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Análise do rodízio no número de saltos de 

bloqueio durante a Superliga de voleibol 2007/2008

Análisis de la rotación en el número de saltos de bloqueo durante la Superliga de voleibol 2007/2008

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física

Universidade Federal de Viçosa, UFV

**Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição, UFV

**Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, UFV

(Brasil)

Roberto Andaki Junior*

Alynne Christian Ribeiro Andaki**

Edmar Lacerda Mendes***

robertoandakijr@gmail.com

 

 

 

Resumo

          O voleibol tem o salto como sua principal característica de demanda física. A contagem de saltos em jogo ou em treino tem sido realizada para o controle do treinamento e finalidade cientifica. Este estudo se propôs analisar as ações de salto realizadas no bloqueio de acordo com a função e posição de início de rodízio. Participaram do presente estudo seis jogadores de uma equipe mineira que atuou em 31 partidas da Superliga, principal competição de voleibol no Brasil, na temporada 2007/2008. Para a análise dos dados foram selecionados os testes ANOVA (one way anova) com correção Bonferroni (p<0,05). Em relação às demais posições, os centrais foram os jogadores mais solicitados em ações de salto (p<0,05).O central que inicia o rodízio na rede saltou 26,8% a mais em relação o central que inicia o rodízio no fundo da quadra. . Tendo em vista o volume anual de saltos deve ser desenvolvida uma estratégia para que esse jogador tenha um nível de desgaste músculo esquelético menor, já que sua exigência é maior.

          Unitermos: Voleibol. Saltos. Bloqueio. Rodízio

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010

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Introdução

    A Superliga é a principal competição de voleibol no Brasil, e em sua temporada 2007/2008 teve quinze equipes participantes. A estrutura básica da competição compreende em quatro fases denominadas: classificatório, quarta-de-final, semifinal e final (CBV, 2007). A competição se desenvolve em um período médio de cinco meses.

    O voleibol tem o salto como sua principal característica de demanda física. Segundo UGRINOWITSCH et al (2000), o salto vertical está diretamente relacionada ao rendimento esportivo dos jogadores de voleibol. As ações de bloqueio podem ser individual, bloqueio duplo ou em bloqueio triplo. (Figura 1 e 2)

Figura 1. Ação de bloqueio duplo

 

Figura 2. Ação de bloqueio triplo

    A contagem de saltos em jogo ou em treino tem sido realizada com finalidade cientifica ou para o controle do treinamento. HAIACHI et al (2008) em estudo sobre ação de salto na fase final da Liga Mundial de Voleibol encontrou em três jogos um número total de 1.575 ações de salto. Ainda o mesmo autor destaca que em relação aos outros fundamentos do voleibol, o bloqueio representa 41% das ações de jogo.

    Poucos são os estudos realizados com atletas de alto nível atuantes no Brasil. BERRIEL et al (2004) analisaram 29 partidas da Superliga 2002/2003 realizadas pela equipe ULBRA chegando a conclusão que os jogadores centrais executam o maior número de saltos verticais, tanto em ações de bloqueio 2655 como quando totalizados os demais saltos 5221.

    Dados referentes à influência do rodízio no número de saltos de bloqueios dos jogadores permanecem escassos. O rodízio ou rotação é determinado pela formação inicial da equipe e controlada com a ordem de saque e posição dos jogadores durante todo o set. Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, seus jogadores rodam uma posição no sentido dos ponteiros do relógio: jogador na posição 2 roda para a posição 1 para sacar, jogador da 1 roda para a 6. Os jogadores são divididos em cinco posições de acordo com as funções táticas da equipe: levantador, ponteiro, central, oposto e líbero (COBRAV, 2009).

    O objetivo deste estudo foi analisar as ações de salto realizadas no bloqueio de acordo com a função e posição de início de rodízio.

Metodologia

Amostra

    Participaram do presente estudo seis atletas masculinos com idade de 24,7 ± 2,9 anos (média ± desvio padrão), peso corporal de 93 ±9,5 kg e IMC 23,5 ±1,2 kg/m2, da equipe de voleibol profissional SADA BETIM que participou da Superliga 2007/2008.

Procedimentos

    Foram analisados vídeos de 31 partidas da equipe SADA BETIM durante a Superliga. O número de saltos de bloqueio foi computado e dividido por posição e função. O rodízio foi analisado segundo as posições de início ou de rede e as posições de fundo de quadra, definido pela ordem tática inicial da equipe; posição 1 - central (C2); posição 2 - levantador (L1), posição 3 – ponta (P1), posição 4 - central (C1), posição 5 - oposto (O2) e na posição 6 - ponta (P2), Figura 3.

Figura 3. Distribuição dos jogadores no início do rodízio

Análise estatística

    Inicialmente utilizou-se estatística descritiva por meio de média e desvio padrão. Para a comparação das médias foi utilizada a ANOVA one way com correção de Bonferroni. O nível de significância adotado foi 5%. Todos os procedimentos foram realizados pelo programa SPSS 17.

Resultados e discussão

    Como pode ser visto na Tabela 1, o central C1 o que iniciou o rodízio na rede realizou na competição um total de 1096 saltos de bloqueio, com média de 35,35 ± 8,849 de saltos por jogo e o C2, o central que inicia no fundo de quadra, realizou no total 864 saltos, com média de 27,87 ± 8,766. O resultado dos centrais serem os jogadores que mais realizam saltos de bloqueio, possivelmente é por ocuparem taticamente a função de bloquear a região central e terem como obrigação tática da participação em todas as ações de bloqueio individual, duplo ou triplo.

Tabela 1. Média por jogo de saltos

Posição

Nº Jogos

Nº de Saltos

Média

Desvio Padrão

C1ab

31

1096

35,35

8, 849

C2a

31

864

27, 871

8,6638

P1

31

509

16,42

6,021

P2

31

439

14,16

6,588

L1

31

467

15,06

4,878

O2

31

557

17,97

4,729

a,b = diferença significativa entre as posições p<0,05; C1 – Central que inicia o rodízio na rede; C2 – Central que inicia o rodízio no fundo de quadra; P1 – Ponta que inicia o rodízio na rede; P2 – Ponta que inicia o rodízio no fundo de quadra; L1 – Levantador; e O2 – Oposto.

    Os jogadores da posição central de quadra C1 e C2 realizaram aproximadamente 50% das ações de salto de bloqueio. No entanto, houve diferença significativa entre eles (35,35 ± 8,85 para C1 e 27,87 ± 8,76 para C2; p<0,05) e entre os outros jogadores. A diferença de 7,48 saltos em média por jogo de bloqueio totalizou 232 saltos de bloqueio por temporada na superliga. Diferença esta que remete a uma razão (nº de saltos C1/nº de saltos C2) de 1,268, isso significa que o C1 saltou 26,8% a mais em relação ao C2. Os jogadores P1, P2, L1 e L2 foram responsáveis por 12,95%, 11,16%, 11,88% e 14,17% do total de saltos de bloqueio, respectivamente.

Considerações

    Este resultado evidenciou que a tática em que uma equipe inicia o rodízio influenciou diretamente o número de saltos que o central realizou durante o jogo e o acumulado dentro da competição. Assim concluímos que o treinamento físico e a tática da equipe, em relação ao jogador central que inicia o rodízio na rede deve ser diferenciado. Tendo em vista o volume anual de saltos deve ser desenvolvido uma estratégia para que esse jogador tenha um nível de desgaste músculo esquelético menor, já que sua exigência é maior. E, também seja desenvolvido um treinamento para que seu rendimento não decline ao longo da competição.

Nota

  • Imagens retirados do site www.sadacruzeiro.com.br

Referências

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