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A história do brazilian jiu-jitsu

La historia del jiu-jitsu en Brasil

The history of brazilian jiu-jitsu

 

*Universidade Federal de São Paulo

**Laboratório de Fisiologia do Exercício da

Universidade Estadual de Maringá - LABFISE

***Licenciado em Educação Física

(Brasil)

Leonardo Vidal Andreato* **

Angelo Danilo Claudino da Silva***

Tricy Lopes de Moares Gomes***

João Victor Del Conti Esteves**

Thais Vidal Andreato***

vidal.leo@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          A origem de diversas artes marciais mistura realidade e imaginação, criando algumas histórias fantasiosas. Desta forma, o presente estudo visa descrever a história do Brazilian Jiu-Jitsu. Esta modalidade tem suas origens na Índia, através de monges budistas que desenvolveram técnicas de autodefesa sem fazer uso de armas. Posteriormente, esta luta percorre todo sudeste da Índia até chegar ao Japão, onde sofre alterações para se adequar às necessidades daquele povo e recebe a denominação de Jiu-Jitsu. Com a marginalização do Jiu-Jitsu no fim da era Meiji, Jigoro Kano se baseia em técnicas desta modalidade japonesa e funda o Judô. Kano ensina essas técnicas pelo Japão, e para divulgar a arte dá a seus discípulos a missão de percorrer o mundo disseminando tal arte. Entre seus discípulos surge a figura de Mitsuyo Maeda, já versado em Jiu-Jitsu e Sumo, que acaba levando tais técnicas a solo brasileiro. No Brasil, Maeda como forma de gratidão ao apoio recebido de Gastão Gracie, ensina as técnicas que dominava ao filho do amigo, Carlos Gracie. Hélio Gracie, irmão de Carlos, adapta as técnicas aprendidas ao seu biótipo franzino e surge então neste momento o Brazilian Jiu-Jitsu.

          Unitermos: Brazilian Jiu-Jitsu. História

 

Abstract

          The origin of several martial arts mix reality and imagination, get to create some fantastic stories. Thus, this study aims to describe the history of Brazilian Jiu-Jitsu. This modality has its origins in India by Buddhist monks who developed self-defence techniques without using weapons. Subsequently, this struggle runs through southern India until arrives Japan, where it is changed to suit the needs from those people and is denominated Jiu-Jitsu. With it’s marginalization at the end of the Meiji age, Jigoro Kano was inspired on this techniques to create Judo fight. Kano teaches these techniques in Japan and to disseminate this martial art gives his disciples the mission to travel the world spreading this art. Among his disciples there is the figure of Mitsuyo Maeda, already had the knowledge in Jiu-Jitsu and Sumo, which eventually took such techniques to Brazilian country. There, Maeda grateful for been supported by Gaston Gracie, teaches techniques that he dominated to his friend’s child Carlos Gracie. Hélio Gracie, Carlo’s brother, adapted the techniques learned due to his thin biotype and this way borns the Brazilian Jiu-Jitsu.

          Keywords: Brazilian Jiu-Jitsu. History

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

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Introdução

    Desde as primeiras civilizações o homem teve de lutar, as necessidades diferiam, hora para garantir o alimento, hora para defender o clã de inimigos, ou impor-se frente à sua sociedade. Processo natural mediante a necessidade da luta foi a sistematização das técnicas, em prol de adquirir vantagem no fronte de batalha. Entre as sistematizações ocorridas surge o Brazilian Jiu-Jitsu, baseado em sistemas de alavancas, as quais possibilitavam a vantagem da técnica à força.

    A origem de diversas artes marciais mistura realidade e imaginação, criando algumas histórias fantasiosas. Desta forma, para a definição da origem de uma arte marcial existem algumas dificuldades, umas delas é a interpretação, se um estilo de luta recebe contribuição de um outro estilo não quer dizer que aquele é originário deste; outra dificuldade está na falta de documentos confiáveis (SOUZA e SOUZA, 2005).

    Embora esta modalidade venha se expandindo e conquistando milhares de adeptos ainda existem poucos estudos acerca da modalidade, em especial sobre suas origens. Desta forma o presente estudo tem como objetivo apresentar a história da criação do Brazilian Jiu-Jitsu.

Nascimento do jiu-jitsu

    A mais de 2.500 anos atrás se inicia a origem do Brazilian Jiu-Jitsu, na Índia, como uma forma de autodefesa criada pelos monges budistas, os quais eram alvos constantes de saqueadores de tribos mongóis durantes as peregrinações que realizavam para disseminar o budismo (GURGEL, 2002). Os monges criam então uma arte com movimentos baseados nos animais e desenvolvem forças de alavanca. Esta arte criada na índia recebia o nome de Vajramashti, sendo uma arte tipicamente indiana (SOUZA e SOUZA, 2005). Essas técnicas não visavam atacar, mas sim neutralizar as ações dos adversários, isto para não ferir os seus dogmas religiosos que procuram uma via pacifica (BEHRING, 2004).

    Posteriormente, dois séculos após Buda reinou Osaka, o qual teve seu reinado marcado por uma administração fortemente estruturada e detentor um poderoso exército. Osaka expandiu o Budismo criando milhares de monastérios dentro e fora da Índia, e juntamente com o Budismo, o Vajramashti atingem o Ceilão, a Birmânia, o Tibet, o Sião e mais tarde todo o sudeste da Ásia (ROBBE, 2006).

    Após a morte do Rei Osaka, cujo nome era Devanampriya Priyadarsim, o Budismo enfrentou problemas. Os Brâmanes, adoradores do Deus Brahma, ou Brama, que floresceu antes do Budismo, sentiram-se prejudicados pelo espírito, princípios e filosofia que norteavam o Budismo, e moveram uma campanha até conseguirem expulsar os monges budistas das terras indianas. Devido a este fato, o Vajramashti tem pouca influência em solo indiano. Este fato também influenciou a disseminação desta arte indiana por toda a Ásia, isso a cerca de 2.250 anos atrás (SOUZA e SOUZA, 2005).

    Na China, foram os monges que aprenderam essas técnicas de luta para se defenderem de bandidos, bem como para exercitarem o corpo (GUIMARÃES, 2008), tal modalidade atinge solo chinês pelas mãos de Bhodhidarma, uma reencarnação de Buda. Posteriormente, esta arte não demora a chegar à Terra do Sol Nascente (GURGEL, 2002). Contudo, existem duas possibilidades de como o Vajramashti chega ao Japão. A primeira seria que relata que Chim Gempim, um monge chinês que migrou para o Japão, e lá ensina alguns golpes da luta aprendida na China (GUIMARÃES, 2008), e a segunda aponta que Chen Gen Pin teria ensinado a três samurais técnicas de luta e esses teriam difundido e sistematizado tais técnicas no Japão (SOUZA e SOUZA, 2005).

    No Japão predominava o feudalismo, tendo os senhores feudais para sua proteção os samurais. Estes portavam espadas e duelavam até a morte para defenderem seus senhores feudais. Surge então a necessidade de desenvolverem técnicas que pudessem ser utilizadas quando perdessem suas espadas em meio a um combate e para suprir esta necessidade são desenvolvidos diversos estilos de luta corpo-a-corpo. Neste momento o Vajramashti sofre alterações para se adequar às necessidades dos samurais e recebe a denominação de Jiu-Jitsu.

    O Jiu-Jitsu pode ser escrito de diferentes formas, como Jiu-Jitsu, Jujitsu, Jujutsu. Porém, estudiosos sugerem que a maneira mais correta seria Jujitsu, devido ao fato que em japonês o Jiu-Jitsu é representado por dois ideogramas, o primeiro é “Ju= suave”; o segundo é “Jutsu= técnica ou arte”, o que resultaria em arte suave, ou arte das técnicas suaves (GURGEL, 2002; ROBBE, 2006). No entanto, relatos sugerem que o significado deste ideograma esteja relacionado com a forma como os guerreiros derrotavam seus adversários, o que levaria a crer no tom de enaltecimento do estilo, sendo que ideogramas transmitem idéias que às vezes são difíceis de definir em poucas palavras (SOUZA e SOUZA, 2005).

    Embora o Japão tenha sido o último país asiático a adquirir o conhecimento desta forma de autodefesa sem arma, é na terra nipônica que as artes marciais se desenvolvem e se popularizam de uma maneira incrível (GUIMARÃES, 2008). Desta forma, podemos considerar o Jiu-Jitsu uma arte tipicamente japonesa, que como outras artes marciais receberam contribuições de outras artes marciais, sendo a principal influência do Jiu-Jitsu até a chegada ao Japão o Vajramushti. (ROBBE, 2006).

    Com o advento da arma de fogo e a ocidentalização japonesa ocorrida durante a Restauração Meiji (1868), o Jiu-jitsu cai em desuso e seus professores não conseguem acompanhar as mudanças ocorridas. O Jiu-Jitsu nesta época, passa a ser marginalizado (SOUZA e SOUZA, 2005).

    Uma personalidade importante surge após o desuso do Jiu-Jitsu, Jigoro Kano. De acordo com Federação Portuguesa de Judô (FPJ), Jigoro nasce em 28 de Outubro de 1860 em Mikage, perto da cidade de Kobe, no Japão. Filho de um intendente naval do porto de Hyogo foi para Tóquio em 1870, após a morte da mãe, no ano da proibição do porte de espada para os samurais. Aos 17 anos entrou para a universidade imperial de Tóquio, para cursar letras, durante esse período foi motivo de piadas e chacotas para os amigos, por ser muito magro e de baixa estatura, com pouco mais de 45 kg e 1,50 m. No entanto, a sua morfologia não lhe permitia impor-se pela força, razão pela qual decide fortalecer o corpo através do Jiu-Jitsu, modalidade que era conhecida por permitir que um indivíduo pouco robusto conseguisse vencer um adversário mais forte. Kano foi estudioso que juntou vários estilos de Jiu-Jitsu para formar o seu próprio estilo, estilo o qual ficou conhecido como estilo Kano de Jiu-Jitsu, mais tarde chamado de Judô (caminho suave).

    Segundo a Confederação Brasileira de Judô (2007), Kano funda a Kodokan em 1982, escola de Judô que existe até os dias atuais, situada em Tókio. Diversos lutadores de Jiu-Jitsu permaneceram junto a Kano nesta empreitada (INAGAKI e WERNECK, 2004). Relata-se que o Judô teria sido criado para ensinar aos ocidentais uma arte fragmentada, preservando assim o Jiu-Jitsu, e o ensino do mesmo seria um crime de lesa-pátria. Porém, parece haver distorção em alguns fatos, crime de lesa-pátria seria o uso do Jiu-Jitsu, já que não era mais necessário o uso do mesmo na Era Meiji, tendo nesta época o fim dos samurais, pois os mesmos não eram mais responsáveis pela defesa de seus senhores feudais e a pátria.

    Kano após ensinar o estilo Kano de Jiu-Jitsu pelo Japão, envia seus discípulos para difundir o Judô pelo mundo (KUZO, 1972). Dentre as pessoas que foram fundamentais na disseminação do judô pelo mundo destaca-se Mitisuyo Maeda. De acordo com Inagaki e Werneck (2004), Maeda nasceu em 1878, em Aomori, no Japão, cidade onde a pobreza assolava a região devido ao forte frio no inverno. Desta maneira, como muitos moradores desta cidade ele se mudou para Tókio em 1986. Enquanto residiu em Aomori estudou na escola Hirosaki, onde era conhecido pelo apelido de “Menino-Sumô”, em razão ao fascínio pela arte que lhe fora ensinada por seu pai, e pelos combates que vencia contra colegas de escola.

    Robbe (2006) relata que em Tókio, Maeda estudou em um dos colégios mais tradicionais do país e entrou em uma universidade elitista, chamada de Waseda, onde ele se versou nas técnicas do Jiu-Jitsu. Posteriormente. Maeda bateria às portas da Kodokan.

    Naquele período, eram realizadas competições todos os meses na escola fundada por Jigoro Kano. Acredita-se que Mitsuyo treinou com afinco por meses antes de participar de uma delas, e no dia 25 de dezembro de 1898 ele fez sua primeira participação. Vestindo a faixa-branca, derrotou facilmente cinco ou seis oponentes e foi promovido à faixa roxa, e ainda naquele dia vencera mais e mais adversários, e após derrotar 15 lutadores em seqüência recebeu o primeiro grau da faixa preta (INAGAKI e WERNECK, 2004). Em 1904, Maeda recebeu o quarto grau da faixa preta das mãos de Jigoro Kano antes de partir para os Estados Unidos, onde desembarcaria em São Francisco (INAGAKI e WERNECK, 2004).

    Maeda percorreu vários países após os Estados Unidos, como México, Cuba, Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador e Peru. No México, receberia o apelido de Conde Koma, devido à sua elegância e seu semblante sempre triste (ROBBE, 2006). Iganaki e Werneck (2004) relatam que após passagem pelos Estados Unidos, Maeda teria ido para o Reino Unido em 1907, posteriormente Bélgica, Cuba, México e outros países até chegar ao Brasil.

    Relata-se que Conde Koma haveria realizado quase duas mil lutas em toda sua vida. Isto contabilizando todos os desafios que recebia pelos lugares onde havia passado, e diversos desses desafios teriam sido em ruas. Acredita-se que nunca tenha perdido um desafio.

    Maeda divulgava que a arte que ele praticava era o Jiu-Jitsu. Desta forma, surgem três possíveis explicações para tal fato, a primeira seria que no inicio o Judô era conhecido como estilo Kano de Jiu-Jitsu; a segunda é que Maeda antes de aprender técnicas de Judô já era versado nas técnicas de Jiu-Jitsu; e a terceira seria que a tradicional escola de Judô, Kodokan, não apoiava esses desafios que eram realizados, sendo esta atitude contraria a filosofia judoística.

Jiu-jitsu no Brasil

    A data da chegada de Maeda ao Brasil é controversa, Iganaki e Werneck (2004) relatam que Maeda chegou ao Brasil em 1910, na cidade de Santos. Entretanto, Robbe (2006) e Souza e Souza (2005) indicam que Mitsuyo Maeda teria chegado ao Brasil no dia 14 de novembro de 1914, em Porto Alegre, seguindo para o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, São Luís, Belém e Manaus, onde reside por um tempo, voltando posteriormente a residir até a sua morte em Belém.

    Em Belém, Maeda recebe ajuda de Gastão Gracie, homem envolvido com política e de grande influência, para formar uma colônia japonesa nessa terra. Como forma de gratidão ao apoio recebido de Gastão, Maeda ensina as técnicas que dominava a um dos filhos de Gastão Gracie, Carlos Gracie (GRACIE e GRACIE, 2000; GRACIE e GRACIE, 2001).

    Surge neste momento à figura de Hélio Gracie, irmão de Carlos, que sofria de vertigens e desmaios, motivos estes que o levaram a ser retirado da escola aos 14 anos. Como forma de ocupação de seu tempo assistia às aulas que seu irmão ministrava, e após um ano e meio assistindo as aulas era capaz de repetir tudo o que o Carlos Gracie explicava aos alunos (ROBBE, 2006). Certo dia, como forma de desculpas ao atraso do irmão, Hélio deu aula em seu lugar. Os alunos gostaram tanto que continuaram a ter aulas com Hélio, que posteriormente modifica as técnicas, a metodologia de treino e estratégias existentes no Jiu-Jitsu japonês e no Judô (GRACIE e GRACIE, 2001).

    Nasce então o Brazilian Jiu-Jitsu, no momento em que Hélio adapta as técnicas ao seu biótipo franzino. Ressalta-se que Hélio afirma não ter inventado nada, apenas modificado o que já existia, e faz uma analogia relatando que as técnicas aprendidas eram defasadas comparadas com as executadas atualmente, assim como o avião de Santos Dumont ao supersônico dos dias atuais.

Considerações finais

    O Jiu-Jitsu tem suas origens na Índia, a partir do Vajramashti, uma arte tipicamente indiana. Esta arte juntamente com o budismo percorre toda a Ásia, e ao chegar ao Japão sofre modificações adequando-se às necessidades daquele povo, e recebe a denominação de Jiu-Jitsu. Esta arte nipônica chega ao Brasil pelas mãos de Conde Koma, que ensina as técnicas aprendidas no Japão a Carlos Gracie. Hélio Gracie, irmão de Carlos, aprende esta luta e modifica as técnicas existentes adaptando-as a seu biótipo franzino, nasce então neste momento o Brazilian Jiu-Jitsu.

Referências

  • BEHRING. Disponível em http://www.behringjj.com.br. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JIU-JITSU (CBJJ). Disponível do site http://www.cbjj.com.br. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ (CBJ). Disponível em hptt://www.cbj.com.br. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • FEDERAÇÃO PAULISTA DE JUDÔ (FPJ). A História do Judô. Disponível em http://www.fpj.com.br. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • GRACIE, R.; GRACIE, C. Brazilian Jiu-Jitsu: Theory and Technique. With Kid Peligro. Invisible Cities Press. Montpelier, Vermon. 2000.

  • GRACIE, R.; GRACIE, R. Brazilian Self-Defense Techniques. With Kid Peligro and John Danaber. Invisible Cities Press in Association with Editora Gracie, 2001.

  • GUIMARÃES, F.M. A história do Jiu-Jitsu. Disponível em http//:www.ljjerj.com.br. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • GURGEL, F. Manual de Jiu-Jítsu. Vol. II. Editora Tatame, 2006.

  • IGANAKI, S.; WERNECK, R. Count Koma: the last samurai. In http://www.ibjjf.org/articles.htm. Acesso em 12 de setembro de 2009.

  • KUDO, K. O Judô em Ação. Editora Copyright, 1ªed., 1972.

  • ROBBE, M. Brazilian Jiu-Jítsu: a arte suave. Editora On Lise, n.05, 2006.

  • SOUZA, I.; SOUZA I. Guia Prático de Defesa Pessoal: Jiu-Jítsu. Editora Escala, n. 08, 2005.

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