used and in accordance with compare with reference standards the chronological age. This inquiry comes to confirm resulted of studies carried through epidemiologists already in the search of the characterization of the aged population. he results make possible to conclude that the aged ones meet inside of the parameters considered for other studies for the clinical and neuromotoras variable except for the flexibility of the shoulder and normal speed of the floor. The antropométricas variable demand greater attention, as well as the alimentary style.

          Keywords: Aging. Life style. Corporal composition. Hidroginastic

 

Agradecimentos especiais às colaboradoras, Adélia Rosane Muller,Gláucia Andreza Kronbauer e Mônica Wietzke

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    O principal impacto na composição etária na sociedade brasileira, na segunda metade do século passado, foi proporcionado pelo aumento da população idosa. A faixa etária de 60 anos foi a que mais cresceu em termos proporcionais, resultado da alta fecundidade prevalecente no passado comparativamente à atual e à redução da mortalidade em idades avançadas. Tratuz-se no aumento do número absoluto e relativo de idosos, no tempo vivido por eles e no envelhecimento de certos segmentos populacionais1-2.

    Esse processo altera a vida do indivíduo, as dinâmicas e a sociedade. Cabe destacar que, de um modo geral, percebe-se que o relacionamento do idoso com a sociedade está cada vez mais se constituindo em uma realidade que exige um trabalho adequado2.

    Reconhece-se, no entanto, que o envelhecimento é um processo dinâmico que envolve perdas no plano biológico, sócio-afetivo e político, que traz vulnerabilidades diferenciadas por gênero, idade, grupo social, raça, regiões geográficas, entre outras variáveis3.

    Diante desta realidade constituiu-se um grupo de trabalho e estudos das questões de envelhecimento com profissionais das áreas de: nutrição, farmácia, psicologia, sociologia, enfermagem, fisioterapia e educação física. Que buscam entender através de uma avaliação gerontológica multidimensional as alterações progressivas fisiológicas e de como elas variam, a fim de nortear a análise das suas condições de vida. Possibilitando ações preventivas que influenciam na capacidade funcional e na qualidade de vida do idoso.

    De acordo com Lloyd 3 e Fiatarone 21 a atividade física é fundamental no controle da perda da massa muscular durante o processo de envelhecimento, podendo também contribuir na prevenção e controle de algumas condições clínicas associadas a estes fatores, como as doenças cardiovasculares, o diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, artrite, apnéia do sono, prejuízo da mobilidade, aumento da mortalidade e no controle do peso e da gordura corporal.

    Neste contexto, o objetivo do trabalho é apresentar um conjunto de indicadores antropométricos, clínicos, nutricionais e neuromotores que retratem as características dos indivíduos que praticam hidroginástica.

Procedimentos metodológicos

População e amostra

    O grupo de hidroginástica do Projeto Ações para o Envelhecimento com Qualidade de Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul/RS conta com participação regular de 350 idosos. No entanto, considerando os critérios de inclusão e a voluntariedade dos indivíduos a amostra contou com 182 sujeitos dos quais (73%) do sexo feminino e (27%) do sexo masculino com média de idade de (67,55 ± 6,24). Onde 53,1% dos idosos são casados e 37,9% são viúvos; 55,5% possuem ensino fundamental incompleto, 19,2% o ensino fundamental completo e 15,4% o ensino médio completo; 58,8% são aposentados e 23,6% são donas de casa e o tempo médio de prática da hidroginástica é de 4,27 ± 3,07 anos.

Procedimentos de avaliação

    A Investigação foi realizada através de um questionário de avaliação multidimensional, aplicado individualmente. Este instrumento abordou diversos aspectos dentro da temática do envelhecimento e levantaram informações a respeito de dados pessoais, condições clínicas, histórico de quedas, características antropométricas, aspectos neuromotores e estilo alimentar.

    Avaliaram-se as medidas de: massa corporal (kg); estatura (m); perímetro da cintura (cm), Pressão Arterial (PA), Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR), assim como as variáveis neuromotoras: força de membros superiores e inferiores; flexibilidade dos ombros e tronco; equilíbrio estático e velocidade normal do andar.

    Utilizou-se para a análise antropométrica do estado nutricional o Índice de Massa Corporal (IMC), adotando os pontos de corte recomendados pelo Ministério da Saúde5 para avaliação da população idosa, o qual considera baixo peso o IMC <22 kg/m² e sobrepeso o IMC >27 kg/m². O risco de desenvolvimento de complicações associadas à obesidade foi verificado através da circunferência da cintura nos valores sugeridos por gênero pela Organização Mundial da Saúde4.

    Para as variáveis neuromotoras de força de membros superiores e inferiores, equilíbrio estático e velocidade normal do andar seguiram-se as padronizações do Celafiscs6. Na avaliação da flexibilidade dos ombros e do tronco foram utilizados os testes segundo as padronizações do Colégio Americano de Medicina do Esporte7.

    O inquérito alimentar investigou o hábito e a freqüência alimentar, através de um questionário adaptado de Frank & Soares8 e testado pelos pesquisadores. Listaram-se vários alimentos, solicitando aos entrevistados que respondessem, para cada alimento, se consomem diariamente, semanalmente, mensalmente, ocasionalmente ou nunca. Para cada freqüência foi associado um número: 

  • 0 para nunca, 

  • 1 - ocasionalmente, 

  • 2 - mensalmente, 

  • 3 – semanalmente e 

  • 4 – diariamente.

    A anamnese clínica utilizou uma listagem de medicamentos, imunização e de doenças dos sistemas: respiratório, músculo-esquelético, neurológico, cardiovascular, urinário, sensorial, doenças metabólicas, problemas de pele e neoplasias e incidência de quedas, estes declarados pelos idosos.

    O referido estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética da Universidade de Santa Cruz do Sul/ RS – UNISC, processo n° 868/04.

Análise

    Na análise dos dados utilizaram-se os procedimentos da estatística descritiva ( média e desvio padrão) para o comportamento de cada variável de estudo e comparas com estudos da literatura, mediante a utilização do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 10.0) for Windows.

Resultados e discussão

    Os dados serão apresentados em tabelas, através da freqüência simples e percentagem.

    Na tabela 1, apresentam-se as condições Clínicas verificadas através de entrevista, na qual o idoso poderia responder “sim” ou “não” às queixas mais relatadas e incidência de quedas.

Tabela 1. Queixas mais freqüentes e incidência de quedas

  

Dor Muscular

Dor Torácica

Depressão

Hipertensão Arterial

Visão Deficitária

Queda

ƒ

113

99

71

82

169

64

%

63,5

55,6

39,9

46,1

94,9

36

    Segundo dados do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) 9-10 as cinco principais queixas entre os idosos são hipertensão arterial, artrite, reumatismo, doenças do coração, diabetes e depressão. Em nosso estudo observou-se 3 dessas doenças com as mais prevalentes. Ainda 94,9% apresentaram visão deficitária, associando-se que, 36% tiveram episódios de queda nos últimos dois anos, buscamos apoio em Mesey et al11, ao qual diz que as alterações sensitivas no envelhecimento, em particular a audição e a visão podem perturbar a precisão das respostas motoras aumentando as chances para eventos de quedas.

    Quanto aos hábitos de saúde e imunização apenas 4,9% dos idosos fumam, 20,9% consomem bebida alcoólica regularmente, 8,2% fazem uso de automedicação, 75,3% tomam vacina contra gripe e 57,7% contra o tétano. A Pressão Arterial Sistólica (PAS) atingiu o valor máximo de 200 e mínimo 100 mmHg e a Pressão Arterial Diastólica (PAD) atingiu o valor máximo de 120 e mínimo 60 mmHg apresentando uma média de (133/82 ± 18,07mmHg), considerada normal em idosos tendo como referencia as diretrizes paras doenças crônicas não transmissíveis. A Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR) apresentou valores máximo de 115 e mínimo de 45 bpm e uma média de (73,12 ± 11,99 bpm) considerada elevada, o que não pode ser levado como indicação de risco, devido as limitações do estudo.

    A respeito das características antropométricas os valores encontrados estão apresentados na tabela 2.

Tabela 2. Valores de Média e Desvio Padrão para as características antropométricas dos idosos

    De acordo com Matsudo e Fiatarone12,13 uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais, principalmente na estatura, no peso e na composição corporal.

    Com estas mudanças no peso e na estatura, o índice de massa corporal (IMC) também se modifica com o transcorrer dos anos. A importância do IMC no processo do envelhecimento se deve a que a valores acima da normalidade (26 -27 kg/m2) estão relacionados ao incremento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes e uma maior prevalência de osteoartrite do joelho, apnéia do sono, hipertensão, baixo auto-estima e alterações na mobilidade; enquanto que índices abaixo desses valores relacionam-se na diminuição da reserva energética, favorecendo o incremento de mortalidade por câncer e doenças respiratórias e infecciosas e uma maior prevalência de depressão, fraturas do quadril e alterações na capacidade funcional 13, 14.

    Analisando os dados encontrados em nosso estudo para o IMC para homens e mulher observou-se uma media semelhante com valores próximos aos (29 Kg/m2), dados similares foram encontrados por Krause et al15 que encontrou valores de (28,8 Kg/m2) em um grupo feminino. Constatamos ainda para o sexo feminino que (33,8%) estão eutróficas, (43,6%) encontra-se com sobrepeso e (22,6%) estão obesas; e para o sexo masculino (32,7%) estão eutróficos, (40,8%) estão em sobrepeso e (26,5%) estão obesos.

    Em relação à circunferência abdominal (CA) o valor máximo encontrado foi 129 e o mínimo de 60 cm, com uma média de (95,5± 11,99 cm) constatando-se que 73,5% dos homens e 87,3% das mulheres apresentam risco elevado para as doenças crônico degenerativas. Verificou-se que 12,7% das mulheres encontram-se na faixa de normalidade, 21,1% com risco alto e 66,2% com risco muito alto. Entre os homens avaliados 26,5% encontram-se dentro da normalidade, 10,2% com risco alto e 63,3% com risco muito alto para o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas.

    Analisando a freqüência alimentar, verificou-se o seguinte perfil alimentar: um consumo diário de arroz, milho, batata e massa (92,9%); leite, iogurte e derivados (85,2%); folhosos crus (68,1%) e frutas com casca (64,3%). Do total da amostra, (94%) referiram consumo de óleo vegetal diariamente. Também se mostrou expressivo o consumo de mel/geléia/melado (52,2%), feijão/grão-de-bico e lentilha (51,1%) e margarina/maionese (50%), todos com consumo diário. O destaque para o consumo diário de arroz e massa, no grupo dos alimentos/ energéticos, é semelhante aos achados de Najas et al16e Marucci17. Fatores de natureza econômica (menor custo), facilidade de preparo e menor esforço na mastigação possivelmente são os responsáveis pela preferência dos idosos no consumo de arroz, pão, bolachas e biscoitos17.

    Com relação ao consumo semanal, destacou-se a carne de frango 87,4%, carne bovina 73,1%, peixe 48,4% e ovos 52,2%. Um maior consumo de frango também foi constatado por Frank8 e Marques18, em estudos com idosos. Marques et al19 em um estudo sobre consumo alimentar de idosas com sobrepeso verificou resultados bastante semelhantes aos do presente estudo, com consumo semanal de feijão de 48%, frango 90%, carne bovina 76% e ovos 51%. O estudo também revelou um consumo significativo de pudins/doce de leite 40,1%; doces de frutas 33%, presuntos e embutidos 38,5%, queijo 36%, lingüiça 34,6% e biscoitos salgados 34%.

    Observam-se achados semelhantes apresentados por Frank8 e Figueroa20, indicando como alimentos diários mais consumidos o leite, arroz, pão e óleo vegetal. Desta forma podemos dizer que o hábito alimentar dos idosos estudados é constituído por alimentos energéticos e protéicos, constituindo um padrão alimentar de alta densidade energética.

    Estes resultados além de demonstrarem uma alta densidade energética no perfil alimentar dos idosos, nos faz pensar que esta característica pode estar contribuindo para o incremento do peso e da composição corporal, pois os idosos deste estudo apresentaram valores superiores para o IMC e CA, mesmo sendo praticantes regulares de hidroginástica.

    Dados apresentados por Fiatarone21, dizem que a maioria das revisões e meta análises apresenta poucas evidências de que o exercício físico isoladamente contribua para modificar significativamente o peso e a composição corporal em idosos normais. É interessante ressaltar que apesar das características na dieta alimentar ser hipercalórica, a pratica regular de hidroginástica atua como fator protetor em relação as doenças cardiovasculares do grupo estudado.

    Quanto aos indicadores relacionados às variáveis neuromotoras a literatura evidencia que a capacidade dos idosos em manter-se independentes fisicamente, relaciona-se em grande parte, a flexibilidade, ao equilíbrio, à resistência muscular e aeróbica e a composição corporal, características que, em seu conjunto, poderiam ser consideradas como componentes da aptidão física relacionada à saúde21, 22.

    Na tabela 3 estão apresentados às médias e desvios padrão para as características neuromotoras dos idosos estudados.

Tabelas 3. Médias e Desvios Padrão das medidas de flexibilidade do tronco e do ombro, equilíbrio estático (EE), 

velocidade de andar, resistência muscular de membros superiores (FMS) e inferiores (FMI)

    Os resultados encontrados neste estudo quando comparados com valores padrões de referencia de acordo com a idade cronológica disponibilizados na literatura, demonstram que os sujeitos pesquisados encontram-se dentro dos padrões das normalidades, exceto para a flexibilidade do ombro e velocidade normal para andar.

    De acordo com alguns estudos feitos sobre flexibilidade e envelhecimento Nigg23 diz que a flexibilidade do ombro diminui de 15 a 20% entre as idades de 20 a 60 anos de idade. Já Achour24 relata que esta redução parece caracterizada pelo envelhecimento e, pela falta de exercícios de alongamento e, uma vez instalado o encurtamento muscular, reduz-se a capacidade de dissipar energia. Ainda Pedralli25 diz que a redução da flexibilidade do ombro pode ainda diminuir a segurança durante as atividades físicas e é frequentemente responsável pelas reclamações de dor muscular, articular e dificuldades nas atividades diárias como vestirem-se, pentear-se, lavar as costas entre outros.

    Em relação à velocidade normal do andar observou-se valor acima da média quando comparados com os padrões de referências achados na literatura que apresentam um tempo médio de (3,0 ± 0,4) segundos para deambular um percurso de 3,33 metros. Segundo Cunha e Tinetti26, 27 alguns fatores poderiam estar contribuindo para está característica, como distúrbios músculo-esquelético, neurológicos, metabólicos, fisiológicos, visuais, comprometimento cognitivo, medicamentos e condições associadas. Se levarmos em consideração os dados de nosso estudo e os referidos pelos autores citados acima, observam-se alguns destes fatores como característica da nossa amostra. Além disso, Spirduso26 salienta que isto não ocorre porque os idosos não conseguem caminhar mais rápido, mas porque buscam um caminhar mais devagar com o avançar da idade.

Conclusões

    Os resultados possibilitam concluir que os idosos encontram-se dentro dos parâmetros propostos por outros estudos para as variáveis clínicas e neuromotoras exceto para a flexibilidade do ombro e velocidade normal do andar. As variáveis antropométricas demandam maior atenção, assim como o estilo alimentar. Sugerem-se estudos prospectivos norteadores para uma intervenção multidimensional na promoção de ações para o envelhecimento saudável.

    Este trabalho possibilitou dimensionar indicadores prévios que poderão servir como parâmetros regionais, bem como possibilitar um redimensionamento das ações previstas na política do idoso.

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