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Estudo do perfil das comorbidades para o risco de 

ocorrência de doenças cronicas em idosos institucionalizados

Estudio del perfil de las comorbilidades con riesgo de surgimiento de 

enfermedades crónicas en personas mayores institucionalizadas

 

*Especialista em Fisioterapia em Geriatria

pela Cesumar Inspirar

**Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória

pela Cesumar Inspirar

(Brasil)

Renato Claudino*

Vanessa Schveitzer**

rugal­_7@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo baseia-se no crescente aumento do comorbidades devido às modificações enquanto expectativa de vida na população idosa brasileira e assim o aparecimento de doenças crônico degenerativas ocasionando risco de doenças cardiovasculares elevando o número de institucionalizações, assim analisados os prontuários em uma instituição de longa permanência a procura desses riscos. Conclusão: verifica-se importância parcela de indivíduos que apresentam comorbidades que afetam o sistema circulatório bem como hipertensão arterial sistêmica (H.A.S -71,3%), e Insuficiência Cardíaca Congestiva (I.C.C 71,3% ) e Diabetes Mellitus (59,52%) sendo estas, as principais encontradas na população de idosos institucionalizados.

          Unitermos: Idosos institucionalizados. Doenças cardiovasculares

 

Abstract

          His study is based on the growing demand for comorbitidities as a result of changes expected of life in the elderly population and thus onset of chronic degenerative disease causing risk of cardiovascular disease by increase the number of institucionalization of long term demand for these risks. Conclusion: There is important part of people who have comorbities that affect the circulatory system and blood pressure (H.A.S -71,3%), and heart failure (I.C.C 71,3%) Diabetes Mellitus (59,52%) these being the main population in institucionalized elderly.

          Keywords: Elderly institutionalized. Cardiovascular disease

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 141 - Febrero de 2010

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Introdução

    O aumento da proporção de pessoas idosas em relação ao total da população é um fenômeno nacional e mundial. Segundos dados do IBGE, a população brasileira, com idade superior a sessenta anos, aumentou de 4% em 1940, para 8,6% no ano de 2000. Em 2002, a estimativa era de 15 milhões de brasileiros com mais de sessenta anos e as projeções demográficas indicam que, em 2020, a população de idosos deverá atingir a cifra de 15 %; já em 2025 o Brasil será o sexto país em números absolutos, com mais de 30 milhões de idosos (MAZO et al., 2002; NUNES e PORTELA 2003).

    O processo de envelhecimento humano, enquanto integrante do ciclo biológico da vida, constitui um conjunto de alterações morfofuncionais que levam o indivíduo a um processo contínuo e irreversível de desestruturação orgânica. Conforme Santos (2001), esses processos variam de acordo com cada indivíduo, envolvendo fatores hereditários, a ação do meio ambiente, a própria idade, a dieta, tipo de ocupação e estilo de vida. Além destes fatores existem outros que estão condicionados pelo contexto social ao qual pertence o ser humano e também afetam sua vida e sua saúde (MACIEL, GUERRA 2007).

    Segundo Costa (2007), a pessoa idosa pode vir a sofrer alterações de diversas ordens favorecedoras de condição de fragilidade, muitas vezes associada a uma doença crônico-degenerativa ou a um quadro de comorbidades o que pode ocasionar maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminem por levar à morte.

    As doenças não transmissíveis (DNTs), tais como doenças cardiovasculares, hipertensão, derrame, diabetes, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, artrite, osteoporose, depressão, amputações, diminuição da visão e ou cegueira, entre outras, transformaram-se nas principais causas de morbidade, incapacidade e mortalidade em todas as regiões do mundo inclusive em países em desenvolvimento (MAZO, LOPES E BENEDETTI, 2009).

    Os idosos apresentam mais problemas de saúde que a população geral. Em 1999, dos 86,5 milhões de pessoas que declararam ter consultado um médico nos últimos 12 meses, 73,2 % eram maiores de 65 anos. Esse também foi o grupo de maior coeficiente de internação hospitalar (14,8 por 100 pessoas no grupo) no ano anterior, mais da metade dos idosos apresentavam algum problema de saúde (53,3%), sendo 23,1% portadores de doenças crônicas e o número de consultas se amplia. Sabe-se que mais consultas levam ao maior consumo de medicamentos, mais exames complementares e o custo da internação no SUS e a maior utilização dos serviços de saúde por tempo prolongado (GARRIDO, 2002; IBGE, 2009; MAZO, LOPES e BENEDETTI, 2009).

    Segundo Freitas et al., (2002), os principais fatores de risco e comorbidades que levam à institucionalização em ILPIS são: depressão, demência, imobilidade, problemas médicos, incontinência urinária, sexo feminino, idade acima de 70 anos, solteiro, não ter filhos, morar só e baixa renda.

    As “instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, são destinadas a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania.” (SILVA, BESSA 2008.)

    Com a crescente taxa de institucionalização, as pesquisas sobre as ILPIs são bastante recentes, apresentando carências em diversas áreas, tratando-se, principalmente, de pesquisas descritivas.

    Assim o objetivo deste trabalho é conhecer o perfil de comorbidades que se encontram nos idosos institucionalizados.

Metodologia

    Essa pesquisa caracterizou-se como um estudo qualitativo com abordagem descritiva. O instrumento utilizado neste artigo contempla-se na análise de prontuários, os quais contêm todas as informações dos pacientes desde sua data de internação, tratamento medicamentoso e cirúrgico (se for o caso) e a abordagem da equipe multiprofissional, em idosos institucionalizados de ambos os sexos, onde se presta atendimento sob longa permanência, localizado no município de Trombudo central - Santa Catarina.

    Foram coletados de uma amostra composta de 42 indivíduos, cujo aconteceu no período de 01 a 30 de Setembro do ano de 2009 incluindo os que apresentavam idade igual ou superior a 60 anos conforme demanda o estatuto do idoso, com n de aconteceram entre.

    Os dados coletados dos prontuários foram: comorbidades como, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Melittus (DM), e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). Os dados foram inicialmente tabulados no software Microsoft Excel® para Windows versão 2007, analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) ® versão 15.

    As variáveis categóricas foram analisadas por meio da distribuição de freqüência para cada item descrito anteriormente.

Resultados e discussão

    Segundo as informações da PNAD, 29,9% da população brasileira reportou ser portadora de, pelo menos, uma doença crônica. O fato marcante em relação às doenças crônicas é que elas crescem de forma muito importante com o passar dos anos: entre as pessoas de 0 a 14 anos, foram reportados apenas 9,3% de doenças crônicas, mas entre os idosos este valor atinge 75,5% do grupo, sendo 69,3% entre os homens e 80,2% entre as mulheres (VERAS; PARAHYBA, 2007).

    Conforme análise dos dados verifica-se a importância do número de indivíduos que apresentam comorbidades que afetam o sistema circulatório como (HAS, 71,3%), conforme tabela 1, (ICC, 71,3%) conforme tabela 2 e (DM, 59,52%) conforme tabela 3. Estas anteriormente citadas, são as principais encontradas na população de idosos institucionalizados.

    Estima-se que as doenças cardiovasculares cheguem a atingir no mundo cerca de 15 milhões de morte por ano (mais ou menos 30% do total) e no Brasil em torno de 350.000 mortes por ano (mais ou menos 30% do total). As principais causas são doenças arteriais coronariana, HAS e acidente vascular cerebral (WHO, 2005).

    Conforme Caetano et al., (2008) em um estudo com idosos os dados comprovam também que neste grupo das doenças do aparelho circulatório, destacam-se, (74,4%), as principais enfermidades encontradas foram: HAS, flebite e ICC.

    Silva (2009), estudando populações de idosos institucionalizados através de um estudo interinstitucional verificou as doenças do aparelho circulatório perfazem praticamente (66,3%) desta população sendo significativo.

    Segundo Tavares, Drumond & Pereira (2008), em um estudo em idoso que reside na comunidade os maiores percentuais foram para a HAS (75,5%), problemas de visão (73,6%), isso mostra que não ocorre apenas os idosos institucionalizados, mas também na comunidade, há uma grande incidência.

Tabela 1. Presença de Hipertensão Arterial Sistêmica

 

Tabela 2. Presença de Insuficiência Cardíaca Sistêmica

    Caetano et al., (2008) afirma que dentre os fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares encontra-se o Diabetes Mellitus, que ocasiona morbi-mortalidade e perda na qualidade de vida.

    As doenças metabólicas atualmente são um problema de saúde pública pela elevada incidência e prevalência. A diabetes atinge cerca de 13% da população idosa brasileira (NERI, 2001).

    Em um estudo multicêntrico de prevalência, realizado no Brasil (1987/1989), demonstrou que 7,6% com diabetes que freqüentam, prioritariamente, a população de 30 a 69 anos são diabéticas. Ressalta-se que estes valores aumentam de acordo com a elevação da faixa etária, representando 17,4% entre os idosos. Verificou-se também que 46,5% dos sujeitos diagnosticados desconheciam ter diabetes. A elevada ocorrência somada à presença de complicações macro e microvasculares tornam esta doença problema de saúde pública (TAVARES, DRUMOND & PEREIRA, 2008).

    As complicações que levam a incapacidade funcional, as amputações de membros inferiores ocorrem numa faixa etária de 50 a 75 anos, aproximadamente 75% são do sexo masculino (CHIARELLO, MORASSI, ALEGRANCE, 2007).

Tabela 3. Presença de Diabetes Mellitus

Conclusão

    Neste estudo verificou-se a grande incidência de comorbidades como HAS, DM e ICC, que ocasionam a prevalência de doenças crônica degenerativas, nesta população de idosos, que acabam por serem institucionalizados, levando a gastos elevados para os cofres públicos. Assim a orientação advinda por meio de profissionais da saúde e entidades governamentais quanto o diagnóstico precoce e atuação terapêutica para essas comorbidades descritas favorecerá a redução, dos impactos negativos e gastos nesta população estudada.

Referências

  • CAETANO, et al. Descrição dos fatores de risco para alterações cardiovasculares em um grupo de idosos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Abr-Jun; 17(2): 327-35, 2008.

  • CHIARELLO, B.; MORASSI, L. C.; ALEGRANCE, C. F. Amputação no idoso In CHIARELLO, B.; DRIUSSO, P.; Manuais de fisioterapia: Fisioterapia Gerontológica. ed. Manole: São Paulo, p. 161-175,2007.

  • COSTA, T. B. V. M. R. O abandono do idoso. Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da saúde: Belo Horizonte, v. 3 n.5. fev-julh, 2007.

  • FREITAS, E. V.; PY, L.; NERI, A. L. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

  • GARRIDO, R.; MENEZES, R. P. O Brasil esta envelhecendo: boas e más noticias por uma perspectiva epidemiológica, Revista Brasileira de Psiquiatria v 24 (supl I): 3-6, 2002.

  • IBGE: Indicadores Sociodemográficos e de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

  • MAZO, G. Z., LOPES, M. A. e BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso: concepção gerontológica. 3ª ed. Revisada e ampliada Porto Alegre: Sulina, 2009.

  • MACIEL, C. C. A.; GUERRA, O. R. Influencia dos fatores biopsicossociais sobre a capacidade funcional de idosos residentes no nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 10 n. 2, p: 178-189. 2007.

  • NERI, A. L. Palavras chave em Gerontologia. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001.

  • NUNES, M. L.; PORTELLA, R. M. Idoso fragilizado no domicilio: A problemática encontrada na atenção básica da saúde. Revista Boletim da Saúde: Porto Alegre v. 17, n. 2 jul./dez. p. 109-121.2003.

  • SILVA, P. E M.; SILVA, J. M.; Motivações para o ingresso dos idosos em instituições de longa permanência e processos adaptativos: Um estudo de caso. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Abr-Jun; 17(2): 258-65, 2008.

  • SILVA, J. C. Velhos ou idosos? A terceira idade, v. 14, n.26, p: 94-111. 2009.

  • TAVARES. S. M. D.; DRUMOND. R. F.; PEREIRA. A. G.; Condições de saúde de idosos com diabetes no município de Uberaba, Minas Gerais. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Abr-Jun; 17(2): 342-9, 2008.

  • VERAS, R. P.; PARAHYBA, M. I. O anacronismo dos modelos assistenciais para os idosos na área da saúde: desafios para o setor privado. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, v. 23, n. 10, p. 2479-2489, out./2007.

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