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Influência do contexto nos níveis de habilidades motoras em crianças

Influencia del contexto en los niveles de habilidades motoras en niños

 

Especialização em Fisiologia do Exercício e do Desporto

Faculdade Internacional de Curitiba

Licenciatura Plena em Educação Física

(Brasil)

Célio Roberto Santos de Souza*

Hilton Martins e Silva

Ronédia Monteiro Bosque

José Luiz Sena do Rosário

Ricardo Figueiredo Pinto

prof_celiosouza@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          Introdução: O ser humano interage com o ambiente através dos movimentos desde o início de sua vida. A sua sobrevivência está diretamente ligada a eles, desde os movimentos reflexos aos mais especializados, desta forma, do nascimento até a morte é notória manifestação da motricidade humana. A partir destas breves considerações, o presente estudo buscou responder a seguinte pergunta: Como os fatores do contexto ambiental podem influenciar nos níveis de habilidades motoras fundamentais em crianças do ensino fundamental? E como objetivo geral buscou-se: Investigar que fatores do contexto ambiental estão relacionados ao processo de desenvolvimento motor de crianças do ensino fundamental. Procedimentos Metodológicos: O presente estudo de caráter bibliográfico, verificado a partir de artigos, monografias e dissertações. Resultados: Ao finalizar estas questões percebemos a importância das crianças serem encorajadas para participar de jogos, envolvendo habilidades diversificadas que, ainda, não tiveram oportunidade de aprender. Discussão: Ao interpretar as informações disponíveis sobre a influência dos fatores contextuais ou ambientais no processo de desenvolvimento motor de crianças do ensino fundamental. Permiti-nos ter uma análise interpretativa das formas positivas e negativas das influências que a sociedade, a cultura, a etnia, o gênero tem na construção do acervo motor.

          Unitermos: Contexto ambiental. Habilidade motora. Crianças

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010

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Introdução

    O ser humano interage com o ambiente através dos movimentos desde o início de sua vida. A sua sobrevivência está diretamente ligada a eles, desde os movimentos reflexos aos mais especializados, desta forma, do nascimento até a morte é notória manifestação da motricidade humana.

    Ao nascer o organismo humano aparentemente, quando comparado a outro mamífero, ainda não está pronto para sobreviver na natureza. Enquanto os outros animais pouco tempo depois de nascer são bastante independentes em suas relações com o ambiente em que vivem, o ser humano é extremamente dependente dos seus pais. Com o passar do tempo, as ações de relações com o ambiente vão ser tornando gradativamente mais intensas, demonstrando uma adaptação ao meio em que vive. O que podemos observar que o desenvolvimento motor na infância caracteriza-se pela forma como as ações são construídas a partir da intencionalidade da criança num dado contexto físico e social. (MANOEL e NICOLETTI, 2007). Essas ações seguem uma organização das estruturas cerebrais, e um calendário maturativo lógico.

Fatores ambientais ou contextuais que interferem no desenvolvimento motor

    Tanto as condições naturais do ambiente (temperatura, iluminação, área de superfície, gravidade, etc...) como as condições sócio, econômicas e culturais (etnia, nível salarial, quantidade de membros da família, etc...) podem influir tanto nos aspectos quantitativos quanto nos qualitativos de uma determinada habilidade motora. Por isso levantaremos algumas questões respeito da influência do contexto ambiental sobre o potencial de desenvolvimento ou dificuldades relativas ao processo de desenvolvimento das habilidades motoras.

Influências de fatores socioeconômicos

    Diferenças no desenvolvimento motor em crianças provenientes de diferentes níveis socioeconômicos têm sido analisadas em pesquisas (MARTINS e SZYMANSKI, 2004). Os quais têm mostrado relevante enfatizar que as posições socioeconômicas por si só não determinam o desenvolvimento motor infantil.

    O que parece fazer diferença são os diversos ambientes, os quais podem ser proporcionados pelas condições econômicas, principalmente, da familiar. A criança as quais a família pode oportunizar práticas de tarefas específicas, consequentemente repercutirá positivamente no seu desenvolvimento motor.

    Por outro lado, é importante, ainda, destacar que crianças de classes mais baixas apesar de possuir menos recursos para a aquisição de brinquedos e equipamentos (tais como computadores, jogos educativos e brinquedos eletrônicos) que estimulam sua permanência dentro de casa. Tendo como única forma de lazer as atividades e os jogos realizados na rua, com seus pares da vizinhança. Além disso, essas crianças, em geral, não são participantes de atividades extraescolares (tais como cursos de línguas ou informática), as quais, muitas vezes, terminam por restringir o tempo das crianças nas práticas motoras, como também de oportunidades de novas experiências motoras.

As influências socioculturais

    As influências sociais e/ou culturais podem influenciar e interagir com restrições para realização de uma habilidade, pois refletem um sistema de atitudes, crenças, valores, normas e estereótipos.

    As atitudes socioculturais de grupos e pessoas agem para incentivar ou desestimular certos comportamentos “esperados” para determinada classe social, tipo físico, raça, etc. Assim, torna-se muito fácil de ver a influência da sociedade e da cultura na escolha esportiva e na atividade física a ser praticada por determinado indivíduo e consequentemente nos níveis de desenvolvimento de determinadas habilidades motoras. Em estudos realizados por Berleze; Vieira; Krebs (2002), Paim, (2001), Gorgatti (2008) apontaram que a motivação pessoal é o fator que mais influencia para a prática esportiva, essa satisfação pessoal é fruto da boa aceitação por parte da cultura social.

    Uma criança que nasce em nosso País é constantemente estimulada (pela família, pelos amigos, pela mídia) a jogar futebol, já uma criança que nasce nos Estados Unidos é impulsionada a jogar basquetebol, essa escolha fará que ele seja mais bem aceito em seu círculo social e terá maior satisfação em praticar este esporte.

    O estudo realizado por Marques e Catenassi (2005) demonstrou como o ambiente social e cultural pode influenciar no desenvolvimento das habilidades motoras, onde foi comparado o nível entre as habilidades de chutar e arremessar. O resultado demonstrou um maior nível de habilidade no chutar, isso nos mostra que esta habilidade é muito mais presente nas atividades das crianças do que o arremessar.

    As influencias sócio-culturais são muito mais fortes para o desenvolvimento da habilidade de chutar que está presente no futebol do que no arremessar característico do handebol.

    O futebol no Brasil se encaixa nos últimos contextos citados, pois é o esporte mais divulgado, assim possui alto grau de exigência e cobrança de rendimento, mas sobre tudo admiração e respeito dos seus praticantes por parte da família, dos amigos e de toda a sociedade. Assim a motivação é um fator muito importante na busca de qualquer objetivo pelo ser humano (PAIM, 2004).

Influências do estímulo e da privação

    As práticas de criação infantil têm influência direta no nível de desenvolvimento das habilidades motoras das crianças, uma vez que, quanto maior o número e a variedade de experiências e vivências individuais da criança em seu ambiente natural, melhor será o desenvolvimento nas tarefas cotidianas (PAIM, 2003).

    As dimensões destas oportunidades no ambiente familiar se tornam ainda maior à medida que verificamos uma diminuição de práticas motoras das crianças em praças públicas e campos, nas ruas e em áreas livres. Fatores como a violência urbana, a diminuição de espaços urbanos vazios, a preferência por morar em apartamentos ou casas pequenas, diminuem as possibilidades de prática motoras das crianças, pesquisas têm mostrado que crianças que se desenvolvem nesse contexto têm atraso no desenvolvimento motor (PAZIN, FRAINER e MOREIRA, 2006).

    A compreensão de como a criança constrói suas experiências dando direção ao seu desenvolvimento é produzida pela relação dos estímulos e da privação das possibilidades motoras. Um método de investigação usado nessas abordagens considera elementos típicos do ambiente natural da criança. Os movimentos que a criança deve realizar a tomada de decisão e a escolha dos meios para realizar a ação. Assim, a criança enfrenta o desafio de contextualizar os movimentos para as finalidades que se coloca a ela na situação real. O contexto do desenvolvimento varia de acordo com a relação delas com o ambiente e do ambiente com ela.

    Com a crescente urbanização da sociedade moderna, a liberdade de ação das crianças atuais é inferior às crianças de algumas décadas atrás. Algumas consequências dessa urbanização são as questões relacionadas com o perigo do transito, nível de segurança em relação a receios de assaltos ou violência de rua e outras situações da vida ambiental, fatores habitualmente reconhecidos pelos pais como os causadores da diminuição de possibilidades de mobilidade dos seus filhos. Por outro lado, deve-se acrescentar ainda o fato de que as crianças de hoje brincam mais dentro de casa (televisão, computador, vídeo-game, brinquedos padronizados, etc.) e quando fora de casa seu tempo é preenchido com atividades em academias e clubes (tempo livre institucionalizado). As transformações da liberdade que as crianças têm em relação às atividades de rotina diária e experiências motoras, lúdicas e desportivas, são ocasionadas por decisões da família (atitudes parentais).

    Uma pesquisa realizada por NETO et al, (2004), na qual mostra o que a maior parte das crianças que participaram da pesquisa brincavam em casa, e que seus pais eram seus companheiros na maioria das vezes. E a permanência diante de aparelhos eletrônicos (televisão, videogame, computador) pareceu influenciar significativamente o cotidiano dessas crianças. Pois diminuindo a participação em atividades livres com habilidades motoras de locomoção e manipulação e consequentemente diminuindo seu desempenho nessas habilidades.

    O ambiente escolar também pode ser um fator de restrição ou estimulação, dependendo de como as experiências motoras são proporcionadas, a falta da educação física no 1° e 2° ciclo do ensino fundamental pode reduzir significativamente as variedades de experiências motoras necessárias ao desenvolvimento na fase motora adequada, por esse motivo maioria dos alunos chega a 5ª série do ensino fundamental com déficit no desenvolvimento motor o que os leva a ter dificuldades para executar algumas atividades. (BALBÉ et all, 2009)

    Mesmo quando a criança ainda não frequenta a escola alguns fatores podem influenciar na privação ou estimulação para o seu desenvolvimento motor, como é o caso de quando os pais deixam os filhos em um ambiente da casa e ficam observando (vigília), dando a criança uma maior liberdade para explorar o ambiente em que vivem. Situações de privação podem aparecer em qualquer momento ao longo da vida. Alguns até muito cedo, como é ocaso dos bebês que na maioria das vezes, ficam no colo, berço ou andajar, este último principalmente no período que compreende entre 09° e 12° mês, período em que a criança começa a andar e precisa de uma atenção especial dos pais para o seu melhor desenvolvimento motor.

    A respeito deste enfoque um estudo realizado por Silva, Santos, Gonçalves (2005). Mostra que os bebês que passaram a maior parte dos momentos da vigília dos pais, no chão, explorando os espaços do ambiente onde moram, tiveram um melhor desenvolvimento motor. Este estudo também revelou que primogênitos tem um desenvolvimento acentuado, pelo fato de terem uma maior atenção e estimulo dos pais, ao contrário das crianças, que tem que dividir a atenção dos pais com outros irmãos.

Sexismo nas atividades motoras

    A habilidade motora ainda é tida como coisa de homem. Esta atitude é discutida nos PCN, quando apresentam o exemplo das falas dos alunos (as): “[...] com relação à habilidade das meninas para jogar futebol, é comum surgirem frases como: ‘ela joga bem, parece até um homem jogando’, ‘aquela menina é meio macho, olha como ela joga bem, pode até jogar com a gente’ ” (BRASIL, Ministério da Educação, 1999a, p.42). Essa concepção já discutida em algumas pesquisas (PEREIRA, 2004; TEIXEIRA e MYOTIN, 2001) tem influenciado as experiências motoras das crianças.

    Podemos compreender então que existe aparentemente uma divisão por sexo das habilidades motoras, atividades relacionadas ao voleibol, a ginástica e a dança são classificadas comumente como femininas, já atividades como futebol e lutas são masculinas. Quando uma menina consegue desempenhar bem uma habilidade motora geralmente vista como masculina, não é bem aceita pela família, amigos e pela sociedade (MOURÃO, 2000).

    Este conceito de divisão das habilidades motoras por sexo é tão bem estabelecido socialmente que quando uma criança chega à escola já sabe que “existe coisas de menino e coisas de menina”. A frase “meninos pra cá e meninas pra lá” ainda muito utilizada nas escolas, inclusive nas aulas de educação física, apenas reforça este conceito socialmente previamente estabelecido.

    Em pesquisa realizada por Pereira (2004) demonstrou que as crianças percebem as atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física como separadas por sexo, apesar de mistas. Uma vez que meninos e meninas ocupam espaços diferentes para a prática das atividades lúdicas, poucos meninos brincam juntos com as meninas, e estas brincam menos ainda com eles. Isso por que os tanto os meninos quanto as meninas acham que há uma grande diferença de habilidade entre eles.

    A diferença no nível de desenvolvimento das habilidades motora de meninos e meninas não é confirmada em pesquisas (VALENTIN, 2002), onde se evidenciou que os níveis de habilidades locomotoras são muito próximos com pequena vantagem para os meninos em habilidades de controle de objetos. O que pode contribuir para uma mudança de ponto de vista.

    Mesmo assim, não devemos desconsiderar que, embora haja avanços em relação à discriminação entre gêneros, as meninas, por educação e tradição, são ainda pouco motivadas para práticas esportivas. Segundo Torres et ai. (1997), em estudo realizado sobre hábitos de vida com essa mesma população, demonstrou que há diferenças entre os gêneros no que se refere às atividades realizadas no interior da moradia (as meninas têm sob sua responsabilidade a realização de tarefas domésticas e o atendimento aos irmãos menores), ao acesso dos espaços disponíveis às práticas de lazer (as meninas ficam restritas ao pátio de casa, enquanto os meninos frequentam as ruas, parques/praças públicas e campos/terrenos baldios).

    Dessa forma, parece-nos, de modo geral, que as meninas praticam atividades esportivas dentro das possibilidades de tempo de sobra (após realizadas as atividades que estão sob sua responsabilidade) e, ainda, sob restrições de espaço físico e de materiais esportivos.

    Pereira 2004 verificou-se que muito embora as aulas de educação física sejam realizadas por turmas mistas poucas vezes crianças de sexo diferentes brincam juntas quando perguntado na pesquisa os motivos mais comuns foram para os meninos: a falta de habilidade feminina, a feminilidade, a vaidade e a infantilidade; e os estereótipos masculinos apontados pelos meninos: machismo, vigor físico, agressividade; Para as meninas: apresentaram os seguintes estereótipos masculinos: machismo, agressividade, vergonha e vigor físico; e os femininos: a falta de habilidade feminina, feminilidade e infantilidade. E para as professoras em relação aos meninos: machismo e vergonha; e em relação às meninas em determinadas atividades foram: feminilidade e vaidade.

    Em outra pesquisa que foi observado a preferência de brincadeiras e um playground por livre escolha. As meninas apresentaram preferência natural por brincar em apenas um brinquedo, fosse ele locomotor, de manipulação ou de estabilidade, enquanto os meninos preferiram brincar em vários brinquedos. Assim mostrado aparentemente que as meninas dão mais atenção as tarefas realizadas, o que diminui suas oportunidades de vivencias, diferentes dos meninos que costumam experimentar o máximo possível, perdendo o interesse pelo que já conhecem.

    Na sociedade há diferentes tipos de comportamentos motor, estereotipados específicos do gênero: Escamoteado em visão biológica, as atividades para cada sexo está ligado a características biológicas, fisiológicas e maturacionais, o que de modo geral não é decisivo para a aptidão física. Porém, sociologicamente e culturalmente, os gêneros são estimulados de modos diferentes, desde os primeiros anos de vida. Pais e outros agentes socializadores incentivam as crianças a práticas consideradas apropriadas ao gênero.

Influências de fatores, raça e etnia

    No que diz respeito à população negra no Brasil, historicamente sempre foi deixada a margem das ações governamentais de educação, saúde e lazer. Isso gerou consequência graves ao desenvolvimento das crianças afro-descendentes.

    O sucesso de ascensão social para indivíduos negros tem dificuldades maiores que de um branco com mesmo grau de instrução. O negro tem que vencer o preconceito, a marginalização, as deficiências educacionais. Rosemberg (1998) verificou as desigualdades entre brancos e negros, tanto nas relações sociais, quanto nas educacionais dentro da escola, mostrando o quanto os negros foram e são prejudicados nestes aspectos.

    E dentro das aulas de educação física não é diferente a convivência e as relações interpessoais no cotidiano escolar são baseadas muitas vezes numa visão estereotipada da criança negra, o aluno negro (que é muito ativo), é visto como bagunceiro e indisciplinado, sendo afastado das aulas pelo seu mau comportamento nas atividades de educação física (PINHO, 2006).

    A respeito disto um estudo comparativo feito por (MARMELEIRA E ABREU, 2006) com crianças ciganas e não ciganas mostrou que as crianças ciganas mesmo vivendo em ambientes que propiciem maiores acessibilidade a espaços abertos e livres, apresentaram resultados inferiores nas tarefas motoras. Segundo o autor poucos trabalhos estudaram profundamente a cultura da população cigana relacionada a seus hábitos de lazer, mas os que estudaram indicam que o tempo que poderia ser usado pelas crianças para o lazer é destinado na preparação da criança para o futuro, através de ensinamentos indispensáveis ao seu contexto socioeconômico.

    As características comportamentais são influenciadas por certas culturas, raças ou grupos étnicos, o que segundo Martins e Szymanski (2004) estão apoiadas na teoria ecológica de desenvolvimento humano de Urie Bronfenbrenner, pois este se constituiria em contextos onde o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os processos desenvolvimentistas, sendo assim um forte interventor sociocultural do desenvolvimento motor. A identificação desses fatores facilitaria a orientação de uma intervenção motora planejada em aulas de educação física potencializando o benefício dessas atividades. No entanto, poucas pesquisas têm sido realizadas nessa área.

Considerações finais

    Ao interpretar as informações disponíveis sobre a influência dos fatores contextuais ou ambientais no processo de desenvolvimento motor de crianças do ensino fundamental. Permiti-nos ter uma análise interpretativa das formas positivas e negativas das influências que a sociedade, a cultura, a etnia, o gênero tem na construção do acervo motor.

    Ao finalizar estas questões percebemos a importância das crianças serem encorajadas para participar de jogos, envolvendo habilidades diversificadas que, ainda, não tiveram oportunidade de aprender. Desta forma, existe uma forte tendência de impulsionar a criança para a prática de habilidades esportivas mesmo antes de elas terem atingido o padrão motor maduro que constitui um pré-requisito para as habilidades esportivas.

    Quando isto acontece, algum componente imaturo toma parte no padrão usado na execução de habilidades esportivas. A aceleração para progressão em habilidades esportivas deve ser considerada cuidadosamente, pois o encontro prematuro com o esporte é indesejável. Mas, se esses movimentos imaturos passam a modificar-se de forma positiva, especialmente pela ambiente motivador, o resultado eventual é benéfico para o desenvolvimento da habilidade motora.

    Sendo assim, acredita-se que um programa de atividades motoras, destinado a crianças de 7 a 10 anos, deveria primeiramente propiciar o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, para posteriormente desenvolverem movimentos especializados que são utilizados nas várias habilidades desportivas.

    Considerando os professores de Educação Física de suma importância para socialização e consequentemente no desenvolvimento de habilidades motoras dos alunos do ensino fundamental, estudos como estes devem ser aprofundados e difundidos no âmbito acadêmico, para possibilitar a tais profissionais um suporte na sua posterior prática enquanto educador.

Célio Roberto Santos de Souza

E-mail: prof_celiosouza@yahoo.com

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