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A relação entre a especialização precoce e o 

abandono prematuro na natação em Uberlândia, MG

La relación entre la especialización precoz y el abandono prematuro en natación en Uberlandia, MG

 

Educação Física – UNITRI

(Brasil)

Divina Aparecida Garcia Rodrigues

Maria Aparecida de Sousa | Márvio Marcelo Macedo

divinagarcia@gmail.com

 

 

 

Resumo

          Observamos que o abandono de nadadores ao esporte era algo intrigante a ser pesquisado o que nos levou a determinar como objetivo pesquisar quais os motivos que os levaram a desistência. Assim, selecionamos 14 pessoas ex – atletas de natação que abandonaram precocemente o esporte – 9 do gênero masculino e 5 feminino com idade média de 28,5 anos no momento da aplicação do questionário. A pesquisa de dados foi realizada através de um questionário com 20 perguntas abertas e fechadas. Os resultados foram analisados qualitativa e quantitativamente. Pela análise dos resultados verifica – se que existe uma relação significativa entre a especialização precoce e o abandono da carreira prematuramente. De tal modo, apuramos que na cidade Uberlândia – MG de acordo com população de amostragem é relevante o período de especialização junto ao abandono do esporte de natação. Chegamos à conclusão que, os maiores motivos e fatores de abandono do esporte pelos atletas da cidade justificam pela falta de apoio, seguidos por resultados negativos e persistentes, cansaço da rotina de treinamento e das responsabilidades (estudo) e finalmente não menos por lesões. Em referência, aos aspectos psicológicos e sociais, fica claro que os pontos positivos provindos do treinamento precoce, são pouco mencionados e superados, mediante aos pontos negativos. Estabelece com grande importância, uma idade em termos cronológicos para a iniciação de um treinamento especializado para o atleta, sendo submetido a uma ampla variedade de movimentos possibilitando usufruir de outras atividades físicas que contribuiriam para sua formação psicomotora.

          Unitermos: Especialização precoce. Natação. Treinamento

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010

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Introdução

    O presente estudo tem como tema a relação entre a especialização precoce e o abandono prematuro na natação em Uberlândia – MG. Seguimos a premissa de que durante anos, ocorreram questionamentos sobre a iniciação precoce nos esportes, principalmente na natação; esses questionamentos trazem posições distintas e contraditórias. Considerando a crescente valorização do esporte de rendimento, em todo mundo, gostaríamos de abordar este assunto, trazendo-o para a realidade da nossa cidade, no sentido de compreender a sua relação com o abandono prematuro por parte dos atletas no esporte natação.

    A crescente especialização e a queda no número de atletas nas categorias subseqüentes serviram de embasamento na tentativa de se desvendar os reais motivos que levavam os atletas de natação competitiva a desistirem do esporte no auge de suas carreiras.

    Surge o interesse do grupo sobre o tema especialização precoce na natação com a tentativa da obtenção de dados sobre tal assunto na cidade de Uberlândia, que constitui desde outrora um dos pólos do triângulo mineiro no esporte, com a alternativa de grandes clubes patrocinadores e destacando atletas de alto nível. Não havendo um estudo composto sobre a relevância que a especialização precoce caracterizou nas vidas de ex – atletas desta cidade e se os resultados obtidos serão significantes junto a outros estudos realizados.

    E tendo dito contradizendo que a especialização precoce proporciona melhores resultados, no entanto, a que preço esses resultados são obtidos. Ocorrem inúmeras desistências entre atletas de categoria de base, estes não chegam à profissionalização pelo grande desgaste físico e mental causados.

    Desse modo, determinamos como finalidade para o grupo, constatar as suas reais vivências de ex – atletas na área da natação, do mesmo, esclarecer fatos relacionados à especialização precoce, bem como aos fatores que levaram ao abandono prematuro do esporte.

    Buscamos em muitos estudos e encontramos um artigo realizado no final do ano de 2007, denominado “A relação entre a especialização precoce e o abandono prematuro na natação” realizado pelo Profº. Ms. Orival Andries Junior e outros pela UNICAMP – SP. A temática proposta veio de encontro com a necessidade de apurar a realidade do campo da natação em Uberlândia.

    Determinamos como problema, quais os motivos que levaram nadadores ao abandono prematuro da natação e a desmotivação esportiva em geral destes, diante do esporte, levando em conta a especialização precoce?

    Como objetivo geral fora apontado à seguinte afirmativa: identificar os motivos do abandono precoce em nadadores de base com a finalidade de apontar fatores que os levaram a desmotivação esportiva. Como objetivos específicos são determinados: analisar os principais fatores do abandono precoce de ex – nadadores em Uberlândia – MG; comparar os resultados obtidos em relação a outros trabalhos encontrados determinando as divergências e semelhanças destes e analisar, a partir da literatura, os benefícios e/ou malefícios da iniciação precoce.

O conceito de Especialização precoce

    A especialização é definida em diferentes âmbitos por estudiosos, para BARBANTI (2003) a especialização é um processo pelo qual a pessoa aprofunda os seus conhecimentos numa área específica. Classificam também, que a especialização é realizada por meio de exercícios e/ou atividades que levam a aquisição ou aprimoramento das habilidades específicas do esporte e/ou da atividade física.

    No entanto, para Wieineck (1991, pág. 318) a especialização é inevitável no esporte de alto nível, entretanto, ela deveria ocorrer com base em uma estrutura de treinamento adequada ao desenvolvimento, que leva em consideração o desenvolvimento individual, que contem um aumento regular de carga, nos moldes de uma formação básica múltipla, garantindo movimentos coordenativos gerais.

    Contudo, Bento (1995) ressalta que antes da aplicação de um treinamento à criança é preciso que se determine a fase de desenvolvimento em que esta se encontra. A observação somente da idade cronológica é insuficiente, uma vez que o crescimento, o desenvolvimento e a maturação acontecem num ritmo individual e, portanto, variando de um indivíduo para outro.

    A especialização uma vez não impedida, indicando ser única forma de sucesso eminente para o esporte deveria ser trabalhada adequando – se ao ritmo individual do atleta. Por muitas vezes, ignorado tal fator o atleta inicia sua vida desportiva muito cedo, tornando a especialização denominada especialização precoce. Privando a criança de usufruir de outras atividades físicas que contribuiriam para sua formação psicomotora e psicossocial.

    É importante ressaltar sobre a seleção de talentos as etapas de preparação em longo prazo, MAKARENKO (2001) afirma que de acordo com os objetivos e as condições de desenvolvimento da natação desportiva e com as leis gerais da fisiologia evolutiva e desportos juvenis, a preparação dos jovens nadadores, se estende por vários anos, divide – se nas seguintes etapas:

1.     Preparação desportiva inicial

    A duração dessa etapa é de um ano e meio a dois anos, e as idades das crianças, geralmente são de 8 a 11 anos.

2.     Preparação desportiva básica

    A duração dessa etapa é de quatro anos, e a idade dos nadadores varia entre 10 e 15 anos. O nível de preparação exige inicialmente que o atleta saiba nadar 50 metros em todos os estilos.

3.     Preparação especifica (alta capacidade competitiva)

    A duração dessa etapa é de aproximadamente três anos, e a idade dos jovens nadadores é de 15 a 18 anos para rapazes e de 14 a 16-17 anos para moças.

4.     Preparação do alto nível competitivo (e constante aperfeiçoamento).

    Nessa etapa, os jovens nadadores têm entre 17 e 18 anos e as jovens nadadoras, entre 15 e 16 anos de acordo com MAKARENKO (2001 pág. 24).

    Assim sendo, salientamos que não existem limites etários evidentes entre essas etapas, porém a ordem não pode ser modificada determinando referências para um treinamento saudável.

    De acordo com Makarenko (2001) o organismo de criança e adolescente passa pelas mais variadas e complexas alterações durante o processo de crescimento e desenvolvimento. Em cada etapa evolutiva, o organismo apresenta particularidades que nos obrigam a dosar com o máximo de cuidado as cargas durante as práticas regulares da natação evitando o esgotamento físico e respeitando os processos naturais do desenvolvimento biológico. Por outro lado, no trabalho com crianças e adolescentes, não devemos esquecer que o organismo em desenvolvimento e todas as suas funções exigem um treinamento constante e relativamente intensivo, pois nesse período evolutivo existem momentos oportunos para o ensino e para a fixação mais eficazes e específicos das qualidades e dos aspectos das atividades motoras fundamentais para a natação.

    Os estudos desses autores vêm ao encontro de nossos anseios, no sentido de mostrar que o crescimento da especialização precoce em crianças fora dos padrões ditos normais de treinamento esportivo uma vez, que deveria – se experimentar diversas modalidades desportivas caracterizando num desenvolvimento psicomotor e coordenativo amplo, estabelecendo habilidades motoras e apreciação pelo o esporte como um todo. Devendo deixar a cargo da criança ou jovem o livre arbítrio para a escolha do esporte que queira praticar e qual a carga horária pretende exercitar – se.

    Podendo ocorrer o abandono de modalidades esportivas por crianças e adolescentes e isto é, considerado como normal no processo de experimentação esportiva, no entanto, apresenta como fator preocupante o abandono precoce de nadadores nas categorias de base que apresentaram um grande potencial esportivo, os quais poderiam alterar seus níveis futuramente e aumentar o número de nadadores de alto nível.

    Reforçando Bara e Feijó (2000) apontam que as etapas do desenvolvimento psicológico, físico e social dos jovens, são desconsideradas pelo treinamento desportivo fazendo com que a maioria dos atletas não conclua todas as fases de treinamento, devido ao sofrimento que experimentam conduzindo a saturação desportiva e abandono precoce.

    Evidencia – se alertas de danos causados pela especialização precoce, como alto estresse psicológico, prejuízos emocionais, entre outros. Para MARQUES (1991), as pressões para obtenção de sucesso, a supervalorização das competições repercutem negativamente em crianças e jovens que apresentam uma deficiente estabilidade psicológica.

Aspectos positivos e negativos da Especialização precoce

    A cerca dos aspectos positivos e negativos torna – se importante observar as implicações que envolvem a especialização precoce na natação, criando uma discussão em relação aos prós e contras.

    Um dos argumentos que se pode afirmar sobre os benefícios que a especialização precoce pode proporcionar surge o conceito de que o esporte causa melhoras à auto – estima, a segurança e a sociabilidade. Este pensamento vem de encontro à hipótese de que as atividades físicas e o esporte são extremamente importantes para um desenvolvimento físico, psíquico e social pleno da criança.

    Desse modo, o esporte de competição é considerado positivo, trazendo o desenvolvimento físico, emocional e intelectual da criança e do adolescente, afirmando que a experiência do esporte pode desenvolver a autoconfiança e estimular o comportamento social. Por fim, julga – se que a criança adquire certa tolerância à frustração de acordo com a experimentação de momentos de vitórias e derrotas aprendem a supera – los.

    Em Gallahue (2005) afirma que o esporte oferece muitos benefícios a seus participantes, mas um equilíbrio saudável entre competição e a cooperação deve ser mantido.

    Outro aspecto intrigante em relação à especialização precoce determina que sem a real ocorrência da especialização constata-se que jamais seriam descobertos jovens talentos e futuros campeões.

    Não obstante podemos abordar o fato que a especialização precoce forçada fora dos eixos normais leva futuros grandes talentos a desmotivação e desinteresse a prática esportiva, prejudicando o esporte nacional. Afirmando MARQUES (1991) as pressões para a obtenção de sucesso, a supervalorização das competições repercute negativamente em crianças e jovens que apresentam uma deficiente estabilidade psicológica.

    Em outra vertente, Freire (2007) determina ser evidente que a especialização precoce comprometeria a formação de uma base sólida. Se exceções existem, não podem ser tomadas como regra geral. Os atletas mais geniais viveram experiências que os homens comuns não conseguem viver. Exemplifica que julgar que um menino, sendo treinado desde o berço para nadar, chegue a ser como Michael Phelps, podem comprometer gerações de possíveis bons nadadores.

Metodologia

    Escolhemos fazer uso como método de pesquisa a revisão bibliográfica sobre o tema especialização precoce na natação. Simultaneamente foi realizada uma pesquisa de campo junto à ex- atletas de base de ambos os sexos que abandonaram o esporte precocemente.

    Pesquisa esta constituída por meio de um questionário construído pelo Profº. M.s. Orival Andries Junior e outros pela UNICAMP – SP. O instrumento é constituído de 20 perguntas, determinado de questões objetivas e discursivas no qual serão relatados quais os motivos que os levaram ao abandono do esporte, as respostas e relatos serão analisados de acordo com parâmetros quantitativos e qualitativos previamente estabelecidos.

    O questionário foi respondido por 14 indivíduos ex – nadadores que foram recordistas mineiros em qualquer prova da natação, sendo 9 do sexo masculino e 5 do sexo feminino com idade média 28,5 no momento da aplicação do questionário.

Resultados

Início do aprendizado

Gráfico 1. Idade de início do aprendizado (%)

    Identificamos que 28,5% iniciaram a aprendizagem da natação com até 02 anos de idade; entre 3 ou 4 anos totalizaram 35,7% de participantes que iniciaram a aprendizagem de natação; entre participantes com 5 ou 6 anos totalizaram 14,2%; entre os 7 ou 8 anos também totalizaram 14,2% e por fim, com o valor de 7,1% totalizaram participantes acima dos 15 anos.

Início do treinamento

    A metade dos participantes iniciou o treinamento antes ou com 8 anos de idade, totalizando 50%, entre 9 ou 10 anos totalizaram 21,4% dos participantes, com 11 ou 12 anos também totalizaram 21,4% e somente 7,1% iniciaram o treinamento após os 15 anos de idade.

    De acordo com Makarenko (2001) a idade adequada corresponde ao período de desenvolvimento orgânico situado entre a puberdade e a adolescência, onde há maior desenvolvimento do sistema muscular.

Gráfico 2. Idade de início do treinamento (%)

Idade da primeira competição

Gráfico 3. Idade da primeira competição (%)

    Participantes que tiveram sua primeira competição com 5 anos apresentam a minoria de 7,1%; apresentando o mesmo valor participantes que deram inicio a competições após os 15 anos de idade são 7,1%; com 8 anos apresentam 14,2% dos participantes; 21,4% iniciaram sua competição com 7 anos; no mesmo, entre 9 ou 10 anos obtiveram 21,4% de participantes, contudo julga que 28,5% iniciaram sua competição com 6 anos de idade.

Aspectos da primeira competição

    Grande parte dos participantes teve sua primeira competição referente com a alternativa, A) Caráter de demonstração do aprendizado e a premiação pela participação totalizando 64,2 %; B) 14,2 % dos ex – nadadores tiveram sua primeira competição por tempo, sendo que somente os três primeiros colocados recebiam medalhas; C) 14,2 % foram premiados do primeiro ao oitavo lugar. D) 7,1% determinado por tempo, premiados do primeiro ao oitavo, porem os três primeiros obtiveram uma medalha diferenciada.

Gráfico 4. Aspectos da primeira competição (%)

Legenda

A. Caráter de demonstração do aprendizado e a premiação pela participação.

B. Por tempo, sendo que somente os três primeiros colocados recebiam medalhas.

C. Por tempo, sendo premiados do primeiro ao oitavo lugar.

D. Por tempo, premiados do primeiro ao oitavo, porém os três primeiros obtiveram uma medalha diferenciada.

Idade e motivo do abandono

    A maioria dos participantes abandonou a natação na categoria sênior totalizando 57,1%, sendo 14,2% abandonaram na categoria infantil, com o mesmo valor de 14,2% abandonaram na categoria juvenil e juntamente categoria petiz e junior totalizaram cada uma 7,1%.

    Constamos que a maioria dos participantes competiu até a categoria sênior, sugerindo um fator intrigante para estudos na área.

    Diante dos motivos que levaram ao abandono os participantes alegaram em 35,7% o motivo do abandono foram devidos falta de apoio, 28,5 % apresentaram por resultados negativos e persistentes, 22,4 % cansaço da rotina do treinamento intenso e das responsabilidades determinando uma delas os estudos e por fim 14,2 % abando decorrido a lesões.

Gráfico 5. Categoria de abandono (%)

 

Gráfico 6. Motivo do abandono precoce (%)

Legenda

A. Falta de apoio

B. Resultados negativos e persistentes

C. Cansaço da rotina de treinamento e das responsabilidades (Estudo)

D. Lesão

Discussão

    Diante dos dados do início do aprendizado da natação percebemos uma elevada iniciação a partir dos 3 ou 4 anos de idade com 35,7% dos participantes, no entanto, segundo MAKARENKO (2001) a preparação desportiva inicial geralmente é de 8 a 11 anos.

    Em relação ao início do treinamento foi apurado que a metade dos participantes iniciou o treinamento antes ou com 8 anos de idade, totalizando 50%, citando MAKARENKO (2001), a preparação desportiva básica é iniciada com a idade dos nadadores variando entre 10 e 15 anos.

    Considerando a idade da primeira competição julga que 28,5% iniciaram sua competição com 6 anos de idade. Grande parte dos participantes teve sua primeira competição referente ao caráter de demonstração do aprendizado e a premiação pela participação totalizando 64,2 % dos participantes.

    Sobre os resultados obtidos na categoria de abandono demonstra – se que 54,1% dos participantes abandonaram o esporte na categoria sênior que não deixa de apresentar característica de abandono precoce, pois nem todos os participantes que alcançaram esta categoria conseguiram desempenho suficiente para continuar.

    Em comparação aos resultados alcançados a categoria de abandono relacionou os motivos deste, apresentando 35,7% como motivo agravante a falta de apoio aos atletas.

    Mediante a tais resultados foi provado que na cidade de Uberlândia – MG ocorre o processo de iniciação precoce na natação coincidente com estudos na área, em relevância como pesquisa realizada pelo ANDRIES (2007) o qual nos baseamos para realizarmos nosso estudo.

Considerações finais

    Pela análise dos resultados verifica – se que ocorre a existência de uma relação significativa entre a especialização precoce e o abandono da carreira prematuramente. De tal modo, apuramos que na cidade Uberlândia – MG de acordo com população de amostragem é relevante o período de especialização junto ao abandono do esporte de natação.

    Deste modo, como foi proposto em nosso problema, chegamos à conclusão que, os maiores motivos e fatores de abandono do esporte pelos atletas da cidade justifica pela falta de apoio, seguido por resultados negativos e persistentes, cansaço da rotina de treinamento e das responsabilidades (estudo) e finalmente não menos por lesões.

    De acordo com Marques (1991), os motivos estão relacionados à rigidez dos treinos, como cargas excessivas e monótonas que se traduzem por estagnação dos resultados e insucessos nas competições, problemas escolares e familiares restantes de uma participação intensa nas tarefas de preparação, bem como saturação do treino e a aversão à prática esportiva.

    Em referência, aos aspectos psicológicos e sociais, fica claro que os pontos positivos provindos do treinamento precoce, como melhoras à auto – estima, a segurança e a sociabilidade, entre outros, são pouco mencionados e superados, mediante aos pontos negativos. Culmina no fato, de que a especialização precoce forçada fora dos eixos normais leva futuros grandes talentos a desmotivação e desinteresse a prática esportiva, prejudicando o esporte nacional.

    Desta forma, percebe-se que especialização prematura está diretamente ligada ao abandono precoce da carreira esportiva. Consideramos importante, estabelecermos uma idade em termos cronológicos para a iniciação de um treinamento especializado uma vez, que a idade é insuficiente temos que levar em conta o desenvolvimento fisiológico e a própria maturação do atleta.

    Outra consideração relevante avalia que a forma de treinamento que deve ser adequada à idade e o desenvolvimento da criança de modo que esta seja submetida a uma ampla variedade de movimentos deixando a especialização para mais tarde, possibilitando a criança de usufruir de outras atividades físicas que contribuiriam para sua formação psicomotora e psicossocial.

Referências bibliográficas

  • BARA FILHO, M. G.; FEIJÓ, O. G. Psicologia desportiva aplicada a jovens atletas. Revista de Educação Física, n. 124, p. 11-8, jan./jun.2000.

  • BARBANTI V. J. Dicionário de Educação Física e Esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2003.

  • BENTO, P. C. A idade do treino. Nadar: Revista Brasileira dos Esportes Aquáticos, São Paulo, v. 9, p. 22-3, dez. 1995.

  • CIELO, F. L.; NETO, J. B.; ANDRIES, O. J; ARAUJO, I. P. J; OLIVEIRA, G. S. A relação entre a Especialização Precoce e o Abandono Prematuro da Natação. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 8, n. 11, jul/ dez 2007.

  • FREIRE. J. B. Especialização Precoce no Esporte. Fonte: www.decorpointeiro.com.br. Última Atualização segunda, 07 de janeiro de 2008.

  • GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo. Phorte Editora, 2005.

  • MAKARENKO, L. P. Natação: Seleção de talentos e iniciação desportiva. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

  • MARQUES A. A especialização precoce na preparação desportiva. Revista Treino Desportivo. n. 19, março 1991.

  • RODRIGUES, E. A. R. F.; CLEMENTE, E. B. Treinamento Precoce na Natação: Aspectos Positivos e Negativos. Artigo de Revisão. Pós – Graduação Lato – Sensu em Natação – Universidade Gama Filho. Juiz de Fora – MG.

  • WIEINECK, J. Biologia do Esporte. Traduzida por Anita Viviani. São Paulo: Manole, 1991.

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